sábado, 17 de novembro de 2012

Justiça autoriza trans a trocar de nome mesmo sem mudar de sexo


 
Publicado pelo G1
 
Uma artista transformista de São João da Boa Vista (SP) conseguiu mudar o nome Adauto Antonio Fernandes para Fernanda Carraro Fernandes. O processo para mudança foi iniciado em fevereiro deste ano, mas a rapidez na decisão da Justiça surpreendeu porque não houve a cirurgia para mudança de sexo.
 
O pedido foi julgado no fórum da cidade e o juiz aprovou depois de analisar os argumentos e checar as informações sobre a vida dela. Os advogados contaram que por causa do nome masculino Fernanda Carraro passou por vários constrangimentos. “Nós embasamos principalmente em relação à Constituição que diz respeito à dignidade da pessoa humana. Além das situações que ela vinha passando, como por exemplo em uma consulta médica em que ao invés de ser chamada por Fernanda era chamada por Adauto”, explicou Gabriel Martins Scaravelli, um dos advogados da transformista.
 
Fernanda contou sobre os vários anos que sofreu preconceito. “Teve países que foi preciso tirar a roupa para provar quem eu era. Eu passei muitos anos de constrangimentos, já chorei e me envergonhei muito. Quando sou chamada pelo nome masculino, as pessoas que estão a minha volta e não me conhecem, ficam chocadas”, relatou.
 
Conhecida pelo trabalho como maquiadora, cabeleireira e transformista, ela se disse feliz com a decisão da Justiça e acredita que a mudança é uma vitória, principalmente porque não fez a cirurgia para mudança de sexo. “O que eu queria era ter o nome que eu uso há 30 anos nos meus documentos e poder apresentar isso dignamente”, afirmou.
 
A nova certidão de nascimento de Fernanda será entregue a ela no dia 26 deste mês.

Grécia: atores de peça com Jesus gay são julgados por blasfêmia


 
Publicado pelo Terra
Com informações da EFE
 
Os atores e produtores de uma peça de teatro que representa Jesus Cristo e os apóstolos como homossexuais serão julgados na Grécia por "blasfêmia" e podem ser condenados a dois anos de prisão, informou neste sábado a imprensa grega.
 
A Justiça aceitou a denúncia de um bispo contra a peça Corpus Christi, do americano Terrence McNally, encenada em Atenas por uma companhia dirigida pelo diretor greco-albanês Laertis Vasiliu.
 
A peça foi recentemente suspensa, por decisão do teatro no qual era apresentada, após três semanas de constantes pressões e agressões ao público por parte de fundamentalistas religiosos e membros do partido nazista Aurora Dourada.
 
 
 
Esta situação gerou um debate inclusive dentro da própria Igreja Ortodoxa já que vários bispos, ainda sentindo-se incomodados com a peça, denunciaram a aliança de alguns religiosos com a formação fascista, que conta com 18 cadeiras no Parlamento da Grécia.
 
Em declarações ao jornal Kathimerini, Vasiliu negou as acusações de "insulto à religião" e "blasfêmia mal-intencionada". "O que eu vejo é que aqui há gente que roubou e não estão na prisão enquanto a procuradoria se volta contra a arte", lamentou.
 
Vários meios de comunicação gregos chamaram a atenção para o fato de que, ao mesmo tempo em que processou os atores e produtores de Corpus Christi, as autoridades não averiguaram as agressões sofridas pelos espectadores da peça.
 
A Grécia é, na prática, um Estado confessional no qual a Igreja Ortodoxa tem um papel preeminente segundo a Constituição e o Código Penal grego castiga com até dois anos de prisão "qualquer ofensa mal-intencionada a Deus" e "qualquer ofensa à Igreja Ortodoxa de Cristo ou outra religião tolerada" no país.
 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ele virou "ela". Ela virou "ele". E eles se apaixonaram!!!



Publicado pelo Page Not Found
 
Katie Hill, de 18 anos, nasceu menino, chamado Luke, filho de um coronel fuzileiro. Aos 15 anos, decidiu virar menina.
 
Já Arin Andrews, de 16 anos, nasceu menina, chamada Emerald, que tinha aulas de balé e participava de concursos de beleza. No meio da adolescência, passou a se comportar como menino.
 
Bem, os dois se apaixonaram e estão namorando. Katie sempre se sentiu menina no corpo de menino. Arin, o inverso.

 
Sofreram bullying, enfrentaram forte depressão, mas agora, assumindo nova identidade sexual, eles se dizem felizes em Tulsa (Oklahoma, EUA). Os dois se submeteram a terapia com hormônios, contou o site "Tulsa World". Katie ainda passou por cirurgia "para remover qualquer traço de menino" nela.
 
"Somos perfeitos um para o outro porque os dois sofremos os mesmos problemas", disse Katie, o primeiro transgênero a se formar em uma escola de ensino médio de Tulsa (foto abaixo).
 

Maior feira LGBT da América Latina, Expo Rainbow deve reunir 30 mil pessoas no Rio


Publicado pelo Extra
 
Aos 18 anos, Sandro Borges sonhava em seguir carreira nas Forças Armadas. Ele se alistou no Exército, mas, por causa das “peixadas”, diz, acabou sobrando. Quatro anos depois, já trabalhava como segurança de banco, quando, de folga, recebeu na Praia da Barra filipeta do Clube das Mulheres. Brincando com casal de amigos, apostou uma caixa de cerveja que se candataria a uma vaga de gogoboy. Cumpriu a palavra e nunca mais quis outra vida.
 
Hoje stripper profissional, Sandro ganhou prêmios Brasil afora e é dono da Rio Gogo, única agência especializada na cidade. Heterossexual — sua esposa trabalha num escritório e o conheceu durante um show — ele também ajuda a propagar as cores do arco-íris.
 
— Sem dúvida, é muito bom para a divulgação um evento como a Expo Rainbow (arco-íris em inglês). E o público tem a mente muito mais aberta e entende nosso trabalho, sem preconceitos — ri, vestido de oficial do Corpo de Bombeiros, mostrando que, de certa forma, conseguiu uma farda para chamar de sua.
 
 
 
Ingressos para a feira
 
Para o idealizador da maior feira GLS da América Latina — que começou ontem, na Saúde, e se estende até o dia 19 — a ideia é atrair público variado (são esperadas mais de 30 mil pessoas). Os ingressos para a feira custam R$ 25 (hoje e segunda) e R$ 30 (fim de semana). As festas também são pagas.— As pessoas têm acesso à informação para viver mais felizes e mais saudáveis, com diversas brincadeiras. Independentemente de qualquer escolha sexual. O gay é mais glamouroso, liberal, e o simpatizante acaba se beneficiando desse espírito — garante Cláudio Petter.
 
A exemplo de Sandro, o casal Doome Lilith, de 40 anos, e Lord Baal, de 23, promete bater ponto na feira. Ela, como dominadora, e ele, como escravo, protagonizam um teatro sadomasoquista:
 
— O que uma chicotada não faz com uma pessoa? Eu me descobri — revela Lord, seduzido pela amada em outro evento do gênero.
 
Programação
 
Além de movimentar negócios, a feira tem expositores de diversos segmentos. E mais palestras, manifestos, shows, concursos, festas e até casamentos.
 
Festas
 
Todos os dias, festas temáticas animam o pós-feira. Além disso, apresentações como pole, chair dance e shows de strippers vão incendiar o público.
 
Concursos
 
Haverá disputa de gays, lésbicas, drags, travestis e transexuais mais bonitos do Brasil, além de concurso do maior pênis e do melhor bumbum do país.
 
Imaginação
 
O “castelo do feitiche” e o “dark room” são espaços para o público usar e abusar da imaginação. No “espaço sensações”, com olhos vendados, o participante passa num túnel escuro.
 
Atividades sérias
 
O evento também tem uma parte séria: debates, palestras, workshops e uma “área manifesto”, com espaço para coletar assinaturas do maior e mais importante manifesto gay do país.
 
Moda
 
Estão previstos desfiles de roupas, moda praia e lingerie. Para transformar o corpo em obra de arte, haverá um estande de body painting. Há também um estúdio para fotos sensuais dentro do galpão. Consultório Os frequentadores contam ainda com atendimento gratuito de psicólogos, sexólogos e médicos.
 
Eles e elas
 
Há dois espaços reservados dentro da feira: um para elas (Luluzinha); outro para eles (Bolinha).
 
Serviço
 
A feira, que começou ontem vai até o dia 19, das 15h às 23h. As festas começam a partir das 23h30m. O Espaço Ação da Cidadania fica na Avenida Barão de Tefé, 75, Saúde. A programação completa pode ser consultada no site: www.exporainbow.com.br .

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

"VEJA que lixo", por Jean Wyllys

Publicado no site do Dep. Jean Wyllys
 
Eu havia prometido não responder à coluna do ex-diretor de redação de Veja, José Roberto Guzzo, para não ampliar a voz dos imbecis. Mas foram tantos os pedidos, tão sinceros, tão sentidos, que eu dominei meu asco e decidi responder.
 
A coluna publicada na edição desta semana do libelo da editora Abril — e que trata sobre o relacionamento dele com uma cabra e sua rejeição ao espinafre, e usa esses exemplos de sua vida pessoal como desculpa para injuriar os homossexuais — é um monumento à ignorância, ao mau gosto e ao preconceito.
 
Logo no início, Guzzo usa o termo “homossexualismo” e se refere à nossa orientação sexual como “estilo de vida gay”. Com relação ao primeiro, é necessário esclarecer que as orientações sexuais (seja você hétero, lésbica, gay ou bi) não são tendências ideológicas ou políticas nem doenças, de modo que não tem “ismo” nenhum. São orientações da sexualidade, por isso se fala em “homossexualidade”, “heterossexualidade” e “bissexualidade”. Não é uma opção, como alguns acreditam por falta de informação: ninguém escolhe ser homo, hétero ou bi. O uso do sufixo “ismo”, por Guzzo, é, portanto, proposital: os homofóbicos o empregam para associar a homossexualidade à ideia de algo que pode passar de uns a outros – “contagioso” como uma doença – ou para reforçar o equívoco de que se trata de uma “opção” de vida ou de pensamento da qual se pode fazer proselitismo.
 
Não se trata de burrice da parte do colunista portanto, mas de má fé. Se fosse só burrice, bastaria informar a Guzzo que a orientação sexual é constitutiva da subjetividade de cada um/a e que esta não muda (Gosta-se de homem ou de mulher desde sempre e se continua gostando); e que não há um “estilo de vida gay” da mesma maneira que não há um “estilo de vida hétero”.
 
A má fé conjugada de desonestidade intelectual não permitiu ao colunista sequer ponderar que heterossexuais e homossexuais partilham alguns estilos de vida que nada têm a ver com suas orientações sexuais! Aliás, esse deslize lógico só não é mais constrangedor do que sua afirmação de que não se pode falar em comunidade gay e que o movimento gay não existe porque os homossexuais são distintos. E o movimento negro? E o movimento de mulheres? Todos os negros e todas as mulheres são iguais, fabricados em série?
 
A comunidade LGBT existe em sua dispersão, composta de indivíduos que são diferentes entre si, que têm diferentes caracteres físicos, estilos de vida, ideias, convicções religiosas ou políticas, ocupações, profissões, aspirações na vida, times de futebol e preferências artísticas, mas que partilham um sentimento de pertencer a um grupo cuja base de identificação é ser vítima da injúria, da difamação e da negação de direitos! Negar que haja uma comunidade LGBT é ignorar os fatos ou a inscrição das relações afetivas, culturais, econômicas e políticas dos LGBTs nas topografias das cidades. Mesmo com nossas diferenças, partilhamos um sentimento de identificação que se materializa em espaços e representações comuns a todos. E é desse sentimento que nasce, em muitos (mas não em todas e todos, infelizmente) a vontade de agir politicamente em nome do coletivo; é dele que nasce o movimento LGBT. O movimento negro — também oriundo de uma comunidade dispersa que, ao mesmo tempo, partilha um sentimento de pertença — existe pela mesma razão que o movimento LGBT: porque há preconceitos a serem derrubados, injustiças e violências específicas contra as quais lutar e direitos a conquistar.
 
A luta do movimento LGBT pelo casamento civil igualitário é semelhante à que os negros tiveram que travar nos EUA para derrubar a interdição do casamento interracial, proibido até meados do século XX. E essa proibição era justificada com argumentos muito semelhantes aos que Guzzo usa contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Afirma o colunista de Veja que nós os e as homossexuais queremos “ser tratados como uma categoria diferente de cidadãos, merecedora de mais e mais direitos”, e pouco depois ele coloca como exemplo a luta pelo casamento civil igualitário. Ora, quando nós, gays e lésbicas, lutamos pelo direito ao casamento civil, o que estamos reclamando é, justamente, não sermos mais tratados como uma categoria diferente de cidadãos, mas igual aos outros cidadãos e cidadãs, com os mesmos direitos, nem mais nem menos. É tão simples! Guzzo diz que “o casamento, por lei, é a união entre um homem e uma mulher; não pode ser outra coisa”. Ora, mas é a lei que queremos mudar! Por lei, a escravidão de negros foi legal e o voto feminino foi proibido. Mas, felizmente, a sociedade avança e as leis mudam. O casamento entre pessoas do mesmo sexo já é legal em muitos países onde antes não era. E vamos conquistar também no Brasil!
 
Os argumentos de Guzzo contra o casamento igualitário seriam uma confissão pública de estupidez se não fosse uma peça de má fé e desonestidade intelectual a serviço do reacionarismo da revista. Ele afirma: “Um homem também não pode se casar com uma cabra, por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode se casar”. Eu não sei que tipo de relação estável o senhor Guzzo tem com a sua cabra, mas duvido que alguém possa ter, com uma cabra, o tipo de relação que é possível ter com um cabra — como Riobaldo, o cabra macho que se apaixonou por Diadorim, que ele julgava ser um homem, no romance monumental de Guimarães Rosa. O que ele, Guzzo, chama de “relacionamento” com sua cabra é uma fantasia, pois falta o intersubjetivo, a reciprocidade que, no amor e no sexo, só é possível com outro ser humano adulto: duvido que a cabra dele entenda o que ele porventura faz com ela como um “relacionamento”.
 
Guzzo também argumenta que “se alguém diz que não gosta de gays, ou algo parecido, não está praticando crime algum – a lei, afinal, não obriga nenhum cidadão a gostar de homossexuais, ou de espinafre, ou de seja lá o que for”. Bom, nós, os gays e lésbicas, somos como o espinafre ou como as cabras. Esse é o nível do debate que a Veja propõe aos seus leitores.
 
Não, senhor Guzzo, a lei não pode obrigar ninguém a “gostar” de gays, lésbicas, negros, judeus, nordestinos, travestis, imigrantes ou cristãos. E ninguém propõe que essa obrigação exista. Pode-se gostar ou não gostar de quem quiser na sua intimidade (De cabra, inclusive, caro Guzzo, por mais estranho que seu gosto me pareça!). Mas não se pode injuriar, ofender, agredir, exercer violência, privar de direitos. É disso que se trata.
 
O colunista, em sua desonestidade intelectual, também apela para uma comparação descabida: “Pelos últimos números disponíveis, entre 250 e 300 homossexuais foram assassinados em 2010 no Brasil. Mas, num país onde se cometem 50000 homicídios por ano, parece claro que o problema não é a violência contra os gays; é a violência contra todos”. O que Guzzo não diz, de propósito (porque se trata de enganar os incautos), é que esses 300 homossexuais foram assassinados por sua orientação sexual! Essas estatísticas não incluem os gays mortos em assaltos, tiroteios, sequestros, acidentes de carro ou pela violência do tráfico, das milícias ou da polícia. As estatísticas se referem aos LGBTs assassinados exclusivamente por conta de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero! Negar isso é o mesmo que negar a violência racista que só se abate sobre pessoas de pele preta, como as humilhações em operações policiais, os “convites” a se dirigirem a elevadores de serviço e as mortes em “autos de resistência”.
 
Qual seria a reação de todas e todos nós se Veja tivesse publicado uma coluna em que comparasse negros e negras com cabras e judeus com espinafre? Eu não espero pelo dia em que os homens e mulheres concordem, mas tenho esperança de que esteja cada vez mais perto o dia em que as pessoas lerão colunas como a de Guzzo e dirão “veja que lixo!”.
 
Jean Wyllys
Deputado Federal (PSOL-RJ)

Texto de revista sobre homossexuais e cabras gera protesto nas redes sociais


 
Publicado no Blogay da Folha
Por Vitor Angelo
 
Desde domingo, 11, as redes sócias repercutem o texto do colunista da revista “Veja”, J.R. Guzzo, que faz uma ampla defesa contra os direitos gays e em determinado trecho diz: “Homossexuais se consideram discriminados, por exemplo, por não poder doar sangue. Mas a doação de sangue não é um direito ilimitado – também são proibidas de doar pessoas com mais de 65 anos ou que tenham uma história clínica de diabetes, hepatite ou cardiopatias. O mesmo acontece em relação ao casamento, um direito que tem limites muito claros. O primeiro deles é que o casamento, por lei, é a união entre um homem e uma mulher; não pode ser outra coisa. Pessoas do mesmo sexo podem viver livremente como casais, pelo tempo e nas condições que quiserem. Podem apresentar-se na sociedade como casados, celebrar bodas em público e manter uma vida matrimonial. Mas a sua ligação não é um casamento – não gera filhos, nem uma família, nem laços de parentesco. Há outros limites, bem óbvios. Um homem também não pode se casar com uma cabra, por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode se casar”.
 
Bastou este exemplo da cabra como resposta à proibição do casamento gay para que começasse aparecer nos avatares do Facebook figuras de cabras. A confusão do autor entre zoofilia e homossexualidade acabou elegendo um símbolo da indignação ao artigo. O caprino se tornou para os leitores e militantes a forma de se manifestarem com bom humor ao artigo.
 
Foi criado o tumblr Cabras Pra se Casar e um protesto virtual foi marcado nas redes sociais até o dia 24 de novembro de 2012 para que e-mails sejam mandados para a redação da revista assim como comentários sobre o assunto na página da “Veja” no Facebook.
 
Até jornalistas que não costumam se posicionar em situações como estas têm deixado declarações irritadas ou bem humoradas contra o artigo em suas páginas pessoais na internet. Muitos blogs têm escrito contra o artigo assim como o deputado federal Jean Wyllys (PSOL/RJ), que divulgou na segunda-feira, 12, seu texto “Veja Que Lixo” pelo Twitter. O site Jezebel também comentou os dez erros no artigo de Guzzo.
 
Se para o autor, os direitos gays parece ser um assunto secundário, para muitos internautas eles não são não.

Nigéria tramita lei contra casamento gay e manifestações homoafetivas


 
Publicado pelo O Globo
 
ABUJA - Na Nigéria, os legisladores deram mais um passo para a aprovação de uma lei que proíbe o casamento homossexual e demonstrações públicas de afeto entre pessoas do mesmo sexo. O projeto, aprovado no Senado, foi ratificado agora por unanimidade pela Câmara dos Representantes e prevê uma pena de prisão de até 14 anos para o casal e de 10 anos para quem for conivente com a união. Organizações que lutam pelos direitos dos homossexuais se tornariam ilegais de acordo com a noa lei, o que pode prejudicar o trabalho de ONGs que auxiliam no tratamento da Aids.
 
- O matrimônio entre pessoas do mesmo sexo é algo estranho à nossa cultura e à nossa sociedade, e não foi ordenado por Deus. Esta prática não tem lugar na nossa cultura, na nossa religião, na Nigéria e em nenhum lugar da África. É imoral e supõe uma degradação da nossa cultura - disse Mulikat Akande-Adeola, líder da maioria no Congresso. Femi Gbajabiamila, que lidera a minoria na casa, afirmou que a lei representa a "convergência da lei e da moralidade".
 
Cada cláusula do projeto ainda será revisada para passar por uma última votação no Congresso. O documento será, então, apresentado ao presidente Goodluck Jonathan, que deve sancioná-lo e transformá-lo em lei.
 
A aprovação da lei no Senado em novembro de 2011 suscitou fortes críticas da comunidade internacional, incluindo países como Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. Alguns, inclusive, consideraram encerrar a ajuda humanitária ao país caso a lei fosse aprovada. A Anistia Internacional afirmou que o projeto ameaça os direitos humanos de um grande número de pessoas.
 
Na época, o presidente do Senado, David Mark, ignorou os pedidos:
 
- É injusto vincular a assistência que estão prestando à Nigéria às leis que aprovamos em defesa dos interesses de nossos cidadãos. Se é assim, pensaremos que esta ajuda é feita com segundas intenções. Se ela tem o objetivo de hipotecar nosso futuro, nossos valores, nossos costumes e nossa forma de vida, então acabem com essa assistência - sentenciou.
 
A população da Nigéria é religiosa, sendo que parte significativa dos 160 milhões de cidadãos são cristãos ou muçulmanos. O país mais povoado da África é dividido em mais de 200 grupos tribais e sofre com muitas tensões pelas diferenças políticas, religiosas e territoriais.
 

Policiais do Rio recebem orientação para atendimento ao público LGBT


 
Publicado pelo G1
Por Renata Soares
 
Policiais militares e civis que trabalham na área de Copacabana, na Zona Sul do Rio, receberam na manhã desta quarta-feira (14) orientações para atender ao público de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) no bairro. O objetivo da capacitação é qualificar os agentes para abordagem aos homossexuais em geral, como também aos que estarão presentes na 17ª Parada do Orgulho LGBT-Rio 2012, que acontece neste domingo (18) na orla.
 
Todas as instruções foram passadas pelo coordenador do Programa Rio Sem Homofobia, Cláudio Nascimento, no 19º BPM (Copacabana). De acordo com ele, a iniciativa - batizada de "Rio sem homofobia e com mais segurança" - é um grande marco na história da cidade.
 
 
"É a primeira vez que este tipo de orientação acontece. Esta ação política e, ao mesmo tempo, pública servirá para que tenhamos todo um cuidado na abordagem desta identidade LGBT. Sabemos que Copacabana é um bairro onde tem uma grande concentração deste público e que todo ano tem a parada [LGBT] também. Os policiais não vão fazer nada de diferente, apenas saber abordar este público e coibir qualquer tipo de excesso, como acontece também com o público heterossexual. O importante é ter respeito à diversidade e aos direitos humanos", explicou Nascimento.
 
A operação é uma parceria da Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e da Subsecretaria de Educação, Valorização e Prevenção da Secretaria de Segurança. Ainda nesta quarta está marcado um outro encontro, às 14h, na 12ª DP (Copacabana).
 

Vaticano inicia "guerra midiática" contra casamento gay


 
Publicado pelo OperaMundi
 
A alta cúpula da Igreja Católica irá intensificar sua campanha contra o casamento gay. De acordo com o jornal L’Osservatore Romano, principal publicação do Vaticano, a Santa Sé irá investir fortemente contra iniciativas de conceder o reconhecimento legal de casais do mesmo sexo.
 
Em um comunicado paralelo, feito pelo porta-voz do Papa, à Rádio Vaticano, Federico Lombardi perguntou sarcasticamente por que os defensores do casamento entre homossexuais não pedem também o reconhecimento legal de casais poligâmicos. “Fica claro que, nos países ocidentais, existe uma tendência disseminada de modificar a visão histórica do casamento entre um homem e uma mulher. Ou mesmo de renunciar à ela, eliminando seu reconhecimento legal específico e privilegiado na comparação com outras formas de união”, disse.
 
O editorial de Lombardi na Rádio oficial da ICAR, transmitida para o mundo todo em cerca de 30 línguas, classificou as decisões como “míopes”, afirmando que “essa lógica não pode ter uma percepção de longo prazo visando o bem comum”. Ele afirmou ainda ser de “conhecimento público” que o “casamento monogâmico entre homem e mulher é uma conquista da civilização”.
 
Reação
 
A forte reação dos católicos é resultado dos avanços do movimento gay em diferentes partes do mundo, escreveu o jornal The Australian. Três Estados dos Estados Unidos aprovaram o casamento homossexual em referendos e o presidente reeleito, Barack Obama já se disse favorável ao reconhecimento da união gay. Embora tenha parabenizado Obama pela reeleição, o Papa Bento XVI disse estar "rezando para que os ideais de liberdade e justiça continuem a ser acolhidos no mundo".
 
Na mesma semana, a Espanha manteve a lei do casamento gay, e a França avançou com a legislação que promete legalizar o casamento entre homossexuais no início do próximo ano.

Aluna homossexual afirma ter sido agredida por mãe e avô de colega



Publicado pelo G1
 
Uma adolescente de 16 anos registrou uma ocorrência na Delegacia de Polícia de Bela Vista de Goiás, Região Metropolitana de Goiânia, alegando ter sido agredida fisicamente pela mãe e pelo avô de uma colega, de 14 anos, na segunda-feira (12), dentro de uma sala de aula de uma escola estadual no centro da cidade.
 
De acordo com o delegado titular da cidade, Iris Alves Pinto, para a menor agredida, o motivo da violência foi homofobia, pois ela se autodeclara homossexual. A menor suspeita e os familiares envolvidos negam terem cometido qualquer ato de violência.
 
Em entrevista ao G1 nesta terça-feira (13), o delegado disse que a família apontada como suspeita pela menor agredida tem outra versão para a história. Eles alegaram à polícia que a garota de 14 anos vinha sofrendo perturbações e sendo ameaçada, inclusive de morte, pela colega que alega ter sido agredida. A situação já teria sido informada à direção da escola, juntamente com um pedido de providência para que essas ameaças parassem. “Ontem [segunda-feira], a garota de 14 anos e colegas dela alertaram que a adolescente de 16 anos havia levado uma faca para a escola e que dizia que mataria a colega”, contou o delegado.
 
Ele disse que o avô e a mãe da adolescente de 14 anos disseram que ficaram preocupados com a notícia e, por isso, foram até a escola. Lá, eles passaram pelo primeiro portão, que estava aberto, e forçaram a passagem pelo segundo.
 
“Eles encontraram a aluna que acreditavam estar armada dentro da sala de aula e pediram para a professora deixá-los conversar com ela. O que não foi autorizado. Eles então indagaram porque ela queria matar a colega e a resposta teria sido afirmativa”, relata o policial.
 
A agressão física, propriamente dita, teria começado logo depois, quando a suposta estudante ameaçada chegou à sala de aula. “Segundo a família da menor de 14 anos, a garota de 16 avançou para cima dela e tudo o que fizeram, o avô e a mãe, foi apartá-las”, conta.

Cidades não têm ações contra a homofobia, aponta IBGE


 
Publicado pelo UOL
Por Felipe Werneck e Antonio Pita
 
O estudo do perfil dos municípios brasileiros produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta terça-feira apontou que os municípios brasileiros ainda estão longe de adotar políticas contra a homofobia. Em 2011, apenas 79 municípios (1,4% do total) possuíam legislação específica sobre o tema e 99 (1,8%) tinham programas ou ações de combate à violência contra a população de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT).
 
A temática da homofobia e sexualidade também foi investigada pela pesquisa no âmbito das escolas. Segundo o estudo, apenas 8,7% dos municípios (480) tinham algum tipo de ação visando à inclusão e manutenção de alunos. O item é apenas o sexto colocado entre as temáticas de inclusão discutidas nas escolas do País. Ao todo, 93,7% dos estabelecimentos afirmaram ter políticas de inclusão em outras áreas.
 
"Esta é a primeira vez em que são medidas quais temáticas de inclusão são trabalhadas pelas escolas municipais. Pelo levantamento, a Região Nordeste é a que tem Estados com maior incidência de municípios com essa preocupação", afirma Daniela Santos Pacheco, uma das responsáveis pela pesquisa.
 
Pelo levantamento, apenas 8 capitais e o Distrito Federal adotam ações nessa área. O tema do combate ao preconceito contra o público LGBTT nas escolas é sinônimo de polêmica desde o ano passado, quando o Ministério da Educação anunciou a intenção de editar material didático de combate à discriminação nas escolas. Nas eleições municipais deste ano, o chamado 'kit gay' também foi discutido entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Na cidade, não havia, em 2011, programa nas escolas para o tema.
 
Ainda de acordo com os dados do IBGE, a Região Sul é a que apresenta a menor proporção de municípios com programas para o público (3,5%). A região que possui mais municípios com atuação nesta área é o Centro-Oeste, com 12,9%, seguida do Nordeste, com 12,3% dos municípios com ações dentro das escolas.
 
Em relação à legislação, a pesquisa também apontou os principais eixos temáticos trabalhados pelos órgãos de direitos humanos dos municípios. Entre eles, o combate à discriminação, o reconhecimento de direitos e o reconhecimento de nome social adotado por travestis e transexuais. Neste último quesito, apenas 1% dos municípios têm legislação específica. No Norte, nenhuma cidade atua sobre a questão.
 
Apesar dos números pouco expressivos sobre os direitos da população LGBTT, a pesquisa destaca um avanço nos municípios em relação às políticas de Direitos Humanos. Em dois anos, o número de cidades com estrutura específica para o tema mais que dobrou, saltando de 1.400 municípios para cerca de 2.900.
 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Rihanna e Kate Moss apostam em produção lésbica


 
Publicado pela Vidas
 
Rihanna e Kate Moss são as estrelas de uma produção muito ousada que vai sair na próxima edição da revista ‘V Magazine’.
 
A cantora e a top model aceitaram participar numa encenação sadomasoquista e lésbica para a revista. Segundo a imprensa, a ideia partiu de Kate Moss, que já confessou ser fã da cantora.
 
Em topless ou com lingerie de renda preta, as duas mulheres, conhecidas por gostarem de provocar, apostam em poses que apelam ao sexo e à sensualidade, com abraços e chicotadas à mistura.
 
 
 
A produção foi realizada, segundo o site Lovebscott, num local secreto de Londres.
 
Rihanna, que está a preparar o lançamento do seu novo disco, ‘Unapologetic’ – no próximo dia 19 –, resolveu, entretanto, publicou fotos da produção nas redes sociais. As imagens estão a fazer sucesso entre os fãs das duas celebridades.
 

Pais publicam num jornal mensagem de filho que se matou após bullying homofóbico


 
Publicado pelo Estadão
Com informações da BBC 
 
Os pais do jovem Tim Ribberink, um holandês que se matou após sofrer anos de bullying por ser gay, decidiram publicar sua carta de suicídio em um jornal local da Holanda, dividindo opiniões no país.
 
Ribberink estava em treinamento para atuar como professor de história e se matou na última quinta-feira.
 
Gerrit e Hetty Ribberink se disseram surpresos com o drama vivido pelo filho e pediram que as autoridades abram uma investigação sobre duas mensagens falsas postadas na internet em nome de Tim.
 
Uma delas, publicada em 2010, dizia: "Sou um perdedor e um homossexual".
 
 
 
Na nota em que se despede dos pais, publicada pela imprensa holandesa, o jovem diz: "Queridos mamãe e papai, fui ridicularizado, abusado, sofri bullying e fui excluído durante toda a minha vida. Vocês são pessoas fantásticas. Espero que não estejam bravos comigo. Até que nos encontremos novamente, Tim".
 
Ao lado da nota, o jornal publicou uma grande foto do jovem sorridente e sua certidão de óbito.
 
Poucas horas após a publicação, a foto do jovem já havia sido compartilhada mais de 5 mil vezes na internet. No Twitter, a hashtag #timribberink tornou-se uma das mais comentadas na Holanda, e embora a maioria tenha apoiado a decisão de seus pais, houve um número considerável de crítcias.
 
 
Durante o funeral do jovem, Gerrit e Hetty leram uma mensagem: "Tim não era fraco nem patético. Ele era forte. É assim que os conhecemos, e é assim que gostaríamos que o mundo se lembrasse dele".
 
O centro no qual o holandês estava estudando para se tornar professor e sua escola durante a adolescência disseram não ter conhecimento sobre o bullying sofrido pelo jovem durante anos.

Ex-presidiário larga as drogas e faz sucesso na internet com 'TV GLS'


 
Publicado pelo G1
Por Anna Gabriela Ribeiro
 
 
O talento para a comunicação acompanha Elias do Carmo, de 37 anos, desde a infância. Ele começou a brincadeira com uma caixa de isopor, que fingia ser uma câmera, e um microfone para entrevistar a comunidade. Mais de 20 anos depois, Elias criou a TV GLS e já acumula mais de 50 mil visualizações no Youtube. Ele aproveita a nova ocupação para superar diversas dificuldades, como as drogas e a constatação de que é soropositivo.
 
Natural de Pernambuco, Elias do Carmo vive em Santos, no litoral de São Paulo, desde que era bebê. Como os pais eram pobres, eles moravam na rua. Com isso, Elias e os irmãos foram recolhidos e levados para um orfanato. Aos finais de semana, ele visitava os pais na favela Caldeirão do Diabo, atualmente conhecida como Vila Santa Casa. Foi nesta comunidade, onde vive até hoje, que Elias começou a brincar de repórter. Ele improvisou uma caixa de isopor para usar como câmera e, com este aparato, questionava aos moradores quais eram os problemas da comunidade. “A TV GLS começou com um sonho. Sempre fui um artista popular na minha comunidade. Meu dom artístico sempre foi satirizar o cotidiano”, afirma Elias.
 
 
Pouco tempo depois, Elias passou a trabalhar na rádio Tam Tam, em Santos. Nesta época, resolveu comprar um celular com câmera, para que as reportagens ficassem mais sérias. Os vídeos eram jogados no Youtube e, algumas semanas depois, passaram a ser acessados frequentemente. Em 2010, ele resolveu criar, oficialmente, a TV GLS. “Eu resolvi investir em algo para esse público, que sofre muito preconceito. De início achei que não ia dar certo, por causa da sigla da TV. Coloquei esse nome porque eu sou gay. Achei que ia ser criticado, que iria ser agredido, apanhar. Mas, por incrível que pareça, hoje meu público alvo não é gay. Muitos héteros e crianças me acompanham. Recebo ligações do Brasil todo para cobrir eventos”, diz Elias. Ele explica que a TV GLS cobre qualquer tipo de evento, de cunho social, cultural ou de entretenimento.
 
Atualmente, Elias trabalha com uma câmera 3D, e acumula a função de cinegrafista e repórter. Para Elias, o trabalho com a TV GLS é uma reviravolta em sua vida. “Eu fico impressionado com a proporção que as coisas tomaram. Eu só estudei até a 7ª série, fui faxineiro durante toda a minha vida”, afirma. Elias, que é portador do vírus da aids, vive com a verba de um auxílio doença. Ele conta que já foi dependente químico e traficante. “Cumpri mais de dois anos de pena e posso afirmar que a cadeia foi essencial para eu me redimir, refletir sobre a vida a abandonar o vício e o crime. Por isso sempre falo que a TV GLS é a reviravolta em minha vida, é a minha terapia, que me mantém ocupado e me dá prazer”, relata.
 
 
 
Elias comenta que as pessoas o abordam para parabenizá-lo pela atitude. “Eu não sei distinguir direito como é esse fenômeno, porque eu não passei da 7ª série. Sou ex-usuário de drogas, depois me tornei um traficante, fui condenado, sai da cadeia e criei a TV GLS. Ela é minha salvação, tem me dado um avanço muito importante para o meu tratamento”, diz Elias. Atualmente, o maior sonho do repórter é registrar o projeto, com um número de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
 

"O amor homossexual" (Parte Quatro) - Por Arthur Virmond de Lacerda Neto




Por Arthur Virmond de Lacerda Neto para a Revista Lado A
 
Recentemente, uma literatura cada vez mais volumosa, sobre a homossexualidade, revelou-lhe a frequência na Europa. Nenhum país, nenhuma classe, acham-se isentos dela. Em certos cantões da Albânia, ela tornou-se, mesmo, um costume popular; os rapazes de idade acima de dezesseis anos tem por favoritos rapazes de doze a dezessete anos.
 
As averiguações que acabamos de registrar referem-se, sobretudo, às práticas homossexuais entre homens, porém há, delas, análogas, entre mulheres. Encontram-se, nos aborígenes da América, a par de homens que se comportam como mulheres, mulheres que se comportam como homens. Assim, em certas tribos brasileiras, há mulheres que se abstém de toda ocupação feminina, que imitam, inteiramente, os homens, penteiam-se como eles, acompanham-nos à caça, comparecem à caça armados de arcos e de flechas e deixar-se-iam matar, para evitar de travar relações sexuais com homens.
 
Cada uma destas mulheres dispõe de uma mulher que a serve e com quem ela se diz casada: elas vivem em conjunto, maritalmente. Entre os esquimós do Leste, algumas mulheres recusam-se a aceitar um marido e preferem adotar maneiras masculinas, perseguir os gamos nas montanhas, exercerem, elas próprias, de caçadoras com trapola e pescadoras. As práticas homossexuais entre as mulheres são, parece, coisa corrente entre os hotentotes e os hereros. Em Zanzibar, há mulheres que, na sua intimidade, vestem-se de homens, mostram preferência por ocupações masculinas e procuram satisfação sexual junto de mulheres que apresentam os mesmos pendores ou, na falta destes, junto de mulheres normais que seduzem por meio de presentes ou por outras formas. Nos haréns do Egito, cada mulher tem, parece, uma “amiga”. Em Bali, a homossexualidade é quase tão difundida entre as mulheres quanto entre os homens, porém é mais secreta; os mesmo se passa, ao que parece, nas Indias. A antiguidade grega transitiu-nos o eco dos amores lésbicos. 
 
Porque mais frequentemente observou-se a homossexualidade entre homens, do que entre mulheres, não se deve concluir que estas a ela se dediquem menos do que eles. Há vários motivos porque as anomalias sexuais femininas atraiam menos a atenção do que as masculinas e a opinião moral, geralmente, pouco se ocupou delas.
 
As práticas homossexuais resultam, às vezes, de uma preferência instintiva; às vezes, de condições exteriores desfavoráveis às relações normais. Uma sua causa frequente é a inversão sexual congênita, ou seja, “o instinto sexual dirigido, por anomalia constitucional inata, às pessoas do mesmo sexo”. Parece provável que os homens afeminados e as mulheres masculinizadas de que tratei acima, são, em muitos casos, ao menos, invertidos sexuais; contudo, tratando-se dos chamans, a mudança de sexo pode, também, provir da crença em que os chamans, transformados, detém, como as suas confreiras mulheres, um poder particular. Holder afirma a existência da inversão congênita, nas tribos norte-ocidentais dos Estados Unidos da América, o dr. Bauman, nos povos do Zanzibar. No Marrocos, também, creio ser ela assaz frequente. Contudo, em relação aos povos estranhos à Europa, não podemos muito senão apoiarnos em simples conjecturas; não conhecemos muito a inversão congênita senão pelas confissões espontâneas dos invertidos. As maior parte dos viajantes ignora totalmente o lado psicológico da questão; mesmo para um especialista, deve ser, amiúde, mais ou menos impossível determinar, perante um caso de inversão, se ela é congênita ou adquirida. A dizer verdade, a inversão adquirida supõe, ela própria, uma disposição inata que, em certas circunstâncias, resulta, por desenvolvimento, na inversão verdadeira. Demais, entre a inversão e a sexualidade "normal", parece que se encontram todas as espécies de graus. Guilherme James pensa que a inversão é “uma variedade do apetite sexual, de que, muito provavelmente, a maior parte dos homens possui a possibilidade germinal” . É assim, seguramente, no início da puberdade.  (Continuará).
 
1 James, Princípios de psicologia, II, p. 439. (Nota de Westermarck).
 2 Dessoir chegou mesmo à conclusão (em Sobre a psicologia da vida sexual) de que “um sentimento sexual não diferenciado é normal, em média, nos primeiros anos da puberdade”. Porém trata-se, manifestamente de um exagero (conforme Havelock Ellis). (Nota de Westermarck).

"Que nem um patinho feio na lagoa da vida" Por Leandro Allegretti




Por Leandro Allegretti para a Revista Lado A
 
Alô, você! Por acaso, algum dia, já se sentiu um patinho feio na lagoa da vida? Eu já. E não sei se por conta da tal da crise dos 30 anos, mas tenho analisado essa coisa fútil de viver preso às aparências.
 
Pesquisei sobre a beleza e aprendi que ela não passa de uma experiência pessoal. É um processo mental e/ou espiritual, relacionado à percepção de quem o experimenta. Eike filosófico, né? 
 
Sobre a beleza do rosto, em específico, há evidências de que a preferência por rostos bonitos surge no início do desenvolvimento da criança. E que os padrões de atratividade são similares aos diferentes sexos e culturas. Como isso é possível?  Por conta da simetria, pois ela sugere a ausência de defeitos adquiridos ou genéticos.
 
Já que mencionei filosofia, para esta ciência, a beleza advém, entre outras coisas, da pureza do raciocínio. Raramente está relacionada à aparência superficial.
 
Para os religiosos (aleluia, irmãos!), a verdadeira beleza está na integralidade da conduta do indivíduo para com um plano sagrado. Posso dizer que um beato vive de maneira bela, mas só Deus é bonito. O homem é pecaminoso e por isso não pode ser considerado belo jamais.
 
Ao ler sobre tudo isso fiquei com raiva dos renascentistas que impuseram ao mundo novamente os conceitos gregos de beleza. O pensamento religioso sobre o assunto é mais legal porque, sob sua ótica, todo mundo é feio e pronto. 
 
Para ser bonito agora tenho que malhar, comer pouco, ler, estudar, me vestir bem, cortar o cabelo e a barba, passar hidratante e protetor solar. Além de ter bons modos, gostar dos mesmos filmes e músicas que um boy para me tornar bonito para ele.
 
É muita função ser bonito. O foda é que ser feio não é nada fácil também. Pensando bem, melhor ser um vegetal transparente. Assim ninguém nota sua presença e sua beleza nunca será julgada.
Leandro escreve para o doqueosgaysgostam.com e não sabe se é bonito ou feio porque essa coisa de beleza é subjetiva.

Jean Wyllys é eleito melhor deputado de 2012 no Prêmio Congresso em Foco



Visto no Gay1


Gay, baiano, 38 anos, jornalista e mestre em Letras e Linguística, representa o Rio de Janeiro por um partido de oposição, milita no movimento de Direitos Humanos e está há menos de dois anos na Câmara. Jean Wyllyas (Psol-RJ) é o deputado que, na avaliação dos internautas, melhor representou a população no Congresso este ano. Eduardo Suplicy (PT-SP), também defensor pelos direitos LGBT, foi eleito o melhor senador de 2012.

Jean e Suplicy os grandes vencedores da sétima edição do Prêmio Congresso em Foco, nas duas categorias gerais – melhor senador e melhor deputado. Depois de dois anos, o troféu principal do prêmio mais importante da política brasileira está em novas mãos. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) haviam feito dobradinha nas duas últimas edições da premiação.

Pela primeira vez, os internautas puderam acrescentar um nome, em cada uma das 11 categorias do prêmio e o deputado Jean Wyllys foi citado em 'Defesa da Democracia', 'Defesa da Segurança Jurídica e da Cidadania' e 'Defesa da Saúde'.

O prêmio

Em sua sétima edição, o Prêmio Congresso em Foco tem como objetivo estimular o cidadão eleitor a seguir de perto, e de modo permanente, as atividades do Legislativo. A ideia é fiscalizar e acompanhar tanto para dar puxões de orelhas na maioria que nos decepciona na arena legislativa, mas também para valorizar quem sabe honrar o voto que recebeu nas urnas.