sábado, 25 de agosto de 2012

Carlos Nascimento diz ter sido assaltado por travestis em SP


 
Publicado no G1
 
O jornalista e apresentador do SBT Carlos Nascimento disse nesta quinta-feira (23), em entrevista à rádio Jovem Pan, que foi assaltado por travestis na noite de quarta (22) na Avenida Lineu de Paula Machado, nas imediações do Jockey Club, na Zona Oeste de São Paulo. A Policia Civil informou que, apesar de não ter sido registrada queixa, vai investigar o caso.
 
Na entrevista à rádio, Nascimento disse que a avenida é caminho que ele usa para ir ao trabalho."Quando parei para esperar o tráfego (...), eu confesso não havia fechado as portas do carro, foi de certo modo uma falha minha, mas, de repente, quando olho do lado tem um travesti sentado no lugar do passageiro, querendo fazer um programa e conversando comigo", explicou Nascimento na entrevista.
 
Segundo o jornalista, o travesti queria que ele encostasse o carro, um Jeep Land Rover Defender. "Eu confesso que achei que era uma brincadeira aquilo. Mas aí, foi ficando séria a conversa porque eu disse para ele descer e ele não queria descer", afirmou.
 
Nascimento disse que o travesti se tornou agressivo e se jogou sobre a direção quando o jornalista tentou sair do local. "Eu fui obrigado a parar, e o travesti se tornou muito mais agressivo. Ele tinha não sei se era um punhal, um estilete ou uma faca. Eu sei que ele tirou um objeto e veio em cima de mim e eu dei um soco nele", contou Nascimento na entrevista à rádio Jovem Pan.
 
"Ele recuou e aí ficou aquela confusão. De repente, abriu-se a porta de trás do carro, meu carro tem quatro portas, subiram mais dois. Também armados com faca, estilete, eu não sei o que que era. Aí eu percebi que eu estava sendo assaltado e levaram minha bolsa.”
 
O jornalista conta que parou o carro e foi atrás da bolsa, que diz ter conseguido recuperar com um dos travestis que estava na calçada. "Quando eu fui sair novamente, o mesmo travesti, o primeiro, entrou no carro dizendo que eu o tinha machucado, que ele estava sangrando, e com a faca de novo. Só que eu tive sorte porque eu acelerei e, quando eu acelerei, ele caiu e aí eu fui embora", disse Nascimento à rádio. "Eu fiquei ao mesmo tempo aturdido, surpreso e indignado."
 
O jornalista afirmou que pretende mudar seu caminho por ter medo de ser atacado novamente no trecho. O jornalista disse ter procurado a polícia para alertar sobre o ocorrido. Ao fim da entrevista, ele se disse aliviado com o desfecho do caso. "Você imagina se tivesse havido algo mais grave e eu fosse parar no hospital, na delegacia, o que ia sair hoje no jornal, dizendo 'Carlos Nascimento com três travestis dentro do carro'. Ainda bem que não aconteceu nada", disse.
 
Investigação
 
O delegado Vilson Genestretti, titular do 34º Distrito Policial, na Vila Sônia, Zona Sul de São Paulo, disse nesta quinta-feira (23) que irá investigar o caso. Segundo o delegado, Nascimento não prestou queixa, mas, como roubo é uma "ação pública incondicionada", ele registrou o caso.
 
De acordo com Genestretti, ele soube do ocorrido através da entrevista concedida por Nascimento à rádio Jovem Pan. "Ele [Carlos Nascimento] não veio até a delegacia, mas eu registrei o caso porque esse crime independe da vontade da vítima para que a polícia tome providências”, disse o delegado.
 
"Os investigadores vão tentar contato com o Nascimento para que ele venha até a delegacia prestar depoimento e para que a gente consiga chegar até os criminosos." "Só não ficou claro se foi roubo ou tentativa de roubo”, disse Genestretti. "Vamos esperar pelo depoimento dele para fecharmos isso e tentar capturar os criminosos." A entrevista foi ao ar na manhã desta quinta e, às 11h57, foi publicada no site da Jovem Pan. Procurada pelo G1 no final da tarde, a assessoria do SBT confirmou o crime, mas disse que o jornalista não irá mais se pronunciar sobre o assunto.

Após 14 assassinatos, Paraíba lança campanha contra homofobia


 
Publicado no R7
 
A Paraíba lançou nessa sexta-feira (24) uma campanha de enfrentamento à homofobia. A iniciativa é da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano, em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
 
A ação prevê a divulgação de peças publicitárias - como folders, cartazes, banners, camisetas, bottons e faixas - com o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância de denunciar os crimes lesbo-homo-transfóbicos e enfrentar o preconceito.
 
Em 2011, segundo o monitoramento do Fórum de Entidades e Lideranças LGBT da Paraíba, foram 21 casos de homicídios movidos por homofobia. Em 2012, até o momento, são 14 assassinatos, sendo três lésbicas, cinco gays e seis trans (travestis e transexuais).
 
As organizações afirmam que o grande desafio enfrentado é tipificar esse crime por lei, dando melhores condições para o trabalho de investigação dos casos.
 
João Pessoa possui delegacia especializada no combate aos crimes lesbo-homo-transfóbicos. O Estado está entre os poucos que disponibilizam este serviço especializado. A Delegacia atende pelo número (83) 3218-5317 ou 3218-6762 e funciona na rua Francisca Moura, centro de João Pessoa.
 

Lésbicas da Marinha se casam na Argentina


 
 
Publicado no Globo Blogs
Por Janaína Figueiredo
 
Segundo informaram meios de comunicação locais, no último dia 17 de agosto foi celebrado na província de Buenos Aires o casamento de duas mulheres que pertencem à Marinha argentina. A cerimônia foi realizada num cartório da cidade de Punta Alta, já que ambas mulheres estão realizando trabalhos marítimos na cidade de Puerto Belgrano.
 
Não foram publicadas fotos do evento, já que o casal, cuja identidade tampouco foi revelada, trocou o horário do casamento na última hora para evitar a presença da imprensa. A única informação publicada no país foi a idade das duas mulheres: 23 anos.
 
Em 2010, as Forças Armadas confirmaram o casamento de dois de seus homens, que passaram a ser o primeiro casal de militares gays que passou por um cartório argentino após a aprovação da lei que permite a união civil de pessoas do mesmo sexo, em meados de 2009. Segundo ONG`s locais, desde a votação da histórica lei, que contou com o voto da maioria dos deputados e senadores argentinos, mais de seis mil casais gays se casaram em todo o país.
 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Homossexuais podem ser melhores empreendedores?


Publicado no Papo de Empreendedor
Já escrevi aqui sobre empreendedores e homossexualidade, levantando como o caso de Tim Cook, novo CEO da Apple, estava inspirando gays de todo mundo a empreender. Deparei-me com um artigo muito interessante da revista Inc. sobre o tema, intitulado “Are gay people better entrepreneurs?” (Os homossexuais são melhores empreendedores?).
Nele, a repórter Issie Lapowsky levanta alguns dados interessantes sobre ser homossexual e empreender. O Wall Street Journal, por exemplo, divulgou que não há um único CEO assumido dentro da lista da Fortune 1000 – lembrando que, apesar de muitas fontes afirmarem que Cook é gay, ele nunca falou abertamente sobre o tema.
No artigo, Issie afirma que muitos executivos enrustidos preferem buscar carreiras como empreendedores a temer que sua orientação sexual possa afetar seu crescimento dentro da empresa – em 29 estados americanos, ainda é legal demitir um funcionário por ser gay. Mas será que homossexuais dão melhores empreendedores?
Issie menciona uma pesquisa realizada pela University of Southern California, intitulada “The G Quotient: Why Gay Executives are Excelling as Leaders” (O coeficiente G: por que executivos gays estão se superando como líderes). O estudo durou cinco anos e foi publicado em 2006. Foi produzido por meio de entrevistas com gerentes e funcionários de 2.000 empresas. A conclusão? Funcionários que trabalhavam sob a tutela de chefes homossexuais reportaram 25% a mais em engajamento no trabalho. “O que eu descobri é que líderes gays valorizam seus funcionários como um todo, porque eles mesmos já experimentaram a situação de ser julgado apenas por um aspecto de suas vidas”, afirmou o professor Kirk Snyder, coordenador da pesquisa. “Todos que saíram do armário já passaram pelo processo de navegar por um território inexplorado e tentando evitar problemas. É uma habilidade desenvolvida que com certeza é um incremento a inteligência empreendedora.”
Ainda no tema empreendedorismo e homossexualidade, o artigo cita uma importante ferramenta para esse público. Para quem é assumido, mas ainda precisa de algum tipo de orientação, existe o site StratOut.org, uma rede de networking que apoia empreendedores homossexuais. Fundado em 2008, atualmente essa rede possui mais de 3.000 membros em São Francisco e Nova York. Seu fundador, Darren Spedale, acredita que, quando empreendedores compartilham mais de uma característica em comum, seja gênero, raça ou orientação sexual, eles fazem conexões mais profundas e estão mais inclinados a se ajudarem.

Justiça russa estuda processar Madonna por apoio a homossexuais


Publicado no Sapo
A justiça russa vai decidir, antes do próximo fim de semana, se aceita um processo contra Madonna, denunciada por ter apoiado os homossexuais durante um concerto em São Petersburgo, indicou à AFP fonte de um tribunal da cidade.
Segundo a fonte, os autores da ação reclamam uma indenização por prejuízo moral. A denúncia, promovida por grupos ultranacionalistas como a Nova Grande Rússia, foi apresentada contra Madonna e os organizadores do concerto. A denúncia também assinala que Madonna ofendeu os sentimentos religiosos dos ortodoxos ao difundir imagens de cruzes ortodoxas destruídas.
Madonna apoiou os militantes da causa homossexual durante um concerto em São Petersburgo, pedindo ao público que mostrasse "o seu amor e estima por essa comunidade". "A comunidade gay, os homossexuais, têm os mesmos direitos (...) de viver com dignidade, com respeito e amor", afirmou.
A região de São Petesburgo adotou em fevereiro uma lei que pune penalmente qualquer ato público que promova homossexualidade e pedofilia, um texto denunciado por ativistas por equiparar gays a pedófilos.
Na Rússia, a homossexualidade era considerada um crime até 1993 e uma doença mental até 1999.

Militante LGBT critica Serra por uso eleitoral do kit anti-homofobia


 
 
Publicado no Terra
 
A polêmica envolvendo o Kit anti-homofobia está ganhando novos capítulos na campanha pela prefeitura de São Paulo. Com Fernando Haddad no centro das atenções por ser candidato do PT na capital mais importante do país, o assunto passou a ser explorado. Nesta terça-feira, ao ser questionado por jornalistas, o tucano José Serra tentou evitar a polêmica, mas classificou como ridículos e impróprios alguns aspectos do Kit. A declaração do candidato do PSDB acabou provocando a reação do presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AGLBT), Toni Reis.
 
Concebido durante a gestão de Haddad no ministério da Educação, o material didático foi idealizado para combater o preconceito relacionado às questões de sexo e de gênero nas escolas da rede pública, mas teve sua distribuição suspensa por decisão da presidente Dilma Rousseff (PT), que, pressionada por setores conservadores, afirmou que o kit apresentava conteúdo inadequado por conter vídeos em que relações homossexuais são abordadas. Em carta endereçada a Serra, Reis se disse surpreso com a postura do candidato e pediu que os direitos da comunidade AGLBT sejam assegurados.
 
"Eu peço, para uma boa política comprometida com o respeito a toda a população, como tem sido a marca de sua atuação nos cargos que ocupou, que continue dando ênfase à promoção indiscriminada da cidadania e da inclusão social, e que a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) não seja utilizada para gerar polêmica em época eleitoral, ou em qualquer outra época. Isto só serve para validar, banalizar e incentivar a homofobia e manter a esta população à margem da cidadania. Prezado José Serra, não manche sua biografia. Não rife nossos direitos", diz o trecho final da carta assinada pelo presidente da associação.
 
Em outra parte, Reis critica o uso eleitoral do assunto e a incoerência do tucano. "Durante seus mandatos como prefeito da Cidade de São Paulo e governador do Estado de São Paulo, você liderou várias iniciativas de vanguarda na promoção do respeito à diversidade sexual e às pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). Fiquei muito entristecido pelo uso indevido do debate sobre as políticas públicas de combate à homofobia como uma arma eleitoral, referindo-se ao material educativo do projeto Escola Sem Homofobia como um 'kit gay' com 'aspectos ridículos e impróprios' para crianças".
 
Procurada, a assessoria do candidato José Serra enviou nota que reproduz trechos da própria carta aberta, nos quais Reis reconhece o histórico do tucano em defesa dos direitos da comunidade gay. O comunicado também lista ações de Serra em benefício do público LGBT, mas não responde às acusações de uso político do chamado kit anti-homofobia.
 

Lésbica que disse ter sido atacada é presa por mentir para a polícia


 
 
Publicado no G1
 
Uma americana que disse ter sido brutalmente agredida por ser lésbica no mês passado foi presa nesta terça-feira (21) por ter mentido para a polícia sobre o crime. Segundo o departamento de polícia da cidade de Lincoln, no estado de Nebraska, nos Esados Unidos, evidências colhidas durante as investigações apontaram que a mulher não havia dito a verdade.
 
Na época do caso, Charlie Rogers disse à polícia que três homens mascarados entraram em sua casa, a amarraram, e fizeram cortes em sua pele com uma faca. Frases anti-gays foram pichadas nas paredes da casa, e a cozinha foi incendiada.
 
Durante as investigações, evidências e amostras de DNA colhidos apontaram contradições na história de Charlie. Os cores em seu braço eram superficiais e simétricos, e apesar de ela ter dito que foi atacada na cama, não foi encontrado sangue no local.
 
Segundo o jornal “NY Daily News”, a americana afirmou não ser culpada e acabou sendo liberada sem necessidade de pagamento de fiança. Ela deve responder por contravenção.
 

Oficina restaura gratuitamente carro vandalizado de aluno gay




Publicado no AutoPortal
Com informações da JTF
 
Provando que a sociedade ainda não sabe conviver a homosseuxalidade, o carro de um aluno da Universidade Virginia Radford, nos Estados Unidos, foi vandalizado quatro vezes porque, ao que tudo indica, o proprietário é assumidamente homossexual.
 
Desde vidros partidos, à palavra “morre” escrita a spray num dos lados, a insultos homofóbicos um pouco por toda a carroceria, Jordan Addison e o seu Volkswagen Passat, de 2000, tiveram de aguentar muita coisa.
 
As boas notícias para Addison chegaram pela mão dos proprietários da oficina de restauro de veículos «Quality Auto Body and Paint». Especializados em pinturas de automóveis, os responsáveis restauraram completamente o carro e ainda o dotaram de alguns novos equipamentos, como um novo sistema de som, superior ao anterior.
 
E tudo de forma gratuita, apenas para tentar combater o preconceito que ainda existe. Addison foi apanhado de surpresa pela boa nova e não escondeu a emoção quando foi chamado à oficina, acabando por não conseguir dizer muito mais do que “obrigado”.

Casal gay é autorizado a adotar filho



Publicado na Gazeta do Povo
 
Após sete anos de brigas judiciais, os dois receberam permissão do Superior Tribunal de Justiça para criar menino de 11 anos

“Foi uma longa gestação”, diz Toni Reis ao explicar todo o processo pelo qual ele e seu companheiro, David Harrad, juntos há 22 anos, passaram até conseguir realizar o sonho de adotar uma criança. Foram sete anos de espera até que, no mês passado, receberam a autorização oficial.
 
Desde o início, Toni, 48 anos, professor e presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e o tradutor David, 54 anos, tinham o desejo de aumentar a família. A ideia original era adotar duas crianças de 5 anos, mas ao conhecerem Alyson, de 10, em meados de abril de 2011, a história mudou.
 
Dentro da lei
 
Toni conta que desde 1995, quando o casal começou a planejar efetivamente a adoção, os dois foram procurados por famílias que queriam entregar suas crianças. “Mas nós queríamos que tudo fosse dentro da lei”, ressalta. Quando decidiram se candidatar à adoção, encontraram mais um empecilho: David é britânico e era preciso regularizar a situação dele no país para começar o processo. Isso aconteceu somente em 2005.
 
A partir daí, o casal procurou a Vara da Infância e Juventude de Curitiba. Eles queriam a adoção conjunta, por entenderem que dessa forma garantiriam segurança ao filho, principalmente em caso de falecimento. “Seria mais fácil, claro, que apenas um de nós adotasse a criança, e nós vivêssemos juntos. Mas decidimos garantir legalmente os direitos da criança”, conta. Por ser o primeiro caso de adoção conjunta por um casal homoafetivo na Vara da Infância de Curitiba, o órgão levou três anos para proferir a sentença: os dois só poderiam adotar meninas, e desde que elas tivessem mais de 12 anos.
 
Achando a restrição discriminatória, o casal entrou com recurso e o Tribunal de Justiça do Paraná autorizou a adoção sem qualquer restrição. O Ministério Público recorreu contra a decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal, que não aceitou o pedido por motivos técnicos. Mais uma vez o Ministério Público interferiu. O processo ainda está em tramitação no STJ, mas a Justiça decidiu que a guarda poderia ser concedida, para o bem da criança. A nova certidão de Alyson chegou nesta terça-feira.
 
Adaptação
Chegada de Alyson mudou a rotina da casa
 
Os pais de Alyson contam que, pelo fato de o menino trazer toda uma bagagem de vida, o início da adaptação foi um pouco trabalhoso, mas nada que não pudesse ser contornado. Assim como David e Toni, Alyson tem um planejamento de vida. Todo o mês ele é revisado. É uma espécie de contrato onde ele tem escritas suas metas para o futuro, seus deveres e direitos. “Dias atrás ele olhou para nós e disse: ‘Ainda bem que eu tenho esses limites, senão estaria perdido’”, diz Toni. ........ Na escola o processo de adaptação foi rápido, embora os colegas de turma façam uma ou outra brincadeira. “Mas é a mesma situação de chamar alguém de gordinho ou baixinho, por exemplo”, afirma Toni.
 
Trajetória
Garoto já havia passado por sete casas-abrigo
 
Em uma palestra, no Encontro Nacional de Apoio à Adoção, no ano passado, os caminhos de Toni, David e Alyson começaram a se cruzar. Na ocasião, o casal conheceu a juíza da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro e alguns meses depois receberam uma ligação perguntando se não gostariam de conhecer um garoto de 10 anos. Não era o plano original, mas os dois decidiram aceitar o convite. Foi amor ao primeiro encontro. Alyson, que já havia passado por sete casas-abrigo, estava em uma casa de mãe acolhedora.
 
As idas e vindas entre Curitiba e Rio foram de cerca de oito meses, até que em dezembro Toni e David receberam a guarda provisória de Alyson, que duraria 180 dias. No mês passado foi necessário renovar a guarda, mas dias depois o pedido de adoção foi aceito. “Quando o carteiro nos trouxe o Sedex com a documentação, brincamos com ele que era a nossa cegonha”, lembra Toni. Agora o menino passou a se chamar Alyson Miguel Harrad Reis.

Servidores do Pará são treinados para atender crimes de homofobia


 
Publicado no G1
 
Assistentes sociais e psicólogos que atuam no Sistema de Segurança Pública do Estado  e no Programa Pró-Paz participarão de uma capacitação sobre o atendimento de casos de homofobia no Pará. A oficina, que acontece no próximo dia 27, será realizada na Delegacia Geral, em Belém.
 
Com o tema “Diversidade Sexual”, a programação faz parte do Plano Estadual de Segurança Pública para Enfrentamento à Homofobia. Esta será a terceira capacitação voltada a servidores públicos para atender a demanda de ocorrências relacionadas aos crimes homofóbicos.
 
Nos dias 21 e 22, escrivães cartorários que atuam em unidades da Polícia Civil, na capital e interior do Estado, participaram do treinamento. Os servidores assistiram a oficinas, entre os temas, o atendimento prestado pelo Serviço Social em casos de homofobia. Outro abordou o registro de boletins de ocorrências policiais nas delegacias, além de informações sobre legislação pertinente. A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pará, falou sobre o que diz a Legislação a respeito de crimes contra a diversidade sexual.
 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A vovozinha que gosta de outra vovozinha!


Homossexuais podem ser melhores empreendedores?




Publicado no Papo de Empreendedor

Já escrevi aqui sobre empreendedores e homossexualidade, levantando como o caso de Tim Cook, novo CEO da Apple, estava inspirando gays de todo mundo a empreender. Deparei-me com um artigo muito interessante da revista Inc. sobre o tema, intitulado “Are gay people better entrepreneurs?” (Os homossexuais são melhores empreendedores?).

Nele, a repórter Issie Lapowsky levanta alguns dados interessantes sobre ser homossexual e empreender. O Wall Street Journal, por exemplo, divulgou que não há um único CEO assumido dentro da lista da Fortune 1000 – lembrando que, apesar de muitas fontes afirmarem que Cook é gay, ele nunca falou abertamente sobre o tema.

No artigo, Issie afirma que muitos executivos enrustidos preferem buscar carreiras como empreendedores a temer que sua orientação sexual possa afetar seu crescimento dentro da empresa – em 29 estados americanos, ainda é legal demitir um funcionário por ser gay. Mas será que homossexuais dão melhores empreendedores?

Issie menciona uma pesquisa realizada pela University of Southern California, intitulada “The G Quotient: Why Gay Executives are Excelling as Leaders” (O coeficiente G: por que executivos gays estão se superando como líderes). O estudo durou cinco anos e foi publicado em 2006. Foi produzido por meio de entrevistas com gerentes e funcionários de 2.000 empresas. A conclusão? Funcionários que trabalhavam sob a tutela de chefes homossexuais reportaram 25% a mais em engajamento no trabalho. “O que eu descobri é que líderes gays valorizam seus funcionários como um todo, porque eles mesmos já experimentaram a situação de ser julgado apenas por um aspecto de suas vidas”, afirmou o professor Kirk Snyder, coordenador da pesquisa. “Todos que saíram do armário já passaram pelo processo de navegar por um território inexplorado e tentando evitar problemas. É uma habilidade desenvolvida que com certeza é um incremento a inteligência empreendedora.”

Ainda no tema empreendedorismo e homossexualidade, o artigo cita uma importante ferramenta para esse público. Para quem é assumido, mas ainda precisa de algum tipo de orientação, existe o site StratOut.org, uma rede de networking que apoia empreendedores homossexuais. Fundado em 2008, atualmente essa rede possui mais de 3.000 membros em São Francisco e Nova York. Seu fundador, Darren Spedale, acredita que, quando empreendedores compartilham mais de uma característica em comum, seja gênero, raça ou orientação sexual, eles fazem conexões mais profundas e estão mais inclinados a se ajudarem.

Dia 26 de Agosto, Domingo, tem a oitava ação lésbica em Brasília!






PROGRAMAÇÃO:


A 8ª Ação Lésbica DF:

DATA: 26 de Agosto de 2012 (domingo)

No estacionamento das entre quadras 502/503 W3 Sul.
10h – abertura Oficial e inicio da Feira de Moda, Comida, Música, Cultura e Arte;

14h00 às 16h – Roda de Conversa sobre a Lei Maria da Penha em casos de Lesbofobia e Violência contra LGBT (participação da SPM, SDH, Secretaria da Mulher do DF, Deputada Érika Kokay e Coturno de Vênus). Na ocasião, haverá o lançamento da cartilha LEI MARIA DA PENHA (LMP) EM CASOS DE LESBOFOBIA, e distribuição de exemplares da Lei Maria da Penha;

16h30
– Inicio da caminhada pelo fim da Violência contra Lésbicas;

20h
– Previsão de chegada no Complexo Cultural da República;

22h
– Encerramento com shows e discotecagem de lésbicas artistas da cidade.

Eventohttps://www.facebook.com/events/453346884696227/

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Elton John teme que filho sofra com homofobia


Publicado no Terra
Informações da AFP
O astro pop Elton John acredita que a infância do seu filho, Zachary, será "muito difícil", tendo que enfrentar a homofobia e o impacto da fama de seu pai.
Em 25 de dezembro de 2010, o astro britânico de 65 anos e seu companheiro civil, David Furnish, 49, se tornaram pais de um menino concebido com o óvulo de uma doadora e gerado no ventre de uma mãe de aluguel.
Mas o cantor e compositor disse que está se preparando para o que seria uma fase difícil durante o crescimento de seu filho, agora com 19 meses, declarou ao programa semanal britânico Radio Times.
 "Na escola as outras crianças dirão: ''Você não tem uma mãe''", afirmou John. "Percorremos um longo caminho, mas ainda existe homofobia e haverá até que a próxima geração de pais trabalhe isso com seus filhos", acrescentou.
O cantor explicou que o menino lida com naturalidade com a sua origem: "É natural para ele. Ele me chama ''papai'' e a David, ''paizinho''". O cantor, cujo remake em 1997 de seu sucesso "Candle in the wind", de 1973, vendeu 33 milhões de cópias, disse que o filho ainda não compreende a fama do pai.
"Quando descobrir, ele vai olhar para mim como se eu fosse maluco", afirmou. "Ser filho de alguém famoso é como estar numa prisão. Será muito difícil", acrescentou.
John explicou que agora tenta dar ao filho uma criação musical. "Quero que a música seja grande parte da vida dele. Eu o coloco no colo e ele não esmurra o piano", contou. "Ele tenta me imitar, mas ainda não está totalmente formado para compreender o que eu faço, graças a Deus", continuou.
John disse ter apresentado a Zachary compositores clássicos como Chopin, Mozart e Beethoven desde muito cedo, mas afirmou que seu filho demonstrou mais interesse em futebol e culinária.
"Eu não pressiono Zachary a fazer nada. Até agora, ele simplesmente adora chutar a bola e ver as pessoas cozinharem", contou.
Na entrevista, John também elogiou Madonna, apesar de recentemente ter posto lenha na fogueira da eterna disputa com a cantora americana, durante entrevista à TV austaliana, na qual ele disse que ela parecia uma "stripper de feira" cuja carreira chegou ao fim.
"Madonna pegou a indústria pelo pescoço, criou oportunidades para outras mulheres, como (Lady) Gaga e Katy Perry", disse à Radio Times.
Sobre sua própria carreira, afirmou: "Eu me aposentaria se sentisse que a voz foi embora, mas aos 65 está cada dia melhor e estou no ponto alto da minha vida".
Elton John vendeu mais de 250 milhões de cópias em 40 anos de carreira e ingressou no Hall da Fama do Rock and Roll em 1994.

Pai estipula em testamento que filho gay tem que casar com mulher para ter herança


Publicado no Jezebel
Por Doug Barry
Um concorrente forte para o prêmio de Pai Mais Rancoroso de 2012 já apareceu: de acordo com o New York Post, é o finado Frank Mandelbaum, cuja morte em 2007 não evitou que seu filho gay sentisse vergonha do pai, ainda que ele esteja sob sete palmos de terra. O testamento de Mandelbaum estipula que seu filho Robert não poderia receber qualquer dinheiro do patriarca caso “não estivesse casado com a mãe de seu filho depois de seis meses de seu nascimento”.
Robert Mandelbaum, um juiz do Tribunal Criminal de Manhattan, casou-se com Jonathan O’Donnell, seu parceiro de longa data, logo após o nascimento de seu filho, que hoje tem 16 meses de idade e que, de acordo com os termos do testamento do seu avô, não tem a participação nos $180,000 fixado aos netos de Mandelbaum. Agora, Robert espera que o Tribunal de Manhattan aprove um acordo que rejeite os pedidos de Frank Mandelbaum como uma atitude discriminatória diante da lei de Nova Iorque, já que eles exigem que Robert Mandelbaum “entre em um falso de casamento” e ainda viole o objetivo da lei estadual de promover igualdade nos casamentos, independente de opções sexuais.
Ainda que Frank Mandelbaum soe como Cornelius Hawthorne sem sua peruca de marfim, há uma evidência que a determinação para Robert casar-se com a mãe da criança veio à família com um pouco de choque. De acordo com os documentos enviados por Robert ao Tribunal de Manhattan, seu pai e sua mãe sempre souberam que ele era gay. Ele e O’Donnel participaram de jantares familiares e viajaram junto com a família sem causar polêmica.

'Minha conquista serve de exemplo', diz 1ª travesti doutora do Brasil


Postado no G1
A professora Luma Andrade, 35 anos, que se tornou a primeira travesti com doutorado do Brasil na sexta-feira (17), diz que sua carreira acadêmica vai servir de exemplo para que outros travestis busquem na educação uma forma de vencer o preconceito. "Nós vivemos numa posição que a sociedade nos impõe, à margem de tudo. E temos que quebrar esse paradigma e viver no centro da sociedade, a educação é uma das formas que temos para conseguir", diz a professora.
Luma defendeu o estudo elaborado em três cidades do Ceará "Travestis na Escola: Asujeitamento e Resistência à Ordem Normativa", na sexta-feira, na Universidade Federal do Ceará (UFC), e foi aprovada. O doutorado foi, segundo ela, uma "missão cumprida". Agora ela pretende seguir carreira política e obter um pós-doutorado.
Ela conta que já convenceu uma estudante travesti a manter-se na escola. "As pessoas não acreditam que uma travesti pode conseguir a vida com a educação. A estudante me perguntava: 'E é possível uma travesti estudar e ser uma doutora?'. E eu expliquei a ela que sou exemplo de que pode sim", diz Luma.
Além do pós-doutorado, ela tem como objetivo ser professora de uma escola federal no Ceará. Luma fez concurso público em 2010, quando ainda tinha no documento de identidade o nome de João Filho Nogueira de Andrade. Ela foi reprovada pela banca e recorreu do resultado, alegando ser vítima de preconceito. "Cerca de duas horas eles avaliaram o exame de várias pessoas, não há como isso ser feito, foi o que eu afirmei na justiça". Luma venceu em primeira instância, e a Universidade Regional do Cariri recorreu da decisão.
Ela sempre trabalhou como professora e atualmente acumula cargo na Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação na região cearense do Vale do Jaguaribe, que tem sede em Russas, no interior do estado. Quando começou a lecionar, Luma diz que sofreu resistência, da diretoria da escola, de alunos e de pais dos alunos.
"Como eu era a única da região que tinha formação para lecionar algumas disciplinas, eu fiquei como professora, mas o início foi bem difícil. Depois de inserir naquele meio, entendendo a sala de aula, passei a uma das professoras mais queridas da escola", conta.
Luma Andrade é filha de agricultores analfabetos, nasceu na cidade de Morada Nova, a 163 quilômetros de Fortaleza, e, no dia da mulher de 2010, ganhou o direito de mudar o nome nos documentos sem a operação de mudança de sexo.

'Caráter depende da criação', diz pai homossexual que adotou dois filhos


Publicado no G1
“Criação não depende de um casal, um individuo pode criar outro baseado na ética e no caráter.” É com esse pensamento que o empresário Nélio de Figueiredo, de 51 anos, apadrinhou dois irmãos há mais de 15 anos e hoje cria ambos como filhos. Ele é homossexual e vive atualmente com os dois meninos, em Ribeirão Preto (SP).
“O que mais tenho é pai”, conta o caçula Igor Germano, de 15 anos. Ele e o irmão Yuri Germano, de 16 anos, perderam o contato com o pai biológico ainda pequenos, quando a mãe deles decidiu pela separação. 
Figueiredo conta que o pai das crianças era usuário de drogas e se afastou da família. A mãe trabalhava no salão de beleza do empresário e, após a separação do companheiro, foi convidada a morar com Figueiredo com os meninos. “A casa era grande e eu tinha condições de dar a eles o que faltava”, recorda.
Atualmente, a mãe mora em outra casa com o novo marido. “Também ficamos lá, gosto deles, mas gostamos mesmo é de ficar na casa do Nélio”, brinca Yuri.
Respeito e preconceito
O pai adotivo garante que a criação dos garotos sempre foi com muito amor e respeito. “Não deixo que eles tenham carência paternal.”
O objetivo dele é contribuir para que tenham sua identidade definida. “Não existe isso de serem gays porque sou gay, eles devem ser eles mesmos sempre”, afirma. Para ele, a principal diferença da criação feita por um homossexual é o respeito que se aprende a ter pelos outros. “E o respeito deles por mim não é diferente de nenhuma outra família”.
A família conta que o preconceito vem dos pais de alguns amigos de escola. “Muitos não deixam os filhos virem a nossa casa e sabemos o motivo, mas as crianças mesmo dificilmente agem assim”, diz Figueiredo, que vê na mudança de gerações uma aceitação maior. "Com o tempo as pessoas terão mais respeito pela pessoa como ser humano, independente da orientação sexual, e vemos isso pelos jovens."
Vida em família
Os garotos garantem que Nélio é um exemplo de pai e de vida para eles e não escondem o orgulho até na hora das broncas. Para Igor, o olhar diz tudo enquanto Yuri tem mais medo das palavras. “Ele mata a gente com uma palavra só.”

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Série gay que retrata vida de "ursos" estreia na web





Visto no Muza

Estreou na web a série Where the Bears Are, que conta a história de três amigos ursos que moram juntos no bairro de Silver Lake, em Los Angeles (EUA), num mix de mistério, romance e humor.

Já no primeiro episódio, um dos amigos acorda com um belo urso forte e malhado ao seu lado e fica surpreendido ao saber que passaram a noite juntos. O suspense começa quando os rapazes encontram um ursão, que estava presente na festa da noite anterior, morto na banheira. Chocados, eles tentam descobrir o motivo da morte do colega.

"Em cada episódio haverá uma surpresa que irá agradar até os héteros", afirmou Rick Copp, autor do seriado. Ian Parks, Chad Sanders, Mario Diaz, Scott Beauchemin, Jesse Mel, James Parr e Pete Cincinnato formam o time de atores da série. "O elenco é maravilhoso, engraçado e sexy e eu acho que o público irá adorar a qualidade da série que foi feita com um orçamento baixo. Obviamente, a comunidade bear gay é o nosso público-alvo", completou Copp.

O único contratempo de Where the Bears Are, que já se encontra em seu 5º episódio, é a falta de legenda em português. Tirando isso a produção é excelente e ocupa uma lacuna na comunidade LGBT ao retratar a vida de três amigos ursos. Cada episódio dura aproximadamente cinco minutos e você pode conferir tudinho aqui no Muza. Novos episódios são lançados às segundas e quintas, no site da série.

domingo, 19 de agosto de 2012

Mais empresas permitem a inclusão de parceiro gay no plano de saúde


Publicado no O Globo
O número de empresas brasileiras que aceitam que funcionários com parceiros do mesmo sexo incluam o companheiro como beneficiário do plano de saúde aumentou nos últimos anos. Segundo pesquisa da consultoria internacional Towers Watson, hoje essa é a realidade em 66% das companhias. Em 2010, a fatia era de 41%.
O levantamento com quase 200 empresas nacionais e multinacionais destacou as mudanças em relação aos benefícios oferecidos a colaboradores. A extensão do plano de saúde a aposentados, prevista na lei 9.656/98, é oferecida hoje por 42% das empresas, 5% a mais do que em 2010.
Outro tipo de benefício que está ganhando popularidade é o EAP (sigla para o termo em inglês “employee assistance program”), serviço que oferece apoio jurídico e psicológico a funcionários com problemas pessoais que podem afetar o desempenho. O número de empresas com esses tipos de programa aumentou de 20% para 36%.

Ceará forma primeira travesti doutora do Brasil




Publicado no iG Último Segundo
Durante a infância, Luma Nogueira Andrade sofreu com o preconceito de colegas e professores na escola. Mais tarde, já formada e funcionária pública concursada, teve de enfrentar novamente esse mau e no mesmo ambiente. Nesta sexta-feira (17), a protagonista desse histórico de discriminação se tornou a primeira travesti do País a obter um título de doutorado.
Em março deste ano, o iG contou como foi a vida de Luma desde a infância na pequena cidade de Morada Nova, no interior do Ceará, até ingressar no doutorado em Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC) . Cinco meses depois, a reportagem acompanhou o dia da defesa da tese em um auditório do câmpus do Benfica, em Fortaleza, lotado por amigos, ex-alunos e colegas pesquisadores.
Bastante elogiada pela banca, a tese de Luma foi indicada para publicação. Contudo, antes de trabalhar para ver sua pesquisa em forma de livro, ela vai tentar se eleger vereadora pelo PT no município de Russas, onde lecionou por muitos anos. 
Com o título “Travestis na escola: Assujeitamento ou resistência à ordem normativa”, a pesquisa faz um levantamento das travestis matriculadas na rede estadual de ensino do Ceará e narra os maus-tratos sofridos por elas no ambiente escolar. Ao longo do trabalho, os relatos das entrevistadas se confundem com o que foi vivido pela própria pesquisadora, num cruzamento de autobiografia e etnografia.
“Eu ia percebendo em minhas interlocutoras que, na verdade, existe uma diversidade de formas de travestis e que a realidade que elas vivem não é a mesma que eu vivi”, contou, durante a apresentação.
Com o estudo, Luma concluiu que falta aos professores e gestores uma formação que vá além do conteúdo das disciplinas e dê conta das questões de gênero não apenas para tratar da homossexualidade no currículo, mas principalmente lidar com as especificidades de cada pessoa.
“Eu percebi uma verdadeira confusão. Eu vi que os gestores não sabiam identificar os travestis”, disse.
Para o antropólogo Alexandre Fleming Câmara Vale, um dos professores a participar da banca examinadora, a tese de Luma é um “marco” para os estudos sobre travestis. “É a primeira vez que uma travesti escreve sobre a experiência das próprias travestis”.
“O trabalho da Luma é uma chamada para a reflexão dos educadores e ao mesmo tempo tem esse lado político, por ela ter um envolvimento direto com o tema”, avaliou a orientadora de Luma, a doutora em Educação, Celecina de Maria Veras Sales.

O primeiro casamento gay da cidade de São Paulo


Publicado no G1
O primeiro casamento civil gay da cidade de São Paulo aconteceu, às 11h45 deste sábado, no Cartório de Itaquera, na zona leste da capital. Os noivos, o professor, agora chamado Mário Perrone Grego, de 46 anos, e o técnico em enfermagem, Gledson Perrone Grego, de 32 anos, estão juntos desde 2002 e viviam em união estável. Agora, com base em um acórdão que autoriza o casamento civil de pessoas do mesmo sexo na cidade, conseguiram oficializar a união, em frente a um cartório. O acórdão foi publicado no dia 6 de julho de 2012 no Diário da Justiça.
O casal vestia uma camiseta ilustrada por uma foto de ambos. Os noivos se emocionaram bastante durante o casamento. "É muito lindo você lutar e conseguir", afirmou Mário, que chorou muito. "Foi uma emoção só, foi a conquista de um direito que estávamos lutando há anos", completou. Gledson afirmou que a união o fazia se sentir "mais igual aos outros cidadãos". Cerca de 25 pessoas, entre familiares Mário e amigos do casal, acompanharam a cerimônia em Itaquera. A família de Gledson não compareceu, porque ainda não apoia a união. O casamento foi realizado pela juíza Janete Berto Pereira, que, empolgada, afirmou que em 25 anos de profissão, nunca havia casado pessoas de mesmo sexo.
Anteriormente chamados Mário Domingos Grego e Gledson Perrone Cordeiro, os noivos fizeram questão de casar no bairro onde moram para incentivar o casamento de outros casais homossexuais, provando que os direitos também são válidos na periferia. Além de casados, eles já possuem uma casa em Itaquera.
Para Gledson, o casamento civil é mais legítimo que a união estável, pois a Justiça passa a considerá-los um casal, com todos os direitos trabalhistas e previdenciários, e também fica pressuposto o laço de afeto que existe entre os dois. Mário enumerou alguns dos direitos conquistados pelo casal: "Temos direito a herança de bens, união na declaração de imposto de renda e também a questões relacionadas à previdência ficam mais fáceis", conta. No caso de Gledson e Mário o casamento foi feito por comunhão parcial de bens.

Orgulho gay proibido em Moscovo nos próximos 100 anos


Visto no Público de Portugal
O Tribunal Supremo de Moscovo não volta atrás. A celebração do orgulho gay na capital russa está proibido nos próximos 100 anos, repetiu o tribunal municipal nesta sexta-feira, após o recurso interposto pelo defensor dos direitos dos homossexuais, Nikolai Alexeyev.
Apesar de “ilegal e injusta”, a decisão “não é uma surpresa, os tribunais russos raramente falam dos direito dos gays e lésbicas”, reagiu Alexeyev numa entrevista ao El País, garantindo que vai recorrer da decisão.
O activista tinha solicitado autorização para a realizaçãoo de 102 manifestações para celebrar o orgulho gay, até 2112. O tribunal respondeu proibindo-as pelos mesmos 100 anos.
Entre 2006 e 2008, as petições do jornalista e advogado já tinham chegado à justiça europeia, depois de a Câmara de Moscovo ter proibido as manifestações, alegando perigo de desordem pública. Em Estrasburgo, Nikolai Alexeyev falou de uma violação ao direito da liberdade de reunião, consagrado no artigo 11 da Convenção Europeia dos Direitos do Homem.
A história terminou com as autoridades russas a indemnizar o activista com 12 mil euros (mais 17.510 de despesas). Mas agora o objectivo é outro, garante Nikolai Alexeyev: “Queremos que se garanta que podemos celebrar o orgulho gay no futuro.”

Goleiro homossexual aconselha gays do futebol a saírem do armário


Publicado no site do Globo Esporte
Messi é um homem vaidoso e cheio de personalidade. Duas vezes por semana, o goleiro do Currais Novos, finalista da Segunda Divisão do Campeonato Potiguar, vai ao salão de beleza de um amigo para assegurar um bom visual para entrar em campo. O corte em estilo moicano discreto e o acerto na sobrancelha são os serviços mais comuns pedidos por um dos poucos jogadores de futebol no mundo a assumir publicamente a homossexualidade.
Desde que "saiu do armário", em 2010, às vésperas da decisão do Campeonato Potiguar, quando com a defesa de um pênalti assegurou o acesso à elite do futebol norte-riograndense, o jogador garante que sua vida mudou. Hoje no Currais Novos-RN, novamente em vias de enfrentar uma decisão de título, Jamerson, seu verdadeiro nome, conta que o preconceito ficou em segundo plano na vida de boleiro e aconselha os indecisos.
- Cada cabeça é um mundo, mas acho que assumir seria mais fácil para eles. Sou feliz assim. Posso dizer que mudaram muitas coisas e as pessoas me respeitam mais - assegura o goleiro que, em campo, sofreu apenas um gol em seis jogos e promete fechar a meta para o confronto de domingo, diante do arquirival Potyguar-RN, no jogo de ida da decisão da vaga à Primeira Divisão do RN.
O goleiro conta nunca ter sido vítima de qualquer ofensa por companheiros de clube ou dirigentes e que geralmente a torcida é quem costuma "pegar no pé" em dias de jogos, fato que o profissional lida com a habilidade de um camisa 10.
- Sempre que tem clássico, o preconceito por parte da torcida existe, mas isso nunca me influenciou dentro de campo. Acho que tenho que fazer minha parte, pode dizer o que for, o importante é que eu possa ajudar o meu clube a conseguir alcançar os objetivos - afirma o arqueiro.
O gosto por roupas coladas e o desejo de ser dançarino de forró reprimido pelo talento com as luvas, de longe, não é motivo para pensar no jogador como um personagem pitoresco do futebol. A discrição sobre a vida pessoal, inclusive, é uma das principais características do goleiro-celebridade.
- Não falo sobre minha vida pessoal. Sou jogador de futebol e acho que não tem por que falar nada sobre se estou ou não com alguém - reforça.
Messi de Passagem
Messi foi descoberto há pouco mais de três anos pelo ex-lateral direito do ABC-RN, Teci, durante um jogo de futebol na várzea. No campinho de terra na comunidade de Passagem, a 40 minutos de Goianinha, no interior do Rio Grande do Norte, nasceu o atacante que com o passar dos anos se transformou em goleiro.
Apesar dos 26 anos e os nove dedicados ao futebol - três deles em times profissionais -, Messi conta que as semelhanças com o xará argentino do Barcelona param no apelido e no fato de ter atuado também no ataque, ainda quando era apenas uma criança.
Os ganhos no futebol, por outro lado, ainda não foram suficientes sequer para lhe oferecer condições para que pudesse comprar um carro ou mesmo uma nova casa para sua família.
- Ainda não tive essas condições (de comprar algo mais caro) - afirma. O apelido veio da infância e foi dado pela mãe, que preferiu em vez de Jamerson, o “novo batismo” para facilitar a convocação para as obrigações da casa.
Ainda sem alcançar o que para ele seria a realização profissional, o potiguar evita mirar alto, garante não ter pretensão de deixar o futebol do Rio Grande do Norte e revela o sonho a realizar na sua trajetória entre as quatro linhas.
Abecedista desde a infância, não deixa paixão pelo clube impor limites para o crescimento em campo e não descarta o maior rival do seu time do coração.
- Sonho em jogar num grande clube aqui do estado, um time da região, jogar no ABC ou no América, que é também uma grande equipe - diz.