sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Raí processa jornalista que insinuou romance entre ele e Zeca Camargo


Publicado no TvTudo
Nesta quarta-feira (01), o ex-jogador Raí entrou com uma ação na Justiça contra a jornalista Fabíola Reipert.
Isso porque no último dia 16 ela publicou uma notícia insinuando que ele estaria mantendo um relacionamento afetivo com o apresentador do “Fantástico”, Zeca Camargo.
As insinuações geraram enorme repercussão nas redes sociais, onde os internautas reproduziam o boato do suposto relacionamento entre Raí e Zeca.
Até então, o ex-craque do São Paulo não havia se manifestado publicamente sobre o caso. Já o jornalista dizia apenas que “não falaria sobre boatos” – fato este que alimentou ainda mais o assunto.
Porém, ontem, o sócio de Raí em uma empresa de gestão de imagem informou que ele havia decidido “tomar as medidas judiciais cabíveis contra os autores do boato”.
“Informamos que foi proposta ação judicial referente ao falso boato publicado na internet em relação ao Raí. Esperamos com isso, além da retratação e indenização por parte dos responsáveis, colaborar para a construção de um jornalismo sério e verdadeiro”, afirmou Paulo Velasco, que também é assessor de imprensa do ex-atleta.
Segundo ele, não existe fundamento algum nas informações divulgadas por Fabíola Reipert. “Trata-se de uma notícia falsa, desrespeitosa e sem pé nem cabeça”, disse ele.
O valor da indenização não foi divulgado.

Jogador é suspenso por insinuar no Twitter que atleta olímpico é homossexual e portador do HIV



Publicado no TechTudo
O Twitter segue dando o que falar nas Olimpíadas. E novamente atleta de salto ornamental Tom Daley, do Reino Unido, foi vítima de uma polêmica. Depois de um jovem ser preso por xingá-lo na rede social, agora é a vez de Daniel Thomas (foto acima), jogador de futebol do País de Gales, ser investigado por um suposto comentário ofensivo dirigido ao atleta. Ele foi suspenso preventivamente de sua equipe.
Thomas teria publicado uma mensagem ironizando o quarto lugar de Daley nos Jogos Olímpicos e o chamando de homossexual. Segundo o post publicado por ele, “pelo menos, Daley e Waterfield (parceiro do atleta) teria um ao outro quando acabasse a competição”. O jogador ainda usou a hashtag #TeamHIV, fazendo referência ao vírus da Aids.
Tom Daley: a vítima
Dirigentes do time do jogador de 28 anos negaram a participação dele na composição da mensagem. Segundo os diretores, o rapaz alega que foi vítima de uma pegadinha feita por alguém que pegou seu celular enquanto ele não estava olhando. Apesar disso, o time Port Talbot Town o suspendeu e garantiu que vai seguir investigando o caso. Thomas já emitiu um comunicado pedindo desculpas pela confusão.
Ainda não se sabe se a polícia ou as autoridades galesas serão acionadas no caso, mas a federação de futebol local diz que está investigando e, se Daniel Thomas acabar sendo considerado culpado, pode receber uma punição pela conduta não apropriada na rede social.

Parada gay de Jerusalém celebra seu 10º aniversário



Publicado na Folha
Sagrada para o cristianismo, o judaísmo e o islamismo, Jerusalém assistiu nesta quinta uma celebração diferente: a cidade foi tingida com as cores do arco-íris para comemorar o décimo aniversário da Parada Gay, que acontece anualmente.
Integrantes e simpatizantes de comunidades homo e transexual participaram do evento que, embora pareça ser mais aceito nos dias de hoje, há dez anos trava uma autêntica batalha contra os setores ultraortodoxos de Israel.
"A parada traz a oportunidade de pensar em todas as mudanças que ocorreram em Jerusalém nos últimos dez anos", disse Elinor Sidi, presidente da Open House, uma das instituições que representa a comunidade gay em Israel.
Vestidos com trajes coloridos e extravagantes, os participantes, que eram acompanhados por um grande contingente policial, marcharam desde o Parque da Independência até o Parque Gan HaPaamon (Sino da Liberdade), onde aconteceu uma grande festa.

Participante empunha bandeira durante show de comemoração do décimo aniversário da Parada Gay em Jerusalém
Judeu ultraortodoxo gesticula durante protesto no bairro de Mea Shearim, em Jerusalém, contra a Parada Gay
Garoto ultraortodoxo segura um burro com os dizeres "Parada do Orgulho Gay", durante protesto no bairro de Mea Shearim, em Jerusalém
Judeu ultraortodoxo observa participantes da Parada Gay; 3.000 pessoas participaram do evento, que acontece anualmente

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Mesmo sem oficializar casamento gay, Reino Unido já tem 106 mil uniões


Publicado na Gazeta do Povo
Desde que a união gay passou a ser permitida no Reino Unido - apenas como união civil, e não casamento -, mais de 106 mil uniões entre pessoas do mesmo sexo foram oficializadas no país, número dez vez maior do que o esperado pelas autoridades.
Apenas em 2011, 6.795 casais formalizaram suas relações em cerimônias de parceria civil, um aumento de 6,4% desde 2010, de acordo com dados oficiais. Em 2004, antes da reforma ser introduzida, o então governo estimava que entre 11 mil e 22 mil pessoas estariam propensas a assumir um casamento homossexual, caso a lei fosse aprovada. Com a mudança, igrejas e outros grupos religiosos podem realizar cerimônias.
O governo britânico vem fazendo consultas populares para mudar a legislação de casamento gay na Inglaterra, Escócia e no País de Gales. Autoridades esperam o resultado desses referendos para seguir adiante com as mudanças, mas a ideia é que o casamento entre pessoas do mesmo sexo esteja legalizado até 2015. Na semana passada, a vice-primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon afirmou que a nova lei deve ser votada pelo país, que pode se tornar o primeiro território do Reino Unido a permitir casamentos oficiais entre homossexuais.
Desde 2005, casais de gays e lésbicas podem registrar oficialmente suas relações como união civil, o que lhes garante os mesmos direitos legais que um casal heterossexual. Os divórcios também aumentaram em mais de 25%, mas especialistas afirmam que o número reflete a oficialização das uniões.

Morre Gore Vidal, reconhecido intelectual gay que desafiou gerações


Publicado na Nossos Tons
Morreu na terça-feira(31), vítima de pneumonia e aos 86 anos de idade, o escritor norte-americano Gore Vidal. Gore, que se definia como uma "puta fina", era considerado um dos principais intelectuais gay do mundo. "Não existe isso da pessoa homossexual ou heterossexual. Apenas existem atos homossexuais ou heterossexuais", chegou a declarar.
Eugene Luther Gore Vidal nasceu no dia 3 de outubro de 1925 em um hospital militar em West Point, no estado de Nova York e começou a escrever aos 19 anos, quando servia como soldado no Alasca. Considerado um dos escritores americanos mais ilustres do século passado, ele produziu 25 livros, mais de 200 ensaios e peças de teatro, incluindo os best-sellers "Lincoln" e "Myra Breckenridge", além de roteiros para cinema - entre eles, o do filme "Ben-Hur". Gore Vidal foi ainda argumentista de filmes como "Calígula" (1979) e "Is Paris Burning" (1966). O seu terceiro romance, "A Cidade e o Pilar", causou sensação em 1948, por ter um homossexual assumido como protagonista. Publicou ainda com os pseudônimos Edgar Box, Katherine Everard e Cameron Kay.
Ao lado de Truman Capote e Norman Mailer, ele fez parte de uma geração de escritores que eram também celebridades. Seus comentários ácidos e espirituosos eram bastante apreciados; Vidal aparecia constantemente em talk shows na TV e em colunas sociais. Seu círculo de amigos incluiu Tennessee Williams, Orson Welles e Frank Sinatra. Ele também era próximo da família Kennedy, em especial de Jackie Kennedy, que era sua irmã de criação.
Foi uma das primeiras figuras públicas a combater os estereótipos em torno dos homossexuais. Na edição de Setembro de 1969 da revista "Esquire" o também ensaísta escreveu: "Todos somos bissexuais. Trata-se de um fato da nossa natureza. E todos somos sensíveis a estímulos sexuais do nosso próprio sexo bem como do sexo oposto. Certas sociedades, em certas ocasiões, sobretudo pelo interesse em manter o abastecimento de bebês, têm desencorajado a homossexualidade. Outras sociedades, especialmente as militaristas, têm-na exaltado. Mas, independentemente de tabus tribais, a homossexualidade é uma constante da condição humana e não é doença, nem pecado, nem crime... Apesar dos melhores esforços das nossas tribos de puritanos para que o seja. A homossexualidade é tão natural como a heterossexualidade. Reparem que eu utilizo 'natural' e não normal."
Em 1950, Vidal conheceu Howard Austen, que foi o grande amor de sua vida, e com quem morou num palácio de cinco andares em Ravello, Itália, até a morte de Austem. Em 2005, após o falecimento de Howard, Vidal decidiu se mudar para Los Angeles.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

EUA: pela primeira vez, convenção democrata pensa em defender casamento gay


Publicado no Jcnet
Por Patricia Zengerle/Reuters
O Partido Democrata dos Estados Unidos quer incluir pela primeira vez o apoio ao casamento gay na sua plataforma eleitoral deste ano, disse uma fonte partidária nesta segunda-feira (30).
O comitê responsável pela redação da plataforma aprovou no domingo por unanimidade o apoio ao casamento homossexual entre as posições políticas a serem apresentadas à convenção do começo de setembro em Charlotte, na Carolina do Norte, onde o presidente Barack Obama será oficializado como candidato à reeleição.
A aprovação foi noticiada no The Washington Blade. Segundo a reportagem, a plataforma democrata também vai rejeitar a Lei de Defesa do Casamento, aprovada em 1996, que define o casamento como a união de um homem com uma mulher e proíbe a concessão de benefícios federais a homossexuais casados legalmente.
O governo Obama disse no ano passado que não apoia mais essa lei. O virtual rival de Obama na eleição, o republicano Mitt Romney, é contra o casamento gay e promete defender o "casamento tradicional" caso seja eleito em 6 de novembro.
Em maio, Obama se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a defender a legalização do casamento homossexual, o que já acontece em seis Estados do país e no Distrito de Columbia (distrito federal). Outros 30 Estados proíbem expressamente a prática.

Em caso inédito no mundo, casal gay registra filho na Argentina


Publicado no Terra
Um casal gay inscreveu esta terça-feira o filho no registro civil de Buenos Aires sem a mediação de uma decisão judicial, um caso único no mundo, informou à AFP Maria Rachid, dirigente da ONG Lésbicas, Gays, Bi e Transexuais (LGBT).
"É o primeiro caso em nível mundial onde a certidão de nascimento é expedida diretamente pelo registro civil como filho de dois homens. Em outros casos foi feito a partir de uma decisão judicial, que retificava a certidão anterior", explicou Rachid, também legisladora da Assembleia de Buenos Aires.
O casal formado por Carlos Grinblat, de 41 anos, e Alejandro Dermgerd, de 35, inscreveu esta terça-feira (31), em um cartório do centro da capital argentina, Tobias, com um mês de vida. O bebê nasceu na Índia, país que o casal escolheu para alugar o ventre da mulher que deu à luz seu filho.
"Nossa única luta era por formar nossa família. É outro passo no reconhecimento dos direitos igualitários. Este é um caminho que começou há anos e um marco foi o casamento igualitário", disse Grinblat ao sair do cartório, enquanto exibia, ao lado do companheiro, o documento que atribuía o registro do filho aos dois.
Em 2010 a Argentina se tornou o primeiro país da América Latina a autorizar o casamento gay em nível nacional e o décimo do mundo, depois de Holanda, Bélgica, Espanha, Canadá, África do Sul, Noruega, Suécia, Portugal e Islândia.
Desde 21 de julho de 2010, quando a presidente Cristina Kirchner promulgou a norma aprovada seis dias antes pelo Congresso, "se oficializaram 5.839 casamentos em todo o país", destacou a LGBT em 12 de julho.
Enquanto isso, em maio passado, o Congresso argentino aprovou por ampla maioria a lei de identidade de gênero, que autoriza travestis e transexuais a registrar seus dados com o sexo escolhido.

Olimpíadas de Londres: Goleira da seleção brasileira de handebol diz ser bissexual


Publicado no UOL
Por José Ricardo Leite
A cada defesa, fortes vibrações e gritos com as companheiras. Muitos abraços e carinho com as outras atletas na hora de dividir as emoções do jogo. Esse é um pouco do jeito de ser em quadra e fora dela de Mayssa Raquel de Oliveira Pessoa, goleira da seleção brasileira feminina de handebol.
Mesmo começando os jogos na reserva, Mayssa tem se destacado na equipe que está em franca evolução no cenário mundial. Entra no segundo tempo e vira uma das protagonistas, como na vitória de segunda-feira sobre Montenegro, por 27 a 25. Mas não reclama. E gosta de entrar quando o jogo está tenso.
“Eu prefiro jogar depois, gosto do jogo quando está apertado. Pressãozinha é bom”, diz a paraibana de 27 anos, natural de João Pessoa.
Mayssa é desenvolta e se expressa de maneira enfática. Até para falar sobre o que para muitos é algo delicado e muitas vezes camuflado, a homossexualidade. “É, é [verdade] sim”, responde ao ser questionada se é homossexual. “Bom, eu sou bissexual”, completou.
A goleira da seleção mora na Europa há seis anos e joga na França. Lá, foi convidada para ser madrinha de um torneio de homossexuais de várias modalidades. Aceitou, mas não pôde comparecer em função de compromissos com a seleção.
Mas Mayssa acabou falando sobre sua sexualidade para uma revista francesa sobre homossexuais. “Eles fizeram matéria comigo e a gente conversou abertamente. Eu não escondo. Por que vou esconder algo que eu sou? Por que vou esconder?”, repetiu.
Nem o fato de disputar os Jogos Olímpicos faz a atleta deixar de lado seus ideais para evitar tocar no assunto.
“É uma coisa normal da sociedade. Se você é homossexual, tem que esconder e obrigatoriamente se casar com um homem? Não. Se você é, tem que assumir. Não sou mais uma criança. Não vou ficar escondendo porque vou jogar as Olimpíadas. As pessoas me conhecem. Falei. Sou mesmo, abertamente, sem problema nenhum.”
Durante a conversa com o UOL Esporte, que aconteceu após o jogo contra a Montenegro, Mayssa disse que sua atitude pode ajudar a quebrar o tabu e medo que alguns atletas têm em revelar sua sexualidade em um meio de grandes repercussões como o esportivo.
“[O esporte] é muito preconceituoso. Entre os homens, principalmente, muitos têm medo. Mas consegui tudo na minha vida e sigo conseguindo, e isso não influenciou em nada. Sou homossexual? Sou. Tenho que aceitar isso e todas as pessoas me respeitam”, falou.
Dentro do grupo, o impacto é inexistente, pelo menos no contato afetivo observado da atleta com as demais. E também pelo seu discurso direto, mas puro.
“Todas me respeitam. Meu técnico sabe, todo mundo na França sabe. Cada um tem sua vida, ninguém paga minhas contas”, finalizou.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Após liberação da Justiça, Santa Rita do Sapucaí tem 1º casamento gay


Publicado no G1
Juntas há 11 anos, um casal de lésbicas de Santa Rita do Sapucaí (MG) realizou um sonho antigo no sábado (28) ao se casar em um clube da cidade. Este foi o primeiro casamento civil entre pessoas do mesmo sexo desde a liberação da Justiça. Cerca de 150 convidados compareceram na cerimônia.
Desde o ano passado, a união estável entre pessoas do mesmo sexo é aceita em todo Brasil,mas para realizar o casamento civil é preciso entrar na Justiça. Porém, com a liberação do juiz José Henrique Mallmann, qualquer casal homossexual que comprovar residência em Santa Rita do Sapucaí tem esse direito sem precisar entrar na Justiça. A decisão
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o órgão desconhece decisão parecida em todo o estado. O TJMG informou ainda que foram registrados apenas dois casamentos homossexuais em MG - um deles foi no final do ano passado, em Passos (MG), onde duas mulheres conseguiram na Justiça o direito à união homoafetiva. O outro caso foi em Manhuaçú, na Zona da Mata.
Na época, Mallmann disse que a decisão tomada em Santa Rita do Sapucaí pode contribuir para que o casamento entre duas pessoas de um mesmo sexo seja autorizado pela Justiça em outras cidades do país. “Nós temos hoje um novo modelo de família que foge um pouco do convencional e isso é uma realidade. Essa decisão apenas legaliza uma situação que já vemos há muito tempo”, afirma o juiz.
 
VEJA A REPORTAGEM EM VIDEO: http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2012/07/apos-liberacao-da-justica-santa-rita-do-sapucai-tem-1-casamento-gay.html

Realizador transexual de ‘Matrix’ apresenta-se como mulher


Publicado no Correio da Manhã
Durante anos foi um segredo bem guardado: um dos dois irmãos que realizaram a trilogia ‘Matrix’ mudou de sexo. Larry Wachowski evitou durante anos dar entrevistas e, apesar de já ter assumido a identidade de Lana Wachowski em 2009, só agora se apresentou oficialmente com a nova imagem.
Num vídeo promocional lançado na semana passada sobre o próximo filme da dupla, ‘Cloud Atlas’, Lana surge entre o irmão, Andy, e o outro realizador envolvido no projecto, Tom Tykwer.
“Olá, sou a Lana!”, apresenta-se a realizadora que assinará neste filme, pela primeira vez, com o novo nome.
De cabelo rosa e sorridente, a cineasta de 47 anos, impressionou também por falar no referido vídeo promocional com um sotaque alemão.
Baseado no romance britânico nomeado para o Booker Prize, ‘Cloude Atlas’ é uma das grandes apostas para Outubro. Num ambiente poderoso de ficção científica, o filme tem um elenco de luxo: Tom Hanks, Halle Berry, Jim Broadbent, Susan Sarandon, Hugh Grant e Hugo Weaving.

Travestis voltam às aulas em Buenos Aires


Publicado no Extra
Num antigo e deteriorado prédio do bairro portenho de Chacarita, 35 travestis argentinos tentam construir uma história de vida afastada da prostituição, destino inevitável para a maioria deles. São os primeiros alunos da Escola Popular Mocha Celis, que abriu as portas este ano, pouco antes da aprovação no Congresso da Lei de Identidade de Gênero, uma iniciativa inédita no mundo, que permite a modificação de gênero (masculino e feminino) e nome no documento nacional de identidade, realizando um simples trâmite em cartório, sem ter de passar, como em muitos outros países, por exames médicos e psiquiátricos.
Na escola, ainda a única do país, os travestis podem estudar sem sentir-se discriminados, num ambiente totalmente preparado para ajudá-los a encontrar um futuro melhor. Na Argentina, a expectativa de vida dos travestis é de apenas 35 anos. Segundo pesquisas recentes, somente 14% deles terminam a escola primária, num país que tem 98% de sua população alfabetizada. Na Mocha Celis (nome de um travesti supostamente assassinado na década de 80), eles encontram todas as opções para concluir o primário e, também, os estudos secundários (o ensino médio local). O curso principal dura três anos, e o diploma concedido pela escola conta com o reconhecimento do Ministério da Educação.
- Um de nossos principais objetivos é ajudar nossas alunas a ter uma educação e conseguir um trabalho digno. A prostituição não é a única alternativa para os travestis — contou ao GLOBO a professora Claudia Victoria Puccini, que ajudou a redigir o projeto de lei que, em maio passado, contou com o respaldo de ampla maioria na Câmara e no Senado.
Para Claudia, que confessou ter um passado como prostituta e algumas experiências na prisão, “a luta dos travestis é antiga, vem da época em que nosso país viveu sua última ditadura (1976-1983)”:
- Ainda temos muitos desafios pela frente, imagine que até hoje não se fala em educação sexual em nossas escolas.
Em matéria de reconhecimento de direitos sexuais, a Argentina deu passos gigantescos nos últimos anos. Em 2009, com forte impulso do governo Cristina Kirchner, o Parlamento aprovou uma lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Desde então, mais de 3 mil casais homossexuais já passaram por cartórios de todo o país e hoje existem até mesmo wedding planners especializadas em casamentos gays e contratadas por argentinos e estrangeiros que chegam à Argentina para selar sua união. A Lei de Identidade de Gênero é revolucionária. Com ela o travestismo deixou de ser considerado patologia e a mudança de gênero passou a ser um direito humano indiscutível. Ao contrário de outros países como Uruguai e Espanha, os cartórios argentinos não exigem mais exames médicos e psiquiátricos para realizar alterações de gênero e nome nos documentos.
O trâmite ficou tão simples que já provocou até piadas entre políticos locais. Recentemente, o governador da província de Córdoba, José Manuel de la Sota, disse que na Argentina é mais fácil trocar de gênero do que comprar dólares (pelas fortíssimas restrições no mercado cambial).
Algumas alunas da Moche Celis ainda não trocaram seus documentos, mas pretendem fazê-lo em breve.
- Estou superfeliz na escola. Na província de Salta (Norte do país), onde nasci, me sentia marginalizada - disse Virginia Silveira, de 28 anos.
Sua colega Maia Moyano, de 24 anos, veio de Tucumán, também no Norte do país: - Vivia numa sociedade muito fechada, onde não podia ser eu mesma.
Na Mocha Celis elas estudam matérias como Memória Transexual, que fala sobre as vitórias conquistadas pela comunidade travesti nos últimos anos, inglês e cooperativismo.
- Para nós é um sonho que se tornou realidade. Seria muito bom que outros países latino-americanos seguissem o mesmo caminho - afirmou Claudia.

Pesquisa aponta que 70% dos gays de São Paulo já foram agredidos


Publicado no G1
Uma pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que 70% dos gays que moram na capital paulista já sofreram algum tipo de preconceito. Intitulado "Sampacentro", o levantamento foi feito entre novembro de 2011 e janeiro de 2012, com 1.217 homens homossexuais, em 92 lugares previamente selecionados, incluindo casas noturnas, saunas, cinemas e na rua.
Dos que relataram ter sofrido discriminação, 62% disseram ter sofrido agressões verbais, 15% agressão física e 6%, sexual. Os participantes relataram também ter recebido ameaças de agressão física, chantagem ou extorsão, além de constrangimento no ambiente de trabalho.
Para participar do estudo, elaborado pelo Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, era preciso residir no estado, ser maior de 18 anos e ter tido relação sexual com outro homem. A maior parte dos entrevistados é jovem, com 30,1% na faixa entre 18 e 24 anos e 38% entre 25 e 34 anos.
Ainda conforme os dados obtidos, 32% dos participantes relataram ter sofrido maus-tratos por parte de professores e alunos dentro das escolas. O ambiente familiar é palco de 29% das reclamações de discriminação, assim como o ambiente religioso (23%) e entre amigos e vizinhos (29%).
Entre os 1.217 participantes, 776 deles concordaram em realizar um teste para constatar se tinham HIV, dos quais 16% tiveram o resultado positivo para o vírus da Aids. "É importante que os jovens homossexuais tenham abordagens novas e originais para engajarem a si mesmos em práticas de sexo seguro”, afirmou Paulo Roberto Teixeira, da coordenação do programa Estadual DST/Aids. “Dessa forma, o exercício da cidadania e a luta contra o preconceito e a discriminação são duas questões básicas que devem ser vinculadas ao trabalho de educação em saúde sexual e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis.”

6 bilionários que financiam campanhas de união do mesmo sexo


Publicado na Exame
À medida que a campanha presidencial decola nos Estados Unidos, volta à tona um assunto que ainda desperta muita polêmica: o apoio (ou não) dos candidatos ao casamento de pessoas do mesmo sexo.
A adesão dos bilionários americanos à causa, no entanto, continua crescendo. Jeff Bezos, fundador da Amazon, é o mais recente integrante de uma legião que conta com personalidades como Jerry Yang, cofundador do Yahoo!; Steven Roth, que fez fortuna no mercado imobiliário local; e o investidor Paul Singer, criador do fundo de hedge Elliot Management Corporation.
Veja seis bilionários que já fizeram doações a entidades que defendem a união de pessoas do mesmo sexo.
Jeff Bezos
Fundador da Amazon, trouxe o assunto à mídia nesta semana, ao doar 2,5 milhões de dólares à United for Marriage, entidade de Washington que luta pela aprovação do Referendo 74. O documento pretende legalizar o casamento de pessoas do mesmo sexo no estado-natal de Bezos. O apoio foi uma resposta a um email de uma ex-funcionária da Amazon, Jennifer Cast, enviado a Bezos. Na mensagem, Jennifer pedia uma doação de 100.000 dólares à causa. A resposta veio dias depois – com muitos zeros a mais.
Peter Thiel
O fundador da PayPal é um dos mais destacados militantes gays dos Estados Unidos. O bilionário é um dos fundadores da GOProud, grupo que defende os direitos dos homossexuais.Em 2010, por exemplo, Thiel realizou um evento da entidade em sua residência, em Nova York, que causou polêmica por um detalhe: uma das anfitriãs, Ann Coulter, não é uma fervorosa defensora da ideia.
Peter Lewis
Fundador da Progressive, uma gigante do ramo de seguros nos Estados Unidos, Peter Lewis passou a defender a união de pessoas de mesmo sexo por um motivo familiar. Seu filho, Jonathan, é gay e está entre os líderes do movimento no país. Em 2008, Lewis e seu filho doaram 250.000 dólares para a Gay & Lesbian Victory Fund, outra associação que defende os direitos dos homossexuais. Atualmente, Lewis é mais conhecido por sua defesa de uma nova postura em relação às drogas.
David Geffen
Fez carreira – e fortuna – no ramo da mídia. Geffen foi, por exemplo, um dos fundadores da DreamWorks, e da DGC Records, em 1990. Assumidamente gay, sua face mais conhecida é a de filantropo, apoiando a defesa dos direitos civis. Em 2008, Geffen foi um dos que se engajaram pela rejeição da chamada Proposta Nº 8, que defendia a abolição do casamento de pessoas do mesmo sexo na Califórnia. O bilionário doou 100.000 dólares aos opositores da Proposta Nº 8.
Sergey Brin e Larry Page
Os criadores do Google também engrossam as fileiras dos defensores da união entre pessoas do mesmo sexo. Em 2008, os jovens bilionários também se opuseram à Proposta Nº 8, que defendia o fim dessa permissão na Califórnia. Eles participaram com uma doação de 140.000 dólares aos grupos que se opunham à proposta, finalmente derrotada em novembro daquele ano.

domingo, 29 de julho de 2012

Pará: Disque-denúncia recebe capacitação sobre homofobia


Publicado no Diário do Pará
Dica de Augusto Martins
Os servidores do disque-denúncia estarão, a partir da próxima semana, aptos a identificar homofobia e a identidade de gênero a partir das denúncias recebidas. A capacitação faz parte do Plano Estadual de Combate a Homofobia do Governo do Estado do Pará, que pretende melhorar a maneira de atender esse grupo, perceber a homofobia, além de extrair as informações que podem contribuir para as investigações. As aulas também chagarão a Polícia Militar e as superintendências da Polícia Civil.
De acordo com a diretora da Divisão de Atendimento a Grupos Vulneráveis, Christiane Lobato, a ideia é criar um vínculo de confiança com a comunidade homoafetiva. “Todos precisam conhecer as particularidades desse atendimento. Esse grupo, muitas vezes, deixa de denunciar porque não confia na recepção da denúncia porque ainda existe o preconceito institucional. Quando eles perceberem que já sabemos como atendê-los, vão denunciar. E nós precisamos das denúncias porque sem dados não podemos estabelecer políticas de combate. Fica parecendo que está tudo bem, quando sabemos que a homofobia existe”, explica.
O curso é ministrado por integrantes do movimento LGBT. No primeiro momento, os atendentes aprenderam a notar as identidades de gênero, depois a identificar quando há homofobia e terminaram simulando um atendimento. As próximas capacitações começam em agosto. No mês seguinte, junto a Campanha de Combate a Homofobia que vai iniciar, a Delegacia de Crimes Homofóbicos estará funcionando, o que representa mais etapas do Plano Estadual que serão cumpridas.
Para a assessora Jurídica do Grupo de Resistência de Travestis e Transexuais da Amazônia, Bruna Lorrane, a capacitação vai atender a um receio da comunidade. “Os órgãos de segurança são os primeiros contatos da vítima e as delegacias, por exemplo, não são receptivas. Há machismo, falta de informação e também, por isso, a comunidade LGBT tem receio de fazer as denúncias. Por isso depois do disque-denúncia, vamos passar pelas polícias Militar e Civil, para capacitar o máximo do aparato”, afirma. 
Trotes ainda dificultam o trabalho, diz diretora
Para garantir que o trabalho esteja em pleno funcionamento, é importante evitar um grave problema que os números de denúncia e de emergência ainda passam: os trotes. “A população deve saber que o disque-denúncia (181) não é para situações flagranciais, e sim para investigações. O que for urgente deve ser avisado ao 190. Além disso, muita gente faz denúncias que não existem por brigas com vizinhos ou dão um endereço inexistente. Isso dificulta nosso trabalho, traz gastos de mandar uma equipe para verificar a denúncia, além de deixarmos de atender uma denúncia procedente”, argumenta a diretora Christiane Lobato.
Nos casos de homofobia é difícil haver denúncia. “A grande maioria das ligações para o 181 não são feitas pelas vítimas, e sim por terceiros. Mas a gente espera que agora isso mude. Principalmente, no caso da homofobia, quase não recebíamos denúncias. Esperamos que informando a comunidade LGBT da capacitação isso mude”, considera.

União estável gay faz clubes de SP reverem conceito de título familiar


Publicado no Estadão
Por Adriana Ferraz
A batalha travada há dois anos pelo casal de médicos Ricardo Tapajós, de 47 anos, e Mario Warde, de 41, para ser reconhecido como família no tradicional Club Athletico Paulistano, nos Jardins, zona sul, tem ajudado outros homossexuais a obter títulos de sócios em associações esportivas da cidade, sem apelar à Justiça.
Nas últimas semanas, a reportagem procurou 13 clubes. Apesar de o assunto ainda ser tratado como tabu pela maioria, 9 afirmaram respeitar direitos assegurados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a união homoafetiva em 2011.
A negativa do Paulistano em reconhecer Warde como dependente de Tapajós, mesmo após condenação judicial, tem sido usada por outros clubes como exemplo a não ser seguido. Na Sociedade Hebraica, as exigências são as mesmas para gays e héteros e basicamente se resumem a documento de comprovação da união.
"Imaginava que, por se tratar de clube com conceito religioso, a aceitação seria difícil. Mas foi o contrário. Uma funcionária chegou a comentar com minha mulher e comigo que não seríamos tratadas como no Paulistano", conta uma sócia, que preferiu não se identificar. "Não sou militante, mas acho que os direitos civis devem ser respeitados."
Há cerca de um mês, o Esporte Clube Banespa também deu título familiar a dois homens e ao filho deles, após comprovação de união estável. O presidente Nelson de Souza afirmou que a diversidade é respeitada pelo conselho - posição adotada por outros clubes.
Presidente do Clube Esperia, Armando Perez Maria diz não ver motivo para polêmica. "Se a lei admite relação entre pessoas do mesmo sexo e até casamento, entendemos que não podemos deixar de reconhecer o direito do associado de incluir companheiro ou companheira como dependente." Segundo ele, o clube já tem sócios nessas condições.
A decisão de negar ou conceder títulos familiares a casais gays deve seguir as regras estipuladas em estatuto, que, por sua vez, deve seguir a lei vigente. No caso do Paulistano, a negativa foi confirmada em assembleia em agosto de 2010, com a presença de 150 conselheiros. O placar: 148 votos contra e 2 a favor. O clube nega que haja qualquer discriminação na instituição e ressalta que, como entidade de Direito Privado, segue o que determina o estatuto, que por sua vez segue o Código Civil.
"O Código Civil expressa textualmente que a união civil se dá entre um homem e uma mulher. O STF, ao conceder os direitos previdenciários, ainda não abrange a mudança do Código. É preciso que haja uma emenda constitucional", informou.
A polêmica segue na Justiça. Após ser condenado em 1.ª instância a incluir Mario Warde e a filha como dependentes de Ricardo Tapajós, o clube recorreu e aguarda julgamento previsto para o próximo mês.