quinta-feira, 28 de agosto de 2014

"Por uma militância mais alegre" - Por Guy Franco



Visto no Yahoo 

Noto que há uma gente que realmente acredita que humor e militância não
 combinam. O grande problema de parte da militância, e aqui quero falar especialmente
 da militância LGBT, é essa fixação cartorial com o deboche e piadinhas de gay. 
Quando o deputado Jean Wyllys diz no documentário “O Riso dos Outros” que
 acha “engraçado como somente heterossexuais fazem piadas sobre gays”, mostra que,
 além de não ter senso de humor, não é um bom observador. Eu mesmo só posso bocejar
 de tédio de uma militância assim.

Todo esse papo é baseado no completo esquecimento de que o deboche é a base
 firme do que se chama de humor gay. Daí a palavra gay para definir homossexual; a
 bandeira ser colorida; as drags, plumadas e purpurinadas. Por mais que você tente mante
r a purpurina longe do homossexual, ela volta a ele por si mesma. A militância histérica
 (que não é a maioria, mas a que grita mais) se acredita isenta de críticas e se esquece disso. O esquema de pensamento é dos mais fracos: se homofóbicos fazem piadas com gays, e 
Fulano de Tal fez piada com gays, logo Fulano de Tal é homofóbico.

Claro, o ressentimento dos homossexuais, como o de outras minorias, é
 inteiramente razoável: assustam-se com este mundo, porque este mundo é um lugar
 mais assustador se você for gay. A homossexualidade ainda é ilegal em 81 países; em
 boa parte deles os homossexuais são condenados à morte. É compreensível que alguns 
não queiram brincar com isso. Mas uma vez que a reação a qualquer piada é a histeria,
 só confirma aquilo que homofóbicos pensam: essa é uma gente doente. Quando
 RuPaul é chamada de transfóbica por usar expressões como “shemale” e “tranny” em
 seu programa, por exemplo, mesmo com todo seu histórico de militância, notamos
 que há uma horda de gente doente à solta que não sabe mais distinguir o que é ofensa
 e o que é piada.

Ainda acredito que o humor seja a melhor ferramenta para combater a homofobia. O 
que o humor faz é mostrar que, se existe algo que se entende por mundo gay, ele é 
alegre, vivo, não essa imagem triste que alguns querem colar.

Tome por exemplo o show de uma drag queen. Há uma força viva no palco, nas piadas 
auto-depreciativas, sem medo do ridículo. E isso é muito bom. As imagens que ficam 
depois de uma apresentação não são negativas, mas alegres. O humor renova a
 saúde mental. Saber se debochar te põe acima do difamador. Há mais dignidade no
 tombo de uma drag queen no palco do que nessas cartas abertas enviadas a humoristas.

Algumas pessoas se opõem a essa visão porque são ressentidas, porque sofreram abusos
 ou porque não têm senso de humor. Por mais que eu entenda o ponto, não concordo 
com essa postura de forma alguma. Gostaria de ver uma militância mais burlesca, que 
saiba rir de si. É claro que aqueles que sofrem têm direito de se queixar. E devem se
 queixar. Mas na medida em que perdem a cabeça por qualquer motivo, confirmam
 as suspeitas dos homofóbicos: são doentes e tristes. E a tendência atual me parece ser
 essa combinação repugnante, que pouco tem de gay. A homossexualidade não é
 uma doença.

*Guy Franco - Nasceu em 1984, mora em São Paulo, de onde sai só para comer. Em
 1999, pegou homossexualidade no metrô – aquele monte de gente junta, as janelas
 fechadas. Já foi bancário, designer e videoartista. Em 2008 criou o blog coletivo 
Canudos Coloridos. Foi colunista da revista 'Alfa' em 2012. Twitter (@guyfranco) 

 Veja direto no Yahoo

Ex-jogador de futebol alemão planeja a criação de "seleção gay"



Visto no SuperEsportes

O alemão Marcus Urban, um dos primeiros jogadores profissionais da história a ter 
assumido publicamente sua homossexualidade, pretende montar uma 
seleção de profissionais gays e simpatizantes para organizar uma partida contra um 
clube da Bundesliga. "Existem jogadores homossexuais na Bundesliga, o problema é qu
e estão como medo, e com razão", disse o ex-atleta, que atuou no Campeonato da
 Alemanha Oriental na década de 1980.

"Há anos, pensamos que jogadores prefeririam revelar (a homossexualidade) dentro de
 um grupo, que seria mais fácil agir em conjunto. Não havia oportunidades e
 ninguém se animava a criá-las. Então pensamos: vamos fazer isso, criar uma 
oportunidade", explicou.

Autor de uma autobiografia que virou best-seller na Alemanha, "Versteckspieler" 
(jogador escondido, em tradução livre), publicado em 2008, Urban é o porta-voz
 da Associação para a diversidade no esporte e na sociedade, com a qual lançou a ideia
 da "Team Vielfalt", a seleção da diversidade.

O site da associação publica um quadro com a escalação e desenhos de camisas par
a cada posição. Cada vez que um jogador aceita fazer parte da seleção, a camisa fica 
branca.

Hitzlsperger foi o primeiro atleta que jogou a Copa do Mundo e se assumiu homossexual

Nesta segunda-feira, o quadro tinha dois jogadores escalados. "Um homossexual e
 outro heterossexual", reveloa Urban. A ideia é que todos os participantes 
mantenham o anonimato até que a seleção completa seja divulgada. "Quando teremos
 uma equipe pronta, à qual podemos somar reservas e técnicos, vamos buscar uma data
 para a partida", afirma o ex-jogador, que hoje tem 43 anos.

Apesar de torcer para contar com o máximo de jogadores "o mais rápido possível", 
Urban acredita que precisará de um ano para completar a equipe. A associação já 
recebeu o apoio de um clube profissional, o St. Pauli, da segunda divisão, time de 
Hamburgo que sempre se destacou pelo espírito revolucionário e as posições progressistas.

"Ainda é o início do projeto. Ainda não conversamos com muitos clubes. Os
 clubes estrangeiros nos interessam também, pode ser o Paris Saint-Germain, o 
Bordeaux, o Lyon, o Barcelona ou o Manchester United, estamos muito abertos", 
avisa o alemão, que também espera contar com o apoio da federação de futebol do seu
 país.

Atletas de ponta também assumiram a homossexualidade recentemente nos Estados 
Unidos, como Jason Collins, na NBA, ou Michael Sam, na NFL. Existe um projeto 
semelhante ao de Urban na França, o Paris Foot Gay, equipe que reúne celebridades 
para disputar amistosos e promover ações contra a homofobia.

Veja direto no SuperEsportes

Eles viajam e não voltam: cidades como NY e Londres atraem imigrantes da comunidade LGBT por ser abertas à diversidade


 
Por Murilo Aguiar para o IGAY
 
Viver em uma sociedade em que ser gay, lésbica, bissexual, transexual, travesti ou
 qualquer outra minoria é tão aceito como ser heterossexual. Esse é o sonho que 
muitos brasileiros buscam quando vão morar no exterior, em cidades como Londres,
 Nova York, São Francisco ou Barcelona. Deixam os amigos e famílias para trás e
 começam uma vida do zero, com a confiança de que lá eles alcançarão a igualdade que
 tanto desejam. A realidade, é claro, não é um paraíso, mas muitos que foram nem
 pensam em voltar.
 
Quando Emerson Vieira, de 31 anos, viajou para Nova York no início de 2013, sua intenção
 era apenas passar férias na Big Apple. Não demorou muito, porém, para ele
 abandonar a ideia de voltar para o Rio de Janeiro e retomar seu emprego de
 professor. “Quando eu cheguei aqui, reparei que é muito diferente do Brasil. Todo
 mundo é muito ligado à própria vida, ninguém se importa se eu estou beijando um
 cara ou não”, conta.

Para ele, o fato de os fundamentos religiosos não estarem tão presentes na cultura
 nova iorquina é um dos pontos que mais influenciou a sua decisão de se mudar de vez
 para a cidade. “Esses dias mesmo no trem tinha duas lésbicas se beijando e ninguém 
estava olhando. Se fosse no Brasil, estaria todo mundo olhando, apontando e tirando
 foto. Aqui é cada um na sua”, diz ele, que hoje está casado com um americano. “Se eu
 não tivesse casado com certeza voltaria, mas porque sinto muita saudade dos meus
 amigos e da minha família, não por nenhum outro motivo.”
 
Quem também não se arrepende de ter deixado o País e pretende não voltar é
 Diego Moraes*, de 32 anos. Em 2006, ele e alguns amigos viajaram para Londres, no
 Reino Unido, para assistir a um show da Madonna. Logo de primeira, o fotógrafo já 
sentiu que a cidade transmitia mais segurança para os homossexuais viverem uma
 vida normal. Gostou tanto do que viu por lá que decidiu voltar, seis meses depois,
 para estudar inglês durante um ano.
 
“Na verdade, hoje eu olho para trás e vejo que a minha motivação de voltar não
 era sinceramente estudar. 50% era mais para eu sentir como era viver em uma 
sociedade mais aberta, sem ter que passar o tempo inteiro fazendo linha”, comenta ele,
 que é de Jundiaí, interior de São Paulo.
 
Assim que chegou, Diego conta que a cidade lhe surpreendeu para melhor. Segundo o
 paulista, a aceitação da comunidade LGBT pelos londrinos está anos luz à frente da
 aceitação pelos brasileiros, e que ser homofóbico na terra da Rainha é encarado como
 um sinônimo de atraso por grande parte da população.
 
Para o paranaense Brian de Paula, que conheceu o seu marido na capital inglesa, onde
 mora desde 2011, a despreocupação em fazer gestos simples, como andar de mãos 
dadas com outro homem na rua, é o que faz da cidade tão especial e o que o motiva a
 ficar por lá. “Eu nunca poderia andar de mãos dadas com o meu marido no Brasil. 
Saímos para jantar, para eventos, lugares e não temos que ficar nos preocupando com o
 que as pessoas que estão em volta vão pensar. No trabalho também, a primeira coisa
 que eu falo quando perguntam se eu sou casado é: ‘Sim, sou casado e tenho marido’.
 No Brasil, eu tentaria esconder”, diz.

Apesar da nítida liberdade para a comunidade LGBT em alguns lugares do mundo, 
ainda é difícil afirmar que exista um lugar totalmente livre de preconceitos. Mesmo
 em Londres, Diego diz que há sim homofobia. “Homofobia tem em todo lugar e tem
 aqui também, mas sinto muito mais de pessoas que percebo que são de
 outras nacionalidades, não do povo londrino. Quando converso com pessoas do
 leste europeu ou da África, por exemplo, sei que tenho de filtrar um pouco mais o
 que eu falo”, aponta.

A comunidade não pode parar de lutar
 
Para Julio Moreira, diretor sócio-cultural do Grupo Arco-Íris e secretário
 regional da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e 
Transexuais (ABGLT), não se pode dizer que quem vai morar fora do País está fugindo da
 luta pelos seus direitos. Ele lembra, porém, que cidades como São Francisco e Nova York
 são palcos constantes da militância LGBT, mesmo que as condições de vida
 dessa comunidade já sejam melhores que em muitos lugares do mundo.
“Se você pegar a questão de qualidade de vida econômica e de bem estar, até eu
 preferiria morar lá fora. Mas do ponto de vista de militância, acho que a gente tem
 avançado bastante aqui. Existe sim um setor reacionário e conservador, mas que é fruto
 das nossas conquistas. Em qualquer comunidade lá fora há esse antagonismo”,
 observa. “Nos EUA, por exemplo, você tem setores conservadores e que fazem
 política contrária à comunidade LGBT, mas ao mesmo tempo você tem um ativismo
 forte. É importante que a comunidade entenda que ela tem um papel fundamental 
nessa mudança”, observa.
Júlio aponta também que, mesmo em cidades populares por ser “gay friendly”,
 como Amsterdã, a homofobia ainda existe, mas de forma diferente que no Brasil,
 com discriminações inclusive dentro da própria comunidade gay, e lembra que a
 democracia brasileira ainda é recente. “A gente precisa ter outras reformas no 
campo político para ter mudanças mais rápidas. O primeiro passo é a educação de uma
 forma ampla, não só a questão LGBT. Se a gente consegue trabalhar nesse patamar, 
constrói uma sociedade melhor”, conclui.
*O nome do entrevistado foi alterado para garantir o seu anonimato

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Fotógrafo transexual documenta processo de mudança de aparência feminina para masculina em série


 
Por Amauri Arrais para a Revista Marie Claire
 
"Female to Male" (De feminino para masculino) mostra transformação do canadense
 Wynne Neilly por meio de imagens, registros da mudança de voz e objetos pessoais.
 "Meu trabalho me ajudou a me sentir melhor em ser aberto sobre minha identidade 
trans", disse à Marie Claire
 
O canadense Wynne Neilly é um fotógrafo que se especializou em flagrar, por meio de 
seus retratos, as diferentes formas de expressão de gênero. Recentemente, ele
 resolveu voltar o foco para si mesmo e documentar sua jornada de uma aparência
 feminina para uma masculina.
 
Batizado de “Female to ‘Male’” (De feminino para masculino), o projeto 
mostra a transformação do corpo do artista ao se submeter ao tratamento hormonal
 por meio de fotos, registros da sua mudança de voz e objetos que representam 
algum momento da jornada.  Nas imagens, feitas a cada semana ao longo de meses 
–ele continua a fazê-las-, o artista anota a data e a quantidade de testosterona que
 lhe foi administrada: “100 mg”.
 
“Eu venho fotografando a comunidade gay/trans em Toronto há algum tempo, mas
 nunca tive acesso à intimidade de alguém que passa por essa transição física. Eu 
estava prestes a passar por essa 'segunda puberdade' e tinha certeza que queria 
fotografar a mim mesmo a cada semana pelo tempo que sentisse necessário“, contou 
Neilly à Marie Claire em entrevista por e-mail da cidade canadense, onde o trabalho
 ganhou sua primeira exposição.

Até mesmo o “male” do título do projeto, entre aspas, diz algo sobre a experiência
 pessoal do fotógrafo, que se identifica como trans e rechaça a ideia de que 
todos os indivíduos que se submetem a mudanças de gênero querem ser reconhecidos
 como
 homem ou mulher, numa perspectiva heterossexual. “Colocar entre aspas põe em
 xeque o estigma do que significa ser um indivíduo trans masculino, de que há um só
 tipo de experiência transexual.”
 
Confira os principais trechos da conversa.
 
Marie Claire - Por que você decidiu documentar seu processo de transição?
Wynne Neilly - Porque eu me identifico como transexual, um artista visual gay, estou 
sempre pensando sobre como meus ambientes e experiências gays podem ser
 traduzidos conceitualmente em arte. Assim que decidi começar a fazer o
 tratamento hormonal senti que era essa experiência que eu queria ser capaz de olhar
 para trás e analisar em sua totalidade, em algum momento no futuro. Eu venho 
fotografando a comunidade gay/trans em Toronto há algum tempo, mas nunca tive 
acesso à intimidade de alguém que passa por essa transição física. Eu estava prestes a
 passar por essa “segunda puberdade” e tinha certeza que queria fotografar a mim 
mesmo a cada semana pelo tempo que sentisse necessário.
 
MC - Desde o início, você sabia que queria transformar o material em um projeto
 artístico?
WN - Eu não tinha uma câmera digital nessa época porque tinha vendido a minha para
 juntar dinheiro para a mamoplastia [cirurgia plástica de transformação das mamas
 femininas em masculinas], então usei uma câmera automática bem barata e 
comecei pedindo a amigos e companheiros de apartamento para tirar as fotos toda
 sexta-feira (o dia em que tomo a dose de testosterona). Eu não sabia para onde o 
projeto estava indo quando comecei essa rotina, mas minha prioridade era poder ter
 uma representação visual dos estágios dessa minha transição. Ao mesmo tempo
 que comecei a fotografar a mim mesmo, tive contato com os coordenadores e
 diretores do Ryerson Image Centre [local da exposição]. Depois de verem meu
 trabalho, chegamos a um acordo que seria uma boa ideia seguir com o projeto e
 transformar em uma exposição multifacetada da minha experiência.
 
MC - Em geral, transexuais costumam não gostar de ver a imagem ou ouvir a voz
 antes da transição e você fez exatamente o contrário. Foi um processo difícil?
WN - Sempre será estranho ouvir minha voz antiga e ver minhas imagens de um tempo
 atrás, mas isso não me afeta tanto porque eu sei que não pareço nem tenho mais aquela
 voz. É realmente recompensador olhar todas as imagens juntas e ver como mudei. É o 
que eu mais gosto no projeto como um todo.
 
MC - Seus projetos anteriores também examinam expressões de gênero. Você diria que
 seu trabalho influenciou sua experiência pessoal de algum modo?
WN - De maneira alguma. Eu sempre fui gay e meu gênero nunca teve nada de binário.
 Acho que meu trabalho me ajudou a me sentir melhor em ser aberto sobre minha
 identidade trans, mas definitivamente não teve influência no processo de transição.
 
MC - Por quanto tempo você já documentou sua transição? Pretende fazer um novo 
projeto no futuro?
WN - Não tenho certeza de quando vou parar de documentar. Não vejo nenhuma razão
 para parar agora e espero continuar a me fotografar pelos próximos anos. Eu 
certamente quero exibir esse trabalho de novo quando tiver mais material ao longo do tempo.
 
MC - Como tem sido a reação do público nesta primeira exposição?
WN - Recebi uma maioria esmagadora de reações positivas da exposição. Muitas
 pessoas tiveram uma reação muito visceral, o que me surpreendeu. É realmente 
incrível colocar tanto de você e do seu trabalho em um projeto e ver que posso
 provocar a emoção do público. Tenho tido muito amor e apoio das pessoas aqui de 
Toronto. É maravilhoso.

MC - Já recebeu algum convite para expor o projeto em outros lugares?
WN - Ainda não. Espero mostrar este trabalho o máximo possível. Gostaria muito que 
fosse exposto em outros lugares fora do Canadá.

"Professor gay compartilha carta de agradecimento de aluno hétero" Por Marcio Caparica


 
Por Marcio Caparica para o Lado Bi
 
Quatro anos depois de sair do armário para a escola toda, David Weston recebeu e-mail
 de ex-aluno
 
David Weston era um professor de ensino médio numa escola na cidade de Hertfordshire,
 na Inglaterra. Em 2010 ele decidiu sair do armário num evento da escola, depois de lutar 
por quatro anos contra uma doença de fígado rara. “Eu precisei fazer um transplante”, 
ele contou ao jornal britânico Metro. “Enquanto eu me recuperava no hospital, eu
 decidi tomar uma atitude que fizesse diferença. Todos na escola apoiaram minha decisão,
 e a reação foi muito positiva.”
 
Quatro anos mais tarde, o professor pôde atestar a importância que seu gesto teve na vida
 de seus alunos ao receber um e-mail de agradecimento de um aluno hétero.
 Weston compartilhou a mensagem em sua conta no Twitter.
 
Olá David,
 
Eu sei que você provavelmente não vai se lembrar de mim, mas quando eu estava no
 ano 7 (2004) você foi meu orientador-assistente no Ensino Médio, e eu estava no último
 ano durante sua segunda temporada lá na escola Watford Grammar.
Eu só queria que você soubesse como foi inspirador o dia que você se declarou para 
toda a escola, e como ele teve um impacto positivo. Eu sou um homem heterossexual, 
mas sempre fui proativo na luta contra a homofobia.
 
Eu sei que essa mensagem parece meio sem sentido, mas eu realmente acho que você
 deveria saber que você desafiou a ignorância de muitas pessoas naquele dia, e que se
 todos os professores gays compartilhassem da sua coragem, o mundo seria um lugar
 muito melhor – não apenas para gays, mas para todos. Obrigado por isso.
 
Apesar de não terem bem como te contarem isso, muitos dos alunos ganharam
 muito respeito por você por causa do que você fez – nós nunca havíamos visto antes 
um professor cumprir com tanta honestidade a função para que fora contratado – 
a função de ensinar.
 
Eu vou levar comigo essa memória pelo resto da vida. Obrigado
 
O twit de Weston já foi compartilhado mais de 4 mil vezes, e rendeu-lhe aparições
 em telejornais britânicos. Hoje Weston trabalha numa ONG para educar professores,
 a Teacher Development Trust. Ele declarou ao jornal Watford Observer: “Ninguém
 deveria ser forçado a esconder quem é no trabalho. Como professores, nós estamos 
dando notas, preparando aulas – não há descanso. Mas também somos exemplos,
 e nós temos que dar o exemplo aos jovens em nossas escolas ao sermos confortáveis
 com a nossa própria pessoa, felizes e confiantes.”