sábado, 16 de março de 2013

Carta de pai para filho gay faz sucesso nas redes sociais




Visto no Extra 

Nate e seu namorado Mike discutiam, por telefone, se o primeiro deveria contar ao pai que era gay. O assunto era claramente motivo de preocupação para o jovem. Mas, seu pai o poupou do trabalho ao escrever uma carta. O texto virou hit nesta sexta-feira nas redes sociais, embora sua origem ainda seja desconhecida.

Na carta, o pai diz ao filho que o ama desde o seu nascimento e que sabia de sua orientação sexual desde que Nate tinha seis anos. O pai ainda acrescenta: “Sua mãe e eu achamos que Mike e você são um casal fofo”.

O pai foi condecorado com o prêmio “Melhor Pais de Todos” pela revista gay Attitude, que postou uma foto da carta em sua página no Twitter. Nos comentários da foto, no Facebook, os internautas também parabenizaram o pai pela conduta.

 Leia a carta na íntegra:

“Nate,
Eu escutei sua conversa com Mike pelo telefone, ontem à noite, sobre seus planos de sair do armário para mim. A única coisa que você precisa planejar é trazer o suco de laranja e o pão para casa, depois da aula.

Nós estamos acertados agora.

Eu sei que você é gay, desde que você tinha seis anos e eu te amo, desde que você nasceu.

- Papai.

P.S.: Sua mãe e eu achamos que Mike e você são um casal fofo.”

'Eu acho que está acontecendo um absurdo', diz Zé Celso sobre novo papa e Marco Feliciano



Por Frederico Antonelli para o Virgula 

“Eu acho que está acontecendo um absurdo”, diz José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, que completa 76 anos dia 30 de março, sobre o mundo de hoje. “O mundo está muito louco. A gente lê cada coisa no jornal, tá todo mundo muito doido”, declara Marcelo Drummond, de 50 anos, que ao lado de Zé Celso, dirige a terceira e penúltima parte de Cacilda, que deve estrear no segundo semestre e tem, durante o mês de março, ensaios abertos (chamados de ritos-estúdio) às quintas-feiras. O Virgula Famosos acompanhou uma destas apresentações e conversou com alguns dos atuadores.

As declarações dos dois se referem aos fatos recentes como o conclave que elegeu o papa Francisco (“uma bosta”, na opinião de Zé Celso) e da nomeação de Marco Feliciano para presidir a Comissão de Direitos Humanos. “Eu acho que tem que ter uma intervenção nisso porque não é possível”, afirma o diretor que foi torturado na ditadura, em 1974.

E para ele, o teatro é o caminho: “O papel do teatro é de dar poder humano às pessoas”. Para Drummond, a função do teatro é “conceber uma catarse coletiva e servir como guia do que se pode fazer. O teatro é um espaço para experimentação”. Nesse contexto, o grupo prepara Cacilda!!! A glória no TBC. A peça retrata os anos da atriz no Teatro Brasileiro de Comédia, onde firmou a fama de primeira-dama do teatro brasileiro. 

A peça surgiu de uma promessa de Zé Celso. Seu irmão Luís Antônio Martinez Corrêa, assassinado a facadas em 1987 (acredita-se que o motivo do crime foi o fato dele ser homossexual) tinha o desejo de montar uma peça sobre atriz Cacilda Becker partindo da agonia dela no segundo ato de Esperando Godot (a atriz teve um derrame cerebral durante a encenação da peça em 1969, entrou em coma e morreu 38 dias depois).

Em 1990, Zé Celso teve uma erisipela (infecção cutânea causada por bactérias): “O que me fez parar inclusive na ala dos indigentes da Santa Casa e me disseram que poderia ser Aids. No hospital, eu pensei muito no meu irmão e na Cacilda e eu percebi como ela superava o corpo do teatro, a cena teatral como era naquela época. E eu fiz uma promessa de que, se eu não tivesse Aids, eu levaria a história da Cacilda para o grande público. E eu fui acordado por um médico lindo dizendo que o exame tinha dado negativo”.

A nova encenação terá a atriz Camila Mota como Cacilda Becker.  Ela conheceu o grupo em uma apresentação de Hamlet no Rio de Janeiro e se encantou. Veio para São Paulo pedindo asilo artístico para o grupo em 1997 e nunca mais saiu do grupo desde então. A atriz, que participou das montagens das duas primeiras partes da peça, diz que o diferencial é a intensidade do grupo que vive o teatro na sua totalidade. 

Com sua cultura antropofágica de ser, o grupo devora tudo ao seu redor e regurgita a história da dama do teatro brasileiro citando o novo Papa, Marco Feliciano, o Ecad, o vatileaks e até mesmo a melodia de Ah... Lelek lek lek lek, entram no samba do rito-estúdio.  As apresentações acontecem às quintas-feiras de março e são transmitidas ao vivo pelo site do grupo.

As mães dos gays precisam sair do armário” Por Fernanda Aranda



Por Fernanda Aranda  para o iG

Colunista do iGay, Majú Giorgi assume de peito estufado que seu filho é homossexual e discute o papel da família na luta contra a homofobia


Uma conversa sincera e emocionada com um garoto de 15 anos foi o estopim para o “pé na porta” do closet. Maria Júlia Giorgi , paulistana, mãe de família, irmã mais velha de 5 irmãos, estava com 37 anos quando fez da confidência do filho mais velho o início de sua militância pelos homossexuais.

Majú, apelido que virou identidade, é casada e heterossexual. Mas entendeu o desabafo do primogênito André como uma espécie de convite. Ele contou para a mãe que era gay. Ela, já ao final da frase do garoto, aceitou oferecer a mão para levantar a bandeira contra a homofobia. Juntos, mãe e filho saíram do armário.

Há dez anos Majú, 47, assumiu essa missão. Mantém um blog no iGay – Mãe pela Igualdade - onde se dispõe a ajudar a transformar a família dos LGBTT (sigla para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros) em um espaço pacífico, sem violência e que contribua para a igualdade de direitos.

“Muitas vezes é dentro de casa que o homossexual enfrenta os primeiros preconceitos, é marginalizado e entra em profundo sofrimento”, afirma.


Para romper este ciclo de violência, reproduzido em agressões com lâmpadas em plena Avenida Paulista , em São Paulo, ou em assassinatos de homossexuais em portas de casas noturnas de qualquer canto do País, Majú pede que as “mães dos gays saiam do armário”.

"Você não pode exigir um Estado e um governo justos se tem uma atitude discriminatória dentro da sua própria casa", afirma ela. Não por coincidência, o primeiro palco de atuação de Majú pela causa gay foi a própria família.


O início

“Meu filho, desde a mais tenra idade, tinha uma sensibilidade incrível. Lembro dele, muito pequeno, dizendo que tal cor não o favorecia”, rememora, com humor. “Há muito tempo convivia com o feeling de que ele era gay. Aos 15 anos, quando ele contou, eu estava preparada. A minha reação foi abraçá-lo e dizer que estávamos juntos naquela empreitada”, diz.

André só precisou contar para a mãe sobre sua homossexualidade. Informar o resto da família ficou por conta de Majú. Apesar de ter sido criada por pais que “sempre defenderam a liberdade de pensamento, escolha da profissão e modo de viver”, ela estava convencida de que precisava assumir uma postura incisiva.

Sabia que para conversar com os parentes teria de ter um discurso firme, bem mais firme do que aqueles que ensaiou para noticiar que mais uma vez tinha repetido de ano na escola, ou quando informou que estava grávida, sem planejar, em pleno segundo ano da faculdade de jornalismo.


“Contava que o André era gay e não permitia nenhuma insinuação ou espaço para comentários maldosos. 

Quando meu filho chegava para conversar com uma tia ou primo, eu já havia feito todo um trabalho com aquela pessoa, de doutrina mesmo”, conta. “Tanto que na minha família não existe esse clichê de que você pode ser gay desde que pareça macho. Há espaço para posturas afeminadas, para levar namorado em eventos e para o André ser quem ele é de verdade.”

Um espaço para discussão, tirar dúvidas e derrubar mitos

Majú sabe que a atitude acolhedora que teve com o filho não é unanimidade. Entende também que algumas mães não sabem o que fazer com a informação de que os filhos são homossexuais. Por isso, oferece seu blog como um canal para tirar dúvidas, discutir anseios e quebrar mitos.


Ela está convencida de que quando as mães acolhem os filhos é formada mais uma película de proteção à violência das ruas. André, hoje com 25 anos, fotógrafo bem-sucedido, cheio de amigos e amor, tem uma marca, completamente inofensiva. “Ele tatuou ‘Let it Be’ no braço. A música (dos Beatles) é nossa. Eu cantava pro Dé e para minha filha Gabi, a Be. Em nossa homenagem, ele transformou em tatuagem”, diz, orgulhosa.

“Meu filho está tão bem que hoje a minha luta não é mais por ele. É pelos muitos que seguem sozinhos, em guetos, vivendo nos bastidores do mundo LGBTT que, infelizmente, ainda é muito violento.”

sexta-feira, 15 de março de 2013

Rainha Elizabeth II entra na briga contra discriminação a homossexuais




Por Diogo Carvalho para o BLOG LGBTUDO

Mesmo com seus 86 anos, a rainha Elizabeth II mostra porque é orgulho do povo britânico. Ela assinou no dia 11 de março, em Londres, uma nova declaração de direitos humanos contra a discriminação aos homossexuais. A rainha recebeu apoio de todos os países do Reino Unido e ex-colônias britânicas para assinar a nova declaração.

O jornal semanal Mail on Sunday adiantou no domingo que o documento declara que os assinantes “são opostos de forma implacável a toda a forma de discriminação”. A carta, apoiada por 54 países, abrange também aspectos da governabilidade democrática, o respeito à lei, à segurança internacional e à liberdade de expressão.

O porta-voz do Palácio Buckingham informou que a rainha “é apolítica, porém assina o documento com chefe da Commonwealth”, que abrange países como Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Quênia e Nigéria.

'Luta do novo Papa contra união gay, aborto e educação laica continuará'



Visto no site da Globo News

O professor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ Francisco Carlos Teixeira fala sobre a relação do novo Papa com Cristina Kirchner e a posição dele em relação ao casamento entre homossexuais e o aborto.

Nos jornais argentinos, uma grande repercussão sobre a eleição do Papa Francisco, natural de Buenos Aires, e a suposta polêmica de que a presidente do país, Cristina Kirchner, não teria simpatia por Jorge Mario Begoglio, enquanto cardeal. “A questão é muito grave porque o casal Kirchner, e ela particularmente, foram muito duros com o cardeal. Eles chegaram a impedir que missas festivas fossem feitas em Buenos Aires, transferindo para outras províncias, para que o cardeal não estivesse presente. Enquanto cardeal, ele era muito amigo de Eliza Carrió, uma líder da oposição à esquerda de Cristina Kirchner, e tem uma amizade especial pelo ex-prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, o diretor do Boca Juniors. Ele é o grande opositor de Cristina, e o Papa o trata como filho. Cristina vai à Roma, e isso, na linguagem histórica, em que os imperadores resolviam ir à Roma, era reconhecer a derrota”, explica Francisco Carlos Teixeira, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ.

Há ainda outra polêmica, de que o Papa Francisco, enquanto cardeal, teria sido omisso na época da ditadura. Hoje, Adolfo Perez Esquivel declarou que isso não aconteceu. “É muito complicado no nosso país e no Chile a atuação da igreja durante aqueles anos difíceis da ditadura. No caso da Argentina, a igreja se ausentou. A acusação que pesa contra o Papa hoje é a de que ele teria sido omisso na desaparição e prisão de dois padres jesuítas, o padre Francisco e o padre Orlando. Na verdade, Perez Esquivel, que é um histórico defensor do direitos humanos, Prêmio Nobel da Paz por isso, disse hoje na primeira página de La Nación, que isso não é verdade. E o Papa, no seu livro de memórias, ainda como cardeal, diz: ‘Eu não tinha forças. Eu não conhecia’. Então, acusar alguém de omissão dessas condições é complexo”, declara o professor.


A posição do novo Papa sobre união homossexual e aborto

Enquanto cardeal, em Buenos Aires, Jorge Mario Begoglio já lutava contra a união entre homossexuais e contra o aborto. Francisco Teixeira diz que isso não deve mudar. “Se as pessoas estão esperando alguma mudança radical, não haverá. Francisco fez uma opção pelos pobres, pelo serviço social, o que ele já fazia em Buenos Aires, mas ele sinaliza que os valores morais não vão mudar. Aquilo que marcou a administração dele em Buenos Aires, a luta contra a união dos gays, a luta contra o aborto, a luta contra a educação pública laica, vão continuar como elementos fundamentais”, declara.


O professor lembra ainda de um caso ocorrido em Buenos Aires, quando um rapaz matou a própria mãe. “O cardeal, hoje Papa, deu uma entrevista dizendo: ‘Por que vocês estão escandalizados quando um filho mata a mãe, se tem centenas de mães que todo dia matam os filhos?”.

Veja o vídeo aqui

quinta-feira, 14 de março de 2013

Papa disse que impedir casamento gay "é uma guerra de Deus" e foi reprimido por Cristina




Visto no UOL 

O papa Francisco 1º, nome adotado pelo argentino Jorge Mario Bergoglio, escolhido nesta quarta-feira (13) para suceder Bento 16, já sofreu duras críticas da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, após ele liderar uma campanha contrária a união de pessoas do mesmo sexo. As críticas foram feitas em julho de 2010, quando o Senado argentino aprovou o casamento gay.

Na época, Bergoglio afirmou que a aprovação do casamento gay era um "ataque destrutivo ao plano de Deus" e que a adoção de crianças por homossexuais era uma maneira de discrimina-la.

Após as declarações, o novo pontífice, então arcebispo de Buenos Aires, sofreu uma reprimenda pública da presidente, que estava em Pequim, na China, em viagem oficial. Kirchner acusou as lideranças religiosas contrárias ao casamento gay de estarem nos "tempos das cruzadas".

Na Argentina, Bergoglio é conhecido pelo conservadorismo e pela batalha contra o kirchnerismo. O prelado também é reconhecido por ser um intenso defensor da ajuda aos pobres. O argentino costuma apoiar programas sociais e desafiar publicamente políticas de livre mercado.

Bergoglio é considerado um ortodoxo conservador em assuntos relacionados à sexualidade, se opondo firmemente contra o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o uso de métodos contraceptivos.

Em 2010, entrou em controvérsia pública com a presidente Cristina Kirchener ao afirmar que a adoção feita por casais gays provocaria discriminação contra as crianças.

Em seu primeiro discurso, feito logo após o anúncio de seu nome, Francisco 1º agradeceu ao acolhimento da comunidade de Roma e lembrou do papa emérito Bento 16, seu antecessor.
Primeiro papa latino-americano da história da Igreja Católica, Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, em 17 de dezembro de 1936.

Foi ordenado sacerdote em 13 de setembro de 1969 e nomeado bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires pelo papa João Paulo 2º em 20 de maio de 1992. No mesmo ano, ele foi confirmado como bispo titular da capital argentina, em 27 de junho.

A nomeação como arcebispo também foi feita por João Paulo 2º em 3 de junho de 1997. Chegou ao posto de cardeal pelas mãos do mesmo papa em 21 de fevereiro de 2001.

Bergoglio é o 266ª papa da história da Igreja Católica. Filho de um casal de italianos --Mario e Regina Bergoglio--, o religioso jesuíta chegou a se formar como técnico químico, mas logo abraçou o sacerdócio e começou seus estudos religiosos no seminário de Villa Devoto, bairro da capital argentina.

Estudou na faculdade de teologia do colégio de San José, em San Miguel de Tucumán, cidade no norte da Argentina.

Seu sacerdócio começou em 1969, mesmo ano em que foi para Espanha completar sua formação intelectual de jovem sacerdote na Universidade Alcalá de Henares, em Madri. A partir de seu retorno à Argentina, em 1972, continuou sua carreira apostólica no norte do país, na mesma San Miguel de Tucumán.

Bergoglio retornou a Europa em 1986, na Alemanha, para concluir seu doutorado, mas acabou retornando ao seu país no mesmo ano para assumir o cargo de diretor espiritual e confessor da Companhia de Jesus, em Córdoba.

Seu retorno à cidade natal aconteceu em 1992, quando foi nomeado por João Paulo 2º bispo de Auca e auxiliar de Buenos Aires.

Pastor tira 'homofobia' da pauta na 1ª reunião à frente dos Direitos Humanos



Visto no Estadão 

Em sua primeira reunião à frente da Comissão de Direitos Humanos, que ocorrerá na quarta-feira, 13, o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) tirou o tema "homofobia" da pauta. Ao mudar a agenda prevista, Feliciano tenta esvaziar os trabalhos da comissão e afastar os manifestantes que protestam contra sua permanência na presidência.

A pauta anunciada na véspera era polêmica, com previsão de discussão de projetos que preveem plebiscito para decidir sobre a união civil de pessoas do mesmo sexo, que estabelecem penas para discriminação contra heterossexuais e que definem crimes resultantes de discriminação e preconceito de raça, cor, etnia e religião.

"Todos ponderaram que tudo isso, essa confusão, causa desgaste para ele", afirmou o deputado Leonardo Gadelha (PSC-PB), um dos 11 de 16 deputados que participaram da reunião que manteve Feliciano na presidência da comissão. "Ponderamos se ele tinha condições pessoais de assumir, e ele disse que sim."

"Meu partido pediu que eu ficasse, então eu fico", afirmou Feliciano, ao anunciar que fará hoje um pronunciamento durante a sessão da Comissão de Direitos Humanos. O pastor passou o dia de ontem rodeado de seguranças para poder se locomover.

A permanência de Feliciano na comissão foi um dos assuntos da reunião de Colégio de Líderes, nesta terça-feira, 12. A maioria deles mostrou preocupação com a crise desencadeada com a eleição do pastor. Mas reafirmaram que a vaga pertence ao PSC, fruto de acordo feito entre as lideranças partidárias na partilha das 21 comissões permanentes da Câmara. O PMDB, o PSDB e o PP cederam suas cinco vagas para o PSC na comissão.

"Esperamos que ocorra a revogação dessa eleição", afirmou o deputado Ivan Valente (SP), líder do PSOL. "Não entendo que deva continuar. Se ele entender que vai continuar, sua bancada é que vai concordar ou não. Não posso interferir", observou o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Integrantes do PT, do PSOL e do PSB decidiram criar uma Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos Humanos e protocolar pedido de mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a sessão que elegeu Feliciano para presidência da comissão. Esses parlamentares pretendem obter uma liminar cancelando a sessão da eleição e, dessa forma, suspender a escolha de Feliciano. A alegação é que a escolha foi realizada a portas fechadas, o que fere o regimento da Câmara.  

quarta-feira, 13 de março de 2013

Haddad e Serra são eleitos ‘inimigos’ do Grupo Gay da Bahia e Paes, ‘amigo’




Visto em O Globo 

O prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), o tucano José Serra e ministro da Educação Aloizio Mercadante (PT) encabeçam a lista dos inimigos dos homossexuais e serão agraciados com o troféu “Pau de Sebo”, na 23ª edição do Oscar Gay, versão 2012, promovido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), mais antiga entidade do gênero registrada no Brasil. Os três foram escolhidos por terem condenado, no ano passado, o kit anti-homofobia.

Para a versão do próximo ano, o GGB já antecipa que o deputado Pastor Feliciano, eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados é o grande “candidato” ao título de inimigo número 1 dos homossexuais. Como a “regra” da comenda não prevê que um mesmo personagem seja escolhido mais de uma vez, o pastor Silas Malafaia escapou de levar o “Pau de Sebo” 2012.

O Oscar Gay foi criado para homenagear os amigos e denunciar os inimigos dos homossexuais. Entre os amigos dos gays, que receberão o Troféu Triângulo Rosa, estão o prefeito do Rio, Eduardo Paes, pela criação de um centro de referência para atendimento de homossexuais; as corregedorias gerais de Justiça da Bahia, São Paulo, Distrito Federal, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, pela legalização do casamento homoafetivo igualitário; o arcebispo primaz da Igreja Anglicana do Brasil, Roberto Carlos; as cantoras Daniela Mercury e Sandy; e a apresentadora Marília Gabriela, “pelo apoio à cidadania LGBT”.

O Triângulo Rosa é uma alusão ao distintivo utilizado pelos nazistas nos campos de concentração para identificar os prisioneiros homossexuais. Atualmente, tornou-se o símbolo internacional do orgulho gay LGBT. Já o “Pau de Sebo” aproveita uma tradição irreverente do folclore brasileiro, segundo o GGB, “para mostrar o ridículo de ser inimigo dos LGBT: por mais que queiram espezinhar os gays e destruir o movimento de libertação homossexual, nunca chegam a seu objetivo, caindo e se lambuzando no pau de sebo da intolerância”. 

Rede social gay lista os estados brasileiros onde há mais ativos e passivos.




Visto no Zona Mix

Um dos mais tradicionais sites de pegação gay, também conhecido como rede social, o ManHunt fez um mapa do Brasil. Até aí, nada demais. O destaque ficou para o seguinte: o site fez uma divisão dos estados brasileiros entre as preferências sexuais dos gays. Em outras palavras, o ManHunt listou os estados brasileiros onde há mais ativos e passivos.

Os “dados” foram colhidos a partir de informações dos membros do próprio site – e, claro, não é um método científico. A novidade é que, em maioria, os brasileiros são ativos. Segundo o ManHunt, o Ceará é um dos poucos estados em que há maioria de passivos. Alguém aí desconfiava?

Dos 26 estados mais o Distrito Federal, apenas 9 têm gays em maioria passivos. São eles: Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe, Pernambuco (ahn?!), Ceará, Piauí, Tocantins e Pará. Não há informações sobre a, digamos, categoria “versátil”.

O site também fez a mesma pesquisa em outros países em que atua. Segundo o Manhunt, Costa Rica, Venezuela e Cuba são os três países onde há mais ativos; Dinamarca, Taiwan e Malásia são os que têm passivo em maioria.

terça-feira, 12 de março de 2013

Estruturação discute homofobia religiosa na terça-feira 12




Por Estruturação 
Visto no Parou Tudo 

A vergonhosa eleição do pastor homofóbico e racista Marco Feliciano (PSC-SP) como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados recolocou em pauta algo que é impossível nós LGBT esquecermos: o uso da religião para propagar o ódio contra LGBT e a falta de reconhecimento de nossos direitos.

Como nós LGBT podemos fazer frente a essa artimanha vil? Esse é o tema da reunião que marca o retorno dos encontros semanais do Estruturação – Grupo LGBT de Brasília em 2013. Marque na sua agenda: terça-feira 12 a partir das 19h30 em nossa sede (SRTVS 701 Ed. Assis Chateaubriand, bl. 1, sobreloja 28, perto do Shopping Pátio Brasil).

"Homossexualidade no Vaticano" Por Arthur Virmond de Lacerda Neto



Por Arthur Virmond de Lacerda Neto
Visto na Revista Lado A 


“As chaves de S. Pedro” é o romance que Roger Peyrefitte publicou em 1955, cujo tema consiste na descrição dos costumes e das práticas da igreja católica, tal como existiam então. Embora se trate de romance, em que o protagonista é fictício, o seu conteúdo, em princípio, guarda fidelidade aos fatos.
 
Transcrevo o trecho do romance concerrnente  à homossexualidade de alguns papas: “Sob o Renascimento, a calúnia atacou até os papas. A história nos fala das suas pretensas amantes, de seus pretensos favoritos. Du Bellay (1) divertiu-se em descrever  um Ganimedes (2) com o solidéu vermelho na cabeça: era o cardeal Inocêncio del Monte que tinha, então, dezessete anos e que se tornou deão do Sacro Colégio (3). Mas du Bellay conduziu a calúnia aos limites do burlesco, quando acrescentou que o Papa - Júlio III del Monte -  tinha mais de cinqüenta Ganimedes, querendo dizer os cinqüenta e poucos cardeais que formavam o senado da Igreja. Não penso que o cardeal du Bellay haja revelado a seu sobrinho poeta que, na cerimônia de investidura dos cardeais, figurassem cerimônias análogas às que se reprovaram nos Templários. De outro lado, quando o mesmo poeta assegurou que só pode julgar Roma aquele que, em pleno dia viu os cardeais encapados fazerem amor, ele me lembra o judeu de Bocacio, que se converteu por ver reinar todos os vícios na corte romana. Nada havia lá senão os vícios, como dirias da antigüidade.
 
Em épocas longínquas, a Igreja foi bem desculpada por acolher em seu seio víboras lúbricas. Nem sempre foi um chamado de Deus que conduzia ao clericato; muitas pessoas tinham somente o traje de padre, de arcebispo ou de cardeal. Não estudei o processo daquele arcebispo florentino cujos mal protesi nervi foram imortalizados na Divina Comédia (4). Mas desconfio desta acusação de “nervos mal tensos” que faz parte do velho fundo cômico da raça latina. Nos povos viris, ela é especialmente de honra e, quando se trata de meio de que, em princípio, as mulheres são banidas, ele é de rigor. Um panfleto taxa Alexandre VII Chigi das mesmas coisas de que, dois séculos mais cedo, du Bellay taxava Júlio III e que, dois séculos atrás, fora exprobado em Sisto IV. Mas lá também o exagero serve de limite: o autor pinta-nos as escadarias do Vaticano entulhadas de desregrados que subiam e que desciam e a praça Navone cheia de prostitutas que se lamentavam por não mais encontrarem freguesia. No século seguinte, Casanova (5) procurou mostrar que seus hábitos não haviam mudado. Mais tarde, os sonetos de Belli deixavam supor que o bom Gregório XVI rezava no mesmo missal. Em nossos dias, não se insinuou de Bento XV? Tudo isto são brincadeiras.” (Páginas 175-6 da edição brasileira).
 
Em outra passagem, o personagem do romance diz ao seu interlocutor: “Esta comprida construção que está diante de nós é habitada por refugiados. Regorgita de crianças e o meu gosto pela juventude, se bem que reintegrado em limites sábios, não se limita aos heróis da Congregação dos Ritos e aos retratos” (página.289 da edição brasileira).

O personagem, padre,  informa que no prédio fronteiro há crianças e que mantém gosto pela juventude,  gosto que anteriormente se achavam fora de limites sábios,  que, no presente achavam-se dentro deles e que não se limitava a heróis de uma das corporações do Vaticano nem a retratos de pessoas:  o personagem insinuou a sua apetência sexual por crianças.
 
1- João du Bellay (1792 – 1560) foi cardeal e poeta; era primo de Joaquim du Bellay (1522 – 1560).
2- Na mitologia grega, Ganimedes era príncipe de Tróia, por quem se apaixonou o deus Zeus, que se transformou em águia, raptou-o e possuiu-o sexualmente.
3- Inocêncio del Monte (1532 – 1577) foi cardeal, sobrinho adotivo do papa Júlio III e, talvez, seu amante.
4- No  canto XV, estrofe 114 da Divina Comédia,   Dante refere-se à homossexualidade de André de Mozzi, bispo de Florença, de 1287 a 1295.
5- João Casanova (1725 – 1789), autor de memórias da sua vida.