sábado, 12 de maio de 2012
'Quando a piada vira ofensa - o caso da @cleycianne vs. @gaybrasil" Por Lucas Freitas
Por Lucas Freitas para O Grito da Bicha
Dica de Augusto Martins 
Ultimamente tem havido muita discussão na internet sobre o que é ou não é
 humor. Com o crescimento de usuários brasileiros no twitter, começou a 
existir uma nova classe de "humoristas" no Brasil: os twitteiros. Uma 
grande parte das pessoas usam o twitter pra fazer piada, brincadeiras e 
ficar falando de casos do dia-a-dia com - ou uma tentativa de - humor. 
Mas o que tem acontecido muito também, é algumas pessoas fazerem piadas 
preconceituosas. Inclusive pessoas "famosas" já caíram na idiotice de expressar suas opiniões próprias
 (e escrotas) através de "piadas" no twitter, pensando que TODO MUNDO 
aceitaria como tal. E hoje pela manhã tivemos mais um caso de piada que 
virou ofensa.
Tudo começou quando a Cleycianne, a Diva do Senhor, escreveu na sua página os seguintes tweets:
Ou seja: ela contou um causo do dia da sua personagem e depois propôs uma brincadeira: "Como seria #UmMundoSemHomossexuais?",
 com a intenção de que seus seguidores mandassem tweets dizendo como 
seria um mundo sem homossexuais, usando a hashtag que ela criou. É assim
 que esses perfis de "humor" do twitter vivem: criando memes. E isso foi
 o suficiente pra Cleycianne se cagar.
A hashtag criada por ela fez sucesso e foi parar nos Worldwide trends. Muita gente criticava essa hashtag e muitos outros apoiavam e muito outros também brincavam junto com a Cleycianne. O que talvez ela não esperasse é que num país onde a homofobia é tão grande, uma "piada" como essa fosse usada por homofóbicos e preconceituosos para espalharem sua raiva e não apenas pra fazer "humor".
Deu-se que o twitter @gaybrasil
 ficou puto com essa hashtag e resolveu dizer aos seus seguidores que 
denunciassem a Cleycianne. Ficou discutindo com outras pessoas que 
estavam espalhando a hashtag e depois soltou uns tweets muito dignos pra
 se pensar:
Ok, quem segue a Cleycianne sabe que tudo o que ela escreve é humor, uma
 maneira de satirizar um tipo de evangélica. Faz piadas com famosos, com
 gays, lésbicas, cantoras, atores e até com os próprios evangélicos; 
afinal, esse twitter é uma tiração de sarro com um tipo de evangélicas, 
né?
Muitas pessoas falaram que é ridículo denunciarem o perfil da Cleycianne, pois era apenas uma brincadeira. Mas me digam uma coisa: o que o @gaybrasil falou não faz sentido? Vejam vocês: se a Cleycianne tivesse criado a hashtag "#UmMundoSemNegros" ainda seria considerado humor? Claro que não seria! As pessoas a chamariam de racista e provavelmente teria sido excluído o twitter dela. Agora, se a brincadeira é com os gays, é apenas ~~~~~~ HUMOR.
Vocês podem até dizer: "é apenas uma piada, relaxa" ou "calma aí, é uma 
piadinha de twitter, uma brincadeira". E eu realmente acho que talvez a 
intenção no começo tenha sido de apenas uma piada, o problema é que a 
brincadeira tomou proporções tão grandes, que deixou de ser brincadeira 
para se tornar ofensa. Se eu não fosse seguidor da Cleycianne e visse 
uma hashtag dessa nos TTs eu ficaria ofendido... Como sempre ouvi falar:
 "só é brincadeira quando dois estão brincando, quando apenas um brinca,
 já se torna ofensa"; e isso aconteceu com essa intenção de brincadeira 
da Cleycianne: se tornou ofensa.
Não acho o twitter dela homofóbico e nem que tenha sido essa a intenção da hashtag, mas a brincadeira acabou se tornando homofóbica e isso não se pode negar.
Deixo aqui pra vocês pensarem o que o @gaybrasil escreveu: "Se alguém fizesse um perfil sobre um branco que não gosta de negros, estaria preso". Beijos.
Não acho o twitter dela homofóbico e nem que tenha sido essa a intenção da hashtag, mas a brincadeira acabou se tornando homofóbica e isso não se pode negar.
Deixo aqui pra vocês pensarem o que o @gaybrasil escreveu: "Se alguém fizesse um perfil sobre um branco que não gosta de negros, estaria preso". Beijos.
Campanha de Obama divulga cartaz oficial de apoio ao casamento gay
Visto no Mix Brasil 
Dica de Augusto Martins 
Ao anunciar seu apoio ao 
casamento gay nesta quarta-feira, 9 de maio, Barack Obama trouxe o 
assunto para o centro da campanha presidencial norte-americana. Mas a 
declaração do atual presidente e candidato a reeleição dada ao canal de 
TV ABC foi algo planejado. A prova é a foto de um cartaz divulgado no 
Instagram oficial da campanha de Obama que mostra que o casamento gay já
 era uma bandeira prevista antes mesmo de Obama fazer a declaração de 
apoio. 
Em tradução livre, o cartaz anuncia: "todo e qualquer 
americano (gay, hétero, lésbica, bissexual e transgênero), todo e 
qualquer americano merece ser tratado de forma igual, pelos olhos da lei
 e da sociedade. Essa é uma proposta muito simples. Barack Obama."
Segundo
 analistas, a percepção pública do casamento entre gays está evoluindo 
mais rapidamente que qualquer outro tema político nos Estados Unidos. 
Uma pesquisa do jornal The Washington Post mostra que em 2008, apenas 
36% dos americanos apoiavam a legalização do casamento entre gays, 
contra 52% no último estudo.
"Homossexualidade expõe modernização dos costumes" Por Silmara Conchão
Por Silmara Conchão para o Repórter Diário 
Dica de Augusto Martins 
Em minha pesquisa realizada em Santo André sobre sexualidade foi 
notável as opiniões divergentes sobre o tema num grupo de jovens. Apesar
 de alguns afirmarem não ter preconceito viu-se nitidamente a 
contradição quando surgiram expressões do tipo: “eu não tenho 
preconceito, mas não ando com gay, não converso, não critico e não tenho
 amizade” ou “se eu vejo, não vou ficar xingando, saio de perto”.
Observou-se maior tolerância das moças frente ao tema, que com mais 
tranquilidade disseram ter amizades com garotas e garotos gays. Em tom 
maduro, afirmaram a importância das pessoas assumirem primeiro para si 
sua identidade: “Eu acho que se você é gay, você tem de ser o que é e se
 aceitar”.
As reações discriminatórias foram maiores entre os rapazes, contudo, 
não se pode afirmar que as opiniões são imutáveis. Por toda a vida 
pensarão desta forma. A presença de gays nos espaços públicos parece 
desafiar a reputação do “macho” que se sente ofendido diante de dois 
homens namorando.
Indignados, alguns rapazes disseram que hoje em dia tem gay em todo o
 canto. Na televisão, na escola, no metrô, nas ruas, no trabalho. 
Afirmam que a televisão teve papel fundamental para que gays fossem para
 as ruas como estão hoje. E com isto “se as crianças virem homem com 
homem ficam induzidas”. Para alguns, o fato seria ótima justificativa 
para que homossexuais não namorassem em locais públicos.
A discriminação contra homossexuais ocorre, em muitas vezes, de forma
 velada, por meio de referências preconceituosas e pejorativas com o 
intuito de humilhar, discriminar, ofender, ignorar, isolar e ameaçar.
Decorre dessa situação, para adolescentes homossexuais, uma dificuldade 
imensa em como administrar o estigma social. O constrangimento, produto 
de nossa educação machista, modula o modo de administrar sua identidade 
sexual. Uns assumem publicamente a existência do parceiro do mesmo sexo,
 outros tentam disfarçar e se esconder. Em ambas as situações, tenham 
certeza, há muita dor e sofrimento.
Mesmo assim, na pesquisa houve uma declaração corajosa de um dos 
rapazes que revelou no grupo sua bissexualidade. Namora e frequenta 
boate gay com a namorada, e se diz a favor da felicidade das pessoas, 
pois, isto é o que importa e que ninguém, segundo ele, tem que obedecer a
 “dogmas religiosos”, “tem sim é que buscar suas formas de sentir prazer
 e viver coisas novas”.
Embora vivamos numa sociedade que ainda insiste em nos ensinar que a 
heterossexualidade é a mais natural, correta e até mesmo a única maneira
 de nos relacionarmos afetiva e sexualmente, na vida real vemos que as 
práticas são outras e o debate sobre a afirmação da homossexualidade 
está em curso.
O debate é pautado sobre um clima de crescente liberalização dos 
costumes associados a estilos de vida diversos que vêm se mostrando a 
cada dia. Ao mesmo tempo, o conservadorismo tem afiado suas garras para 
manter a homossexualidade no campo da promiscuidade, doença, do desvio 
de comportamento, feio, pecado, e se mostra violento com reações que 
discrimina, humilha e mata. Direitos humanos, sexuais e reprodutivos são
 para toda gente, sem distinção. Está na hora de repensarmos valores e o
 nosso papel na luta contra qualquer tipo de violência.
Silmara Conchão é socióloga, professora da Faculdade de Medicina do ABC e autora do livro ‘Masculino e Feminino, a primeira vez’
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Ricky Martin elogia Barack Obama por aprovar casamento gay
Visto no Terra
Dica de Augusto Martins 
Pelo Twitter, o cantor porto-riquenho Ricky Martin agradeceu o
 presidente dos EUA, Barack Obama, por suas declarações a favor do 
casamento entre pessoas do mesmo sexo, nesta quarta-feira (9). 
Em sua conta na rede social, ele escreveu: "@BarackObama obrigado
 por afirmar que todos os americanos merecem os mesmos direitos. 
Histórico!", elogiou, aproveitando para confirmar sua presença no evento
 para arrecadação de fundos para a campanha eleitoral do político, na 
semana que vem. "Que orgulho ser seu anfitrião na próxima segunda-feira 
(14)."
 Em entrevista à emissora ABC, realizada no Salão Oval da Casa 
Branca, em Washington D.C., nesta segunda, Obama declarou: "concluí que é
 importante dar um passo adiante e afirmar que acho que casais do mesmo 
sexo deveriam poder se casar". 
O presidente já demonstrava apoio à causa dos homossexuais na 
campanha eleitoral de 2008, mas é a primeira vez que ele fala 
abertamente em casamento entre pessoas do mesmo sexo. No final de 2010, 
Obama afirmou que sua postura sobre o tema "estava evoluindo".
 Martin revelou ser gay no dia 29 de março de 2010. Na ocasião, 
ele classificou como um presente sua preferência sexual, tema sobre o 
qual se estendeu na autobiografia Eu, lançada no mesmo ano.  
Mitt Romney teria humilhado colega gay na escola, diz jornal
Visto na Exame
Mitt Romney, o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, 
teria humilhado um colega gay durante seus tempos de escola. As 
informações são do jornal Washington Post. 
Nos anos 1960, quando Romney estava na escola Cranbrook, elitista e 
exclusiva para garotos, ele teria cortado o cabelo de um colega gay, 
como parte de um processo de humilhação. Romney já havia criticado John 
Lauber, que usava cabelos compridos e tingidos de loiro e, um dia, junto
 com um colega, Romney teria jogado o estudante no chão e cortado seu 
cabelo à força. 
O incidente foi reportado ao jornal por cinco estudantes diferentes: 
Matthew Fredemann, Phillip Maxwell; Thomas Buford, David Seed e outro 
ex-aluno que pediu para não ser identificado. A vítima, que poderia 
confirmar a história, morreu em 2004. O jornal informou que alguns 
desses antigos colegas hoje são Democratas – Buford foi voluntário na 
campanha de Obama em 2008. Os ex-alunos afirmam que a opinião política 
não mudou suas lembranças. 
O porta-voz da campanha de Romney afirmou que o candidato não tem 
nenhuma memória do incidente. “As histórias, de quinze anos atrás, 
parecem exageradas (...) Romney não tem nenhuma lembrança de ter 
participado desse incidente”, infoma o comunicado. 
O site Politico lembrou que a reportagem do Washington Post foi 
publicada na mesma semana em que o presidente e candidato democrata 
Barack Obama anunciou ser favorável ao casamento gay. 
Hoje, Romney afirmou que fez algumas coisas “idiotas” quando era jovem, 
em entrevista à Fox News Radio. No entanto, o candidato disse não se 
lembrar do incidente com Lauber. “Preguei várias peças no ensino médio, 
fiz algumas coisas idiotas e se ofendi alguém, peço desculpas. Foi há 
muito tempo, fico feliz de ter feito bons amigos naqueles anos”, disse 
Romney à rádio. 
Sobre uma outra “brincadeira” da época, em que Romney teria ofendido 
outro colega, o candidato afirmou desconhecer que o envolvido era gay, 
riu e pediu desculpas novamente. Romney afirmou que hoje é uma pessoa 
muito diferente de quem era naquela época e que foi positivamente 
influenciado por sua esposa, Ann Romney. 
Escola argentinas ganham kit contra homofobia
Visto no Parou Tudo 
Enquanto no Brasil o kit contra a homofobia nas escolas públicas foi 
vetado pela presidente Dilma Rousseff, na Argentina, o Ministério da 
Educação e o Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o 
Racismo (INADI) mostram ação exemplar com material sobre LGBT para 
instituições de ensino. 
Segundo a colunista Janaína Figueiredo, de “O Globo”, o guia explica aos
 alunos que existem famílias com formações diferentes – com dois pais, 
duas mães, ou apenas um pai e uma mãe. A intenção do governo argentino é
 reduzir os casos de bullying nas escolas. 
“Precisamos de uma mudança educacional em nossa sociedade que acompanhe a
 histórica decisão do Congresso. Os pais gays devem ser visíveis e 
mostrar sua realidade com orgulho”, afirmou o presidente da Comunidade 
Homossexual Argentina (CHA), César Cigliutti. No país, a lei que permite
 o casamento homossexual foi aprovada em 2009. 
Senado promove seminário sobre criminalização da homofobia
Publicado no site do Senado
A equiparação da homofobia ao crime de racismo, como prevê o Projeto de 
Lei da Câmara 122/2006, será discutida na próxima terça-feira (15), a 
partir das 10h, no Seminário “Diferentes, mas iguais”, promovido pela 
Presidência do Senado por iniciativa da presidente em exercício, Marta 
Suplicy (PT-SP). Devem participar do seminário a ministra da Secretaria 
de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, e o 
governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. 
O seminário ocorre na véspera da 3ª Marcha Nacional contra a Homofobia, 
que se realiza em Brasília no dia 16. Durante o evento, a Associação 
Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais 
(ABGLT) entregará aos senadores documento pedindo a aprovação do PLC 
122/2006 na forma do substitutivo da ex- senadora Fátima Cleide (PT-RO),
 já aprovado na Comissão de Assuntos Sociais em novembro de 2009. 
Durante o seminário, serão debatidos temas como o papel do Estado na 
construção de uma sociedade de respeito à diversidade; políticas 
positivas de combate à homofobia e aspectos constitucionais e legais da 
criminalização da homofobia. Haverá ainda testemunhos de vítimas da 
homofobia e de seus familiares. 
Além do governador do Rio de Janeiro, deverão comparecer ao seminário a 
presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho 
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Maria Berenice Dias, e o 
superintendente de Direitos Individuais Coletivos e Difusos da 
Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Cláudio 
Nascimento, entre outros convidados. Programação completa. 
Crescimento da violência 
Marta Suplicy espera que o seminário sensibilize os senadores e a 
sociedade civil sobre a seriedade do recrudescimento da violência 
homofóbica e a consequente necessidade de aprovação do projeto que torna
 crime a discriminação por orientação sexual.
- Agora, não só a Europa, mas também a Argentina e outros países 
vizinhos avançam neste tema e na proteção da diversidade. E o Brasil 
caminha para trás - lamentou a senadora. 
Na opinião da senadora, um país que deixou, por 16 anos parado na Câmara
 dos Deputados, projeto que regulamenta a união civil entre pessoas do 
mesmo sexo e “há dez anos não consegue levar a voto de maneira bem 
sucedida projeto que trata de direitos humanos e respeito à cidadania” 
(PLC 122/06), não é um país que está “somente parado e, sim, 
retrocedendo na questão dos direitos humanos”. 
Mobilização 
Marta Suplicy ressalta que a sensibilização dos parlamentares só vai 
ocorrer, porém, com mobilização cívica, na medida que as pessoas 
entenderem que os direitos humanos estão sendo desrespeitados e que as 
agressões estão se tornando cada vez mais violentas.
A senadora acredita que a maioria dos cidadãos brasileiros não concorda 
que um cidadão homossexual seja vítima de preconceito, e lamentou que 
isso não esteja se refletindo em ações concretas. 
- As pessoas estão sendo vitimizadas não só em seus empregos, mas quando
 passeiam, quando se divertem, em todas as situações - afirmou. 
PLC 122 
O PLC 122 é de autoria da ex-deputada federal Iara Bernardi (PT-SP) e 
foi aprovado na Câmara em dezembro de 2006. A proposta altera a Lei 
7.716, de 1989, que tipifica "os crimes resultantes de discriminação ou 
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". A 
proposta de Iara Bernardi inclui entre esses crimes o de discriminação 
por gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero, 
igualando-os ao racismo. 
Além da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, o projeto também terá 
que ser votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e,
 se aprovado, segue para o Plenário. Aprovada pelos senadores, a matéria
 retornará à Câmara, uma vez que o texto original foi modificado por 
substitutivo da ex-senadora Fátima Cleide, aprovado na Comissão de 
Assuntos Sociais em novembro de 2009. O substitutivo inclui também a 
discriminação contra deficientes e idosos na Lei 7.716/89. 
Para Marta Suplicy, o PLC 122 é, na verdade, algo "muito simples" que 
não interfere na vida de nenhum cidadão que não cometa atos de agressão.
 O PLC 122/06 levou quatro anos para ser votado na Câmara dos Deputados.
 Ao perceber que seria difícil aprovar a matéria na Comissão de Direitos
 Humanos do Senado, em 2011, Marta Suplicy fez acordo com os líderes da 
oposição e apresentou novo substitutivo à proposta. Mas o acordo não se 
concretizou em aprovação. 
Após o adiamento da votação, a comunidade LGBT informou à Marta Suplicy 
que prefere a votação na forma do substitutivo da senadora Fátima 
Cleide. Documento neste sentido será entregue pela ABGLT ao Senado na 
próxima terça. 
Congresso da Argentina aprova lei de identidade de gênero
Visto no G1
Travestis e transexuais poderão escolher sexo no registro civil. Sistema de saúde terá de proporcionar tratamento para adequação.
O Senado da Argentina aprovou na noite desta quarta-feira (9/04), por ampla maioria, a lei que autoriza travestis e transexuais a escolher seu sexo no registro civil, confirmando a decisão adotada pela Câmara de Deputados, em novembro.
A iniciativa obteve 55 votos a favor e uma abstenção, ao final de três horas de debates.
A nova lei define identidade de gênero como a "vivência interna e individual tal como cada pessoa a sente, que pode corresponder ou não ao sexo determinado no momento do nascimento, incluindo a vivência pessoal do corpo".
A norma estabelece que qualquer pessoa poderá solicitar a retificação de seu sexo no registro civil, incluindo o nome de batismo e a foto de identidade.
Com a vigência da medida, a mudança de sexo não necessitará mais do aval da justiça para reconhecimento, e o sistema de saúde deverá incluir operações e tratamentos para a adequação ao gênero escolhido.
A medida "dará oportunidades iguais a todos e é consequência da Lei do Matrimônio Igualitário, aprovada em 2010", garantindo que perante o Estado cada pessoa será tratada e tutelada como sente que é", destacou a governista Ada Iturrez, que preside a Comissão de Legislação Geral do Senado.
Argentina, um país amplamente católico, foi o primeiro estado latino-americano a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a partir de 2010.
Luis Naidenoff, presidente do bloco radical, principal força da oposição, estimou que a lei faz parte de "importantes avanços na ampliação dos direitos que favorecem setores que estavam discriminados".
A senadora peronista Sonia Escudero destacou que a comunidade trans "tem uma esperança de vida de apenas 35 anos, e mais de 90% se encontram em situação de prostituição como consequência da pouca preparação e do abandono precoce da escola".
"As cifras mostram que 95% destas pessoas, em torno de 22 mil em todo o país, não têm acesso aos direitos humanos fundamentais".
Centenas de ativistas de grupos de travestis e transexuais comemoraram o resultado da votação diante do Congresso, em Buenos Aires.
O presidente da Comunidade Homossexual Argentina, César Cigliutti, disse que a lei é "mais um passo gigantesco e histórico em nosso longo trabalho pelos direitos da nossa comunidade".
"As pessoas 'trans' merecem da sociedade o tratamento adequado ao seu gênero 'autopercebido'", destacou Cigliutti.
O interventor do estatal Instituto contra a Discriminação (Inadi), Pedro Mouratian, assinalou que a medida ""é o pontapé para a efetivação dos direitos das pessoas 'trans, promovendo o acesso ao trabalho, à educação, à saúde e à habitação"
Calendário com transformistas em cenas clássicas gera polêmica no CE
No mês de abril, "O Último Truque" faz referência ao quadro "A 
Última Ceia", de Leonardo da Vinci. (Foto: Translendário/Divulgação)
Por Gabriela Alves e Diana Vasconcelos para o G1
O grupo “As Transvestidas” lançou no Ceará
 um calendário com 12 imagens em que atores transformistas aparecem em 
obras clássicas e cenas populares. Nas páginas dos meses de janeiro a 
dezembro do “Translendário”, como é intitulado o trabalho, há releituras
 das pinturas “Mona Lisa” e “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, e da 
escultura Pietà, de Michelangelo.  A presença da logomarca da Prefeitura
 de Fortaleza na publicação gerou polêmica na Assembleia Legislativa do 
Ceará nesta terça-feira (8), mas o município diz que não apoiou 
financeiramente o calendário. Um deputado estadual considera o 
calendário um ''desrespeito'' aos cristãos. (Veja as 12 páginas do calendário)
“A ideia do 'Translendário' foi fazer um produto com qualidade que 
pudesse levar uma imagem positiva do universo trans. Uma imagem 
diferente da lama e da prostituição”, explica um dos idealizadores do 
projeto, Silvero Pereira.
 De acordo com o ator, produtor e professor, o nome diferente para o 
calendário surgiu para fazer alusões ao objetivo do produto e “às 
travestis como lendas da nossa cultura”. A escolha das 12 imagens não 
foi fácil, segundo Silvero Pereira, e discutida em reuniões com os 
produtores durante os dois anos que o projeto foi idealizado.
 “Queríamos uma visibilidade positiva e, com uma boa fotografia, 
produção e design, pensamos em obras clássicas que fossem referência 
para as pessoas, que já fizessem parte do imaginário coletivo”, afirma.
Carmen Miranda está no mês de fevereiro, em 
“Disseram que voltei Trans-Operada”.
(Foto: Translendário/Divulgação)
 Com referências do mundo LGBTT, o mês de agosto do “Translendário” 
traz, por exemplo, a “Transvênus”, uma releitura da obra “O Nascimento 
de Vênus”, de Sandro Botticelli. A capa clássica do disco “Abbey Road”, 
do The Beattles, também é lembrada no mês de julho na versão 
“Crossdressroad”. A famosa “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci, 
transformou-se em “Mona”, e a cantora Carmen Miranda é retratada com as 
tradicionais cores e pose e o título “Disseram que voltei 
Trans-Operada”.
Segundo o idealizador, foram impressos 400 exemplares que, desde 
janeiro, são distribuídos em eventos e ONGs ligadas ao movimento LGBTT. O
 "Translendário" também pode ser comercializado pelo valor de R$ 10, mas
 a venda está suspensa, de acordo com Pereira, depois que o calendário 
recebeu críticas na Assembleia Legislativa do Ceará. "Queremos 
esclarecer qual é o objetivo do nosso trabalho", diz.
Polêmica
O deputado estadual Fernando Hugo (PSDB-CE) apresentou o 
“Translendário” na manhã de terça-feira (8) no plenário da Assembleia 
Legislativa afirmando que as imagens o fizeram se sentir desrespeitado 
como cristão. “Eles [grupo LGBTT] que tanto querem respeito, deviam 
primeiro respeitar”, disse o deputado em contato com o G1 nesta quarta-feira (9).
Pintura clássica de Da Vinci ganha versão "Mona"
em calendário. (Foto: Translendário/Divulgação)
Outra crítica do deputado é a impressão da logomarca da Prefeitura de 
Fortaleza na primeira página dos calendários. Fernando Hugo informou que
 já entrou com uma ação no Ministério Público pedindo explicações sobre o
 tipo de apoio dado pela Prefeitura de Fortaleza ao calendário.
 “O que é desalentador é que a prefeitura lamenta tanto a falta de 
dinheiro para investir e destina de modo fácil e rápido recursos para 
uma publicação assim”, disse o deputado, completando, “é um gasto de 
dinheiro do povo numa publicação que nada produz de educativo. Quero 
saber qual o fundamento. Qual o beneficio que ele trará ao povo de 
Fortaleza?”.
 A Prefeitura de Fortaleza informou, por meio da Secretaria de Direitos 
Humanos, que o Translendário não recebeu apoio financeiro do município e
 a marca da gestão foi utilizada indevidamente pela organização. "Todo o
 investimento foi feito pelo grupo (As Trasvestidas) e realizado com 
apresentações artisticas", afirma Silvero Pereira.
Com cenas cristãs, como a Pietà, calendário
causou polêmica. (Foto: Translendário/Divulgação)
"A ideia de colocar
logomarca da Prefeitura foi uma decisão minha em agradecimento às ações e
parceiras desenvolvidas pela Coordenadoria da Diversidade Sexual. Por isso,
coloquei como apoio", diz. O artista acrescenta que o grupo deciciu retirar
a primeira página do calendário que contém a referência à prefeitura municipal.
Segundo o produtor cultural, os
valores dos cachês e da renda da bilheteria de espetáculos encenados pelo grupo
foram destinados para a produção do calendário que não contou com verba da
Prefeitura. O custo do produto, segundo Pereira, variou entre R$ 2.000 e R$
2.500 e os envolvidos no projeto não cobraram pelo trabalho.
Obama declara apoio a casamento entre pessoas do mesmo sexo
Obama durante entrevista na terça (8); em entrevista à ABC, 
nesta quarta, o presidente anunciou seu apoio pessoal à união entre 
pessoas do mesmo sexo (Foto: Evan Vucci / AP)
Visto no G1
Em entrevista, presidente enfatizou que esta é sua posição pessoal. Anúncio ocorre um dia após 31º estado aprovar lei contrária a união gay.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
 anunciou nesta quarta-feira (9) que apoia o casamento entre pessoas do 
mesmo sexo, após um longo período sem se proncunciar claramente sobre o 
tema e de declarações favoráveis do seu vice, Joe Biden.
 Em uma entrevista à emissora norte-americana ABC, o presidente 
descreveu sua posição como uma "evolução", baseada em conversas com 
membros da sua equipe, funcionários abertamente gays e até mesmo com a 
sua mulher e filhas.
"Devo dizer que ao longo de anos eu venho falando com amigos, família e 
vizinhos e, quando eu penso em membros da minha própria equipe que estão
 em relações monogâmicas homossexuais, que estão criando crianças 
juntos, quando eu penso em soldados, pilotos, fuzileiros ou marinheiros 
que estão lutando em nosso nome e ainda se sentem constrangidos, mesmo 
agora quando a Don't Ask Don't Tell [política que proibia pessoas 
abertamente gays nas Forças Armadas] já não existe, porque não podem 
assumir suas relações, eu chego à conclusão que para mim pessoalmente é 
importante seguir e afirmar que casais do mesmo sexo devem poder se 
casar", disse o presidente em entrevista ao programa "Good Morning 
America".
Obama enfatizou que esta é sua posição pessoal, e que ainda apoia a 
ideia de que cada estado norte-americano defina sua própria lei. Mas 
afirmou que está confiante que os americanos estão cada vez mais 
favoráveis a casais de gays e lésbicas, citando as próprias filhas.
Mulher passa diante de placa no bar Stonewall Inn, em Nova York,
 onde se lê: 'Obama apoia o casamento gay. Vamos beber!' (Foto: Keith 
Bedford / Reuters)
A entrevista ocorre um dia depois o 
estado da Carolina do Norte ter aprovado uma lei banindo claramente a 
união entre homossexuais, tornando-se o 31º estado, de 50, a aprovar uma
 medida desse tipo.
 Um pedido para revogar a emenda à Constituição do estado, aprovada pelos eleitores, começou a circular nesta quarta-feira.
 Menos de 24 horas após a aprovação da emenda, mais de 71 mil pessoas 
tinham assinado o pedido '1 milhão contra a Emenda 1', que circula pelas
 redes sociais através da plataforma 'change.org', criada por Jenn 
Halweil, morador de Raleigh, capital do estado.
 A medida obteve 61% de apoio dos mais de dois milhões de eleitores que 
participaram das eleições primárias do estado, uma afluência às urnas 
significativa em comparação com 2008.
 Embora o estado proíba o casamento entre casais do mesmo sexo desde 
1996, os promotores da emenda defendiam a necessidade de uma definição 
clara do casamento na Constituição do estado.
 Por sua parte, os opositores enfatizaram que a medida ignora as uniões 
civis de casais, inclusive heterossexuais, e põe em risco a proteção 
contra a violência doméstica de algumas vítimas e de seus filhos menores
 de idade.
 'Numerosas leis foram revogadas pela coragem das comunidades que 
souberam lutar contra estas medidas injustas', destaca o pedido.
 Calcula-se que mais de 212 mil casais não estão casados legalmente na 
Carolina do Norte, mas gozam de benefícios de suas relações domésticas, 
como seguro médico.
 Embora suas ramificações legais ainda sejam desconhecidas, a medida deve começar a ser aplicada no dia 1º de janeiro de 2013.
Carolina do Norte aprova proibição de casamento gay
Visto no Globo
Os eleitores da Carolina do Norte aprovaram nesta terça-feira uma emenda
 constitucional que proíbe o casamento homossexual e as uniões civis 
entre pessoas do mesmo sexo, o que representa um revés para os esforços 
dos Estados Unidos para expandir os direitos do casamento entre gays. 
A alteração que diz que o casamento entre um homem e uma mulher é a 
única união reconhecida legalmente no estado, foi aprovada por uma ampla
 margem. De acordo com os resultados de 95 dos cem condados, cerca de 
61% apoiaram a emenda. 
A Carolina do Norte já impede os casais de gays e lésbicas de se 
casarem, mas o estado agora se junta aos outros do sudeste ao 
acrescentar a proibição a sua constituição. 
- Muitos eleitores simplesmente viram a emenda como um voto sobre o 
casamento homossexual, apesar dos esforços dos opositores da medida para
 ampliar a discussão - disse Tom Jensen da empresa de Pesquisa de 
Políticas Públicas com sede em Raleigh. 
- Toda vez que a Carolina do Norte tem uma maioria de republicanos e 
afro-americanos do mesmo lado de um problema, há uma combinação muito 
potente - acrescentou Jensen. 
Vinte e oito estados aprovaram proibições constitucionais sobre 
casamentos do mesmo sexo, de acordo com a Conferência Nacional de 
Legislaturas Estaduais. 
Massachusetts, Iowa, Vermont, New Hampshire, Connecticut, Nova York e do Distrito de Columbia permitem o casamento gay. 
Os estados de Maryland, Nova Jersey e Washington aprovaram leis este ano
 sobre o casamento homossexual, mas o governador Chris Christie vetou a 
lei de Nova Jersey e adversários em Maryland e Washington estão 
ameaçando iniciativas eleitorais para derrubar a legislação. 
A votação na Carolina do Norte acontece após declarações de altos 
funcionários do governo do presidente Barack Obama esta semana que foram
 interpretadas como apoio ao casamento gay. 
O vice-presidente Joe Biden disse no domingo que estava "absolutamente 
confortável" com a permissão de casais do mesmo sexo de se casar, e o 
secretária da Educação, Arne Duncan afirmou que o casamento gay deve ser
 legalizado. Obama disse que favorece uniões civis, mas não chegou a 
apoiar o casamento gay. 
Os defensores da emenda na Carolina do Norte disseram que iriam 
preservar a santidade do matrimônio entre um homem e uma mulher e fazer 
leis que proíbem o casamento gay mais difícil de serem revogadas. 
Adversários dizem que a proibição prejudicaria os benefícios de seguro 
de saúde para gays solteiros e casais heterossexuais e indica que o 
Estado é hostil para uma força de trabalho diversificada. 
O reverendo evangélico Billy Graham apelou aos eleitores para apoiar a 
medida, enquanto o ex-presidente Bill Clinton e alguns líderes 
empresariais pediram para a Carolina do Norte rejeitá-la. 
- Nós não vamos permitir que o casamento seja redefinido neste estado. A
 nação está assistindo a Carolina do Norte, e demos um alto padrão a 
seguir - disse Tami Fitzgerald, presidente do grupo pró emenda para o 
Casamento Carolina do Norte, a partidários em uma festa de comemoração. 
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Fora do Armário
Por Maria Fernanda Seixas e Rafael Campos para a Revista do Correio 
Liberdade, liberdade...
    Jovens contam o quão difícil e necessária
 é a decisão de revelar para a família a homossexualidade. Sair do 
armário, porém, é uma atitude libertadora. Hoje, os pais também 
encontram apoio para aceitar a escolha do filho 
A história se repete todos os dias, com personagens diferentes. O garoto
 era um bom aluno, tirava boas notas e entrou para a faculdade. Sempre 
foi um filho carinhoso e prestativo, mesmo que na adolescência tenha 
parecido um tanto tímido e fechado com os familiares. Cheio de saúde e 
muito bem educado, recebeu todo tipo de estímulos culturais e afetivos 
dentro de casa. Até que um dia assumiu para os pais que é homossexual. E
 todas as virtudes desapareceram por um momento: “Onde foi que nós 
erramos?” Para a psicóloga Edith Modesto, que viveu essa exata situação 
20 anos atrás, quando o filho caçula se assumiu gay, a sensação foi de 
revolta — consigo mesma, com Deus, com o destino. “Questionava o tempo 
inteiro por que eu? Por que meu filho? Parecia um castigo.”
Toda 
história, porém, tem dois lados. O(a) garoto(a) amava os pais, mas vive 
um constante conflito interno. Sente-se diferente desde criança e isso 
lhe trazia uma sensação de isolamento. Aos poucos, percebe que sua 
orientação sexual é diferente da esperada pela sociedade e pela família.
 E, a partir desse dia, começa sua guerra privada de autoaceitação. 
Aceitar quem é, que sua escolha não era uma opção e que, 
inevitavelmente, traz sofrimento para quem ama. Isso até tomar coragem 
de se assumir para a família. “O que será da minha vida agora?” Foi 
assim com o relações públicas Gustavo Freitas, 23 anos. Todas as noites,
 remoía o momento em que contaria para a família sobre sua orientação 
sexual. Foram madrugadas insones, permeadas por dilacerantes pensamentos
 de medo e angústia. Numa discussão, ele finalmente revelou seu segredo.
 Passado o turbilhão de questionamentos — mais especificamente quatro 
longos anos —, mãe e filho, hoje, trocam confidências sobre seus 
relacionamentos com bom humor.
Ao mesmo tempo em que o ato de 
“sair do armário” parece uma atitude de libertação, de abraçar uma nova 
vida livre de mentiras, significa também ter que lidar com a aceitação 
do outro. De saber que, ao menos por uma fase, ser homossexual parecerá 
maior do que ser todas as outras coisas: profissional, honesto, 
responsável. Não há momento certo. Hoje, jovens recém-egressos da 
infância já têm coragem de declarar a preferência sexual. Mas ainda há 
uma grande quantidade deles que imagina uma vida eternamente presa em 
uma gaiola. Os que se libertam, porém, garantem que nenhuma dificuldade 
supera o prazer de ser verdadeiro consigo e com os outros. E são essas 
as histórias que a Revista conta hoje.
Via internet
Sentado de frente a um computador, o relações públicas Júlio Cardia (foto),
 28 anos, recebeu por e-mail um convite para integrar a rede social 
Orkut. Abriu a página e começou a preencher os espaços em branco 
requeridos para sua inscrição no site. Carregou uma foto sua, colocou 
nome, idade, cidade onde morava. Na vez da pergunta “opção sexual”, 
Júlio sentiu um calor no rosto. Sem titubear, disse pela primeira vez ao
 mundo que era gay. Mal sua página entrou no ar e os amigos, chocados 
com a revelação virtual, começaram a ligar. Nada foi planejado. Mas, 
naquele momento, olhando para a tela do computador, Júlio optou por não 
mentir mais. Sua vida mudou a partir dali.
Leia a íntegra desta reportagem na edição nº364 da Revista do Correio.
Contatos úteis
- Grupo de pais de homossexuais
(11) 3031-2106 
Edithmodesto@usp.br
- Estruturação — Grupo LGBT de Brasília
(61) 3036-4544
- Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
- Centro de Referência em Direitos LGBT de Brasília — Casa Roxa
(61) 3381-2229 
casaroxa@coturnodevenus.org.br
Nas prateleiras
Toda maneira de amor vale a pena, de Bety Orsini (Editora Primeira Pessoa)
Vidas em Arco-Íris: depoimentos sobre a homossexualidade, de Edith Modesto (Editora Record)
Agora que você já sabe, de Betty Fairchild e Nancy Hayward (Editora Record)
"Guia sobre novas famílias" Por Janaína Figueiredo
                                                Foto do primeiro casamento gay no país
Por Janaína Figueiredo para O Globo Blogs 
Dica da Querida Silvia Helena Oliveira (via Facebook)
Por iniciativa do Ministério da 
Educação e do Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o
 Racismo (INADI), esta semana foi apresentado em Buenos Aires um guia 
para que professores de escolas públicas e privadas ensinem a seus 
alunos os diferentes tipo de famílias que existem no país, que em 2009 
aprovou uma lei que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo 
sexo.
O guia explica aos alunos argentinos
 que exitem famílias com dois pais,  duas mães, ou apenas um pai e uma 
mãe. O objetivo, disseram as autoridades argentinas, é reduzir os casos 
de bullying nas escolas.
Precisamos de uma mudança 
educacional em nossa sociedade que acompanhe a histórica decisão do 
Congresso. Os pais gays devem ser visíveis e mostrar sua realidade com 
orgulho _ disse o presidente a Comunidade Homossexual Argentina (CHA), 
César Cigliutti.
Desde que o Parlamento argentino 
aprovou a lei sobre casamentos gays, estima-se que cerca de 3 mil casais
 homossexuais pasaram pelos cartórios de todo o país.
Bebês são preconceituosos? Com 9 meses, eles já entendem melhor e diferenciam mais pessoas da sua própria raça
Visto na Hype Science
Dica de Augusto Martins 
Um novo estudo apontou que bebês tão novos quanto 9 meses são 
melhores em reconhecer emoções e expressões faciais de pessoas de sua 
própria raça, e tendema achar que pessoas de outras raças “são todas 
iguais”.
Mas, não, isso não significa que todos somos “preconceituosos”
 por natureza. Embora os bebês nasçam com um certo “vazio” de 
pensamento, abertos a todos os tipos de descobertas, aos poucos eles 
percebem quem é da sua raça, e quem não é, pelas diferenças físicas.
E, como eles tendem a conviver nesses primeiros meses apenas com sua 
família, geralmente pessoas da mesma raça que eles, eles ficam melhores 
em entender emoções e expressões dessa raça.
Isso significa que, se um bebê afrodescendente for adotado por uma 
família caucasiana, provavelmente vai distinguir melhor as expressões de
 pessoas brancas.
O estudo foi conduzido por Lisa Scott e colegas da Universidade de Massachusetts Amherst, EUA, e publicado no periódico Developmental Science. Eles estudaram 48 bebês caucasianos que não 
tinham sido muito expostos a bebês negros nos primeiros meses de vida.
Enquanto monitoravam a atividade cerebral dos bebês, os cientistas 
testaram suas habilidades de diferenciar duas pessoas da sua própria 
raça e duas pessoas de outra raça, e também suas habilidades de ver 
expressões emocionais como feliz ou triste, e se elas correspondiam a 
atitudes como chorar ou rir.
Os bebês de 5 meses diferenciavam todas as pessoas da mesma forma, da
 sua própria raça ou de outra. Também, ao analisar as expressões de 
qualquer pessoa de qualquer raça, utilizavam uma única parte do cérebro.
Já os bebês mais velhos, de 9 meses, eram melhores em diferenciar 
pessoas de sua própria raça. E quando eles analisavam expressões, o 
cérebro mudou a região na qual processa essa informação, inclusive 
operando diferentemente quando eles processavam expressões de pessoas de
 sua própria raça ou de outra raça.
Isso significa que, conforme os bebês crescem, se tornam mais especializados em certas tarefas.
Esse processo é bem parecido com o de aprender uma linguagem. Quando 
os bebês são muito novos e ainda não sabem separar a relevância dos 
sons, eles dão a mesma atenção a todos. Mais tarde, quando já entendem 
melhor os sons que fazem parte da língua que escutam, eles se tornam 
mais seletivos, desenvolvendo meios de diferenciar os sons relevantes e 
os não relevantes.
Seguindo esse pensamento, muitos poderiam dizer que as crianças já 
nascem preconceituosas, preferindo prestar mais atenção a sua própria 
raça. Não é bem assim. Como já foi dito, os bebês na verdade estão 
prestando mais atenção a sua própria família, não necessariamente a uma 
raça em particular.
Mas esse fenômeno pode explicar porque o preconceito persiste em 
alguns adultos que têm o pensamento de que todos de uma outra raça 
parecem iguais.
O conselho dos pesquisadores para os pais é que eles criem seus 
filhos em um ambiente diversificado. Assim, o bebê será obrigado a ser 
um “generalista”, e não um “especialista”, pelo menos no que se trata da
 aparência das pessoas.
Claro que você também precisa educá-lo bem, para que ele entenda que 
todos são iguais, não fisicamente, mas no que diz respeito aos direitos e
 deveres. Assim, mais tarde na vida, ele será uma pessoa mais flexível 
com menos chances de perceber alguém como diferente de si. 
A Igreja católica e a homossexualidade
Visto no site Nossos Tons 
Dica de Augusto Martins 
Apesar de ser prática corrente no seu seio, às vezes com 
contornos onde a vergonha e o crime se confundem, a Igreja Católica 
Apostólica Romana (ICAR) elegeu o combate à homossexualidade como 
desígnio divino do seu proselitismo. Melhor dito, a ICAR tem horror a 
tudo o que diga respeito à sexualidade, apenas se conformando com a 
função reprodutiva, de preferência com exclusão do prazer.
A ICAR não se dá conta de que a castidade, que tão entusiasticamente 
advoga, é o mais demolidor contracetivo existente e que o método 
tradicional da reprodução, que tanto a enoja, é o mais popular, 
frequente, e ao alcance dos mais pobres.
A misoginia herdada do Antigo Testamento está na origem de todos os 
preconceitos e tolices que a ICAR tem cometido contra a saúde da mulher,
 o planeamento familiar e o combate às doenças sexualmente 
transmissíveis, especialmente em relação à sida, onde a teologia do 
látex se sobrepõe à defesa da saúde e da vida de milhões de pessoas.
De todas as formas de sexualidade, a homossexualidade é a que mais 
perturba o Papa e, curiosamente a que mais tem abalado o Vaticano. 
Trata-se de uma abominação, segundo o Levítico (18:22), mas, 
contrariando a opinião divina e a Igreja, a OMS suprimiu-a da relação de
 doenças, por não afetar a saúde mental nem os comportamentos normais. E
 o Conselho Europeu, baseado no consenso generalizado das conclusões 
científicas, opõe-se a que seja qualificada como doença, desvio 
psicossomático ou perversão, instando os Governos a suprimir qualquer 
tipo de discriminação motivada na tendência sexual.
Perante a fanática homofobia clerical foi interessante ler no El País
 de 12 de Abril p.p., que o Dr. John Boswell, no seu livro «Las bodas de
 la semejanza» documenta como na Igreja católica, dos séculos VI a XII, 
existia como normal a celebração litúrgica de casamentos homossexuais, 
com ritos e orações próprias, presididos por um sacerdote.
É a partir do século XIII que a homossexualidade assume o caráter de vício horrível (pecado nefandum=innombrable),
 tão horrível que «innombrable» não se aplica a factos mais graves: 
assassinato, matricídio, abuso de menores, incesto, canibalismo, 
genocídio e deicídio incluído.
Enfim, venha o diabo para explicar esta violência homofóbica da teologia católica cuja demência é comum aos outros monoteísmos.
terça-feira, 8 de maio de 2012
John Travolta é acusado de assédio por massagista e processado
John Travolta está sendo acusado por 
um massagista de tentar fazer sexo com ele durante uma sessão de 
massagem. De acordo com informações do site "TMZ", o ator contratou o 
homem por meio de um anúncio de Internet, onde ele dizia atender por 200
 dólares a hora.
O massagista, que não quis ser 
identificado, diz que não sabia se tratar de Travolta até encontrá-lo, 
mas concordou em entrar no carro do ator e se dirigir ao Hotel Beverly 
Hills, onde ele possui um bangalô.
Segundo o profissional, Travolta
 se despiu para a massagem e estava com o pênis semi ereto, mas durante a
 primeira hora de atendimento tudo correu bem. Até que o ator começou a 
mexer nas pernas e tocar as partes íntimas do rapaz.
Ainda de acordo com a 
publicação, o massagista disse para Travolta que não tinha relações 
sexuais com seus clientes, mas o ator não parou e se ofereceu para fazer
 massagem nele e masturbá-lo. 
O processo ainda afirma que 
Travolta começou a se tocar na frente do massagista e disse que "só 
chegou ao estrelato porque realizou favores sexuais quando ainda atuava 
na série "Welcome Back, Kotter", na década de 70. O ator ainda completou
 afirmando que "Hollywood é dominada por homossexuais judeus que ajudam 
as pessoas em troca de favores sexuais".
O massagista finaliza seu 
depoimento alegando que não aceitou a proposta de Travolta, que 
imediatamente lhe chamou de "perdedor". Segundo o "TMZ", ele pede 2 
milhões de dólares além de indenização por danos morais. 
Procurado, o representante de 
Travolta diz que as acusações são falsas e que no dia em que o 
massagista alega que aconteceu o assédio, o ator estava há três 
quilômetros do local onde o incidente supostamente ocorreu. "Esta 
história é uma completa ficção e foi fabricada", completou.
Em 2010, Robert Randolph 
escreveu uma biografia não autorizada de Travolta e alegou que o ator 
era gay. “Ele trai a mulher há anos. Quando os detalhes forem revelados,
 este escândalo vai fazer Tiger Woods parecer um santo”, disse o autor 
em entrevista à "The National Enquirer" na época. Em 2008, uma foto do 
ator beijando outro homem em seu jato particular também caiu nos 
tabloides do mundo inteiro.
Transexual inglesa conseguiu formas femininas sem tratamento
Publicado no G1
Com informações do The Sun
Uma transexual inglesa adquiriu formas femininas sem passar por nenhuma 
cirurgia ou qualquer outro tipo de tratamento. Ryan McKenna tem a 
síndrome da insensibilidade androgênica, uma disfunção que faz com que 
características dos dois sexos se manifestem. 
Ryan nasceu com genitália masculina e foi criada como um menino. Porém, 
desde criança, preferia brincar com as meninas e tinha um jeito 
feminino. 
Na adolescência, o corpo se desenvolveu com mais características 
femininas que masculinas. Ryan nunca teve pelos no rosto, nem voz 
grossa, nem pomo-de-adão, e sua cintura ficou fina naturalmente. 
“Na escola, sempre fui uma das meninas. Falávamos de coisas como nossos 
seios crescendo e fofocávamos sobre meninos. Às vezes elas falavam de 
menstruação e esqueciam que eu não tinha. É a única coisa de menina que 
eu fico feliz por não ter tido”, afirmou Ryan ao jornal “The Sun”. 
“Sempre fui frustrada por não ser uma menina, mas não esperava me tornar
 uma”, completou Ryan. “Estou em um conto de fadas. Está tudo dando 
certo”. 
Aos 19 anos, ela trabalha como enfermeira em um asilo em sua cidade, 
Houghton Regis. Ryan, que optou por manter o nome, está conversando com 
seu médico pessoal para decidir a melhor maneira de fazer a cirurgia 
para concluir a mudança de sexo. 
EUA: aluno gay leva arma de choque para escola para se proteger de suposto bullying
Publicado pelo UOL Educação
Com informações da CNN 
Uma mãe enviou o filho para a escola com uma arma de choque após o 
garoto, que é homossexual, alegar que sofria bullying há alguns meses e a
 escola, aparentemente, não fazia nada. O aluno pode ser expulso, mas a 
mãe diz que faria o mesmo novamente. 
O estudante, que tem 17 anos, frequenta a Escola Técnica de Arsenal, em 
Indianápolis (EUA). Em entrevista para a CNN, a mãe Chelisa Grimes disse
 que não queria promover a violência, mas que precisava proteger o 
filho. 
O adolescente usou a arma em abril, quando ele afirma que foi cercado 
por seis alunos que o insultavam e ameaçavam espancá-lo. Ele teria 
apontado a arma para cima, iniciando uma descarga elétrica e colocando o
 grupo que o ameaçava para correr. O estudante não concorda com a 
expulsão, pois diz que não usou a arma em ninguém. 
A polícia chegou a prender o jovem e algemá-lo. O incidente ainda está 
sendo investigado, mas nenhum dos estudantes que teriam ofendido o 
garoto foram identificados. 
Beijo entre mulheres da Urban Outfitters causa polêmica nos EUA
Visto na Revista Glamour
Grupo de mães conservadoras reage na internet à imagem usada no catálogo da marca. O que você acha dessa reação?
A imagem acima está causando uma grande polêmica entre mães americanas mais conservadoras. Indignadas com a foto de duas mulheres se beijando no catálogo da Urban Outfitters, gigante de fast fashion, elas encabeçam uma campanha nas redes sociais e fóruns de discussões. 
 O que elas querem com tudo isso? Encorajar o maior número de pessoas a 
jogar fora os catálogos, cancelar o e-mail da lista de mailing da marca e
 ainda enviar cartas para a rede de lojas expressando o desgosto pelo 
uso da imagem, que para elas é inadequada.
Essa não é a primeira vez que a gigante Urban Outfitters enfrenta a 
fúria de mães e pais conservadores. Em 2011, a marca foi processada 
pelos pais da modelo Hailey Clauson – com então 16 anos –, por uso de 
imagem sexualmente sugestiva em uma camiseta.
'Homofobia ainda é forte', diz 1º casal a conseguir união estável
Liorcino Filho e Odílio Neto: anunciados como o primeiro casal homossexual a oficializar sua  união estável no Brasil - Foto: Mirelle Irene/Especial para Terra
Por Mirelle Irene especial para o Terra
Dica de Augusto Martins 
Há cerca 
de um ano, o jornalista Liorcino Mendes Pereira Filho, 48 anos, e o 
estudante Odílio Cordeiro Torres Neto, 22 anos, foram notícia no Brasil,
 e até no exterior, por terem sido anunciados como o primeiro casal 
homossexual a oficializar sua  união estável no Brasil após decisão 
histórica do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu este direito.
 No entanto, viram o sonho cair com a decisão do juiz da 1º Vara da 
Fazenda Pública de Goiânia, Jeronymo Pedro Villas Boas, anulou este 
primeiro "casamento", dando aos dois um segundo momento de notoriedade 
com a polêmica suscitada pelo caso. Após um ano, eles consideram que 
homofobia cultural no Brasil ainda é muito forte.
Mas a história teve um final feliz, já que a decisão do juiz foi  
cassada pela corregedoria do Tribunal de Justiça de Goiás, mas Liorcino,
 mais conhecido como, Leo, e Odílio, acreditam que, com o episódio de 
superexposição de sua história pessoal, eles deram sua contribuição para
 o debate sobre os direitos dos gays no Brasil. "Não imaginávamos que ia
 dar aquela repercussão toda na mídia. Apenas fomos lá e casamos. Mas 
teve muita gente que nos parava na rua para pedir autógrafo e tirar 
foto", conta Leo Mendes, que também é ativista e presidente a entidade  
Articulação Brasileira de Gays - a ArtGay.
Segundo Leo, mesmo um ano depois do episódio ainda é muito procurado 
por outros gays de todo o País interessados em conversar sobre a 
experiência do casamento registrado no cartório. "Muita gente liga, 
pedindo conselhos. A maioria quer saber se é melhor casar ou fazer a 
união estável, se já pode fazer o casamento civil direto. Quanto que 
paga, onde faz, enfim, todos os detalhes, né?", conta.
O casal, que mora em Goiânia, acha importante ter sido um símbolo de 
luta contra a homofobia, mas após um ano, alerta que os direitos dos 
homossexuais ainda são muito agredidos e que a consciência da diferença 
ainda é embrionária na sociedade brasileira. "Não só a diversidade 
sexual, a diversidade humana não é respeitada. Como a religiosa", afirma
  Leo Mendes. "A homofobia cultural é muito forte. Ela não mudou".
O jornalista lembra, por exemplo, que poder casar não significa que 
gays já estão livres do preconceito, "o que muda é que agora são duas 
pessoas para lutar contra o preconceito", assinala. Ele lembra que há, 
com a união estável reconhecida, a garantia de direitos que casais 
heterossexuais já tinham, como a inscrição em programas sociais do 
governo, a pensão em decorrência de morte do companheiro, a inclusão em 
plano de saúde familiar e a possibilidade menos burocratizada de adotar 
uma criança. "A partir do momento que você registra uma união estável 
você se torna uma família", compara.
Apesar disso, o companheiro de Leo, Odilio, lembra que na prática, a 
igualdade de direitos não funciona muito bem. "Promoção de churrascaria é
 só para casal homem e mulher", brinca. "No consumo ainda existe o 
problema da homofobia cultural. Os empresários e comerciantes ainda não 
estão preparados para lidar com esta nova realidade", completa Leo, 
lembrando, porém, que da discriminação cabe ações de indenização.
Apesar das dificuldades, o casal acha que a conquista da união 
estável foi um avanço mais que necessário e garante a formalização de 
uma necessidade subjetiva de todo ser humano. "Eu percebo é que a 
maioria dos casais gays e lésbicas quer casar, se você perguntar, todos 
vão dizer isso. Porque as pessoas vivem muito sozinhas e há muito 
preconceito. Elas querem, sim, alguém ao lado delas que compartilhe, que
 conviva", acredita Leo Mendes. 
Para ele, porém, que muitos homossexuais tem uma visão 
heterossexual do casamento. "Tem gente que acha que ao casar vai viver 
como um casal heterossexual. Não vai, vai continuar sendo um casal gay, 
sofrendo preconceito, infelizmente", alerta. "Nós não podemos 
desenvolver o nosso afeto publicamente como casal. A acolhida na família
 também é diferente o preconceito é cultural", analisa.
Neste ponto, Odílio conta a experiência que teve com a sua família e 
com a igreja que frequentava na cidade de origem, Lizarda, no Tocantins,
 na região do Jalapão. Odilio disse que não conversava sobre ser 
homossexual com os pais. "Minha mãe ficou sabendo do meu casamento pela 
TV. Sei que ela ficou em pânico, mas nunca tocou no assunto comigo", 
conta.
Segundo Odílio, mesmo sendo a família conhecida na cidade - o pai 
havia sido vice-prefeito - os irmãos menores chegaram a ter de evitar ir
 na escola por causa das brincadeiras contra o irmão que ficou famoso no
 Brasil todo por seu casamento gay. Porém após um ano, a situação se 
inverteu. "Fui lá no Natal e vi que a cabeça das pessoas é outra agora. 
Superaram o baque inicial por causa da visibilidade do nosso caso na  
mídia", disse. Segundo Odílio, a acolhida foi mais calorosa e ele foi 
tratado quase como um herói, que venceu uma cruzada. "Acho que, após a 
decisão do juiz e de tudo o que aconteceu, entenderam que eu era a 
vítima".
Odilio confessa, no entanto, que, afetado pelo preconceito de membros
 da igreja evangélica, não congrega mais na Assembléia de Deus, que 
freqüentava até a adolescência. "Acabei com esta ilusão. Sofri muito na 
igreja. Mas acredito em Deus", sintetiza.
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