sábado, 19 de maio de 2012

Governo recebe 3,4 denúncias de homofobia por dia



Publicado pelo iG - Último Segundo
Com informações da BBC Brasil
Violência fruto da intolerância foi discutida no Dia Internacional contra a Homofobia. SP é o Estado com maior número de queixas no ano de 2011
A SDH (Secretaria de Direitos Humanos) do governo federal registrou em 2011 uma média de 3,4 denúncias diárias de violência praticada contra homossexuais no Brasil. A violência fruto da intolerância é um dos temas combatidos no Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia (rejeição a transexuais e travestis), celebrado na última quinta-feira (17).
A comemoração foi criada por ativistas franceses em 2005 para marcar a dada em que a homossexualidade foi tirada, há 22 anos, da lista de doenças mentais da Organização Mundial da Saúde. No Brasil, a data foi explorada por 500 manifestantes já na quarta-feira em Brasília.
As 1.259 denúncias foram recebidas de forma anônima pela secretaria por meio do telefone 100 do Disque Direitos Humanos. Elas englobam casos de violência física, sexual, psicológica e institucional, além de episódios envolvendo de discriminação relacionada à opção sexual do indivíduo. Cada caso, segundo a pasta, foi repassado para a polícia e governos locais.
Entre os Estados que mais registraram queixas estão São Paulo (210), Piauí (113), Bahia e Minas Gerais (105 cada), e Rio de Janeiro (96).
Homicídios
O governo federal e a maioria dos Estados não fazem levantamentos sobre o número de crimes praticados contra homossexuais. A estatística nacional mais aproximada é produzida pela entidade GGB (Grupo Gay da Bahia), que faz sua contagem por meio de notícias publicadas na imprensa.
Segundo o levantamento, em 2011 ocorreram 266 homicídios - um recorde desde o início dos levantamentos na década de 1970. De acordo com o GGB, foi o sexto ano consecutivo em que houve aumento desse tipo de crime. "A relação é que a cada um dia e meio ocorre uma morte. O Brasil é um país relativamente perigoso para homossexuais", disse o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira.
"Não temos muito o que comemorar neste 17 de maio. Além da questão da violência, ações como o kit de combate à homofobia e a campanha de combate à Aids no Carnaval (com foco na comunidade LGBT) foram vetadas pelo governo", disse ele.
São Paulo
Apesar de nominalmente registar o maior número de denúncias de violência contra homossexuais, segundo a contagem da SDH, São Paulo tem se destacado no cenário nacional pela criação de instituições e medidas de combate à homofobia.
Para tentar estimular a denúncia e contabilizar os crimes de intolerância contra homossexuais, o governo criou há um mês uma forma de se registrar boletins de ocorrência pela internet, segundo Heloisa Gama Alves, a coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual da Secretaria de Estado da Justiça.
O software permite à polícia registrar à distância as comunicações de crimes contra a honra (injúria, calúnia, difamação, etc), discriminando se eles foram cometidos por homofobia - o que permite que uma contagem seja feita eletronicamente.
Em paralelo, uma lei estadual prevê advertências e multas a indivíduos e empresas que tenham se envolvido em casos de discriminação por homofobia. Estabelecimentos comerciais podem até ser fechados se reincidirem na prática.
O número de sanções aplicadas no Estado subiu de 33 em 2010 para 63 em 2011, segundo Alves.
Outras duas iniciativas são a criação de uma delegacia da Polícia Civil especializada em crimes de intolerância e uma unidade de saúde dedicada apenas a transexuais. "Temos o que comemorar, mas muito ainda tem que ser feito", disse ela.
Legislação 
Tramita no Senado uma proposta para criminalizar atos de discriminação praticados contra homossexuais. O projeto transforma em crime formas de preconceito relacionado a orientação sexual ou identidade de gênero praticado no mercado de trabalho, nas relações de consumo e no serviço público. A proposta, porém, encontra resistência de alguns membros da bancada evangélica da casa.
Atualmente, agressões e injúrias praticadas contra homossexuais são punidas com base no código penal.
"O crime de intolerância não é um crime praticado só contra uma pessoa, é uma agressão à toda a sociedade e por isso muito mais grave", afirmou a defensora pública Maíra Coraci Diniz, do Núcleo de Combate à Discriminação, Racismo e Preconceito, da Defensoria Pública de São Paulo.

"Quem Deus odeia?" Por Vitor Angelo



Ao ver um protesto de membros da Igreja Batista de Westboro , com faixas com os dizeres: “Deus odeia as bichas”, um menino pediu para a mãe para fazer uma intervenção na cena.

Josef Akrouche, de novo anos, pegou um caderno e escreveu: “Deus não odeia ninguém”.

“Ele está crescendo para ser um bom rapaz”, disse sua mãe, Patty Akrouche ao recordar a história. “Eu recebi meu presente de Dia das Mães mais cedo”, lembra.

Nota do Homorrealidade: Ainda resta esperança no mundo...

Pelo Twitter, famosos fazem campanha contra a homofobia

Visto no Terra
Dica de Augusto Martins 

O dia da luta mundial de combate à homofobia, comemorado na última quinta-feira, ganhou o apoio de internautas anônimos e famosos nas redes sociais.

Com as hashtags #BrasilSemHomofobia e #HomofobiaéCrime, usuários do Twitter iniciaram uma campanha por punições mais rígidas a crimes relacionados ao preconceito contra homossexuais, e postaram mensagens de apoio. A mobilização rendeu destaque no microblog, e entrou na lista dos assuntos mais comentados do Pais.

Diversas personalidades, como Sabrina Sato, a apresentadora Adriane Galisteu, os atores Marcelo Médici e Fábio Porchat, a cantora Marina Lima e a funkeira Valesca Popozuda aderiram à campanha e declararam apoio à causa.

A socialite Val Marchiori foi além, e mudou a foto do seu perfil para um laço com as cores da bandeira gay e postou sua mensagem. "Vou mudar minha foto no Twitter por uma causa especial. Hoje é o Dia Internacional contra a Homofobia e vou deixar este símbolo em homenagem. Apesar de alguns avanços, até mesmo em nossa política, muita gente sofre agressões simplesmente por ser homossexual! Helloooo. O Obama apoia o casamento gay. Gostei da coragem dele! Os políticos brasileiros têm que expressar sua opinião e não ficar em cima do muro.", escreveu.

Foi o que fez o deputado federal Jean Wyllis (Psol-RJ). O político contou no microblog que se pronunciou no Plenário para lembrar a data. "Acabo de pronunciar na tribuna do Plenário, para marcar o Dia Nacional de Combate à Homobia. #BrasilSemHomofobia. Hoje, às 19h, na sede da OAB (em Brasília), falarei sobre direitos humanos de homossexuais em evento que marca este Dia de Combate à Homofobia. O objetivo do evento da OAB é qualificar ainda mais o engajamento pró-LGBT da entidade que historicamente defende os direitos da sociedade!", contou.

O rapper MV Bill, e a cantora Preta Gil também se engajaram pela causa. "A agressão verbal e física contra homossexuais vai ficar menos autoritária com homofobia criminalizada. #BrasilSemHomofobia", escreveu MV Bill. "Homofobia, racismo e intolerância religiosa são sentimentos ainda existentes no ser humano, mas podemos lutar sim #BrasilsemHomofobia. Tanta gente que conheço que não dá RT pois tem medo de ser taxado de gay. Sejam humanos, #BrasilsemHomofobia #HomofobiaéCrime".

Professor homossexual: sem kit, escola silenciou sobre homofobia


Visto no Terra
Por Angela Chagas
Homossexual assumido, Rubenilson Araujo é o único professor da escola estadual Frei José Maria Audrin, em Porto Nacional (TO), que tem "coragem", como ele mesmo define, de discutir a homofobia na sala de aula. Segundo ele, a posição da presidente Dilma Rousseff ao vetar o kit que seria distribuído em escolas públicas há um ano foi responsável por um grande retrocesso no combate ao preconceito contra gays, bissexuais, travestis e transexuais nas escolas. "A gente nota que os professores já viam o tema como tabu e a posição da presidente contra o material reforçou ainda mais isso. As escolas silenciaram completamente e ninguém mais cogita falar em homofobia", afirma.
Para o professor de português, qualquer posição da presidente da República tem um impacto grande sobre a população, ainda mais quando o tema é considerado "difícil". "Todos silenciaram, mas o problema só agravou. O número de crianças e adolescentes vítimas da discriminação nas nossas escolas aumenta a cada dia", afirma o educador, que desenvolve atividades nas turmas de 8º e 9º ano do ensino fundamental para que os alunos aprendam a respeitar a diversidade.
Araujo tenta ajudar a mudar as estatísticas de violência contra os homossexuais porque sabe muito bem o sofrimento causado pelo preconceito por "ser diferente". "Fui vítima de homofobia durante toda a minha vida escolar. Chegava em casa com marcas, porque apanhava muito na escola. Meu refúgio foi estudar", conta o professor de 36 anos, que apresentou sua tese de mestrado sobre diversidade sexual no final de 2011 na Universidade Federal do Tocantins (UFT). "Quando escolhi ser professor, também enfrentei preconceito e até hoje enfrento de algumas pessoas. Mas meus alunos aprenderam a me respeitar".
Nas aulas de português da escola, além dos clássicos de Machado de Assis e Aluísio Azevedo, os alunos passaram a se dedicar à literatura infanto-juvenil, com obras que abordam a temática da diversidade sexual. Olivia tem dois papais, de Márcia Leite, e O gato que gostava de cenoura, de Rubem Alves, são alguns exemplos de livros que fazem parte das atividades em sala de aula. "Os alunos leem e depois promovemos um debate para discutir a questão da identidade, do respeito às diferenças", conta o professor, que leciona há 17 anos.
Araujo diz que todos os alunos sabem da sua orientação sexual. "Nos debates eles já me perguntaram: 'professor você é gay?'. Eu expliquei que era homossexual e um deles me respondeu que queria ser meu amigo. É uma relação harmoniosa, eles aprenderam a respeitar", comemora. O educador conta que desde que o trabalho começou a ser feito na escola, ele percebe que o convívio entre os colegas melhorou. "No 8º ano tenho um aluno que enfrentava violência verbal por ser muito próximo das meninas. Ele estava sempre com as garotas no intervalo e os outros incomodavam. Percebo que isso começou a mudar, os outros passaram a respeitá-lo mais e houve até uma integração maior entre os colegas", afirma.
O educador diz ainda que tem conquistado o apoio da direção da escola para o seu trabalho. "Eu apresento um relatório quinzenal das atividades que desenvolvo e nunca tive nenhum problema", diz. Apesar disso, Araujo sente falta de um maior engajamento dos outros docentes. "Uma professora das séries iniciais até se interessou pelo meu trabalho, principalmente porque os livros têm uma linguagem bem infantil, mas disse que não teria coragem de discutir isso com os alunos. Às vezes sinto que estou sozinho nessa luta", completa.
Qualificação dos professores 
Para o professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pedro Paulo Bicalho, a falta de interesse dos educadores em discutir a homofobia é resultado do despreparo para tratar temas considerados difíceis. "Os professores não só se sentem despreparados, como não existe nenhum tipo de discussão com eles. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) coloca a diversidade como um tema transversal, mas o que nos vemos ocorrer é que isso é trabalhado de maneira muito iniciante por um professor de ciências, como um tema biologizante, da sexualidade com fins reprodutivos".
Bicalho coordena o curso de extensão em Diversidade Sexual nas Escolas promovido pela UFRJ para capacitar educadores para lidar com a homofobia. "O curso existe desde 2006 e temos capacitado uma média de 600 professores por ano", afirma ao destacar que faltam vagas devido ao interesse. "A grande questão é que a homofobia está batendo na porta do professor e ele não sabe como reagir. Muitas enfrentam o problema em casa também, com os seus filhos", comenta. Segundo ele, infelizmente o trabalho feito pela UFRJ ainda é muito pequeno se comparado à necessidade do País. "A capacitação dos professores para tratar da diversidade sexual e do respeito aos direitos humanos deveria ser uma política de Estado. Deveria fazer parte de toda a educação formal do Brasil", diz o professor.

domingo, 13 de maio de 2012

A coragem de Obama está em falta no Brasil


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu nesta quarta-feira 9 uma rara demonstração de coragem que entrará para a história. A seis meses da eleição presidencial, em meio a um debate acirrado, Obama decidiu se posicionar sobre um dos temas que mais divide a sociedade americana: afirmou ser a favor do casamento entre homossexuais. Foi um ato de coragem, digno de um governante preocupado em igualar os direitos de todos os cidadãos. Foi um ato que os brasileiros, lamentavelmente, ainda esperam para ver. Obama fez a declaração em uma entrevista concedida à rede de TV americana ABC News. Segundo Obama, o primeiro presidente dos EUA a se declarar favorável ao casamento gay, sua nova posição a respeito do tema é uma “evolução”. Até aqui, Obama se limitava a apoiar a “união civil” de homossexuais. Para ele, isto era “suficiente”, pois garantia direitos básicos para os parceiros homossexuais e não atingia sensibilidades religiosas e tradicionais de determinados grupos da sociedade. A “evolução” veio, segundo Obama, de conversas com amigos e familiares e ao perceber que excelentes funcionários do governo e militares, gays, ainda se sentiam constrangidos por não poder se casar. No Brasil, a “evolução” ainda não ocorreu. 

Justiça decide que namorado secreto de padre colombiano ganhará


Em uma decisão polêmica, a Justiça colombiana ordenou que o Instituto de Seguro Social (ISS) do país pague pensão ao companheiro gay de um padre falecido em 2009, após ele manter um relacionamento escondido por quase 30 anos. Esta é a primeira vez no país que se concede uma pensão ao companheiro do mesmo sexo de um sacerdote. 
A Justiça decidiu que nenhuma instituição do sistema de seguro social pode presumir fatos de natureza religiosa ou de índole similar para negar esses direitos, "já que a Colômbia é um Estado laico e esses casais também têm direitos". "Pedro" comprovou que teve um relacionamento fixo por 28 anos com o padre, que não teve a identidade revelada por ordem judicial.

Argentina aprova lei de identidade de gênero



Senado argentino aprovou por 55 votosa favor e uma abstenção, a lei de identidade de gênero. A lei dá aos cidadãos transexuais argentinos o direito de ter seu sexo reconhecido.
A nova lei define a identidade de gênero como "a experiência interna e individual de como cada pessoa se sente, que pode ou não corresponder ao sexo designado no nascimento, incluindo a vivência pessoal do corpo". Neste sentido afirma que "todos têm direito ao reconhecimento da identidade de gênero e ao livre desenvolvimento da pessoa de acordo com sua identidade de gênero".

O projeto de lei aguarda a assinatura da presidente Cristina Kirchner, que apoiou a medida. A nova norma estabelece que qualquer pessoa poderá solicitar a retificação de seu sexo no registro civil, incluindo o nome de batismo e a foto de identidade.

A mudança de sexo não necessitará mais do aval da justiça para reconhecimento, e o sistema de saúde deverá incluir operações e tratamentos para a adequação ao gênero escolhido.

Canadense transexual estreia no Miss Universo 2012



Visto no Terra
A modelo canadense Jenna Talackova, a primeira transexual no concurso Miss Universo, fez a sua estreia como candidata ao concurso de beleza em uma sessão de fotos oficial realizada no Hotel Signature, em Toronto, neste sábado (12).
Jenna, de 23 anos, venceu a briga com a organização do concurso Miss Universo 2012, que havia desclassifcado a moça da competição depois de descobrir que ela, na verdade, nasceu homem e passou por uma cirurgia de mudança de sexo há 4 anos.
Depois de um protesto ao lado da Aliança Gay e Lésbica contra a Difamação (GLAAD, sigla em inglês), ela conseguiu que seu caso fosse reconsiderado e entrou oficialmente no concurso promovido pelo empresário Donald Trump.

Folha: "Mães de gays saem em marcha hoje contra a homofobia"




LILO BARROS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

CAROLINA LEAL DE SÃO PAULO

Dica da Querida Ivone Pita

Yuri tinha 12 anos. Estudava em uma escola particular na zona leste de São Paulo. Durante as aulas de francês, o professor escrevia na lousa a palavra "bambi". Depois voltava os olhos para Yuri, ria muito e incentivava que as outras crianças também rissem.

"Ele ainda chora com essa lembrança", conta a mãe de Yuri, Clarice Pires, 60. A empresária é uma das mães de gays que irão se reunir hoje, a partir das 17h, na esquina da avenida Paulista com a rua Augusta, para depois "marchar" em direção ao largo do Arouche (centro de São Paulo).

Ela vai participar da caminhada em comemoração ao Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, organizada pelo governo do Estado e pela Prefeitura de São Paulo.

"Essa ação é para mostrar que não dá mais para que pessoas sejam agredidas ou até mesmo mortas por causa da orientação sexual", diz Heloísa Gama, da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. 


No mês que vem, outro evento deve movimentar a comunidade LGBT --a tradicional Parada Gay, no dia 10, com o tema "Homofobia Tem Cura: Educação e Criminalização!".

MÃES UNIDAS

Clarice diz que a história das aulas de francês ainda está entalada na garganta do filho. Yuri é homossexual assumido, tem hoje 34 anos e trabalha em uma empresa em Nova York. Ela conta que sempre respeitou o filho. "Minha preocupação era com os outros."

Reação diferente teve a professora aposentada Edith Modesto, 73. Em 1992, quando a mãe de sete filhos descobriu que o caçula Marcello, 32, era gay, perdeu o chão. "Eu caí dura. Levei uma paulada."

Apesar da crise, o amor de mãe foi maior. Cinco anos depois, Edith fundou o Grupo de Pais de Homossexuais (GPH), para ajudar outras famílias.

"Quando o filho sai do armário, é a mãe que entra", brinca Edith, que promete ir hoje à passeata na Augusta.

A aposentada Neusa Dutra, 61, que precisou de ajuda para aceitar o filho gay Chico, 29, também. No começo, foi difícil. "Depois de um tempo caiu a ficha. Vi que quem precisava de tratamento era eu, não ele."

Jean Wyllys afirma que há muitos políticos gays que estão no armário



Visto na Folha 
O deputado federal (PSOL/RJ) e vencedor da quinta edição do "Big Brother Brasil" Jean Wyllys, 38, afirmou que há muitos políticos que são gays, mas não assumem.
"Tem! Lamentável, né?", afirmou à revista LGBT "Simples Assim" de maio, que chega às bancas na próxima semana.

"Alguns são hipócritas, porque vivem a homossexualidade na esfera do privado, mas se colocam contra ela no espaço público", comentou.

"Alguns vivem a homossexualidade, mas são tranquilos", revelou. "Eles não se assumem publicamente, mas não se colocam contra o homossexual, não dão declarações e não dizem que a homossexualidade é uma aberração." 


Para Wyllys, o motivo de haver tantos políticos no armário é que eles e os marqueteiros políticos acreditam que a população não votaria em um candidato homossexual.

"Eu não estou tão certo disso", contou. "Se um candidato for homossexual e tiver excelentes propostas, eu duvido que as pessoas vão deixar de votar nele."

"Acho que falta um pouco de coragem dessas pessoas", avaliou. "Elas não querem pagar o preço."

Wyllys também disse que "gostaria muito de estar casado", mas não quer "sacrificar um cara do meu lado que não vai ter minha atenção porque estou dedicado ao trabalho".

"Acho que um político heterossexual é muito mais assombrado pela ideia de um relacionamento extraconjugal do que eu com um relacionamento homoafetivo", avaliou. 

Piauí: União homoafetiva abre programação pelo Dia de Combate à Homofobia


Visto no Piauí
Por Karynne Katiuzia
Neste mês, organizações da sociedade civil e instituições que implementam políticas públicas para LGBT, realizam ações em alusão ao 17 de maio, Dia Internacional de Enfrentamento à Homofobia. No Piauí, o mês será marcado por uma vasta programação que começou na última sexta-feira (11), com a celebração de dois contratos de união estável homoafetiva. A oficialização da união dos dois casais foi realizada no Centro de Referência LGBT “Raimundo Pereira”, às 9h.
A programação organizada pela da Diretoria Unidade de Direitos Humanos da Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc), em parceria com o movimento social LGBT e outros órgãos da administração pública municipal e estadual, contará ainda com a reinauguração do Centro de Referência Raimundo Pereira, com um ato público no passeio da Avenida Frei Serafim e a oficina de elaboração do Plano Piauí sem Homofobia.
Toda a programação foi pensada visando ampliar a discussão sobre o mal causado a partir do preconceito e discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis. Também é um momento de promoção dos direitos humanos e cidadania de LGBT baseadas nas deliberações da II Conferencia Estadual LGBT ocorrida em outubro de 2011.
Programação:
Dia 17 de maio a partir das 8h – Reinauguração do Centro de Referência LGBT “Raimundo Pereira” em nova sede, na Rua Paissandu, nº 2116, 2º andar (edifício da Ouvidoria Geral do Estado). 
Dia 17 de maio a partir das 10h – Mostra Fotográfica de Enfrentamento da Homofobia no passeio da Avenida Frei Serafim, próximo ao edifício do Ministério do Trabalho.
A mostra objetiva a ampliação de discussão sobre preconceito e discriminação contra LGBT com fotografias e materiais informativos disponibilizados em estandes. Realizada pela DUDH/SAC em parceria com o movimento social e instituições governamentais. 
Dia 23 de maio – Oficina de Elaboração do Plano Piauí sem Homofobia. Acontece com organização do Centro de Referência LGBT “Raimundo Pereira” – CR-LGBT, da Diretoria Unidade de Direitos Humanos – DUDH da SASC o dia todo na Escola do Legislativo na Assembleia Legislativa do Estado do Piauí (Alepi).
Nesta oficina será organizado um plano de ações para a promoção dos direitos humanos e cidadania de LGBT baseadas nas deliberações da II Conferencia Estadual LGBT ocorrida em outubro de 2011.

Após mudar de sexo, Lea T. fará desfile em ponte de São Paulo



Visto na Folha 

A modelo transexual Lea T. fará seu primeiro desfile após se submeter à operação para mudar de sexo.

Segundo informa a coluna Olá, assinada por Vivian Masutti e publicada no jornal "Agora", o "debut" será amanhã no Elle Summer Preview. O evento ocorrerá na ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira, na zona sul de São Paulo.

Lésbica lidera corrida à Câmara de Nova Iorque


Visto no DN de Portugal
Se vencer as eleições para mayor de Nova Iorque, Christine Quinn será a primeira mulher - e a primeira lésbica - a presidir à Câmara da Big Apple. Segundo a última sondagem, a vereadora derrotaria o chefe da polícia Ray Kelly.
Ainda nenhum dos dois declarou a candidatura, mas se as eleições para mayor de Nova Iorque fossem hoje, a vereadora Christine Quinn derrotaria o chefe da polícia Ray Kelly.
Ambos têm sido apontados como possíveis sucessores de Michael Bloomberg nas eleições para a presidência da Câmara de Nova Iorque, previstas para novembro de 2013.
Quinn, de 45 anos, há muito uma mulher de sucesso na política, deverá casar no dia 19 de maio com a sua companheira de longa data, Kim Catullo, aproveitando a recente mudança na lei do estado que permite o casamento entre homossexuais.
Kelly, veterano da Guerra da Coreia, fez carreira na polícia de Nova Iorque, sendo uma figura muito admirada na cidade.

Especial Dia das Mães: "Em nome da união da família" Por Émerson Maranhão


Edith e seu filho Marcello

Por Émerson Maranhão para o jornal O Povo
Dica do Querido Amigo Flávio Alves (do Ideias Canhotas)

Fundadora do Grupo de Pais de Homossexuais (GPH), Edith Modesto defende, em entrevista exclusiva ao O POVO, que mães de gays e lésbicas vençam o preconceito e convivam em harmonia com a orientação sexual de seus filhos


A vida de Edith Modesto mudou radicalmente quando, em 1992, Marcello, o caçula dos seu sete filhos, lhe revelou ser homossexual. Eram outros os tempos, e se hoje ainda é difícil lidar abertamente com a orientação sexual diversa de um filho, imagine há 20 anos. Edith procurou ajuda para entender o que se passava, não encontrou. Buscou interlocução com mães que vivessem a mesma situação, também não foi bem sucedida.

A alternativa mais fácil seria permanecer na ignorância e fazer do preconceito seu principal conselheiro. Mas Edith optou por outro caminho. Arregaçou as próprias mangas e passou a pesquisar sobre diversidade de orientação sexual. Não só. Arrebanhou outras mães de homossexuais e com elas fundou um grupo para trocarem experiências sobre o assunto.

Hoje ela é referência nacional quando o tema é a aceitação familiar da homossexualidade. Nesta entrevista exclusiva ao O POVO, Edith Modesto fala sobre como se dá este processo:

O POVO - Qual é a importância de pais aceitarem a diversidade sexual dos filhos?

Edith Modesto - É fundamental. Quando eles são jovens, a coisa mais importante do mundo para eles é a aceitação dos pais. Tudo que eles mais querem é ser aceitos, principalmente pelas mães. É uma postura muito importante para a vida toda. Faz muito mal a eles quando não há esse apoio. Porque eles terão que enfrentar uma dificuldade maior que a dos outros jovens. Eles mesmos têm que se autoaceitar, que passar pelo processo de autoaceitação, por causa do preconceito que está internalizado em todos nós. Eles passam por um processo dificílimo, sem o apoio dos pais é mais complicado ainda.

OP - Em que momento este diálogo deve começar em casa?

Edith - Este diálogo deveria vir desde que a mãe percebesse que tem um filho diferente. A diversidade é que é a norma neste mundo. O que nos rege é o que é diferente, não o que é igual. Em todos os sentidos. Mas temos dificuldade em entender isso. As mães continuam com dificuldade para conviver e aceitar a diversidade porque a gente aprende que ser heterossexual é que é o correto. Algumas, mais religiosas, acham que é pecado, outras acham que é doença. Isso é muito difícil para as mães. É um processo que continua difícil, apesar de ter melhorado um pouco porque a maioria já aceita a homossexualidade na casa dos outros. Mas na própria casa, quando o filho sai do armário, a mãe entra.

OP - Por que a mãe “entra no armário quando o filho sai”?

Edith - Principalmente por causa da vergonha e da culpa. São os dois sentimentos que aparecem no início do processo e demoram muito para acabar. Culpa, porque elas acham que são culpadas do filho ser gay - tudo sempre é culpa da mãe, não é? Então fica difícil. E a vergonha é dos outros, do que os outros vão pensar, do que vão dizer.

OP - Ao que parece é uma situação muito delicada, para dizer o mínimo.

Edith - As coisas já estão melhorando. No caso das mães, o amor sempre vence, mesmo entre aquelas que passam por grandes dificuldades neste processo. Tem mães que tentam suicídio, que começam a beber, que precisam ir para o Alcoólatras Anônimos, que entram em depressão profunda, somatizam e ficam muito doentes quando descobrem que seus filhos são gays ou lésbicas. Como elas amam o filho, com o tempo, procuram o nosso grupo, começam a ler sobre o assunto, tiram dúvidas com pessoas que se especializaram em diversidade sexual... Mas o combustível, a energia que faz esse processo se desenvolver é o amor.

OP - É um caminho, então, que não é fácil para nenhum dos lados envolvidos?
Edith - Não é fácil, e é muito semelhante para os filhos e para os pais. Os jovens passam até cinco, sete, 10 anos para se aceitarem. E com os pais acontece a mesma coisa - com raras exceções. Quando a família está unida todos ganham. A dificuldade faz com que a família fique mais unida ainda. Um filho gay pode deixar a família desunida ou unir a família para sempre. Nós trabalhamos para que a família fique unida para sempre. A família se une para resolver a questão que foi considerada um problema, mas não é, só tem a aparência de um problema.

OP - A senhora está falando muito em família. Costuma-se dissociar homossexualidade e apego familiar...

Edith - Pelo contrário, gays amam suas famílias. Esta é a verdade. A coisa que eles mais querem é ser aceitos pelos pais. Eu recebo centenas de mensagens de jovens por semana. De jovens que querem que eu os ajude a falar com os pais, para que eles os aceitem.

OP - Em que uma relação mãe e filho ganha com esta convivência aberta com a homossexualidade do filho?

Edith - Veja bem, não tem coisa melhor que essa relação. A relação afetiva mais importante do mundo é a mãe com o filho e vice-versa. Todas as relações são importantes, claro, mas a relação com uma mãe é fundamental. Mãe é só uma - graças a Deus, até porque ninguém aguentaria ter mais de uma não é? (risos). Mas voltando à sua pergunta, por que desperdiçar uma relação tão bonita e importante com mentiras? Com uma vida escondida? Isso não faz o menor sentido. Esta é a principal razão dos ganhos desta convivência.

OP - O título de um dos livros que a senhora escreveu é justamente Mãe sempre sabe?. Eu lhe pergunto: uma mãe sempre sabe que seu filho é homossexual?

Edith - Não acredito que você me perguntou isso (risos). Se eu lhe responder, ninguém mais vai precisar ler o livro e assim você atrapalha o meu marketing (risos). Eu coloquei a pergunta no título justamente para provocar a curiosidade e para meus leitores se perguntarem quando terminarem de ler se eles sempre souberam. 

OP - É possível para a mãe de um homossexual aqui no Ceará receber orientação à distância do Grupo de Pais de Homossexuais?

Edith - Sim, é possível. Eu converso com mães do Brasil todo por telefone. Se tiver um número de telefone fixo, eu mesmo ligo. Também converso pela internet. Elas podem entrar no nosso grupo virtual e vão receber orientação e acompanhamento. É um serviço gratuito, o trabalho é voluntário. Também converso muito todos os dias com jovens gays em busca de aceitação da família. São os meus filhos de coração.
Perfil

Edith Modesto é a fundadora do Grupo de Pais Homossexuais (GPH). É escritora, professora universitária e pesquisadora, mestra e doutora em Semiótica francesa pela USP, terapeuta, especialista em diversidade sexual e questões de gênero.

Há 20 anos, ela descobriu que Marcello, o caçula de seus sete filhos, é homossexual. Começou então a pesquisar sobre diversidade na orientação sexual na tentativa de compreender o universo do filho. Em 1997, fundou, com apenas três outras mães de homossexuais, o embrião do que viria a ser hoje o GPH. É autora dos livros Vidas em arco-íris – Depoimentos sobre a homossexualidade, Mãe sempre sabe? Mitos e verdades sobre pais e seus filhos homossexuais, Entre mulheres - Depoimentos homoafetivos e Homossexualidade: Preconceito e Intolerância, sua tese de doutorado.
SERVIÇO
Grupo de Pais de Homossexuais (GPH)
Site: www.gph.org.br 
Endereço: Rua Alberto Faria, 835, Alto de Pinheiros, São Paulo/SP
Fone: (11) 3031 2106 
Email: mães-de-homos@uol.com.br