Publicado pelo G1
Onze iminentes cientistas britânicos, entre eles Stephen Hawking, 
pediram nesta sexta-feira  (14) ao governo que indulte postumamente o 
matemático e criptógrafo Alan Turing, condenado há 60 anos por 
homossexualidade, que era delito na época. 
Considerado o precursor da informática, Turing desempenhou um papel 
crucial para decodificar as mensagens nazistas durante a Segunda Guerra 
Mundial. Ele morreu em 1954, dois anos depois de ter sido condenado à 
castração química por 'imoralidade', como consequência de um 
envenenamento com cianureto. Tinha 41 anos e sua morte foi considerada 
oficialmente um suicídio.
Em uma carta enviada ao jornal britânico "Daily Telegraph", Hawking e 
outros cientistas, entre eles o presidente da prestigiosa Royal Society,
 Paul Nurse, descrevem Turing como "um dos matemáticos mais brilhantes 
da era moderna" e apelam ao primeiro-ministro para que perdoe o herói 
britânico.
"Chegou a hora de limpar sua reputação", escreveram. Turing estabeleceu 
as bases da computação moderna e decifrou os códigos da máquina Enigma 
dos alemães, o que, segundo os historiadores, encurtou a guerra e, 
portanto, salvou a vida de milhões de pessoas.
Apesar disso, Turing foi durante sua vida um grande desconhecido para o 
grande público, já que seu trabalho foi mantido em segredo até 1974. Em 
2009, o então primeiro-ministro britânico Gordon Brown, pediu desculpas 
póstumas ao criptógrafo.
No entanto, apesar de a homossexualidade ter sido descriminalizada em 
1967 no Reino Unido, ele nunca foi indultado. Em fevereiro passado, 
quando se celebrou o centenário de nascimento de Turing, o governo de 
David Cameron negou indultá-lo, apesar de um pedido neste sentido com 
mais de 23.000 assinaturas.
O ministério da Justiça indicou na ocasião que seria 'inapropriado' 
indultar o 'que foi devidamente condenado pelo que então era um delito'.
O gabinete de David Cameron disse à AFP que está considerando sua resposta à carta dos cientistas.
