quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Estatuto da Diversidade Sexual: promessa de direitos aos LGBTs


Publicado no Blogay da Folha
Chega de discussão se a prioridade para os direitos do cidadão LGBT é o casamento igualitário ou a criminalização da homofobia. Chega também de partidarização acima da causa – o nosso maior câncer para obtermos reais conquistas para gays , lésbicas, bissexuais e transgêneros. Pouco importa se é tal partido o detentor de uma história política ao lado de gays, se outro é o que mais realizações fez para os homossexuais para no fim ainda LGBTs continuarem sendo assassinados pelo simples fato de serem o que são ou termos dificuldades de realizar o casamento com pessoas do mesmo sexo em alguns lugares do país.
Quem realmente está interessado que aconteçam mudanças significativas para os gays no Brasil só tem que comemorar e se esforçar para que o Estatuto da Diversidade Sexual -, criado pela advogada e presidente da Comissão da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Maria Berenice Dias e elaborado com diversas entidades e representantes da militância dos direitos humanos, avaliado por 66 comissões – conquiste corações e mentes de uma parcela da população brasileira que é à favor da igualdade de direitos e de um maior humanismo no país.
Em entrevista ao Blogay por telefone, Maria Berenice explica: “Existe o Estatuto do Idoso ou da Criança, então nada mais provável ter um Estatuto da Diversidade Sexual. E este é arrojado e tem uma legislação ampla, pois nele estariam as questões de criminalização da homofobia, o casamento igualitário, o registro social de travestis e transexuais , e também a questão da educação e políticas públicas para capacitação de funcionários para o atendimento da população LGBT entre outros assuntos”.
A decisão da advogada, conhecida por ser a criadora do termo homoafetividade e por ser a primeira a conceder direito a pensão do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para um parceiro que tinha perdido seu companheiro que era funcionário público, resolveu fazer uma ação por iniciativa popular porque os políticos, em época de eleições, fogem como o diabo da cruz, de assuntos polêmicos.
“É uma forma de quebrar com esta imobilidade que enfrentamos hoje com os direitos LGBTs. O legislador hoje é omisso e preconceituoso e não está preocupado em inclusão. Pois apesar das decisões do Supremo, não temos uma legislação, não existe lei nenhuma que proteja o cidadão LGBT. Mas para que sito mude, precisamos de mais de 1 milhão e 400 mil”, diz a advogada.
Então é já está mais do que na hora de toda a miliância, os simpatizantes e as pessoas à favor dos direitos humanos se mobilizarem, imprimindo o abaixo assinado ou assinando a petição online ou simplesmente espalhando esta grande boa ideia.
O site www.estatuto diversidadesexual.com.br tem mais informações e o formulário para imprimir e assinar – como a lei de petições públicas para o Congresso Nacional é de 1989, época anterior a chamada geração online, é preferível entregar as assinaturas em papel..

Recife sedia II Congresso Nacional de Direito Homoafetivo


Recife será palco do II Congresso Nacional de Direito Homoafetivo, a ser realizado entre os dias 22 e 24 de agosto de 2012. O evento é uma realização do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) e da Seccional Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PE), por meio da Comissão de Apoio à Diversidade Sexual e Combate à Homofobia, e juntamente com as comissões das diversas seccionais estaduais.
O evento é coordenado pela advogada Maria Berenice Dias, vice-presidente nacional do IBDFAM, e a advogada Maria Rita Holanda, presidente do IBDFAM/PE. O objetivo do congresso é difundir o direito homoafetivo por meio do Estatuto da Diversidade Sexual. Também será tratada no congresso a importância de se estimular a implantação de políticas públicas para a proteção dos direitos fundamentais relativos à liberdade de orientação sexual.
Para mais informações, acesse o site do evento:

Jovem é vítima de ataque homofóbico no Centro de Curitiba


Publicado na Gazeta do Povo
Dica de Augusto Martins

Um jovem foi agredido na noite de sexta-feira (10), no Centro de Curitiba, por ser homossexual, de acordo com a polícia. Os agressores – um casal de adolescentes, ele com 16 anos e ela com 15 - chegaram a ser apreendidos, mas foram liberados em seguida. Segundo a vítima, eles gritaram durante a agressão que queriam eliminar os “gays, negros e nordestinos”.
A vítima, que preferiu preservar sua identidade, disse que estava em café do Centro, por volta das 23h30, quando saiu para fumar um cigarro com uma amiga. Os agressores teriam se aproximado e começado a violência. “Eles fizeram uma pergunta, que eu não lembro, sei que não deu tempo de responder nada e eles começaram a me agredir.” A amiga dele também foi agredida. “Eles bateram nela, mas o alvo ali era eu, eles diziam que queriam acabar com aquele ‘veado’ que estava ali, que odiavam gays, negros e nordestinos”, disse.
A amiga dele tentou separar a briga, mas cada vez que se aproximava era agredida. “Eles me seguraram e me bateram muito, estavam com soco inglês e tinham uma faca. Foi um ataque homofóbico, não houve provocação da nossa parte, eles simplesmente chegaram e começaram a desferir golpes”, disse o jovem.
Ele foi levado para o Hospital Cajuru com ferimentos por todo o corpo. Levou sete pontos no supercílio direito e dois no couro cabeludo. Nesta segunda-feira (13), o rapaz foi até o Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba fazer um exame de corpo de delito. A amiga dele teve ferimentos leves e não precisou ir para o hospital. Ela mora em São Paulo, veio para Curitiba para ver o pai, e já voltou para casa.
Um boletim de ocorrência sobre o fato foi registrado na noite de sexta-feira, após a agressão. Os adolescentes foram localizados por policiais militares e levados para a Delegacia do Adolescente, mas foram liberados em seguida. Segundo a delegacia, por serem menores, os dois foram liberados com a presença dos pais, que assinaram um termo de compromisso para levar os filhos a uma audiência marcada para o próximo dia 15. Na audiência, o juiz irá definir se os dois devem cumprir alguma medida.
O jovem disse que não vai desistir até que os agressores sejam punidos. “Não quero que nenhum gay, nenhum nordestino, nenhum negro, nenhum ser humano seja agredido gratuitamente como eu fui. Vou seguir em frente nessa briga, processar quem tiver que processar e denunciar quem tiver que denunciar”, disse.
A ONG Dom da Terra, que desenvolve um trabalho de combate à violência homofóbica em Curitiba e região, foi informada sobre a situação e está prestando assistência jurídica e psicológica à vítima, segundo o coordenador Márcio Marins. “A gente quer que isso seja apurado e que os culpados, maiores ou menores, sejam punidos. Existem formas de pagar pelo crime que se comete, mesmo sendo menor de idade”, disse.
Paraná entre os mais violentos
O Paraná ocupa a nona posição entre os estados brasileiros com maior número de agressões contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), segundo levantamento sobre violência homofóbica feito pelo governo federal, com base em denúncias realizadas em 2011. A taxa média do Brasil é de 3,5 violações a cada 100 mil habitantes e no Paraná o índice chega a 4,1.
Em 2009 e 2010, o estado esteve no topo da lista de registros de homicídios contra a população LGBT. No ano passado, caiu para o 6.º lugar. Em 2011, foram registrados 278 assassinatos no país relacionados à homofobia.
O levantamento também mostrou que no ano passado foram feitas 6.809 denúncias em todo o Brasil, o que equivale a 19 por dia, e em 62% dos casos, a violência ocorre em casa e envolve agressores conhecidos das vítimas.
Delegacias especializadas
Está prevista a construção de 95 delegacias cidadãs em todo o estado até 2014, que serão espaços para o atendimento de vítimas de violência homofóbica, com psicólogos e assistentes sociais, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). O plano é iniciar as obras até o fim do ano, primeiramente em Curitiba.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Primeiro casal homossexual a adotar criança no país falou sobre Dia dos Pais


Publicado no G1
Todo o Dia dos Pais é uma data que se comemora em dobro para a pequena Theodora Carvalho da Gama, de 11 anos, que mora em Catanduva (SP). Primeira criança adotada legalmente por um casal homossexual masculino no Brasil, a criança tem neste segundo domingo de agosto uma data especial, em que se comemora o fato de ser uma das poucas meninas criadas por dois pais no Brasil.
Mais do que Theodora, quem comemora muito este dia é o casal Dorival Pereira de Carvalho Júnior e Vasco Pedro da Gama Filho. Eles, que estão juntos há mais de 20 anos, brigaram até o fim na Justiça para conseguir a guarda legal da menina. “Esperamos bastante para conseguir a adoção, para que tudo desse certo. Então o Dia dos Pais é uma data muito bonita e importante para nós, representa a realização de um sonho”, afirma Vasco.
A adoção de Theodora foi no final de 2005. Na época a menina tinha 4 anos. Ela não tem o sobrenome da mãe na certidão, mas de dois pais. Quanto a decisão do Supremo, o casal diz que é fantástico e que a mentalidade do brasileiro está mudando. Disse ainda que uma nova família surgiu. “Ficamos quase seis anos na luta para adotar. O juiz não autorizou na primeira vez. Depois entramos com o pedido novamente e embasado na área psicossocial o juiz foi favorável. Agora aproveitamos o Dia dos Pais para nós divertir e curtir a nossa família”, diz Vasco.
Para não ter ciúmes no Dia dos Pais, na escola Theodora sempre faz dois presentes, um para cada pai. No Dia das Mães quem ganha atenção e carinho são as tias do casal. “Até na escola ela já aprende que no Dia dos Pais ela tem de fazer duas lembranças. Se ela der presente para um pai só, sai briga”, brinca Vasco.
Passado toda a “guerra” para conseguir a adoção, o casal afirma que o resto foi fácil. Mesmo sendo pais de primeira viagem, eles afirmam que não tiveram dificuldade para cuidar da menina. “Não tivemos problemas, mas sempre tinha aquele medo de saber se estamos fazendo a coisa certa na hora de educar ou cuidar dela. Mas nós dois tivemos uma boa educação e nossas famílias também ajudam na hora de cuidar”, explica Vasco, que é cabeleireiro.
Theodora surgiu na vida deles em uma visita a uma instituição de crianças carentes do município. "Eu me apaixonei por ela ali. Eu bati uma foto dela escondido e cheguei em casa falando para o Júnior que tinha uma menina que era a nossa cara”, conta.
Na escola, o preconceito passa longe de Theodora. Na verdade, os amigos até ficam com inveja dela por ter dois pais. “Eu tenho orgulho deles. Acho bacana ter uma família diferente. Gosto muito de beijar, abraçar e andar de bicicleta com eles. Eu e o Vasco fazemos a maior festa. Os meus amigos falam que também queriam ter dois pais ”, diz a menina.
Em Catanduva, o casal também não sofreu com o preconceito por tentar adotar uma criança. Na verdade, eles tiveram apoio da maioria dos moradores. “A cidade abraçou a causa. Todas as idades, de todos os sexos, adolescentes, senhoras. Todos nos cumprimentaram pela ação”, diz.
Depois de brigar na justiça por tanto tempo e enfrentar o preconceito por parte da sociedade, o maior presente do Dia dos Pais, para Vasco e Dorival, é a pequena Theodora.

Livro 'Nasci Gay' é lançado na web e quebra tabus sobre homossexualidade



Publicado no Jornal do Brasil
Indicado por Augusto Martins
Por Heloysa Tulipan
com Pedro Willmersdorf
Ainda há muito o que ser discutido sobre o universo homossexual. A sociedade precisa saber e agir com naturalidade diante do assunto, que ainda gera tantas polêmicas pela falta de informação e preconceito infundado de algumas pessoas. Com o objetivo de propor uma visão realista e atual de parte do universo masculino gay, as jornalistas Ruth Joffily e Laura Oldenburg escreveram o livro digital Nasci Gay.
Ruth e Laura fizeram entrevistas, no formato pingue-pongue, com personalidades homens e gays. Estão em Nasci Gay, os depoimentos do hair stylist Caetano Gusmão do salão Care (RJ), do estilista Luiz Freitas da icônica grife Mr. Wonderful, do ex-gerente do Bank of Boston José Bernadino Cardoso Júnior, que, por 35 anos, foi companheiro do já falecido Roberto Barreira, jornalista, ex-diretor-editorial das revistas femininas da Bloch Editores, além de ex-diretor da TV Manchete. O estilista Carlos Tufvesson, hoje à frente da Coordenadoria Especial da Diversidade Especial, e a travesti, atriz, cantora e hair stylist Jane Di Castro, completam o time.
Em uma de suas respostas às jornalistas, Carlos Tufvesson foi enfático na opinião sobre os homofóbicos. "É óbvio que o homofóbico tem sua sexualidade mal resolvida. Eu acho que, na verdade, essas pessoas atacam os homossexuais porque não têm uma definição sexual sobre elas mesmas", disse ele. "É medo do diverso. Do desconhecido. Que causa insegurança e reação de ataque em quem não está seguro de si e de sua sexualidade", completou. As autoras pretendem ainda incluir novas entrevistas, com outras personalidades públicas, homossexuais (masculinos e femininos). Os leitores poderão expressar sua opinião sobre o livro, além de sugerir novos nomes, novas histórias de vida.
Nasci Gay já está disponível em seu website exclusivo: clique aqui!

Homofobia é tema de filme realizado em Gramado



Publicado no Correio do Povo
Gramado, além de ser palco do Festival de Cinema, é cenário de um filme exibido na programação da 40ª edição. "Amor Proibido", ambientando na cidade serrana, tem apresentação única no Teatro Elisabeth Rosenfeld, da Câmara de Vereadores, no dia 17 de agosto, sexta-feira, às 15h.
Dirigido pelo gramadense Maciel Brum, o filme conta a historia de Paulo (Paulo Vilela), gay não assumido que divide um quarto com o amigo heterossexual Daniel (Thierry Figueira). No decorrer da trama, Paulo se apaixona por Daniel. Revoltado e surpreso ao descobrir a sexualidade do amigo, Daniel acaba se afastando dele, que, triste e magoado, resolve desabafar com sua melhor amiga Marina (Giovanna Ewbank), que, até então, sem saber que Paulo é gay, cultiva uma paixão por ele. A trama, então, passa a misturar muitos sentimentos: amor, ódio, preconceito e vingança.
“Mostrar as belezas naturais de Gramado para o mundo me enche de orgulho”, comenta o diretor. Já sobre a temática em si, Maciel diz que "Amor Proibido" é universal: “O assunto do momento, não só no Brasil, mas no mundo, é a homofobia. Vivemos uma época importante neste sentido. O movimento contra o preconceito homossexual ganha cada dia mais força. E o cinema é uma grande ferramenta para conscientizar as pessoas. Todos temos direitos iguais, independente da opção sexual”, afirma o diretor.

Livro: "Diversidade sexual e homofobia no Brasil"


Publicado no blog Resenhas Brasil
Texto de José Szwako*
O livro "Diversidade sexual e homofobia no Brasil" é publicado em um momento ímpar de nosso debate sobre direitos, relações sociossexuais e formas interseccionadas de intolerância e discriminação.
Em meio a avanços e retrocessos, entre conquistas no Judiciário e um disparatado “Dia do Orgulho Heterossexual”, os resultados de uma pesquisa homônima ao livro são a chave de entrada para um universo de pessoas e relações que a imaginação homofóbica julga “estranho” ou “desconhecido”.
O livro não traz vítimas nem algozes, pois trata as várias dimensões, faces e nuances da homofobia, reconhecendo o alcance, mas também os limites do termo. Ao longo de treze capítulos, pesquisadores e militantes destrincham a violenta eficácia das representações e práticas acerca de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
Mas se os dados analisados mostram um cenário violento, ou mesmo cruel, nada permite reduzir essa realidade à violência física e aberta. Nutrido por outras investigações da Fundação Perseu Abramo, o survey vai além do dito, do explicitamente homofóbico e ressentido que habita a cultura sociossexual brasileira, e inquere o não dito. Nessa dupla chave, a homofobia é mais que o ódio aberto e intransigente, é a pretensa tolerância típica do “não tenho nada contra, mas...”.
Dessa postura de pesquisa resulta um cenário que desfaz os pequenos lugares-comuns que engendram a sociabilidade intolerante e preocupa quem vislumbra uma sociedade mais democrática. Os domínios e os sujeitos tratados no livro são variados, indo da saúde aos direitos, passando por marcadores intersecionados da diferença, chegando à articulação entre recursos socialmente herdados, disposições públicas e indisposições privadas.
Nesse emaranhado todo, Diversidade sexual e homofobia no Brasil desvela um país violentamente ambivalente: ao mesmo tempo que uma suposta liberdade sexual abençoa nossa população, não param de crescer os clamores por “decência”, “moral” e “valores”, enfim, por punição.
Quem são as práticas e os sujeitos punidos, todos sabemos; suas razões, ou algumas delas, serão encontradas aqui.
*José Szwako é doutorando em Ciências Sociais na Unicamp

EUA já têm primeira general do exército lésbica



Publicado no Jornal de Notícias
Tammy Smith é a primeira homossexual a ser nomeada general do exército norte-americano. A mulher casou-se há um ano com Tracey Hepner, no estado norte-americano de Washington D.C., depois de um noivado que durou nove anos.
Tammy Smith, segundo vários orgãos de comunicação social norte-americanos, é veterana do exército com 26 anos de serviço e já esteve em missões no Panamá, Costa Rica e no Afeganistão. No entanto, no dia da sua nomeação como general no Arlington National Cemetery, a general não considerou o momento relevante. "O importante é defender os valores do exército e as responsabilidades que este acarreta", afirmou Tammy Smith.
No mês passado o Governo norte-americano teve mais uma atitude inédita para com a comunidade gay, quando o Pentágono autorizou o uso de uniforme militar durante o desfile da Marcha Orgulho Gay em San Diego, nos EUA.

Juiz recusa transexual masculino que engravidou: ‘Você não é homem’



Publicado no Extra
O “homem grávido” Thomas Beatie, que ficou famoso nos Estados Unidos, está tendo problemas com a justiça do Arizona para se divorciar. Tudo porque o magistrado não aceita reconhecê-lo como homem e, nesse estado americano, o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é reconhecido.
Thomas, que nasceu mulher, conseguiu trocar o sexo em sua documentação e se casou como heterossexual com Nancy, no Havaí. Os dois tiveram três filhos, todos gerados por Thomas, e querem se separar quase 10 anos após a união. E é neste ponto que se baseia a argumentação do juiz: para ele, não há fundamentação legal para reconhecer como homem alguém capaz de dar a luz.
Se não conseguir convencer o juiz, Thomas deixará de ter seu casamento reconhecido e poderá enfrentar problemas com a Justiça por conta disso e perder direitos adquiridos.
As informações são do site TMZ

domingo, 12 de agosto de 2012

Despesas do turismo gay crescerão 34% este ano


Publicado na Exame
As despesas do turismo homossexual no Brasil crescerão este ano 34 %, quase quatro vezes a média mundial, informaram nessa sexta-feira em São Paulo fontes do setor durante a abertura da feira de negócios ''Expo Business LGBT Mercosul 2012''.
Ao informar as projeções, o presidente da Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (Abrat GLS), Oswaldo Valinote, indicou que o crescimento médio mundial será de 9% e gerará negócios de cerca de US$ 165 bilhões.
Valinote ressaltou que os operadores turísticos no Brasil e em alguns países do cone sul devem estar ''preparados'' para a demanda com um atendimento diferenciado.
Segundo o relatório da empresa de consultoria InSearch, o comércio de produtos e serviços para o público homossexual no Brasil movimenta anualmente R$ 150 bilhões.
Por sua vez, a Associação da Parada do Orgulho Gay de São Paulo, evento que a cada ano reúne mais de 2 milhões de pessoas, informou que o país tem 18 milhões de homossexuais em um universo de 192 milhões de habitantes.
No Brasil, durante o ano acontecem cerca de 150 paradas LGBT e existem 230 ONGs ligadas a esse público.
Na feira, o estado de Pernambuco apresentou o selo para identificar os serviços para o público homossexual oferecidos na ''Rota da Diversidade'', criada em 2009 pelo governo estadual e pelos operadores regionais de turismo.
Os programas e planos desenvolvidos com sucesso para os consumidores homossexuais pelos governos e operadores locais em Tel Aviv (Israel), Mendoza (Argentina) e Uruguai também estão expostos na feira que começou hoje e termina amanhã em São Paulo.

"Foi uma das coisas mais importantes", diz transexual sobre troca de nome


Publicado no G1
Por Pedro Cunha
“Uma das coisas mais importantes da minha vida”, disse Giselle Camargo de Sousa, transexual, sobre a conquista do direito de alteração de nome. Ela fez o pedido em maio deste ano e a solicitação, julgada procedente, foi publicada na última edição do Diário do Judiciário de Minas Gerais. Para a servidora pública de 20 anos, seu antigo nome já não a representava. “A mudança significa uma realização pessoal”, comemora Giselle. Segundo ela, outro benefício com a troca é a diminuição do preconceito. (O tema desta reportagem foi sugerido ao G1 pelo VC no G1. Você também pode enviar sugestões pelo Fale Conosco.)
A mineira de Belo Horizonte contou que já enfrentou situações constrangedoras. Recentemente, Giselle prestou um concurso e, no momento em que o examinador a chamou pelo nome, todos a olharam de uma maneira diferente. “Eu fiquei um pouco desconcertada. Achei estranho e fiquei chateada com a situação”, relatou. Giselle já chegou a ser demitida da empresa em que trabalhava. Segundo ela, o motivo foi preconceito.
Apesar da diversidade sexual não ser plenamente aceita, a jovem acredita que o Brasil esteja evoluindo neste aspecto. Para o juiz titular da Vara de Registros Públicos de Belo Horizonte, Fernando Humberto dos Santos, o judiciário normalmente tem interpretações diversas a respeito do caso, pois ainda não há uma lei vigente. Ele explicou que este é um pedido cada vez mais recorrente. “Por uma questão de dignidade, é razoável que o novo nome com que a pessoa se adaptou, e que ela vem sendo reconhecida na sociedade, é que seja o nome que a identifique”, explicou o juiz.
A coordenadora especial de Políticas de Diversidade Sexual de Minas Gerais, Walkiria La Roche, acredita que o feito é um grande avanço para o estado. Segundo ela, neste caso, é muito comum que a transexual se depare com situações difíceis, que possam trazer algum constrangimento. “Este pedido é um direito de qualquer cidadão, pois existe na nossa legislação o crime de constrangimento vexatório”, disse.
Para Walkiria, a possibilidade da mudança de nome significa a garantia de uma cidadania mais plena. E é o que Giselle procura. A servidora pública já tem um noivo em São Paulo, e, em pouco tempo, pretende se mudar.
A jovem, que tem vocação para os estudos, está temporariamente parada. Porém, não por um período tão longo. Ela deseja ingressar em uma universidade para cursar medicina. Segundo Giselle, a escolha foi motivada, sobretudo, pelo fato de seu corpo estar se modificando. “Eu tive que estudar muito a respeito da transformação. A questão do corpo, a relação dos hormônios, e, até mesmo, a cirurgia que eu pretendo fazer. Então foi isso que me despertou interesse”, explicou. Na mesma decisão, o juiz julgou improcedente o pedido de mudança de gênero. Giselle informou que vai recorrer para assegurar a conquista de um grande desejo.

Pastor contrário ao casamento gay pede pena de morte a bonecos dos Muppets


Publicado na Gnotícias
A repercussão da decisão da rede de fast food Chick-fil-A, em manifestar publicamente sua postura contrária ao casamento gay, rendeu o rompimento de uma relação comercial entre a empresa criadora dos bonecos Muppets e a rede de restaurantes.
A empresa fundada por Jim Henson e detentora dos direitos autorais e de imagem mantinha um contrato de licenciamento de produtos com a Chick-fil-A, mas resolveu quebrar esse acordo: “Durante mais de 50 anos, esta companhia apoiou a diversidade e a integração, e notificamos a Chick-fil-A que não desejamos seguir nosso relacionamento com eles”, anunciou a empresa em sua página no Facebook.
A Jim Henson Company recentemente destinou recursos para a ONG “Aliança dos Gays e Lésbicas contra a Difamação” (tradução livre para o português da sigla “GLAAD”).
Perante a esse imbróglio, o pastor Kevin Swanson, em seu programa de rádio, decidiu pedir a pena de morte para o Sapo Caco dos Muppets e também para a personagem Porquinha Piggy.
Após o anúncio da empresa detentora dos direitos de imagem dos Muppets em romper com a rede de fast food contrária ao casamento gay, o pastor afirmou que os bonecos tomaram “o caminho da sodomia”, de acordo com informações do The Huffington Post.
Um dos participantes do programa do pastor questionou a orientação sexual que os criadores do boneco teriam dado a ele, pois o Sapo Caco não seria “tão interessado na porca Piggy, mas poderia estar interessado em outro sapo”.
O protesto do pastor Swanson em relação à postura dos criadores dos Muppets causou polêmica nos Estados Unidos e repercutiu internacionalmente.

Deputado russo acusa Madonna de promover homossexualidade



Publicado na DN de Portugal
O deputado da assembleia legislativa de São Petersburgo, Vitali Milonov, acusou hoje a cantora norte-americana Madonna de violar uma lei local que proíbe a propaganda da homossexualidade e da pedofilia para públicos menores de idade.
A estrela 'pop' realizou na quinta-feira um concerto na cidade de São Petersburgo, durante o qual proferiu frases de apoio à comunidade homossexual russa.
"Temos de punir Madonna ou os organizadores [do concerto]", afirmou Milonov, em declarações à agência Interfax.
O deputado referiu que existem gravações de vídeo que comprovam que entre o público que assistiu ao concerto de Madonna estavam "crianças de 12 anos", e como tal a lei devia ser aplicada.
Vitali Milonov foi o autor da polémica lei, que as minorias sexuais russas consideram discriminatória.
Durante a atuação em São Peterburgo, a cidade natal do Presidente russo, Vladimir Putin, a cantora fez uma inflamada defesa dos direitos dos homossexuais russos, cujas associações estão proibidas de celebrar marchas de orgulho gay.
"Queremos lutar pelo direito de sermos livres. Tenho viajado muito pelo mundo e vejo que as pessoas estão cada vez mais intolerantes, mas podemos mudar isso. Temos força para isso", disse Madonna.
A cantora, que na terça-feira durante um concerto em Moscovo já tinha suscitado polémica ao pedir abertamente a libertação do grupo 'punk' feminino russo Pussy Riot, julgado por cantar contra Putin numa catedral ortodoxa, assegurou que o "amor" é a única coisa que pode mudar o mundo.
Durante o concerto de São Petersburgo foram distribuídas pulseiras cor-de-rosa, um símbolo do apoio às minorias.
"As pulseiras fazem parte do espetáculo. Estejam preparados para levantar as mãos em sinal de apoio", afirmou a cantora na sua página na Internet horas antes do concerto.
Esta semana, várias organizações russas, algumas ligadas à religião ortodoxa, contestaram a realização dos concertos da estrela norte-americana e convocaram algumas ações de protesto.
Alguns ativistas homossexuais russos também apontaram o dedo à artista e criticaram a sua postura.
"Não é suficiente dizer algumas palavras a favor dos homossexuais entre duas canções durante um concerto. Se uma pessoa se assume como defensora dos direitos humanos, ela deve fazer algo mais sério", afirmou, na quinta-feira, um líder local da organização Gay Russia Iouri Gavrikov.
O mesmo representante acusou Madonna de "hipocrisia", uma vez que a cantora optou por atuar na Rússia e em especial em São Petersburgo, cidade que adotou em fevereiro passado uma lei "homofóbica".
Na Rússia, a homossexualidade foi considerada crime até 1993 e uma doença mental até 1999.

Gay medalhista de prata assume ser HIV+



Publicado no ParouTudo
Indicado por Augusto Martins

Por Welton Trindade

Em 2000, Ji Wallace foi medalha de prata nos jogos olímpicos de Sidney nos saltos ornamentais. Em 2005, ele se assumiu homossexual. E agora, uma nova data: em 2012, o ex-atleta fala publicamente que é HIV+.
Wallace, que está em Londres para ver as Olimpíadas 2012, decidiu falar sobre sua sorologia após assistir a entrevista recente do mergulhador Greg Louganis, também medalhista em Olimpíadas, gay e soropositivo. O fato do jornalista Anderson Cooper ter se assumido homossexual há poucas semanas também levou Wallace a falar sobre sua sorologia.
Depois de ver a entrevista de Louganis, Wallace disse que não conseguiu dormir à noite. E, enfim, resolveu se assumir soropositivo: “Uma voz tem valor. Eu tenho o apoio do meu namorado, dos meus incríveis amigos e dos meus adoráveis parentes”, afirmou.

'Ter uma filha era meu sonho de pai e mãe', diz transformista do ES


Publicado no G1
O fato de ser homossexual e trabalhar como transformista não impediu o ator Jurandi Gusmão de realizar o sonho de ser pai, em Vitória, no Espírito Santo. Ele afirma que precisou de coragem para tal feito, mas valeu a pena: Mayra, que completa 11 anos no mês que vem, quebrou paradigmas e mudou a vida de Jurandi. Neste domingo (12), eles comemoram mais um Dia dos Pais em família.
"Ter uma filha era meu sonho de pai e mãe. Sempre sonhei em educar, crescer ao lado, ensinar e aprender junto. Eu queria que ela saísse de dentro de mim, literalmente, mas para isso tem que ter coragem. Não tinha atração por mulher, mas fiz para realizar o meu sonho. Fazer é delicado, criar é mais ainda. Fiquei junto os nove meses, morei junto com a mãe, cuidei do resguardo, do umbigo, do andar, do falar, do caminhar e procuro ser o mais presente possível diariamente", afirma.
Mayra nasceu justamente na época em que Jurandi mais trabalhou, tendo inclusive premiações nas principais boates e casas de show do Espírito Santo. "Foi um momento complicado. Precisava de dinheiro, então trabalhei ainda mais. Nunca parei para ouvir a opinião dos outros, eu saía para trabalhar e ganhar a vida. Quando ela começou a andar e a falar, viu minhas apresentações. Em alguns números, eu já saia maquiado", lembra o ator.
Desde cedo, a filha acompanhou o pai nos ensaios e nas apresentações. Segundo Jurandi, Mayra nunca estranhou o fato do pai ser homossexual ou trabalhar como transformista. "Essa fase do 'ridículo, feio, não estou entendendo', ela ainda não viveu. Acredito que essa fase possa surgir agora, que ela está quase com 11 anos. A gente conversa com tranquilidade. Ela conheceu meu ex-namorado, por exemplo, e tinha uma amizade com ele. Isso nunca foi uma barreira", diz.
A preocupação do pai, segundo ele, sempre foi em passar valores para a filha e educá-la para que ela soubesse amar e respeitar as pessoas. "Ela é nova, mas já convive com as diferenças, até mesmo na escola. Digo a ela que tem que ter respeito, que homossexual lê, estuda, paga imposto, tem pai e mãe. As pessoas podem mudar ou não, mas a escolha é de cada um e sempre tem que haver respeito", afirma.
O maior desafio, na opinião de Jurandi, é a educação da filha. Ele se preocupa em levar e buscar na escola, em ter qualidade no tempo em que passam juntos nos finais de semana, em acompanhar o crescimento e as descobertas de Mayra.
"Procuro dizer para ela que ser pai não é somente fazer uma criança, tem que amar e estar perto. Faço questão de estar com ela na praia, no mercado, no cotidiano, para que ela veja o mundo como é. Como pai, tenho grande preocupação com a puberdade, com a sexualidade, em instruí-la, para que a curiosidade natural da adolescência não a leve para caminhos errados, como as drogas", conta.
Jurandi não mede esforços para realizar, diariamente, o sonho de ser pai. E incentiva a filha a sonhar e a alcançar seus sonhos. "Ela sempre curtiu o lado artístico e acredito que ela tenha essa veia artística. Ela pensa em ser cantora, tem um lado musical forte. E eu incentivo. Ela deve participar de um espetáculo de dança e teatro que estamos montando. Ela tem paixão por arte e, se seguir esse caminho for o sonho dela, eu vou incentivar", afirma.

Pais de homossexuais aprendem a lidar com a diversidade em grupo de acolhimento




O GPH - Grupo de Pais de Homossexuais foi a primeira ONG brasileira fundada para acolher pais que desconfiam ter ou têm filhos homossexuais. Foi fundado com intuito de suprir a falta de um ambiente seguro e acolhedor onde pais e mães pudessem trocar informações e experiências sobre seus filhos e, se for o caso, solidarizarem-se durante o difícil processo de aceitação. Além disso, sabemos que pessoas com a mesma questão pra resolver se sentem mais fortalecidas quando conversam entre iguais.
O grupo é administrado por Edith Modesto, atual presidente da ONG, e conta com 6 mães facilitadoras. É aberto exclusivamente para pais e mães de homossexuais. Tudo o que é falado no grupo é absolutamente confidencial, configurnado um espaço de acolhimento e ajuda-mútua. Religião e política são assuntos aceitos no grupo, somente quando o foco é a diversidade sexual.
Caso você seja pai de um homossexual, conheça o trabalho do grupo no site oficial do GPH: www.gph.org.br 

"Meu pai é gay" - Histórias de quem vive essa realidade



Publicado na Gloss
Por Sandra Soares e Thiago Bronzatto
Durante toda a infância, a americana Abigail Garner sentia o coração acelerar toda vez que alguém mencionava a palavra "bicha" na sala de aula. De uma primeira geração de crianças criadas em famílias alternativas assumidas, ela cresceu mostrando o boletim escolar e negociando o horário de voltar para casa com uma mãe e dois pais - seu pai biológico decidiu viver com outro homem quando ela tinha 5 anos. Hoje, aos 33, é uma das mais conhecidas defensoras da causa gay no país, apesar de ser heterossexual. Desde 1999 escreve textos e dá palestras que ajudam filhos de homossexuais americanos - segundo estimativas, pelo menos oito milhões de crianças e adolescentes. Seu blog e seu livro, Families like Mine: Children of Gay Parents Tell It like It Is (numa tradução livre, Famílias como a Minha: Filhos de Pais Gays Contam como É), são referências no assunto.
Nos Estados Unidos, é comum que famílias como a dela assumam publicamente sua condição. Por lá, já existem até revistas voltadas para gays com filhos. A que ficou mais conhecida é a And Baby, lançada em 2001. Chegou a ter tiragem de cem mil cópias e fez sucesso com dicas para, por exemplo, papai e papai se saírem bem ao acompanharem a filha na compra de bonecas. O Brasil tem cerca de seis milhões de homossexuais e sedia a segunda maior Parada do Orgulho Gay do planeta. Mas só agora começa a lidar abertamente com o tema. "As famílias homoparentais são sempre existiram, mas eram invisíveis por causa do preconceito", afirma o sociólogo Alípio Sousa Filho, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e editor da Bagoas, publicação semestral de estudos sobre homossexualidade. "Dos anos 80 para cá, há avanços na aceitação da diversidade e eles estão ganhando mais visibilidade."

Filhos de gays não precisam colecionar, necessariamente, relatos traumáticos como os de Abigail. Filha adotiva do apresentador Leão Lobo - gay assumidíssimo -, Ana Beatriz Mota Lobo, (foto acima), garante que raramente sofreu preconceito por causa do pai. "Meu namorado, por exemplo, se espantou mais por saber que o sogro era o cara das fofocas da TV do que com a opção sexual dele", diverte-se ela. Ana fala de sua criação com uma normalidade absoluta e não tem grandes dramas para contar. O problema começa da porta para fora. Mesmo completamente amparada, ela vive em uma família sem os mesmos direitos que as outras. Se o seu pai quiser se casar com o namorado, por exemplo, não pode. Já se vão doze anos desde a entrada, no Congresso Nacional, da proposta de legalização da parceria civil entre pessoas do mesmo sexo. E o projeto nunca foi votado. Mesmo sem amparo legal, as famílias formadas por casais gays vêm conseguindo vitórias na Justiça. Ao divulgar em 2002 a resposta ao pedido de custódia do filho biológico de Cássia Eller, feito pela viúva da cantora, o juiz que cuidou do caso escreveu: "A questão da homossexualidade não tem importância. O essencial foi assegurar o interesse pessoal de Chicão". Pela decisão, o garoto, hoje com 15 anos, permaneceu com Maria Eugênia Vieira Martins, companheira de Cássia nos últimos quinze anos de sua vida. A decisão abriu caminhos para casos semelhantes.
Tudo o que se relaciona à sexualidade, algo tão íntimo, se confronta com o mundo exterior. Crenças religiosas, maneiras de ver a vida, o lugar onde se vive - as variáveis são imensas. No caso dos filhos de gays, essa situação tende a ser exponencialmente maior. Bruna Peixe dos Santos, 16 anos, sofreu muito a perda de um namorado e de algumas amigas que se afastaram quando foram apresentados a seu "pãe". Bruna tem uma mãe biológica que nasceu mulher, mas optou pela identidade masculina. É um transexual - e adotou o nome de Alexandre Santos, o Xande, atual secretário da Associação da Parada do Orgulho Gay. "Até os 5 anos minha filha ouvia eu me apresentar como lésbica", explica Xande. "Quando compreendi que na verdade eu tinha identidade oposta ao corpo com que vim ao mundo, mudei meu discurso e meu nome." Entender todas essas mudanças foi o mais difícil para Bruna. "Era tudo meio confuso. Mas nunca tive vergonha do meu 'pãe'. Quando eu era mais nova, ameaçava bater em quem falava mal dele." 
Como se vê, quando se chega perto das famílias com pais gays, é possível perceber que quase sempre o problema maior vem de fora - mesmo quando a relação dos pais com a sexualidade parece confusa. Somente há pouco mais de quinze anos o homossexualismo foi retirado da Classificação Internacional de Doenças publicada pela Organização Mundial de Saúde. Há mais tempo do que isso, no entanto, as primeiras gerações de filhos de gays assumidos mostram que família é família. E digam o que quiserem lá fora.
"Durante muito tempo, eu me recusei a responder à pergunta: 'Você é heterossexual?' Como outros jovens de famílias como a minha, ser confrontada com essa questão me fazia sentir como que colocando meu pai sob julgamento. Ser filho de homossexuais não significa que uma criança tenha mais ou menos chances de ser gay, mas essa é uma das discussões que mais vêm à tona quando se fala sobre famílias alternativas. Tive a sorte de saber que meu pai era gay antes de conhecer a homofobia. O preconceito é algo que se aprende e, aos 5 anos, eu não havia aprendido."
Depoimento de Abigail Garner

Taiwan celebra primeira cerimônia budista de casamento homoafetivo



Texto Publicada na Exame
Fotos da Reuters

Duas mulheres se uniram nesse sábado (11) em Taiwan, na primeira cerimônia de casamento budista entre pessoas do mesmo sexo, ato que ativistas dos direitos dos homossexuais esperam que ajude a ilha a se tornar a primeira nação asiática a legalizar o casamento gay.
Fish Huang e You Ya-ting usaram vestidos de noiva tradicionais para dizer o "sim" em frente a uma estátua de Buda e trocaram votos em vez de alianças em um monastério em Taoyuan, no norte de Taiwan.


Cerca de 300 monges entoaram sutras para abençoar o casal, ambas por volta dos 30 anos.
A cerimônia foi presidida pela mestre budista Shih Chao-hui, que destacou que a iniciativa era um momento histórico.
"Estamos testemunhando a história. Essas duas mulheres desejam lutar pelo seu destino... superar o preconceito", declarou Shih, conhecida por defender a igualdade social.


Os pais das noivas, no entanto, não compareceram à cerimônia, mostrando que a pressão social e familiar aos homossexuais ainda é grande.
Taiwan é uma das sociedades mais liberais culturalmente no leste asiático. Grupos de defesa dos homossexuais pedem ao governo que a união gay seja legalizada e esperam que a cerimônia seja um incentivo para a iniciativa.


Assista também uma reportagem em vídeo no site do G1: clique aqui!