sábado, 1 de junho de 2013

Ministro belga casado com brasileiro: "Seria bacana casamento gay no Brasil"


 
Publicado pelo Terra
Por Viviane Vaz
 
Se a mesma história tivesse ocorrido no Brasil, o então advogado belga do partido socialista, Pascal Smet, 46 anos, ainda teria o estado civil de "solteiro". Há 18 anos o hoje ministro da Educação, Juventude e Igualdade da Bélgica conheceu seu marido por acaso em um encontro de amigos em comum em Bruxelas. Lá estava um cidadão brasileiro, de Goiânia, que vinha à capital belga visitar a irmã. A diferença é que depois do namoro, o belga e o brasileiro puderam se casar na Bélgica, o segundo país do mundo a aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
 
Discreto, Smet diz que não sofreu preconceito para fazer carreira política na Bélgica, que iniciou com apenas 22 anos no conselho municipal de Beveren-Waas. Em 2009 assumiu a pasta de Educação do governo flamengo. "Nós temos um primeiro-ministro gay, um ministro da educação gay e desde que as pessoas vejam que você faz o seu trabalho bem, que você é como todo mundo, não há discussão", resume Smet na entrevista ao Terra.
 
Como é o procedimento para se casar na Bélgica? Houve algum impedimento ou dificuldade no seu caso? Você vai à prefeitura, marca uma data, assegura-se de que tem todos os papéis em ordem e retorna à prefeitura no dia marcado. Os funcionários são muito amigáveis e tudo acontece como em qualquer outro casamento. Entre homem e mulher, homem e homem, mulher e mulher... todos são tratados iguais.
 
No Brasil há um grande debate sobre o tema. Como seu marido é brasileiro, você acha que ele também gostaria de se casar no Brasil, caso a lei venha a permiti-lo?
 
Acho que sim. Mas também nosso casamento já pode ser reconhecido pelo governo brasileiro. E se formos os dois viver no Brasil, o que planejamos fazer algum dia, então o casamento será reconhecido. E eu acho que seria bacana se qualquer pessoa no Brasil pudesse se casar. Seria uma boa iniciativa.
 
A Bélgica foi o segundo país a reconhecer o direito dos homossexuais a se casarem. Depois de 10 anos da existência desta legislação, você acha que algo ainda precisa ser mudado ou melhorado?
 
Não. Acho que temos uma lei maravilhosa, porque temos igualdade completa. Inclusive o direito de adotar crianças. Do ponto de vista legal, não temos problemas para oficializar a união e tudo vai bem. De forma geral, há também amplo apoio da população e em todos os partidos políticos, ninguém questiona isso. Às vezes é difícil chegar a esta decisão, mas uma vez que a questão é levada ao parlamento para fazer com que o casamento seja um direito igual para todo mundo, deixa de ser um problema.
 
Foi difícil para você ser gay e político na Bélgica? Você sofreu algum tipo de preconceito?
 
É difícil dizer, mas eu sou também ministro da educação e isso não me trouxe nenhuma dificuldade junto às escolas, nem sequer nas religiosas, como a católica. A sociedade mudou muito e as pessoas lhe tratam como um igual e também entenderam que não é uma questão de escolha, mas uma questão do que as pessoas são. É uma questão de natureza, e você pode aceitá-la ou não. É algo que estava lá, que sempre vai estar lá e as pessoas entenderam que é uma questão de bem-estar e ser feliz.
 
Mas, você sabe, nós temos um primeiro-minsitro gay, um ministro da educação gay e desde que as pessoas vejam que você faz o seu trabalho bem, que você é como todo mundo, não há discussão. E ninguém costuma fazer perguntas se você é gay ou não. É algo pessoal. E para que algo não se torne um dilema, nós mesmo não devemos fazer disso um dilema. Como político, eu nunca escondi minha condição, mas também nunca fui de ficar falando. É algo que não é relevante para o meu trabalho. Mas agora, como ministro de Educação e de Igualdade de Oportunidades, passou a ser também ver esta questão.
 
E como a homossexualidade é tratada nas escolas na Bélgica? Existem projetos para fazer com que os adolescentes tenham mais respeito, tolerância ou consciência sobre a diversidade sexual?
 
Tentamos ensinar que as crianças devem respeitar todas as formas. Essa matéria é abordada nas escolas, mas a maneira como é abordada é decisão de cada escola e muda de instituição para instituição.
 
E isso beneficiou também os professores gays, que passaram a sofrer menos problemas, menos preconceito. Nas escolas, é comum quando a criança chega aos 12, aos 14 anos, e começa a descobrir sua própria sexualidade e orientação sexual. Então não é um trabalho fácil. E é um tema usado por crianças e adolescentes para assediar (bullying) outros. E por esta razão, todo mundo que está envolvido com educação se reuniu e fez uma declaração forte de intenção de tornar as escolas e colégios um ambiente tolerante também para os gays. Todas as boas práticas usadas na Bélgica, mas também em outros países, para apoiar os professores sobre como lidar com esse tema, serão colocadas à disposição.
 
Também vemos que muitos casais homossexuais, apesar de a lei permitir a realização do casamento, preferem não fazê-lo. O que você acha disso?
 
Na Bélgica temos bons estatutos para as pessoas morarem juntas, homossexuais ou heterossexuais. Para ser honesto, eu não fazia tanta questão de me casar, mas meu namorado, sim, e como para ele era importante, eu o fiz. Acho que é uma evolução que também ocorre nas relações heterossexuais, que as pessoas tendem a casar cada vez menos. Mas acho que é bom que alguns casais gays queiram se casar, porque é um reforço para a instituição do casamento. E quando existe esta instituição, é importante que ela seja válida para todo mundo.
 

Retrocesso: Nigéria aprova lei que torna crime os relacionamentos homossexuais e a adesão a grupos LGBT



Publicado pelo Último Segundo
 
A Câmara dos Deputados da Nigéria aprovou nesta quinta-feira (30) uma lei que torna crime o casamento gay, "relacionamentos amorosos" entre pessoas do mesmo sexo e mesmo a adesão a grupos de direitos gays, desafiando a pressão das potências ocidentais para respeitar os direitos de gays e lésbicas.
 
O projeto de lei, que contém penas de até 14 anos de prisão, passou no Senado da Nigéria no final de 2011, mas o presidente Goodluck Jonathan deve aprová-lo antes que se torne lei. Dois projetos de lei semelhantes foram propostos desde 2006, mas esta é a primeira vez que foi aprovado pela Assembleia Nacional.
 
Um porta-voz da presidência não respondeu a um pedido de comentário. Como em grande parte da África subsaariana, o sentimento anti-gay e a perseguição a homossexuais são comuns na Nigéria, de modo que a nova legislação deve ser popular.
 
Sob a atual lei federal nigeriana, a sodomia é punida com prisão, mas esta lei caminha para uma repressão mais ampla sobre os homossexuais. O Reino Unido e outros países ocidentais têm ameaçado com o corte de ajuda internacional, o que tem contribuído para retardar ou inviabilizar a aprovação desse tipo de legislação em países dependentes, como Uganda e Malawi.
 
Mas as ameaças têm pouca influência sobre a Nigéria, cujo orçamento é financiado pela produção de 2 milhões de barris de dólares por dia. "As pessoas que entram em um contrato de casamento do mesmo sexo ou união civil cometem um crime e são passível de condenação a uma pena de 14 anos de prisão", diz o projeto de lei.
 
"Qualquer pessoa que se registre, opere ou participe em clubes gays, sociedades e organizações ou faz, direta ou indiretamente, demonstração pública de relacionamento amoroso de mesmo sexo na Nigéria comete um delito, devendo cada um ser passível de condenação a uma pena de 10 anos de prisão."
 
 

Empresa dos EUA avalia mercado gay no Brasil e poder do 'pink real'


 
Publicado pelo UOL
 
A parada gay neste domingo (2), em São Paulo, mostra a força de um evento que atrai paulistanos, visitantes de outros Estados e turistas internacionais, e, segundo a Secretaria de Turismo, é o segundo evento mais lucrativo para a cidade, perdendo apenas para a Fórmula 1.
 
Por conta disso, cada vez mais São Paulo se prepara para receber bem esse público, que tem sempre muita disposição para gastar o chamado "pink money" (ou o "pink real"). Só nos Estados Unidos, esse é um mercado estimado em US$ 835 bilhões, segundo a Abrat GLS (Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes).
 
Marta Dalla Chiesa, presidente da Abrat GLS, diz que a a associação está fazendo uma parceria com a empresa norte-americana especializada no mercado LGBT Community Marketing Inc. para quantificar, pela primeira vez, o mercado GLS no Brasil.
 
Chiesa afirma que os DINKs (Double Income No Kids – dupla renda sem filhos, numa tradução livre), como são chamados os casais gays nos Estados Unidos, têm mesmo mais renda do que a média da população. "Normalmente esses casais não têm filhos, e por isso têm mais disponibilidade de investir em educação e lazer".
 
Segundo a executiva, estudos mostram que gays e lésbicas consomem mais bens de luxo, design e moda, além de viajar quatro vezes mais que a média e gastar 30% mais que o turista tradicional.
 
Esses dados têm sido comprovados também no Brasil. A pesquisa feita pelo Observatório do Turismo na Parada LGTB de 2012 mostra que cerca de metade das pessoas que compareceram ao evento eram visitantes de fora da cidade.
 
Essas pessoas ficaram em média 3,6 dias na cidade e gastaram, individualmente, R$ 1.272,45 no período. Os gastos com as saídas noturnas, como ida a bares, boates ou festas ficaram em R$ 226,80 por visitante.
 
Criador de fundo internacional aposta na força do "pink real"
 
Paul Thompson, fundador da LGBT Capital (com sedes em Londres e Hong Kong), especializada em consultoria de investimentos para o mercado gay, diz que o Brasil tem muito potencial na área.
 
Para ele, o país é um mercado em franco desenvolvimento com potencial de R$ 300 bilhões. "Acredito no poder do 'pink real'".
 
 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Vincent e Bruno dizem sim no primeiro casamento gay da França



Publicado pelo Terra
 
Vincent Autin e Bruno Boileau se casaram nesta quarta-feira em Montpellier, no sul da França, no primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo no país, celebrado sob forte vigilância da polícia.
 
Autin, um técnico de informática de 40 anos, e Boileau, um funcionário público de 30, disseram "sim" na prefeitura da cidade francesa, após meses de protestos nas ruas contra a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção por gays.
 
"Eu vos declaro unidos em matrimônio, em nome da lei", declarou a prefeita socialista de Montpellier, Helene Mandroux, visivelmente emocionada. "É um dia histórico para vocês e para o nosso país", ressaltou. A França tornou-se o 14º país onde os homossexuais podem se casar.
 
O primeiro casamento gay na França foi realizado onze dias após a proclamação da lei de "casamento para todos", uma das principais promessas de campanha do presidente socialista François Hollande.
 
Cerca de 500 convidados aplaudiram os noivos na sala da prefeitura, onde os dois homens, vestidos de terno preto e gravata borboleta, entraram de mãos dadas ao som da romântica canção "Love", de Nat King Cole.
 
 
Depois de dizerem "sim", os noivos, que se conheceram há sete anos em um fórum de música na internet, se beijaram. A troca de alianças foi feita ao som de "Love and Marriage", de Frank Sinatra.
 
Logo depois, os dois tomaram a palavra para agradecer aos amigos e aos ativistas que lutam há muitos anos a favor do casamento homossexual, que dividiu e polarizou a sociedade francesa, provocando dezenas de protestos nas ruas e um aumento dos ataques homofóbicos.
 
Na praça em frente à prefeitura, onde havia grande mobilização policial, foram ouvidos alguns "vivas" aos noivos e outros gritos contra a cerimônia.
 
Pouco antes da entrada dos de Autin e Boileau na prefeitura, um manifestante acendeu fogos de artifício perto das câmeras de televisão, mas foi rapidamente retirado pela polícia, constataram jornalistas da AFP.
 
 
Mais de cem jornalistas franceses e do mundo inteiro viajaram a Montpellier para cobrir o primeiro casamento homossexual na França, um país majoritariamente católico, mas muito aferrado à separação entre a Igreja e o Estado.
 
O Parlamento francês aprovou no dia 23 de abril a legislação que autorizou que a França se tornasse o décimo quarto país a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a permitir a adoção por gays.
 
Segundo pesquisas, esta legislação é aprovada por quase dois terços dos franceses, mas enfrenta a resistência dos setores mais conservadores do país, que anunciaram que não cruzarão os braços, apesar da proclamação da lei pelo governo de Hollande.
 
A ministra do Direito das Mulheres e porta-voz do governo, Najat Vallaud-Belkacem, amiga dos noivos, compareceu à cerimônia. Ela ressaltou que após meses de embates entre partidários e detratores do casamento homossexual, " a sociedade precisa de paz".
 
O casamento homossexual é apoiado pela maioria dos franceses. As manifestações contra o casamento para todos - a última dos quais, realizada no domingo em Paris, terminou em incidentes violentos - foram apoiadas pelos partidos de direita e extrema-direta, além da Igreja Católica.
 
A mobilização de domingo, que, de acordo com os organizadores, reuniu um milhão de pessoas, e 150.000, de acordo com a polícia, terminou com mais de 300 manifestantes atrás das grades.
 
Símbolo dos protestos contra o casamento gay na França, Frigide Barjot pediu aos seguidores do grupo "Manif pour tous" (Manifestação para todos) que não se manifestassem contra a cerimônia desta quarta-feira. "Transmito aos recém-casados todos os meus votos de felicidade e fidelidade", disse Barjot.
 
"Não cederemos" ao combate, "nunca, nunca", afirmou Ludovine de la Rochere, um dos porta-vozes do movimento opositor ao casamento homossexual, e que já foi responsável pela comunicação do Episcopado francês.
 

O que vale numa adoção? O amor pelos filhos ou a sexualidade dos pais?


domingo, 26 de maio de 2013

Gay assumido é contratado por ex-time de Beckham nos EUA


 
Publicado pelo UOL
 
O americano Robbie Rogers se tornará o primeiro jogador assumidamente gay a atuar na Major League Soccer, principal competição de futebol dos Estados Unidos. Três meses após admitir publicamente ser homossexual e largar a carreira, o atleta assinou um acordo para defender o Los Angeles Galaxy.
 
A estreia de Rogers pelo clube, que contava com futebol de Beckham até o começo deste ano, deverá acontecer neste domingo contra o Seattle, caso a documentação dele seja liberada.
 
“Eu me senti um covarde (na aposentadoria). Tem jovens que lutam por seus direitos e estão mudando o mundo. Eu tenho 25 anos, uma maneira de expor minhas ideias e a possibilidade de ser um exemplo”, falou Rogers ao jornal USA Today após o acerto.
 
Rogers assumiu ser gay em fevereiro deste ano após deixar o Leeds United. Na ocasião, ele optou por abandonar a carreira de jogador profissional.
 

Franceses contrários ao casamento homoafetivo voltam a protestar em Paris


 
Publicado pelo Terra
 
Milhares de opositores ao casamento homossexual, que acaba de ser legalizado na França, deram início na tarde deste domingo a uma manifestação em Paris sob um forte esquema de segurança.
 
A lei foi promulgada na semana passada e o primeiro casamento gay será celebrado quarta-feira em Montpellier (sudeste), mas os opositores continuam a demonstrar sua força, em um clima particularmente tenso neste Dia das Mães na França.
 
"Último Dia das Mães antes da liquidação", proclamava um cartaz em meio à multidão de manifestantes, muitos dos quais gritavam palavras de ordem contra o governo socialista.
 
O presidente François Hollande, que prometeu durante sua campanha presidencial o "casamento para todos", tem sofrido forte oposição, especialmente por partidários da direita e círculos católicos, contra esta lei que também permite a adoção por casais do mesmo sexo.
 
A polícia mobilizou 4,5 mil agentes para escoltar as quatro marchas organizadas na capital - três delas convocadas pelo grupo "Manifestação para todos" e uma pelo Instituto Civitas, ligado a fundamentalistas católicos. O coletivo Manifestação para todos previu uma participação de mais de um milhão de pessoas. A polícia espera cerca de 200 mil manifestantes e algumas centenas de "extremistas" que podem querer provocar distúrbios.
 
Antes do início dos protestos programados, 56 militantes opositores do casamento gay foram colocados sob custódia nesta madrugada após uma manifestação surpresa no meio da avenida Champs-Elysées. Há vários dias, a líder dos opositores, Frigide Barjot, se diz ameaçada e privada da liberdade de expressão, a ponto de desistir de manifestar.
 
Nos últimos dias, as autoridades francesas intensificaram suas precauções contra o risco de provocação. Dizendo-se "preocupado" com as "ameaças" de grupos de extrema-direita, o ministro do Interior, Manuel Valls, "desaconselhou" a participação de famílias com crianças na marcha deste domingo.
 
"O ministro do Interior é responsável por nossa segurança, isso é problema dele, não nosso!", reagiu uma manifestante, Sylvie, acompanhada de seus quatro filhos, o mais novo dormindo tranquilamente em seu carrinho. Os organizadores da marcha também denunciaram as medidas do governo, consideradas por eles como "alarmistas" e destinadas a "intimidar" e "desmobilizar".
 
Nos últimos dias, a tensão aumentou entre o governo socialista e o principal partido de oposição, a UMP, de direita, acusada pelo primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault de ter uma "grande responsabilidade" ao "causar tensão e radicalização".
 
Principal alvo, o líder da UMP, Jean-François Cope, esteve presente na marcha deste domingo. Ele aproveitou a oportunidade para chamar os opositores ao casamento gay para "transformar o seu envolvimento nesta questão em compromisso político", unindo-se ao seu partido. O partido da Frente Nacional, de extrema-direita, também esteve representado por vários parlamentares eleitos.
 
Adotada definitivamente pelo Parlamento francês em 23 de abril, a lei que permite o casamento e a adoção por casais do mesmo sexo foi promulgada em 18 de maio, depois de quatro meses de batalha no Parlamento e nas ruas.
 
De acordo com uma pesquisa publicada neste domingo, cerca de três quartos dos franceses (72%) consideram que chegou a hora de os protestos acabarem, agora que a lei foi aprovada, tornando a França o 14º país a reconhecer o casamento gay.
 
Em vários países, o debate sobre a questão da homossexualidade e do conceito da família continua. No Brasil, onde o Supremo Tribunal autorizou o casamento entre casais do mesmo sexo, 100 mil membros de igrejas protestantes manifestaram no sábado para defender a "família tradicional".
 
Na Polônia, país majoritariamente católico, protestos também foram organizados em várias cidades neste domingo em "defesa da família", enquanto a esquerda tenta, sem sucesso, há vários meses reconhecer as uniões civis para casais gays e heterossexuais.
 
 

Ucrânia realiza sua primeira parada gay sob forte esquema de segurança


 
Publicado pela Folha
 
Centenas de defensores dos direitos dos homossexuais participaram de um ato neste sábado sob um forte esquema de segurança em Kiev, capital da Ucrânia, durante a primeira parada gay organizada na ex-república soviética.
 
"Este pode ser considerado um dia histórico", comemorou Elena Semionova, porta-voz dos organizadores.
 
"Somos cidadãos e queremos nossos direitos respeitados", declarou à AFP.
 
O desfile, organizado numa rua bem distante do centro da cidade de Kiev, sob a proteção de centenas de policiais, durou apenas 20 minutos, de acordo com um correspondente da AFP.
 
Os ativistas, incluindo gays e lésbicas de Alemanha, Dinamarca, Suécia, Noruega e Holanda, agitavam bandeiras com as cores do arco-íris.
 
A delegação alemã presidida pelo vice-prefeito de Munique, Josef "Hep" Monatzeder, desfilou sob o lema: "Munique saúda a sua cidade-irmã Kiev".
 
O anúncio da parada provocou uma onda de críticas na sociedade ucraniana e uma forte oposição da Igreja Ortodoxa do país, que tem entre um e dois milhões de homossexuais em uma população de cerca de 45 milhões, de acordo os organizadores.
 
As autoridades locais anunciaram que receberam mais de 500 reclamações de cidadãos ucranianos denunciando a ideia de uma parada do orgulho gay em Kiev, enquanto sessenta membros do Parlamento ucraniano assinaram uma petição pedindo a proibição de todos os desfiles de homossexuais na Ucrânia em maio e junho.
 
A justiça ucraniana proibiu na quinta-feira os ativistas dos direitos dos homossexuais de liderarem uma parada do orgulho gay no centro de Kiev, oficialmente por causa das celebrações dedicadas ao Dia da Cidade.
 
Assim, os ativistas decidiram se reunir em um local distante do centro, que foi comunicado aos participantes e jornalistas apenas na manhã deste sábado, por razões de segurança.
 
Os organizadores recomendaram que os participantes não usassem sinais específicos ou roupas chamativas, optando por roupas confortáveis e sapatos baixos para que pudessem correr em caso de ataque contra a parada.
 
E de fato, cerca de 500 ativistas anti-gays tentaram parar a marcha, gritando "gays, vão embora na Ucrânia", mas foram afastados pelos policiais.
 
Dois militantes religiosos que passaram pelos cordões de isolamento foram detidos.
 
No total, doze pessoas que protestavam contra o desfile foram detidas pela polícia.
 
A homossexualidade, que era punida por lei na URSS, continua a ser estigmatizada na Ucrânia, ex-república soviética, onde a Igreja Ortodoxa tem forte influência.
 
Em maio de 2012, uma parada gay na Ucrânia havia sido cancelada por seus próprios organizadores, devido aos temores de confrontos violentos com opositores.
 
Na Rússia, onde os homossexuais também são malvistos, ativistas tentaram organizar neste sábado - apesar da proibição por parte das autoridades - uma parada perto da sede do Parlamento russo em Moscou, mas foram detidos pela polícia.
 
Trinta pessoas - ativistas gays, mas também opositores ao desfile - foram detidos, indicou à AFP um porta-voz da polícia de Moscou.
 
O ativista russo Nikolai Baïev lamentou esse novo fracasso e elogiou as autoridades ucranianas por permitirem uma parada do orgulho gay em Kiev.
 
A Ucrânia "é, naturalmente, um país muito mais progressista do que a Rússia", disse à AFP.
 
Na Rússia, onde a homossexualidade era considerada um crime até 1993 e uma doença mental até 1999, qualquer manifestação organizada por ativistas gays está proibida desde 2006.