sábado, 12 de maio de 2012

Alô... Alô Dilma!


'Quando a piada vira ofensa - o caso da @cleycianne vs. @gaybrasil" Por Lucas Freitas


Por Lucas Freitas para O Grito da Bicha
Dica de Augusto Martins 
 
Ultimamente tem havido muita discussão na internet sobre o que é ou não é humor. Com o crescimento de usuários brasileiros no twitter, começou a existir uma nova classe de "humoristas" no Brasil: os twitteiros. Uma grande parte das pessoas usam o twitter pra fazer piada, brincadeiras e ficar falando de casos do dia-a-dia com - ou uma tentativa de - humor. Mas o que tem acontecido muito também, é algumas pessoas fazerem piadas preconceituosas. Inclusive pessoas "famosas" já caíram na idiotice de expressar suas opiniões próprias (e escrotas) através de "piadas" no twitter, pensando que TODO MUNDO aceitaria como tal. E hoje pela manhã tivemos mais um caso de piada que virou ofensa.
Tudo começou quando a Cleycianne, a Diva do Senhor, escreveu na sua página os seguintes tweets:
Ou seja: ela contou um causo do dia da sua personagem e depois propôs uma brincadeira: "Como seria #UmMundoSemHomossexuais?", com a intenção de que seus seguidores mandassem tweets dizendo como seria um mundo sem homossexuais, usando a hashtag que ela criou. É assim que esses perfis de "humor" do twitter vivem: criando memes. E isso foi o suficiente pra Cleycianne se cagar.

A hashtag criada por ela fez sucesso e foi parar nos Worldwide trends. Muita gente criticava essa hashtag e muitos outros apoiavam e muito outros também brincavam junto com a Cleycianne. O que talvez ela não esperasse é que num país onde a homofobia é tão grande, uma "piada" como essa fosse usada por homofóbicos e preconceituosos para espalharem sua raiva e não apenas pra fazer "humor".
Deu-se que o twitter @gaybrasil ficou puto com essa hashtag e resolveu dizer aos seus seguidores que denunciassem a Cleycianne. Ficou discutindo com outras pessoas que estavam espalhando a hashtag e depois soltou uns tweets muito dignos pra se pensar:
Ok, quem segue a Cleycianne sabe que tudo o que ela escreve é humor, uma maneira de satirizar um tipo de evangélica. Faz piadas com famosos, com gays, lésbicas, cantoras, atores e até com os próprios evangélicos; afinal, esse twitter é uma tiração de sarro com um tipo de evangélicas, né?

Muitas pessoas falaram que é ridículo denunciarem o perfil da Cleycianne, pois era apenas uma brincadeira. Mas me digam uma coisa: o que o @gaybrasil falou não faz sentido? Vejam vocês: se a Cleycianne tivesse criado a hashtag "#UmMundoSemNegros" ainda seria considerado humor? Claro que não seria! As pessoas a chamariam de racista e provavelmente teria sido excluído o twitter dela. Agora, se a brincadeira é com os gays, é apenas ~~~~~~ HUMOR.
Vocês podem até dizer: "é apenas uma piada, relaxa" ou "calma aí, é uma piadinha de twitter, uma brincadeira". E eu realmente acho que talvez a intenção no começo tenha sido de apenas uma piada, o problema é que a brincadeira tomou proporções tão grandes, que deixou de ser brincadeira para se tornar ofensa. Se eu não fosse seguidor da Cleycianne e visse uma hashtag dessa nos TTs eu ficaria ofendido... Como sempre ouvi falar: "só é brincadeira quando dois estão brincando, quando apenas um brinca, já se torna ofensa"; e isso aconteceu com essa intenção de brincadeira da Cleycianne: se tornou ofensa.

Não acho o twitter dela homofóbico e nem que tenha sido essa a intenção da hashtag, mas a brincadeira acabou se tornando homofóbica e isso não se pode negar.

Deixo aqui pra vocês pensarem o que o @gaybrasil escreveu: "Se alguém fizesse um perfil sobre um branco que não gosta de negros, estaria preso". Beijos.

Campanha de Obama divulga cartaz oficial de apoio ao casamento gay


Visto no Mix Brasil 
Dica de Augusto Martins 



Ao anunciar seu apoio ao casamento gay nesta quarta-feira, 9 de maio, Barack Obama trouxe o assunto para o centro da campanha presidencial norte-americana. Mas a declaração do atual presidente e candidato a reeleição dada ao canal de TV ABC foi algo planejado. A prova é a foto de um cartaz divulgado no Instagram oficial da campanha de Obama que mostra que o casamento gay já era uma bandeira prevista antes mesmo de Obama fazer a declaração de apoio. 

Em tradução livre, o cartaz anuncia: "todo e qualquer americano (gay, hétero, lésbica, bissexual e transgênero), todo e qualquer americano merece ser tratado de forma igual, pelos olhos da lei e da sociedade. Essa é uma proposta muito simples. Barack Obama."

Segundo analistas, a percepção pública do casamento entre gays está evoluindo mais rapidamente que qualquer outro tema político nos Estados Unidos. Uma pesquisa do jornal The Washington Post mostra que em 2008, apenas 36% dos americanos apoiavam a legalização do casamento entre gays, contra 52% no último estudo.


"Homossexualidade expõe modernização dos costumes" Por Silmara Conchão



Por Silmara Conchão para o Repórter Diário 
Dica de Augusto Martins 

Em minha pesquisa realizada em Santo André sobre sexualidade foi notável as opiniões divergentes sobre o tema num grupo de jovens. Apesar de alguns afirmarem não ter preconceito viu-se nitidamente a contradição quando surgiram expressões do tipo: “eu não tenho preconceito, mas não ando com gay, não converso, não critico e não tenho amizade” ou “se eu vejo, não vou ficar xingando, saio de perto”.

Observou-se maior tolerância das moças frente ao tema, que com mais tranquilidade disseram ter amizades com garotas e garotos gays. Em tom maduro, afirmaram a importância das pessoas assumirem primeiro para si sua identidade: “Eu acho que se você é gay, você tem de ser o que é e se aceitar”.

As reações discriminatórias foram maiores entre os rapazes, contudo, não se pode afirmar que as opiniões são imutáveis. Por toda a vida pensarão desta forma. A presença de gays nos espaços públicos parece desafiar a reputação do “macho” que se sente ofendido diante de dois homens namorando.
Indignados, alguns rapazes disseram que hoje em dia tem gay em todo o canto. Na televisão, na escola, no metrô, nas ruas, no trabalho. Afirmam que a televisão teve papel fundamental para que gays fossem para as ruas como estão hoje. E com isto “se as crianças virem homem com homem ficam induzidas”. Para alguns, o fato seria ótima justificativa para que homossexuais não namorassem em locais públicos.

A discriminação contra homossexuais ocorre, em muitas vezes, de forma velada, por meio de referências preconceituosas e pejorativas com o intuito de humilhar, discriminar, ofender, ignorar, isolar e ameaçar.

Decorre dessa situação, para adolescentes homossexuais, uma dificuldade imensa em como administrar o estigma social. O constrangimento, produto de nossa educação machista, modula o modo de administrar sua identidade sexual. Uns assumem publicamente a existência do parceiro do mesmo sexo, outros tentam disfarçar e se esconder. Em ambas as situações, tenham certeza, há muita dor e sofrimento.


Mesmo assim, na pesquisa houve uma declaração corajosa de um dos rapazes que revelou no grupo sua bissexualidade. Namora e frequenta boate gay com a namorada, e se diz a favor da felicidade das pessoas, pois, isto é o que importa e que ninguém, segundo ele, tem que obedecer a “dogmas religiosos”, “tem sim é que buscar suas formas de sentir prazer e viver coisas novas”.

Embora vivamos numa sociedade que ainda insiste em nos ensinar que a heterossexualidade é a mais natural, correta e até mesmo a única maneira de nos relacionarmos afetiva e sexualmente, na vida real vemos que as práticas são outras e o debate sobre a afirmação da homossexualidade está em curso.

O debate é pautado sobre um clima de crescente liberalização dos costumes associados a estilos de vida diversos que vêm se mostrando a cada dia. Ao mesmo tempo, o conservadorismo tem afiado suas garras para manter a homossexualidade no campo da promiscuidade, doença, do desvio de comportamento, feio, pecado, e se mostra violento com reações que discrimina, humilha e mata. Direitos humanos, sexuais e reprodutivos são para toda gente, sem distinção. Está na hora de repensarmos valores e o nosso papel na luta contra qualquer tipo de violência.

Silmara Conchão é socióloga, professora da Faculdade de Medicina do ABC e autora do livro ‘Masculino e Feminino, a primeira vez’

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ricky Martin elogia Barack Obama por aprovar casamento gay




Visto no Terra
Dica de Augusto Martins 

Pelo Twitter, o cantor porto-riquenho Ricky Martin agradeceu o presidente dos EUA, Barack Obama, por suas declarações a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, nesta quarta-feira (9).

Em sua conta na rede social, ele escreveu: "@BarackObama obrigado por afirmar que todos os americanos merecem os mesmos direitos. Histórico!", elogiou, aproveitando para confirmar sua presença no evento para arrecadação de fundos para a campanha eleitoral do político, na semana que vem. "Que orgulho ser seu anfitrião na próxima segunda-feira (14)."

Em entrevista à emissora ABC, realizada no Salão Oval da Casa Branca, em Washington D.C., nesta segunda, Obama declarou: "concluí que é importante dar um passo adiante e afirmar que acho que casais do mesmo sexo deveriam poder se casar".

O presidente já demonstrava apoio à causa dos homossexuais na campanha eleitoral de 2008, mas é a primeira vez que ele fala abertamente em casamento entre pessoas do mesmo sexo. No final de 2010, Obama afirmou que sua postura sobre o tema "estava evoluindo".

Martin revelou ser gay no dia 29 de março de 2010. Na ocasião, ele classificou como um presente sua preferência sexual, tema sobre o qual se estendeu na autobiografia Eu, lançada no mesmo ano. 

Mitt Romney teria humilhado colega gay na escola, diz jornal



Visto na Exame

Mitt Romney, o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, teria humilhado um colega gay durante seus tempos de escola. As informações são do jornal Washington Post.
Nos anos 1960, quando Romney estava na escola Cranbrook, elitista e exclusiva para garotos, ele teria cortado o cabelo de um colega gay, como parte de um processo de humilhação. Romney já havia criticado John Lauber, que usava cabelos compridos e tingidos de loiro e, um dia, junto com um colega, Romney teria jogado o estudante no chão e cortado seu cabelo à força.
O incidente foi reportado ao jornal por cinco estudantes diferentes: Matthew Fredemann, Phillip Maxwell; Thomas Buford, David Seed e outro ex-aluno que pediu para não ser identificado. A vítima, que poderia confirmar a história, morreu em 2004. O jornal informou que alguns desses antigos colegas hoje são Democratas – Buford foi voluntário na campanha de Obama em 2008. Os ex-alunos afirmam que a opinião política não mudou suas lembranças.
O porta-voz da campanha de Romney afirmou que o candidato não tem nenhuma memória do incidente. “As histórias, de quinze anos atrás, parecem exageradas (...) Romney não tem nenhuma lembrança de ter participado desse incidente”, infoma o comunicado.
O site Politico lembrou que a reportagem do Washington Post foi publicada na mesma semana em que o presidente e candidato democrata Barack Obama anunciou ser favorável ao casamento gay.
Hoje, Romney afirmou que fez algumas coisas “idiotas” quando era jovem, em entrevista à Fox News Radio. No entanto, o candidato disse não se lembrar do incidente com Lauber. “Preguei várias peças no ensino médio, fiz algumas coisas idiotas e se ofendi alguém, peço desculpas. Foi há muito tempo, fico feliz de ter feito bons amigos naqueles anos”, disse Romney à rádio.
Sobre uma outra “brincadeira” da época, em que Romney teria ofendido outro colega, o candidato afirmou desconhecer que o envolvido era gay, riu e pediu desculpas novamente. Romney afirmou que hoje é uma pessoa muito diferente de quem era naquela época e que foi positivamente influenciado por sua esposa, Ann Romney.

Escola argentinas ganham kit contra homofobia


Visto no Parou Tudo
Enquanto no Brasil o kit contra a homofobia nas escolas públicas foi vetado pela presidente Dilma Rousseff, na Argentina, o Ministério da Educação e o Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o Racismo (INADI) mostram ação exemplar com material sobre LGBT para instituições de ensino.
Segundo a colunista Janaína Figueiredo, de “O Globo”, o guia explica aos alunos que existem famílias com formações diferentes – com dois pais, duas mães, ou apenas um pai e uma mãe. A intenção do governo argentino é reduzir os casos de bullying nas escolas.
“Precisamos de uma mudança educacional em nossa sociedade que acompanhe a histórica decisão do Congresso. Os pais gays devem ser visíveis e mostrar sua realidade com orgulho”, afirmou o presidente da Comunidade Homossexual Argentina (CHA), César Cigliutti. No país, a lei que permite o casamento homossexual foi aprovada em 2009.

Senado promove seminário sobre criminalização da homofobia


Publicado no site do Senado
A equiparação da homofobia ao crime de racismo, como prevê o Projeto de Lei da Câmara 122/2006, será discutida na próxima terça-feira (15), a partir das 10h, no Seminário “Diferentes, mas iguais”, promovido pela Presidência do Senado por iniciativa da presidente em exercício, Marta Suplicy (PT-SP). Devem participar do seminário a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
O seminário ocorre na véspera da 3ª Marcha Nacional contra a Homofobia, que se realiza em Brasília no dia 16. Durante o evento, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) entregará aos senadores documento pedindo a aprovação do PLC 122/2006 na forma do substitutivo da ex- senadora Fátima Cleide (PT-RO), já aprovado na Comissão de Assuntos Sociais em novembro de 2009.
Durante o seminário, serão debatidos temas como o papel do Estado na construção de uma sociedade de respeito à diversidade; políticas positivas de combate à homofobia e aspectos constitucionais e legais da criminalização da homofobia. Haverá ainda testemunhos de vítimas da homofobia e de seus familiares.
Além do governador do Rio de Janeiro, deverão comparecer ao seminário a presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Maria Berenice Dias, e o superintendente de Direitos Individuais Coletivos e Difusos da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Cláudio Nascimento, entre outros convidados. Programação completa.
Crescimento da violência
Marta Suplicy espera que o seminário sensibilize os senadores e a sociedade civil sobre a seriedade do recrudescimento da violência homofóbica e a consequente necessidade de aprovação do projeto que torna crime a discriminação por orientação sexual. - Agora, não só a Europa, mas também a Argentina e outros países vizinhos avançam neste tema e na proteção da diversidade. E o Brasil caminha para trás - lamentou a senadora.
Na opinião da senadora, um país que deixou, por 16 anos parado na Câmara dos Deputados, projeto que regulamenta a união civil entre pessoas do mesmo sexo e “há dez anos não consegue levar a voto de maneira bem sucedida projeto que trata de direitos humanos e respeito à cidadania” (PLC 122/06), não é um país que está “somente parado e, sim, retrocedendo na questão dos direitos humanos”.
Mobilização
Marta Suplicy ressalta que a sensibilização dos parlamentares só vai ocorrer, porém, com mobilização cívica, na medida que as pessoas entenderem que os direitos humanos estão sendo desrespeitados e que as agressões estão se tornando cada vez mais violentas. A senadora acredita que a maioria dos cidadãos brasileiros não concorda que um cidadão homossexual seja vítima de preconceito, e lamentou que isso não esteja se refletindo em ações concretas.
- As pessoas estão sendo vitimizadas não só em seus empregos, mas quando passeiam, quando se divertem, em todas as situações - afirmou.
PLC 122
O PLC 122 é de autoria da ex-deputada federal Iara Bernardi (PT-SP) e foi aprovado na Câmara em dezembro de 2006. A proposta altera a Lei 7.716, de 1989, que tipifica "os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". A proposta de Iara Bernardi inclui entre esses crimes o de discriminação por gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero, igualando-os ao racismo.
Além da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, o projeto também terá que ser votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e, se aprovado, segue para o Plenário. Aprovada pelos senadores, a matéria retornará à Câmara, uma vez que o texto original foi modificado por substitutivo da ex-senadora Fátima Cleide, aprovado na Comissão de Assuntos Sociais em novembro de 2009. O substitutivo inclui também a discriminação contra deficientes e idosos na Lei 7.716/89.
Para Marta Suplicy, o PLC 122 é, na verdade, algo "muito simples" que não interfere na vida de nenhum cidadão que não cometa atos de agressão. O PLC 122/06 levou quatro anos para ser votado na Câmara dos Deputados. Ao perceber que seria difícil aprovar a matéria na Comissão de Direitos Humanos do Senado, em 2011, Marta Suplicy fez acordo com os líderes da oposição e apresentou novo substitutivo à proposta. Mas o acordo não se concretizou em aprovação.
Após o adiamento da votação, a comunidade LGBT informou à Marta Suplicy que prefere a votação na forma do substitutivo da senadora Fátima Cleide. Documento neste sentido será entregue pela ABGLT ao Senado na próxima terça.

Congresso da Argentina aprova lei de identidade de gênero





Visto no G1 

Travestis e transexuais poderão escolher sexo no registro civil. Sistema de saúde terá de proporcionar tratamento para adequação.

O Senado da Argentina aprovou na noite desta quarta-feira (9/04), por ampla maioria, a lei que autoriza travestis e transexuais a escolher seu sexo no registro civil, confirmando a decisão adotada pela Câmara de Deputados, em novembro.

A iniciativa obteve 55 votos a favor e uma abstenção, ao final de três horas de debates.

A nova lei define identidade de gênero como a "vivência interna e individual tal como cada pessoa a sente, que pode corresponder ou não ao sexo determinado no momento do nascimento, incluindo a vivência pessoal do corpo".

A norma estabelece que qualquer pessoa poderá solicitar a retificação de seu sexo no registro civil, incluindo o nome de batismo e a foto de identidade.

Com a vigência da medida, a mudança de sexo não necessitará mais do aval da justiça para reconhecimento, e o sistema de saúde deverá incluir operações e tratamentos para a adequação ao gênero escolhido.

A medida "dará oportunidades iguais a todos e é consequência da Lei do Matrimônio Igualitário, aprovada em 2010", garantindo que perante o Estado cada pessoa será tratada e tutelada como sente que é", destacou a governista Ada Iturrez, que preside a Comissão de Legislação Geral do Senado.

Argentina, um país amplamente católico, foi o primeiro estado latino-americano a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a partir de 2010.

Luis Naidenoff, presidente do bloco radical, principal força da oposição, estimou que a lei faz parte de "importantes avanços na ampliação dos direitos que favorecem setores que estavam discriminados".

A senadora peronista Sonia Escudero destacou que a comunidade trans "tem uma esperança de vida de apenas 35 anos, e mais de 90% se encontram em situação de prostituição como consequência da pouca preparação e do abandono precoce da escola".

"As cifras mostram que 95% destas pessoas, em torno de 22 mil em todo o país, não têm acesso aos direitos humanos fundamentais".

Centenas de ativistas de grupos de travestis e transexuais comemoraram o resultado da votação diante do Congresso, em Buenos Aires.

O presidente da Comunidade Homossexual Argentina, César Cigliutti, disse que a lei é "mais um passo gigantesco e histórico em nosso longo trabalho pelos direitos da nossa comunidade".

"As pessoas 'trans' merecem da sociedade o tratamento adequado ao seu gênero 'autopercebido'", destacou Cigliutti.

O interventor do estatal Instituto contra a Discriminação (Inadi), Pedro Mouratian, assinalou que a medida ""é o pontapé para a efetivação dos direitos das pessoas 'trans, promovendo o acesso ao trabalho, à educação, à saúde e à habitação"

Calendário com transformistas em cenas clássicas gera polêmica no CE


No mês de abril, "O Último Truque" faz referência ao quadro "A Última Ceia", de Leonardo da Vinci. (Foto: Translendário/Divulgação)

Por Gabriela Alves e Diana Vasconcelos para o G1

O grupo “As Transvestidas” lançou no Ceará um calendário com 12 imagens em que atores transformistas aparecem em obras clássicas e cenas populares. Nas páginas dos meses de janeiro a dezembro do “Translendário”, como é intitulado o trabalho, há releituras das pinturas “Mona Lisa” e “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, e da escultura Pietà, de Michelangelo.  A presença da logomarca da Prefeitura de Fortaleza na publicação gerou polêmica na Assembleia Legislativa do Ceará nesta terça-feira (8), mas o município diz que não apoiou financeiramente o calendário. Um deputado estadual considera o calendário um ''desrespeito'' aos cristãos. (Veja as 12 páginas do calendário)

“A ideia do 'Translendário' foi fazer um produto com qualidade que pudesse levar uma imagem positiva do universo trans. Uma imagem diferente da lama e da prostituição”, explica um dos idealizadores do projeto, Silvero Pereira.

De acordo com o ator, produtor e professor, o nome diferente para o calendário surgiu para fazer alusões ao objetivo do produto e “às travestis como lendas da nossa cultura”. A escolha das 12 imagens não foi fácil, segundo Silvero Pereira, e discutida em reuniões com os produtores durante os dois anos que o projeto foi idealizado.

“Queríamos uma visibilidade positiva e, com uma boa fotografia, produção e design, pensamos em obras clássicas que fossem referência para as pessoas, que já fizessem parte do imaginário coletivo”, afirma.

Carmen Miranda está no mês de fevereiro, em 

“Disseram que voltei Trans-Operada”.

(Foto: Translendário/Divulgação)



Com referências do mundo LGBTT, o mês de agosto do “Translendário” traz, por exemplo, a “Transvênus”, uma releitura da obra “O Nascimento de Vênus”, de Sandro Botticelli. A capa clássica do disco “Abbey Road”, do The Beattles, também é lembrada no mês de julho na versão “Crossdressroad”. A famosa “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci, transformou-se em “Mona”, e a cantora Carmen Miranda é retratada com as tradicionais cores e pose e o título “Disseram que voltei Trans-Operada”.
Segundo o idealizador, foram impressos 400 exemplares que, desde janeiro, são distribuídos em eventos e ONGs ligadas ao movimento LGBTT. O "Translendário" também pode ser comercializado pelo valor de R$ 10, mas a venda está suspensa, de acordo com Pereira, depois que o calendário recebeu críticas na Assembleia Legislativa do Ceará. "Queremos esclarecer qual é o objetivo do nosso trabalho", diz.
Polêmica

O deputado estadual Fernando Hugo (PSDB-CE) apresentou o “Translendário” na manhã de terça-feira (8) no plenário da Assembleia Legislativa afirmando que as imagens o fizeram se sentir desrespeitado como cristão. “Eles [grupo LGBTT] que tanto querem respeito, deviam primeiro respeitar”, disse o deputado em contato com o G1 nesta quarta-feira (9).

Pintura clássica de Da Vinci ganha versão "Mona"

em calendário. (Foto: Translendário/Divulgação)


Segundo Silvero Pereira, o calendário traz releituras de obras de arte. "Não tem nada a ver com religião. É uma releitura artística, das obras de arte, assim como é feita em outras artes. Michelangelo e Da Vinci nem católicos eram", diz.
Outra crítica do deputado é a impressão da logomarca da Prefeitura de Fortaleza na primeira página dos calendários. Fernando Hugo informou que já entrou com uma ação no Ministério Público pedindo explicações sobre o tipo de apoio dado pela Prefeitura de Fortaleza ao calendário.

“O que é desalentador é que a prefeitura lamenta tanto a falta de dinheiro para investir e destina de modo fácil e rápido recursos para uma publicação assim”, disse o deputado, completando, “é um gasto de dinheiro do povo numa publicação que nada produz de educativo. Quero saber qual o fundamento. Qual o beneficio que ele trará ao povo de Fortaleza?”.

A Prefeitura de Fortaleza informou, por meio da Secretaria de Direitos Humanos, que o Translendário não recebeu apoio financeiro do município e a marca da gestão foi utilizada indevidamente pela organização. "Todo o investimento foi feito pelo grupo (As Trasvestidas) e realizado com apresentações artisticas", afirma Silvero Pereira.

Com cenas cristãs, como a Pietà, calendário

causou polêmica. (Foto: Translendário/Divulgação)



"A ideia de colocar logomarca da Prefeitura foi uma decisão minha em agradecimento às ações e parceiras desenvolvidas pela Coordenadoria da Diversidade Sexual. Por isso, coloquei como apoio", diz. O artista acrescenta que o grupo deciciu retirar a primeira página do calendário que contém a referência à prefeitura municipal.
Segundo o produtor cultural, os valores dos cachês e da renda da bilheteria de espetáculos encenados pelo grupo foram destinados para a produção do calendário que não contou com verba da Prefeitura. O custo do produto, segundo Pereira, variou entre R$ 2.000 e R$ 2.500 e os envolvidos no projeto não cobraram pelo trabalho.
Apesar de criticar a presença da logomarca “Fortaleza Bela” na publicação e criticar a forma como o conteúdo foi apresentado, Fernando Hugo disse não ser contra o público LGBTT ou manifestações pela diversidade sexual. “Porém, como cristão, sem ser piegas ou carolista, posso dizer que os travestis desrespeitaram o mundo cristão”, afirma.

Obama declara apoio a casamento entre pessoas do mesmo sexo


Obama durante entrevista na terça (8); em entrevista à ABC, nesta quarta, o presidente anunciou seu apoio pessoal à união entre pessoas do mesmo sexo (Foto: Evan Vucci / AP)
Visto no G1

Em entrevista, presidente enfatizou que esta é sua posição pessoal. Anúncio ocorre um dia após 31º estado aprovar lei contrária a união gay.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira (9) que apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo, após um longo período sem se proncunciar claramente sobre o tema e de declarações favoráveis do seu vice, Joe Biden.

Em uma entrevista à emissora norte-americana ABC, o presidente descreveu sua posição como uma "evolução", baseada em conversas com membros da sua equipe, funcionários abertamente gays e até mesmo com a sua mulher e filhas.

"Devo dizer que ao longo de anos eu venho falando com amigos, família e vizinhos e, quando eu penso em membros da minha própria equipe que estão em relações monogâmicas homossexuais, que estão criando crianças juntos, quando eu penso em soldados, pilotos, fuzileiros ou marinheiros que estão lutando em nosso nome e ainda se sentem constrangidos, mesmo agora quando a Don't Ask Don't Tell [política que proibia pessoas abertamente gays nas Forças Armadas] já não existe, porque não podem assumir suas relações, eu chego à conclusão que para mim pessoalmente é importante seguir e afirmar que casais do mesmo sexo devem poder se casar", disse o presidente em entrevista ao programa "Good Morning America".

Obama enfatizou que esta é sua posição pessoal, e que ainda apoia a ideia de que cada estado norte-americano defina sua própria lei. Mas afirmou que está confiante que os americanos estão cada vez mais favoráveis a casais de gays e lésbicas, citando as próprias filhas.

Mulher passa diante de placa no bar Stonewall Inn, em Nova York, onde se lê: 'Obama apoia o casamento gay. Vamos beber!' (Foto: Keith Bedford / Reuters)

Carolina do Norte

A entrevista ocorre um dia depois o estado da Carolina do Norte ter aprovado uma lei banindo claramente a união entre homossexuais, tornando-se o 31º estado, de 50, a aprovar uma medida desse tipo.
Um pedido para revogar a emenda à Constituição do estado, aprovada pelos eleitores, começou a circular nesta quarta-feira.

Menos de 24 horas após a aprovação da emenda, mais de 71 mil pessoas tinham assinado o pedido '1 milhão contra a Emenda 1', que circula pelas redes sociais através da plataforma 'change.org', criada por Jenn Halweil, morador de Raleigh, capital do estado.

A medida obteve 61% de apoio dos mais de dois milhões de eleitores que participaram das eleições primárias do estado, uma afluência às urnas significativa em comparação com 2008.

Embora o estado proíba o casamento entre casais do mesmo sexo desde 1996, os promotores da emenda defendiam a necessidade de uma definição clara do casamento na Constituição do estado.

Por sua parte, os opositores enfatizaram que a medida ignora as uniões civis de casais, inclusive heterossexuais, e põe em risco a proteção contra a violência doméstica de algumas vítimas e de seus filhos menores de idade.

'Numerosas leis foram revogadas pela coragem das comunidades que souberam lutar contra estas medidas injustas', destaca o pedido.

Calcula-se que mais de 212 mil casais não estão casados legalmente na Carolina do Norte, mas gozam de benefícios de suas relações domésticas, como seguro médico.

Embora suas ramificações legais ainda sejam desconhecidas, a medida deve começar a ser aplicada no dia 1º de janeiro de 2013.

Carolina do Norte aprova proibição de casamento gay


Visto no Globo
Os eleitores da Carolina do Norte aprovaram nesta terça-feira uma emenda constitucional que proíbe o casamento homossexual e as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, o que representa um revés para os esforços dos Estados Unidos para expandir os direitos do casamento entre gays.
A alteração que diz que o casamento entre um homem e uma mulher é a única união reconhecida legalmente no estado, foi aprovada por uma ampla margem. De acordo com os resultados de 95 dos cem condados, cerca de 61% apoiaram a emenda.
A Carolina do Norte já impede os casais de gays e lésbicas de se casarem, mas o estado agora se junta aos outros do sudeste ao acrescentar a proibição a sua constituição.
- Muitos eleitores simplesmente viram a emenda como um voto sobre o casamento homossexual, apesar dos esforços dos opositores da medida para ampliar a discussão - disse Tom Jensen da empresa de Pesquisa de Políticas Públicas com sede em Raleigh.
- Toda vez que a Carolina do Norte tem uma maioria de republicanos e afro-americanos do mesmo lado de um problema, há uma combinação muito potente - acrescentou Jensen.
Vinte e oito estados aprovaram proibições constitucionais sobre casamentos do mesmo sexo, de acordo com a Conferência Nacional de Legislaturas Estaduais.
Massachusetts, Iowa, Vermont, New Hampshire, Connecticut, Nova York e do Distrito de Columbia permitem o casamento gay.
Os estados de Maryland, Nova Jersey e Washington aprovaram leis este ano sobre o casamento homossexual, mas o governador Chris Christie vetou a lei de Nova Jersey e adversários em Maryland e Washington estão ameaçando iniciativas eleitorais para derrubar a legislação.
A votação na Carolina do Norte acontece após declarações de altos funcionários do governo do presidente Barack Obama esta semana que foram interpretadas como apoio ao casamento gay.
O vice-presidente Joe Biden disse no domingo que estava "absolutamente confortável" com a permissão de casais do mesmo sexo de se casar, e o secretária da Educação, Arne Duncan afirmou que o casamento gay deve ser legalizado. Obama disse que favorece uniões civis, mas não chegou a apoiar o casamento gay.
Os defensores da emenda na Carolina do Norte disseram que iriam preservar a santidade do matrimônio entre um homem e uma mulher e fazer leis que proíbem o casamento gay mais difícil de serem revogadas.
Adversários dizem que a proibição prejudicaria os benefícios de seguro de saúde para gays solteiros e casais heterossexuais e indica que o Estado é hostil para uma força de trabalho diversificada.
O reverendo evangélico Billy Graham apelou aos eleitores para apoiar a medida, enquanto o ex-presidente Bill Clinton e alguns líderes empresariais pediram para a Carolina do Norte rejeitá-la.
- Nós não vamos permitir que o casamento seja redefinido neste estado. A nação está assistindo a Carolina do Norte, e demos um alto padrão a seguir - disse Tami Fitzgerald, presidente do grupo pró emenda para o Casamento Carolina do Norte, a partidários em uma festa de comemoração.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Fora do Armário




Por Maria Fernanda Seixas e Rafael Campos para a Revista do Correio 


Liberdade, liberdade... Jovens contam o quão difícil e necessária é a decisão de revelar para a família a homossexualidade. Sair do armário, porém, é uma atitude libertadora. Hoje, os pais também encontram apoio para aceitar a escolha do filho 


A história se repete todos os dias, com personagens diferentes. O garoto era um bom aluno, tirava boas notas e entrou para a faculdade. Sempre foi um filho carinhoso e prestativo, mesmo que na adolescência tenha parecido um tanto tímido e fechado com os familiares. Cheio de saúde e muito bem educado, recebeu todo tipo de estímulos culturais e afetivos dentro de casa. Até que um dia assumiu para os pais que é homossexual. E todas as virtudes desapareceram por um momento: “Onde foi que nós erramos?” Para a psicóloga Edith Modesto, que viveu essa exata situação 20 anos atrás, quando o filho caçula se assumiu gay, a sensação foi de revolta — consigo mesma, com Deus, com o destino. “Questionava o tempo inteiro por que eu? Por que meu filho? Parecia um castigo.”

Toda história, porém, tem dois lados. O(a) garoto(a) amava os pais, mas vive um constante conflito interno. Sente-se diferente desde criança e isso lhe trazia uma sensação de isolamento. Aos poucos, percebe que sua orientação sexual é diferente da esperada pela sociedade e pela família. E, a partir desse dia, começa sua guerra privada de autoaceitação. Aceitar quem é, que sua escolha não era uma opção e que, inevitavelmente, traz sofrimento para quem ama. Isso até tomar coragem de se assumir para a família. “O que será da minha vida agora?” Foi assim com o relações públicas Gustavo Freitas, 23 anos. Todas as noites, remoía o momento em que contaria para a família sobre sua orientação sexual. Foram madrugadas insones, permeadas por dilacerantes pensamentos de medo e angústia. Numa discussão, ele finalmente revelou seu segredo. Passado o turbilhão de questionamentos — mais especificamente quatro longos anos —, mãe e filho, hoje, trocam confidências sobre seus relacionamentos com bom humor.

Ao mesmo tempo em que o ato de “sair do armário” parece uma atitude de libertação, de abraçar uma nova vida livre de mentiras, significa também ter que lidar com a aceitação do outro. De saber que, ao menos por uma fase, ser homossexual parecerá maior do que ser todas as outras coisas: profissional, honesto, responsável. Não há momento certo. Hoje, jovens recém-egressos da infância já têm coragem de declarar a preferência sexual. Mas ainda há uma grande quantidade deles que imagina uma vida eternamente presa em uma gaiola. Os que se libertam, porém, garantem que nenhuma dificuldade supera o prazer de ser verdadeiro consigo e com os outros. E são essas as histórias que a Revista conta hoje.

Via internet

Sentado de frente a um computador, o relações públicas Júlio Cardia (foto), 28 anos, recebeu por e-mail um convite para integrar a rede social Orkut. Abriu a página e começou a preencher os espaços em branco requeridos para sua inscrição no site. Carregou uma foto sua, colocou nome, idade, cidade onde morava. Na vez da pergunta “opção sexual”, Júlio sentiu um calor no rosto. Sem titubear, disse pela primeira vez ao mundo que era gay. Mal sua página entrou no ar e os amigos, chocados com a revelação virtual, começaram a ligar. Nada foi planejado. Mas, naquele momento, olhando para a tela do computador, Júlio optou por não mentir mais. Sua vida mudou a partir dali.

Leia a íntegra desta reportagem na edição nº364 da Revista do Correio.
Contatos úteis

- Grupo de pais de homossexuais
(11) 3031-2106 
Edithmodesto@usp.br

- Estruturação — Grupo LGBT de Brasília
(61) 3036-4544

- Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

- Centro de Referência em Direitos LGBT de Brasília — Casa Roxa
(61) 3381-2229 
casaroxa@coturnodevenus.org.br

Nas prateleiras

Toda maneira de amor vale a pena, de Bety Orsini (Editora Primeira Pessoa)
Vidas em Arco-Íris: depoimentos sobre a homossexualidade, de Edith Modesto (Editora Record)
Agora que você já sabe, de Betty Fairchild e Nancy Hayward (Editora Record)

"Guia sobre novas famílias" Por Janaína Figueiredo



                                                Foto do primeiro casamento gay no país

Por Janaína Figueiredo para O Globo Blogs 
Dica da Querida Silvia Helena Oliveira (via Facebook)

Por iniciativa do Ministério da Educação e do Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o Racismo (INADI), esta semana foi apresentado em Buenos Aires um guia para que professores de escolas públicas e privadas ensinem a seus alunos os diferentes tipo de famílias que existem no país, que em 2009 aprovou uma lei que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

O guia explica aos alunos argentinos que exitem famílias com dois pais,  duas mães, ou apenas um pai e uma mãe. O objetivo, disseram as autoridades argentinas, é reduzir os casos de bullying nas escolas.

Precisamos de uma mudança educacional em nossa sociedade que acompanhe a histórica decisão do Congresso. Os pais gays devem ser visíveis e mostrar sua realidade com orgulho _ disse o presidente a Comunidade Homossexual Argentina (CHA), César Cigliutti.

Desde que o Parlamento argentino aprovou a lei sobre casamentos gays, estima-se que cerca de 3 mil casais homossexuais pasaram pelos cartórios de todo o país.

Bebês são preconceituosos? Com 9 meses, eles já entendem melhor e diferenciam mais pessoas da sua própria raça



Visto na Hype Science
Dica de Augusto Martins 

Um novo estudo apontou que bebês tão novos quanto 9 meses são melhores em reconhecer emoções e expressões faciais de pessoas de sua própria raça, e tendema achar que pessoas de outras raças “são todas iguais”.

Mas, não, isso não significa que todos somos “preconceituosos” por natureza. Embora os bebês nasçam com um certo “vazio” de pensamento, abertos a todos os tipos de descobertas, aos poucos eles percebem quem é da sua raça, e quem não é, pelas diferenças físicas.

E, como eles tendem a conviver nesses primeiros meses apenas com sua família, geralmente pessoas da mesma raça que eles, eles ficam melhores em entender emoções e expressões dessa raça.

Isso significa que, se um bebê afrodescendente for adotado por uma família caucasiana, provavelmente vai distinguir melhor as expressões de pessoas brancas.

O estudo foi conduzido por Lisa Scott e colegas da Universidade de Massachusetts Amherst, EUA, e publicado no periódico Developmental Science. Eles estudaram 48 bebês caucasianos que não tinham sido muito expostos a bebês negros nos primeiros meses de vida.

Enquanto monitoravam a atividade cerebral dos bebês, os cientistas testaram suas habilidades de diferenciar duas pessoas da sua própria raça e duas pessoas de outra raça, e também suas habilidades de ver expressões emocionais como feliz ou triste, e se elas correspondiam a atitudes como chorar ou rir.

Os bebês de 5 meses diferenciavam todas as pessoas da mesma forma, da sua própria raça ou de outra. Também, ao analisar as expressões de qualquer pessoa de qualquer raça, utilizavam uma única parte do cérebro.

Já os bebês mais velhos, de 9 meses, eram melhores em diferenciar pessoas de sua própria raça. E quando eles analisavam expressões, o cérebro mudou a região na qual processa essa informação, inclusive operando diferentemente quando eles processavam expressões de pessoas de sua própria raça ou de outra raça.

Isso significa que, conforme os bebês crescem, se tornam mais especializados em certas tarefas.

Esse processo é bem parecido com o de aprender uma linguagem. Quando os bebês são muito novos e ainda não sabem separar a relevância dos sons, eles dão a mesma atenção a todos. Mais tarde, quando já entendem melhor os sons que fazem parte da língua que escutam, eles se tornam mais seletivos, desenvolvendo meios de diferenciar os sons relevantes e os não relevantes.

Seguindo esse pensamento, muitos poderiam dizer que as crianças já nascem preconceituosas, preferindo prestar mais atenção a sua própria raça. Não é bem assim. Como já foi dito, os bebês na verdade estão prestando mais atenção a sua própria família, não necessariamente a uma raça em particular.

Mas esse fenômeno pode explicar porque o preconceito persiste em alguns adultos que têm o pensamento de que todos de uma outra raça parecem iguais.

O conselho dos pesquisadores para os pais é que eles criem seus filhos em um ambiente diversificado. Assim, o bebê será obrigado a ser um “generalista”, e não um “especialista”, pelo menos no que se trata da aparência das pessoas.

Claro que você também precisa educá-lo bem, para que ele entenda que todos são iguais, não fisicamente, mas no que diz respeito aos direitos e deveres. Assim, mais tarde na vida, ele será uma pessoa mais flexível com menos chances de perceber alguém como diferente de si.

A Igreja católica e a homossexualidade




Visto no site Nossos Tons 
Dica de Augusto Martins 

Apesar de ser prática corrente no seu seio, às vezes com contornos onde a vergonha e o crime se confundem, a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) elegeu o combate à homossexualidade como desígnio divino do seu proselitismo. Melhor dito, a ICAR tem horror a tudo o que diga respeito à sexualidade, apenas se conformando com a função reprodutiva, de preferência com exclusão do prazer.

A ICAR não se dá conta de que a castidade, que tão entusiasticamente advoga, é o mais demolidor contracetivo existente e que o método tradicional da reprodução, que tanto a enoja, é o mais popular, frequente, e ao alcance dos mais pobres.

A misoginia herdada do Antigo Testamento está na origem de todos os preconceitos e tolices que a ICAR tem cometido contra a saúde da mulher, o planeamento familiar e o combate às doenças sexualmente transmissíveis, especialmente em relação à sida, onde a teologia do látex se sobrepõe à defesa da saúde e da vida de milhões de pessoas.

De todas as formas de sexualidade, a homossexualidade é a que mais perturba o Papa e, curiosamente a que mais tem abalado o Vaticano. Trata-se de uma abominação, segundo o Levítico (18:22), mas, contrariando a opinião divina e a Igreja, a OMS suprimiu-a da relação de doenças, por não afetar a saúde mental nem os comportamentos normais. E o Conselho Europeu, baseado no consenso generalizado das conclusões científicas, opõe-se a que seja qualificada como doença, desvio psicossomático ou perversão, instando os Governos a suprimir qualquer tipo de discriminação motivada na tendência sexual.

Perante a fanática homofobia clerical foi interessante ler no El País de 12 de Abril p.p., que o Dr. John Boswell, no seu livro «Las bodas de la semejanza» documenta como na Igreja católica, dos séculos VI a XII, existia como normal a celebração litúrgica de casamentos homossexuais, com ritos e orações próprias, presididos por um sacerdote.

É a partir do século XIII que a homossexualidade assume o caráter de vício horrível (pecado nefandum=innombrable), tão horrível que «innombrable» não se aplica a factos mais graves: assassinato, matricídio, abuso de menores, incesto, canibalismo, genocídio e deicídio incluído.

Enfim, venha o diabo para explicar esta violência homofóbica da teologia católica cuja demência é comum aos outros monoteísmos.

terça-feira, 8 de maio de 2012

John Travolta é acusado de assédio por massagista e processado



John Travolta está sendo acusado por um massagista de tentar fazer sexo com ele durante uma sessão de massagem. De acordo com informações do site "TMZ", o ator contratou o homem por meio de um anúncio de Internet, onde ele dizia atender por 200 dólares a hora.

O massagista, que não quis ser identificado, diz que não sabia se tratar de Travolta até encontrá-lo, mas concordou em entrar no carro do ator e se dirigir ao Hotel Beverly Hills, onde ele possui um bangalô.

Segundo o profissional, Travolta se despiu para a massagem e estava com o pênis semi ereto, mas durante a primeira hora de atendimento tudo correu bem. Até que o ator começou a mexer nas pernas e tocar as partes íntimas do rapaz.

Ainda de acordo com a publicação, o massagista disse para Travolta que não tinha relações sexuais com seus clientes, mas o ator não parou e se ofereceu para fazer massagem nele e masturbá-lo.

O processo ainda afirma que Travolta começou a se tocar na frente do massagista e disse que "só chegou ao estrelato porque realizou favores sexuais quando ainda atuava na série "Welcome Back, Kotter", na década de 70. O ator ainda completou afirmando que "Hollywood é dominada por homossexuais judeus que ajudam as pessoas em troca de favores sexuais".

O massagista finaliza seu depoimento alegando que não aceitou a proposta de Travolta, que imediatamente lhe chamou de "perdedor". Segundo o "TMZ", ele pede 2 milhões de dólares além de indenização por danos morais.

Procurado, o representante de Travolta diz que as acusações são falsas e que no dia em que o massagista alega que aconteceu o assédio, o ator estava há três quilômetros do local onde o incidente supostamente ocorreu. "Esta história é uma completa ficção e foi fabricada", completou.

Em 2010, Robert Randolph escreveu uma biografia não autorizada de Travolta e alegou que o ator era gay. “Ele trai a mulher há anos. Quando os detalhes forem revelados, este escândalo vai fazer Tiger Woods parecer um santo”, disse o autor em entrevista à "The National Enquirer" na época. Em 2008, uma foto do ator beijando outro homem em seu jato particular também caiu nos tabloides do mundo inteiro.

Transexual inglesa conseguiu formas femininas sem tratamento


Publicado no G1
Com informações do The Sun
Uma transexual inglesa adquiriu formas femininas sem passar por nenhuma cirurgia ou qualquer outro tipo de tratamento. Ryan McKenna tem a síndrome da insensibilidade androgênica, uma disfunção que faz com que características dos dois sexos se manifestem.
Ryan nasceu com genitália masculina e foi criada como um menino. Porém, desde criança, preferia brincar com as meninas e tinha um jeito feminino.
Na adolescência, o corpo se desenvolveu com mais características femininas que masculinas. Ryan nunca teve pelos no rosto, nem voz grossa, nem pomo-de-adão, e sua cintura ficou fina naturalmente.
“Na escola, sempre fui uma das meninas. Falávamos de coisas como nossos seios crescendo e fofocávamos sobre meninos. Às vezes elas falavam de menstruação e esqueciam que eu não tinha. É a única coisa de menina que eu fico feliz por não ter tido”, afirmou Ryan ao jornal “The Sun”.
“Sempre fui frustrada por não ser uma menina, mas não esperava me tornar uma”, completou Ryan. “Estou em um conto de fadas. Está tudo dando certo”.
Aos 19 anos, ela trabalha como enfermeira em um asilo em sua cidade, Houghton Regis. Ryan, que optou por manter o nome, está conversando com seu médico pessoal para decidir a melhor maneira de fazer a cirurgia para concluir a mudança de sexo.

EUA: aluno gay leva arma de choque para escola para se proteger de suposto bullying

Publicado pelo UOL Educação
Com informações da CNN
Uma mãe enviou o filho para a escola com uma arma de choque após o garoto, que é homossexual, alegar que sofria bullying há alguns meses e a escola, aparentemente, não fazia nada. O aluno pode ser expulso, mas a mãe diz que faria o mesmo novamente.
O estudante, que tem 17 anos, frequenta a Escola Técnica de Arsenal, em Indianápolis (EUA). Em entrevista para a CNN, a mãe Chelisa Grimes disse que não queria promover a violência, mas que precisava proteger o filho.
O adolescente usou a arma em abril, quando ele afirma que foi cercado por seis alunos que o insultavam e ameaçavam espancá-lo. Ele teria apontado a arma para cima, iniciando uma descarga elétrica e colocando o grupo que o ameaçava para correr. O estudante não concorda com a expulsão, pois diz que não usou a arma em ninguém.
A polícia chegou a prender o jovem e algemá-lo. O incidente ainda está sendo investigado, mas nenhum dos estudantes que teriam ofendido o garoto foram identificados.

Beijo entre mulheres da Urban Outfitters causa polêmica nos EUA



Visto na Revista Glamour 

Grupo de mães conservadoras reage na internet à imagem usada no catálogo da marca. O que você acha dessa reação? 

A imagem acima está causando uma grande polêmica entre mães americanas mais conservadoras. Indignadas com a foto de duas mulheres se beijando no catálogo da Urban Outfitters, gigante de fast fashion, elas encabeçam uma campanha nas redes sociais e fóruns de discussões. 

O que elas querem com tudo isso? Encorajar o maior número de pessoas a jogar fora os catálogos, cancelar o e-mail da lista de mailing da marca e ainda enviar cartas para a rede de lojas expressando o desgosto pelo uso da imagem, que para elas é inadequada.

Essa não é a primeira vez que a gigante Urban Outfitters enfrenta a fúria de mães e pais conservadores. Em 2011, a marca foi processada pelos pais da modelo Hailey Clauson – com então 16 anos –, por uso de imagem sexualmente sugestiva em uma camiseta.

'Homofobia ainda é forte', diz 1º casal a conseguir união estável


Liorcino Filho e Odílio Neto: anunciados como o primeiro casal homossexual a oficializar sua união estável no Brasil - Foto: Mirelle Irene/Especial para Terra

Por Mirelle Irene especial para o Terra
Dica de Augusto Martins 


Há cerca de um ano, o jornalista Liorcino Mendes Pereira Filho, 48 anos, e o estudante Odílio Cordeiro Torres Neto, 22 anos, foram notícia no Brasil, e até no exterior, por terem sido anunciados como o primeiro casal homossexual a oficializar sua união estável no Brasil após decisão histórica do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu este direito. No entanto, viram o sonho cair com a decisão do juiz da 1º Vara da Fazenda Pública de Goiânia, Jeronymo Pedro Villas Boas, anulou este primeiro "casamento", dando aos dois um segundo momento de notoriedade com a polêmica suscitada pelo caso. Após um ano, eles consideram que homofobia cultural no Brasil ainda é muito forte.

Mas a história teve um final feliz, já que a decisão do juiz foi cassada pela corregedoria do Tribunal de Justiça de Goiás, mas Liorcino, mais conhecido como, Leo, e Odílio, acreditam que, com o episódio de superexposição de sua história pessoal, eles deram sua contribuição para o debate sobre os direitos dos gays no Brasil. "Não imaginávamos que ia dar aquela repercussão toda na mídia. Apenas fomos lá e casamos. Mas teve muita gente que nos parava na rua para pedir autógrafo e tirar foto", conta Leo Mendes, que também é ativista e presidente a entidade Articulação Brasileira de Gays - a ArtGay.

Segundo Leo, mesmo um ano depois do episódio ainda é muito procurado por outros gays de todo o País interessados em conversar sobre a experiência do casamento registrado no cartório. "Muita gente liga, pedindo conselhos. A maioria quer saber se é melhor casar ou fazer a união estável, se já pode fazer o casamento civil direto. Quanto que paga, onde faz, enfim, todos os detalhes, né?", conta.

O casal, que mora em Goiânia, acha importante ter sido um símbolo de luta contra a homofobia, mas após um ano, alerta que os direitos dos homossexuais ainda são muito agredidos e que a consciência da diferença ainda é embrionária na sociedade brasileira. "Não só a diversidade sexual, a diversidade humana não é respeitada. Como a religiosa", afirma Leo Mendes. "A homofobia cultural é muito forte. Ela não mudou".

O jornalista lembra, por exemplo, que poder casar não significa que gays já estão livres do preconceito, "o que muda é que agora são duas pessoas para lutar contra o preconceito", assinala. Ele lembra que há, com a união estável reconhecida, a garantia de direitos que casais heterossexuais já tinham, como a inscrição em programas sociais do governo, a pensão em decorrência de morte do companheiro, a inclusão em plano de saúde familiar e a possibilidade menos burocratizada de adotar uma criança. "A partir do momento que você registra uma união estável você se torna uma família", compara.

Apesar disso, o companheiro de Leo, Odilio, lembra que na prática, a igualdade de direitos não funciona muito bem. "Promoção de churrascaria é só para casal homem e mulher", brinca. "No consumo ainda existe o problema da homofobia cultural. Os empresários e comerciantes ainda não estão preparados para lidar com esta nova realidade", completa Leo, lembrando, porém, que da discriminação cabe ações de indenização.

Apesar das dificuldades, o casal acha que a conquista da união estável foi um avanço mais que necessário e garante a formalização de uma necessidade subjetiva de todo ser humano. "Eu percebo é que a maioria dos casais gays e lésbicas quer casar, se você perguntar, todos vão dizer isso. Porque as pessoas vivem muito sozinhas e há muito preconceito. Elas querem, sim, alguém ao lado delas que compartilhe, que conviva", acredita Leo Mendes.

Para ele, porém, que muitos homossexuais tem uma visão heterossexual do casamento. "Tem gente que acha que ao casar vai viver como um casal heterossexual. Não vai, vai continuar sendo um casal gay, sofrendo preconceito, infelizmente", alerta. "Nós não podemos desenvolver o nosso afeto publicamente como casal. A acolhida na família também é diferente o preconceito é cultural", analisa.

Neste ponto, Odílio conta a experiência que teve com a sua família e com a igreja que frequentava na cidade de origem, Lizarda, no Tocantins, na região do Jalapão. Odilio disse que não conversava sobre ser homossexual com os pais. "Minha mãe ficou sabendo do meu casamento pela TV. Sei que ela ficou em pânico, mas nunca tocou no assunto comigo", conta.

Segundo Odílio, mesmo sendo a família conhecida na cidade - o pai havia sido vice-prefeito - os irmãos menores chegaram a ter de evitar ir na escola por causa das brincadeiras contra o irmão que ficou famoso no Brasil todo por seu casamento gay. Porém após um ano, a situação se inverteu. "Fui lá no Natal e vi que a cabeça das pessoas é outra agora. Superaram o baque inicial por causa da visibilidade do nosso caso na mídia", disse. Segundo Odílio, a acolhida foi mais calorosa e ele foi tratado quase como um herói, que venceu uma cruzada. "Acho que, após a decisão do juiz e de tudo o que aconteceu, entenderam que eu era a vítima".

Odilio confessa, no entanto, que, afetado pelo preconceito de membros da igreja evangélica, não congrega mais na Assembléia de Deus, que freqüentava até a adolescência. "Acabei com esta ilusão. Sofri muito na igreja. Mas acredito em Deus", sintetiza.