sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Londres: dos 23 atletas gays assumidos nas Olimpíadas, 20 são mulheres e metade deve levar medalhas


Publicado na Lado A
Dica de Augusto Martins
Se a paridade entre homens e mulheres geralmente desfavorece o chamado “Sexo Frágil”, nos Jogos Olímpicos, entre os homossexuais assumidos, são elas que garantem o domínio. E tem mais. Segundo levantamento do OutSport.com, os gays assumidos tem mais sucesso nos jogos e mais da metade deles conseguem uma medalha olímpica! Entre os mais de 12 mil atletas nos jogos olímpicos deste ano, 23 deles possuem uma torcida especial. Não importa a nacionalidade, gays torcem para que LGBTs assumidos vençam em suas modalidades.
Não vai haver bandeira, e nem hino especial, mas a certeza de que a comunidade gay ganhou visibilidade e se mostrou participante, e vencedora, de um dos mais importantes eventos do mundo. Uma pesquisa recente do site OutSport.com revelou que dos 104 atletas assumidamente homossexuais que passaram por Olimpíadas, 53 deles subiram ao pódio. Apesar de somente 23 atletas serem gays assumidos nos Jogos de Londres 2012, o número é mais do que o dobro do observado nos jogos de Pequim (2008) , quando apenas 10 homossexuais assumidos competiram. Na edição anterior, em Atenas (2004) 11 atletas gays assumidos participaram dos Jogos. 
Veja quem são os atletas gays destas Olimpíadas: Matthew Mitcham (Austrália, trampolin), Edward Gal (Países Baixos, equitação), Lisa Raymond (Estados Unidos, tênis), Judith Arnt (Alemanha, ciclismo). Seimone Augustus (Estados Unidos, basquete), Imke Duplitzer (Alemanha, esgrima), Megan Rapinoe (Estados Unidos, futebol), Marilyn Agliotti (Países Baixos, hockey na grama), Carl Rester (Reino Unido, equitação), Carlien Dirkse van den Heuvel (Países Baixos, hóckey sobre grama), Mayssa Pessoa (Brasil, handebol), Rikke Skov (Dinamarca, handebol), Maartje Paumen (Países Baixos, hóckey na grama), Natalie Cook (Austrália, vôlei de praia), Alexandra Lucrabère (França, handbol), Jessioa Landtrom (Suécia, futebol), Hedvig Lindahl (Suécia, futebol), Lisa Dahlkvist (Suécia, futebol), Carole Péon (França, triatleta), Jessica Harrison (França, triatleta) e Ina-Yoko Teutenberg (Alemanha - ciclismo).

Militante lésbica do Piauí concorre ao Prêmio Cláudia 2012


Publicado na Lado A
Marinalva Santana, 41 anos, é fundadora do Grupo Matizes, ONG LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), de Teresina, Piauí. Lésbica assumida, ela lutou toda sua vida contra a homofobia e o preconceito e é uma das finalistas do prêmio Cláudia 2012.
A premiação tem como objetivo premiar mulheres, personalidades e iniciativas, que possam servir de inspiração para a melhoria da sociedade. A votação segue até o dia 8 de outubro no endereço eletrônico da revista (http://premioclaudia.abril.com.br). O prêmio é dividido em cinco categorias: Ciências, Políticas Públicas, Cultura, Negócios e Trabalho Social. O júri do prêmio é formado pelas leitoras, pela direção da revista e por uma comissão de dez personalidades.O resultado será divulgado dia 8 de outubro, em São Paulo.
“Conseguimos tirar o debate dos guetos e trazer para a sociedade. O Piauí é um dos estados com mais direitos conquistados nessa área, apesar de ainda haver muito a avançar”, afirma Marialva que é servidora pública, e formada em Direito e Letras. Ela se refere ao Disque Cidadania Homossexual e a Delegacia Especializada de Combate às Condutas Discriminatórias – primeira do país voltada a homossexuais, negros, deficientes e portadores de HIV/Aids. E também da lei estadual que estabelece sanções administrativas para quem discriminar pessoas em razão de sua orientação sexual e uma lei municipal reconhece as uniões estáveis entre indvíduos do mesmo sexo para fins previdenciários. Tudo fruto do trabalho árduo do Grupo Matizes e outras entidades na luta pelos direitos da comunidade gay.
“Sofri muito para me assumir. Por falta de informação, eu tinha sentimento de culpa e vergonha. Minha luta é para que as novas gerações não passem por isso e tenham seus direitos garantidos”, conta ela que ficou surpresa com a indicação e que disputa o prêmio com outras 19 mulheres, de diversos perfis e regiões do país.

Gays no Brasil vivem entre diversidade e violência


Publicado no G1
Com informações da BBC
Dica de Augusto Martins
Em alguns aspectos, país faz jus à imagem liberal, mas ataques homofóbicos levantam questões sobre limites da tolerância.
Um estrangeiro que começar uma visita ao Brasil pela praia de Ipanema vai confirmar em primeira mão a imagem que o país tem no exterior de grande abertura e diversidade em relação a atitudes sexuais.
Não há nudismo, mas os trajes de banho são conhecidos no mundo inteiro pelo tamanho reduzido, e casais do mesmo sexo têm seu lugar ao sol, sobretudo no trecho em frente à Rua Farme de Amoedo, onde as bandeiras arco-íris - o símbolo internacional do orgulho gay - tremulam contra o céu azul.
Mas a série de ataques de aparente motivação homofóbica que ganharam destaque na mídia no último ano chamaram a atenção para o fato de que o preconceito e a violência contra homossexuais coexiste com os aspectos associados à diversidade da cultura brasileira.
O relatório sobre violência homofóbica no Brasil - o primeiro do tipo na América Latina - divulgado recentemente pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos revela que os órgãos federais receberam em 2011 uma média de 19 denúncias por dia de discriminação ou violência contra homossexuais.
'Não é um país tão liberal como parece à primeira vista,', diz Miguel Macedo, presidente da ONG Diversidade Nacional, de Niterói (RJ). 'Claro que é bom poder vir à praia com o namorado e ter esse tipo de liberdade, mas aí você vira uma esquina e pode levar uma 'lampadada' na cabeça', diz ele.
A 'lampadada' de que ele fala é uma referência a um ataque homofóbico ocorrido na Avenida Paulista, em São Paulo, em novembro do ano passado. A ação foi perpetrada por um grupo de cinco jovens de classe média contra pessoas que eles julgavam ser homossexuais.
As imagens - capturadas por câmeras de segurança - de um jovem arrebentando uma longa lâmpada fluorescente contra a cabeça de outro rapaz sem motivo aparente chocaram o país e chamaram a atenção para o tema da violência homofóbica.
Outro caso que virou notícia (em julho deste ano) foi o dos dois irmãos gêmeos da cidade de Camaçari (BA) atacados por um grupo de oito homens que os confundiram com um casal homossexual, porque estavam abraçados. Um dos irmãos morreu por conta dos ferimentos e outro foi levado para o hospital com afundamento na face.
Alvos fáceis
'Os homossexuais brasileiros vêm se sentindo mais livres para revelar à sociedade sua orientação sexual e isso os torna alvos mais fáceis da homofobia', diz a professora do departamento de medicina social da Santa Casa Hospital Universitário, Maria Amélia Veras. 'Não acho que a homofobia esteja necessariamente crescendo, mas acho que vem se tornando mais visível.'
A médica foi uma das coordenadoras de um estudo realizado com 'homens que fazem sexo com homens', no centro de São Paulo - particularmente em áreas de prostituição masculina. O objetivo principal da pesquisa era descobrir mais sobre a propagação do vírus HIV entre o grupo, mas os pesquisadores decidiram incluir algumas perguntas para avaliar o nível de homofobia de que essas pessoas são vítimas.
'Cerca de 70% dos entrevistados relataram ter sido vítimas de algum tipo de preconceito ou estigmatização. E, pior ainda, 35% relataram a discriminação na escola e cerca de 20% se sentiram discriminados pela polícia', acrescenta Veras.
Para lideranças gays brasileiras, uma das prioridades agora é a aprovação do Projeto de Lei 122 (PLC122), que define homofobia como um crime, como já é o caso da discriminação por motivos de cor raça, etnia, nacionalidade ou religião.
O projeto foi aprovado em primeira votação na Câmara dos Deputados em 2006, mas está parado na comissão de Constituição e Justiça do Senado desde então - enfrentando forte resistência da bancada conservadora.
Opositores
'A aprovação do PL122 na Câmara dos Deputados só aconteceu por uma fraude. O projeto entrou na pauta de votação numa quinta-feira no fim do dia. E só vai conseguir ser aprovado no Senado se os homossexuais promoverem outra fraude', diz o deputado federal e capitão reformado Jair Bolsonaro, o mais virulento opositor das iniciativas relativas aos direitos dos homossexuais na política brasileira.
Bolsonaro diz que a legislação anti-homofobia transformaria gays e lésbicas no Brasil em uma 'classe especial de cidadãos'. 'Por exemplo, se um comerciante não quiser vender algo a um cliente gay, porque ele tem nome sujo, a loja pode acabar denunciada por homofobia', diz o deputado.
Mas a mais forte resistência a leis ampliando os direitos da comunidade gay vem das igrejas conservadoras, sobretudo evangélicas e neopentecostais. 'Este projeto de lei anti-homofobia é um atentado flagrante à liberdade de expressão', diz o pastor Silas Malafaia.
'Há uma diferença grande entre criticar um estilo de vida e praticar ou incentivar a violência', diz o pregador, que foi processado por ativistas gays por seus discursos, mas até agora conseguiu ganhar as causas.
Malafaia afirma que não há homofobia no Brasil e que tal ideia só foi criada porque 'há muitos gays nos meios de comunicação e na cultura popular que querem alterar o comportamento das pessoas'.
O desconforto que os homossexuais sentiam em igrejas tradicionais foi o motivo para que gays evangélicos fundassem, seis anos atrás, uma igreja 'inclusiva' no Brasil.
Na Igreja Contemporânea, os cultos se parecem exatamente com o de outras igrejas evangélicas - com muitos cânticos e louvação exaltada - mas com a diferença de que a grande maioria dos frequentadores são gays.
'Igrejas evangélicas tradicionais dizem que estão lá para nos acolher, mas na verdade eles apenas olham de cima abaixo, nos julgam e agem de forma muito preconceituosa', diz o pastor Elias Barbosa. 'É por isso que essa igreja foi criada: aqui nós homossexuais podemos louvar a Deus como somos, sem disfarces.'

Homofobia eleitoral


Dica de Augusto Martins
Por Carlos Brickmann
O tema da eleição anterior (aquele anúncio nojento, segundo o qual não se sabia se o prefeito paulistano Gilberto Kassab, então candidato, era casado, tinha filhos etc.) está de volta. E, desta vez, mais explícito: na eleição anterior, insinuava-se que alguma coisa estava equivocada na sexualidade do prefeito, como se alguém tivesse algo a ver com isso. Agora, usando a internet – o blog Blogay, abrigado no maior portal do país, o poderoso UOL – a baixaria é mais direta. Já no título, surge a pergunta: “Gilberto Kassab é gay?”
De onde surgiu o título? Segundo o autor do texto, “várias pessoas, vira e mexe”, fazem a pergunta. E têm, sempre segundo o autor, mais curiosidade sobre a orientação sexual do prefeito do que de atores de novela ou estrelas de Hollywood. Na verdade, o objetivo do texto é outro, e aparece logo depois: é dizer que a orientação sexual de Kassab não importa, mas que ele é autoritário.
Truque baixo: se a orientação sexual não importa ao autor, por que está no título? Porque o objetivo, além de chamar a atenção do público, é explicar os defeitos que vê em Kassab pela orientação sexual que lhe atribui. “Alguma coisa deve ter de errado, alguém que só sabe dizer não. ‘Pode ser gay ultra reprimido’, devem pensar muitos que me perguntam sobre sua orientação sexual. Mas este não é o caso nem a explicação muito menos a desculpa, o que existe de verdade e fato é um governo municipal repressor.”
Vale a insinuação, portanto, para atacar o governo municipal, sem ter de falar em política ou administração. A crítica política é livre, mas tem volta; as críticas administrativas podem ser rebatidas; as críticas sobre posturas municipais são frequentemente injustas e a população o percebe. Mas como as insinuações sobre orientação sexual muitas vezes são ignoradas, para que não ganhem corpo, servem para proteger de contestação e resposta as afirmações eleitorais do texto. Falta coragem para afirmar que o alvo é gay, é lésbica, é bissexual, é seja lá o que for. Troca-se isso pela insinuação covarde, cobrindo uma iniciativa eleitoral, partidária, com o manto da fofoca. Pior: com a fofoca que se repete a cada quatro anos, periodicamente, sempre na época das eleições.
É inominável: busca-se o que há de pior na natureza humana, a intolerância, para tentar ganhar alguns votos. O cavalheiro é gay porque alguém disse que é gay; e, se é gay, seu comportamento é sempre nocivo, idêntico ao de todos os gays. São fofocas autoconfirmantes: a informação é verdadeira porque alguém disse que é verdadeira, independentemente do que aconteça. Nos Estados Unidos, onde há bolsões fundamentalistas de grande influência, as mudanças boas aconteceram rapidamente: um católico, John Kennedy, se elegeu presidente, um negro, Barack Obama, está hoje na Casa Branca. Aqui no Brasil, perde-se tempo discutindo se “x” ou “y” é veado ou não – não por preconceito, naturalmente, que o fofoqueiro tem muitos amigos gays, mas porque o homossexual reprimido, seja ele quem for, tem sempre comportamento socialmente inaceitável.
Que feio! Depois esse pessoal reclama quando perde as eleições.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Pupilas dizem se homem é gay ou hétero, mostra estudo


Publicado no O Globo
Está nos olhos um importante e preciso indicativo se o homem é gay ou heterossexual. Quem garante é uma equipe de pesquisadores da Cornell University (EUA)
Segundo os cientistas as pupilas dilatam sempre que a pessoa fica excitada. Assim...
"Então se um homem diz que é hétero, suas pupilas dilatam diante de situação de estímulo visual com mulheres. O oposto acontece com gays, as pupilas dilatam com homens", disse Ritch Savin-Williams líder do estudo, de acordo com a revista "Science".
Tradicionalmente, os cientistas estudavam desejo e orientação sexual pedindo que os voluntários assistissem a vídeos eróticos enquanto o fluxo sanguíneo à genitália era monitorado.
O estudo de Cornell teve a participação de 165 homens e 160 mulheres - incluindo heterossexuais, homossexuais e bissexuais. A eles foram exibidos vídeos com homens e mulheres se masturbando.
Com voluntários do sexo masculino, os resultados foram claros: gays e héteros facilmente identificados.
Mas, com as voluntárias, o estudo foi mais complexo: as héteros tiveram as pupilas dilatadas tanto para imagens mostrando homens quanto para imagens exibindo mulheres.
Savin-Williams ressaltou que isso não significa que todas as mulheres com esse perfil são bissexuais. Mas eles ainda não têm a explicação para a situação.

Sobreviventes do HIV enfrentam pobreza, solidão e preconceito



Publicado no Estadão
Dica da Augusto Martins
Por Sarah Boseley, do "Guardian"
Nas décadas de 1980 e 90, eles ouviram que iriam morrer jovens, então largaram seus empregos e embolsaram as pensões das quais não precisariam, enterraram seus amigos e tentaram aproveitar ao máximo o tempo que lhes restava.
Décadas depois, milhares de homens e mulheres soropositivos no mundo todo estão chegando a uma idade que nunca esperavam viver para ver. Em 2001, nos EUA, 17% dos soropositivos tinham mais de 50 anos. Agora, a cifra está em 39%, e até 2017 deve chegar à metade.
No Reino Unido, a Agência de Proteção da Saúde diz que um em cada seis pacientes que receberam tratamento para o HIV em 2008 (16,8%) tinha mais de 50 anos --e isso irá dobrar nos próximos cinco anos.
Muitos dos que foram salvos pela descoberta de drogas antirretrovirais no começo da década de 1990 sentiam que era um milagre estarem vivos. Mas a vida para os sobreviventes do HIV, conforme a idade chega, é amarga.
Muitos são pobres e estão há muitos anos excluídos do mercado de trabalho. Os potentes medicamentos consumidos ao longo de metade de uma vida cobram seu preço. Além das questões de saúde física decorrentes do vírus, há também uma elevada incidência de problemas mentais.
John Rock, morador de Sydney (Austrália), foi diagnosticado com HIV há 30 anos. "Meu parceiro começou a ficar doente em 1983 e morreu no começo de 1996", disse ele numa recente conferência internacional sobre Aids em Washington. "Muitos dos meus colegas e amigos foram excluídos da força de trabalho em meados dos anos 90 porque não estavam bem para trabalhar", disse.
"Subsequentemente, as combinações triplas [de drogas antirretrovirais] apareceram, e eles continuam vivos, mas no auge da sua capacidade de renda eles passaram dez anos fora da força de trabalho. Agora eles estão destinados a uma aposentadoria que eles acharam que nunca teriam, mas ela vai ser na pobreza."
Lisa Power, do Fundo Terrence Higgins (THT), que na conferência falou sobre o envelhecimento da comunidade soropositiva no Reino Unido, reconheceu as lamentáveis consequências dos conselhos dos grupos de apoio para quem supostamente estava morrendo.
"Nas décadas de 1980 e 90, incentivamos as pessoas a largarem o trabalho, a viverem dos benefícios do Estado e a não serem economicamente produtivas", disse ela. "Agora, condenamos as pessoas a viverem da pensão estatal por idade."
SOLIDÃO E ISOLAMENTO
O dinheiro não é a única necessidade. Muitos se sentem solitários e isolados. Em um vídeo feito para um projeto chamado "Envelhecimento do HIV nos EUA", Bill Rydwels, 77, de Chicago, relembrou uma época de terror e tristeza, quando a Aids estava ceifando seus amigos.
Era, no entanto, uma época de apoio e carinho que ele não tem mais. "Está muito melhor hoje em dia, mas ainda assim é uma época mais solitária. Anos atrás, era um tempo que todos passávamos juntos. Era uma época terrível e uma época maravilhosa, porque você conhecia todo mundo muitíssimo bem. Eles choravam no seu ombro e riam com você. A gente não tem mais isso."
Recentes pesquisas do THT no Reino Unido revelam uma tristeza semelhante. O homossexual James, 61, que não quis revelar o sobrenome, está sofrendo sérios problemas de saúde, inclusive a cegueira decorrente do uso de uma droga experimental para tratar de outra doença que não o HIV.
"Minha vida está vazia", disse ele aos pesquisadores. "Eu me empenhei muito nos últimos dez anos em preencher o vazio. Trabalhei realmente duro para isso. Eu estou em um beco sem saída. Seria bom simplesmente ter alguém ao telefone."
"Estou farto de que as pessoas no topo das organizações do [combate ao] HIV digam que por haver uma teoria combinada tudo está bem. Nós, pessoas com neuropatias e em cadeira de rodas, somos os esquecidos."
A meio mundo distância, na África, que arca com o maior ônus da epidemia, o número de idosos com HIV também está aumentando rapidamente. Epidemiologistas da Universidade de Sydney estimam que haja mais de 3 milhões de soropositivos com mais de 50 anos na África Subsaariana, e que essa cifra esteja crescendo velozmente.
A queniana Ruth Waryero, 65, fez um exame de HIV aos 48 anos. Ela foi para casa e contou ao seu marido. "Ele me escutou, então se levantou e disse: 'Problema seu; cuide de você, eu estou fora'. Desde aquela época, não o vi mais, embora ele fosse o arrimo da família. Ele me deixou com os quatro filhos, e dois anos depois eu tinha dois netos."
"No Quênia, temos problemas diferentes [dos europeus]. Os homens mais velhos tentam arrumar mulheres mais jovens para fazer sexo. Eles ignoram você porque, no que lhe diz respeito, você está acabada. Você não precisa de sexo e eles podem procurar meninas jovens. Mas, quando você é velha, está propensa a ser estuprada pelos soropositivos, porque eles acreditam que se estuprarem você, por mais velha que seja, vão se negativar."
IDEIA ASSUSTADORA
As mulheres mais velhas também enfrentam constrangimentos em clínicas quando precisam fazer exames ou receber medicamentos, disse ela. Os funcionários perguntam para quem elas vão levar os remédios.
"Não se espera que a gente faça sexo nessa idade", disse ela. "Como mulher, perguntam se a gente sustenta um garotão. Eu digo que este HIV veio de um velho, e que esse velho fugiu de mim."
A geração mais antiga de soropositivos --na África e em outros lugares-- não é composta apenas por pessoas diagnosticadas há muito tempo. Há também quem tenha recebido o diagnóstico tardiamente, depois de viver anos sem saber da contaminação. E muita gente está atualmente sendo infectada numa idade mais avançada.
Laura, que participou da pesquisa do THT, é uma heterossexual branca, mãe divorciada de dois filhos. Aos 52 anos, ela iniciou um novo relacionamento e então repentinamente adoeceu. Como seus sintomas eram parecidos com o de uma amiga soropositiva, ela fez o teste. Laura disse que, ao saber que tinha o HIV, ficou atordoada e chocada. Ela não podia acreditar que, sendo uma pessoa instruída, tivesse parado de usar preservativos com seu parceiro e permitido que isso acontecesse.
Mark Brennan-Ing, da Iniciativa Comunitária da América para a Pesquisa da Aids, falou na conferência sobre as "frágeis redes sociais entre as pessoas que vivem com HIV nos EUA e na Europa". As famílias abandonam essas pessoas, ou não lhes prestam auxílio suficiente, o que significa que os soropositivos acabam dependendo de amigos que muitas vezes também são portadores do HIV.
Homens homossexuais, disse ele, têm muito menos probabilidade de terem parceiros, cônjuges ou filhos que cuidem deles na velhice. Muitos dos entrevistados vivem com medo de enfrentarem hostilidade e rejeição nos lares para idosos.
Um homossexual de 52 anos, morador de Londres, disse ao THT: "Estou meio temeroso de uma velhice solitária. Em termos práticos, se eu me tornar mental ou fisicamente frágil, a perspectiva de ser o único homem gay em um lar para idosos é de fato muito assustadora".

Foto do primeiro casamento gay em espaço militar se torna viral na web


Publicado no TechTudo
Por Aline Jesus
A foto do primeiro casamento gay em uma base militar acabou se tornando um viral no Facebook - além de ser um fato histórico. A imagem da união civil dos sargentos Will Behrens, de 34 anos, e Erwynn Umali, de 35 anos, ganhou quase 200 mil “curtidas” e mais de 18 mil compartilhamentos desde que foi postada, em meados de julho, na rede social. O registro foi feito na capela de McGuire-Dix-Lakehurst, em Nova Jersey, nos Estados Unidos.
Antes mesmo de oficializarem a união, ambos já haviam sido casados e com filhos. Os sargentos se conheceram em uma igreja Batista de New Jersey, em 2006, que é contra a homossexualidade. Behrens era diretor do coral, enquanto Umali era um novo membro da instituição. O relacionamento, de fato, só começou a acontecer em 2009, quando Umali parou de ir à igreja; apesar de Behrens permanecer buscando “uma cura”. “Eu nunca conheci ninguém por quem valeria à pena desistir de tudo, até que eu conheci o Erwynn”, afirmou o parceiro.
Em razão da carreira de Umali, que presta serviços nas Forças Armadas dos Estados Unidos, ambos esperaram até 2011, quando uma medida que impedia relacionamentos homossexuais públicos envolvendo militares parou de ter efeito, para assumirem o romance. O passo seguinte, então, foi o casamento. No dia da cerimônia, os pais dos rapazes não compareceram, e eles foram levados ao altar por seus filhos.

Artistas não assumem homossexualidade com medo de perder a fama


Publicado no 24HorasNews
Em abril de 2010, Ricky Martin decidiu arriscar a posição de garanhão latino e assumiu a homossexualidade por meio de um post oficial em seu site. Um ano depois, aos 63 anos, Marco Nanini revelou gostar de pessoas do mesmo sexo. E, em julho deste ano, um dos jornalistas mais conhecidos da CNN, Anderson Cooper, decidiu quebrar o silêncio sobre sua sexualidade e também admitiu ser gay.
Orgulhosos e tranquilos quanto à orientação sexual, estes e outros famosos respiraram fundo e, na incerteza do que poderia acontecer, assumiram sua orientação sexual. 
Porém, a grande maioria só divulgam a verdadeira orientação após o "boom" inicial que a fama traz. Quando já estão mais afastados dos holofotes é que criam coragem para gritar: “Eu sou gay”. Mas o que será que gera esta demora? Medo de perder fãs e oportunidades? Será que revelar a sexualidade pode interferir no trabalho do artista? É isso que fomos tentar descobrir!
De acordo com a opinição de parte do público, revelar ser gay não deveria interferir na carreira do artista. Alguns dos leitores que opinaram disseram que a opção sexual não tem relação com o talento. Genia Bastos compartilha desta ideia. “Eles [os artistas] são talentosos independente de suas escolhas e preferências. O trabalho deles é o que é valorizado e não a vida pessoal”, afirmou.
Exemplo disso é Ellen DeGeneres. A apresentadora “saiu do armário” em 1997, quando afirmou ser lésbica à revista “Time”. Atualmente, Ellen é casada com a bela Portia de Rossi e foi considerada a homossexual mais influente dos Estados Unidos em 2012. Ela havia conquistado o segundo lugar no ranking, em 2011.
Mas, infelizmente, esta não é a realidade de todas as celebridades que “saem do armário”.
O ator Rupert Everett – que ficou conhecido como George, o “amigo gay” de Julia Roberts, em “O Casamento do Meu Melhor Amigo” – recomendou que os atores gays não assumissem a orientação sexual. Segundo ele, a homofobia em Hollywood o impediu de conseguir grandes papeis, já que heterossexuais são frequentemente escalados para interpretarem gays, mas o contrário dificilmente acontece.
Os  leitores apoiaram os gays e, assim como João Victor Lima postou, eles acreditam que os artistas homossexuais “não devem ter medo da reação do mundo”. Entretanto, não dá para agradar gregos e troianos. Como consequência da revelação, o mundo pode te aplaudir ou te jogar pedras.
Raquel Macedo era fã de Jim Parsons, o nerd Sheldon Cooper da série “The Big Bang Theory”. Porém, após ele revelar ser gay, ela deixou de gostar do ator. George Michael, Elton John, Cynthia Nixon, Anna Paquin, Adam Lambert, Sir Ian McKellen, o N’sync Lance Bass, e muitos outros artistas já assumiram ser gays. 

Pesquisa revela que mercado ainda percebe discriminação sexual na contratação


Publicado no O Globo
Dica de Augusto Martins
Pesquisa realizada pela Trabalhando.com Brasil indica que ainda existe preconceito na hora de contratar um homossexual. Dos 400 entrevistados — homossexuais ou não —, 54% acreditam que o preconceito existe, apesar de não ser assumido; 22% dizem que a discriminação depende do tipo de área e vaga desejada e apenas 3% pensam que esse problema não existe mais. Participaram, anonimamente, representantes de 30 empresas, de médio e grande portes.
— Noto que profissionais homossexuais são, sim, contratados. Porém, dificilmente alcançam cargos de diretoria. Em áreas e empresas onde há mais competição e, por consequência, maiores salários, essas pessoas sofrem ainda mais para alcançar um patamar elevado — afirma Eliana Dutra, coach e diretora da Pro-Fit, empresa de coaching e treinamento profissional.
Renato Grinberg, diretor geral da Trabalhando.com Brasil, defende veementemente que a orientação sexual do candidato não pode ser levada em conta no momento da entrevista, bem como outros aspectos de sua intimidade.
— Em países como os Estados Unidos, por exemplo, fazer qualquer tipo de pergunta que não seja de cunho profissional no momento da entrevista, como perguntar a idade, o estado civil e se a pessoa tem filhos, é proibido por lei. O que é de fato relevante na contratação são suas competências, não o que ele faz nas horas vagas ou com quem se relaciona — explica Grinberg.
Julyana Felícia, gerente de RH da MegaMatte, ressalta que a lei federal brasileira também trata do assunto:
— A nossa legislação é clara quanto a proibição de diferença de salário, exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. Apesar disso, o assunto ainda é um tabu no mundo corporativo e a contratação do homossexual pode ser influenciada pelo perfil que a empresa busca. Em algumas corporações com foco em atendimento ao público, noto maior quantidade de colaboradores homossexuais, por serem geralmente vistos como muito simpáticos e atenciosos.
O levantamento mostra também que 21% dos consultados têm notado que, com o passar dos anos, o preconceito vem diminuindo. Ylana Miller, sócia-diretora da Yluminarh e professora do Ibmec, acredita que essa regressão vem acontecendo, sim, mas lentamente.
— Ainda há muitos sistemas organizacionais onde o preconceito é velado e o discurso é bem diferente da ação. Divulgam crenças e valores não preconceituosos, mas na prática não é o que vemos, tanto em relação a orientação sexual, como a religião e ao nível socioeconômico — diz Ylana.
Este ano, pela primeira vez, todas as corporações listadas no ranking das 100 melhores empresas da Fortune possuem políticas contra a discriminação, o que inclui a orientação sexual. “Não é surpreendente para mim que os lugares que são classificados como os melhores para trabalhar sejam também os que respeitam e valorizam os seus funcionários. A evolução é claramente no sentido da igualdade no local de trabalho", disse Michael Cole-Schwartz, gerente de comunicações da “Human Rights Campaign”, uma organização que defende lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros americanos, em entrevista para à CNN Money.

Justiça autoriza primeiro casamento gay do Espirito Santo


Publicado na Gazeta OnLine
A Justiça do Espírito Santo acaba de autorizar o primeiro casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Consultado pelo tabelião de registro civil sobre a pretensão de duas estudantes da cidade, que pretendiam ver oficializada sua união homoafetiva, o juiz Menandro Taufner Gomes, da Vara da Fazenda Pública de Colatina, região Noroeste do Estado, autorizou o casamento civil, porém, restringiu a união religiosa às convicções pessoais, de direito de crença e credo, das pretendentes.
O Ministério Público Estadual deu parecer contrário à pretensão das duas jovens colatinenses, alegando que, para realizar o casamento civil homoafetivo, haveria necessidade da prévia existência de união estável e que, portanto, deveria se restringir apenas a esta hipótese. Sobre isso, o magistrado foi incisivo em sua decisão:
“Por isonomia, seguindo esta ótica, também o casamento civil entre pessoas de sexo oposto somente poderia se realizar havendo prévia união estável. Rejeito a impugnação, deferindo a permissão para o registro do casamento civil, decorrente de relação homoafetiva, após deferida a habilitação junto à autoridade competente”. O juiz de Colatina, ao finalizar sua decisão, salientou que “o reconhecimento da possibilidade de matrimônio para pessoa do mesmo sexo, vem para evitar que injustiças sociais continuem acontecendo, como, por exemplo, o não reconhecimento de direitos previdenciários, alimentos, direitos sucessórios, direito de habitação e, principalmente, o tratamento digno no âmbito social e familiar”.
STF
O primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo no Brasil foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal no dia 25 de outubro de 2011, quando os ministros da 4ª Turma rejeitaram decisão anterior do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul contrária à pretensão de duas mulheres do Estado.
A união estável entre pessoas do mesmo sexo foi reconhecida pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), nos dias 4 e 5 de maio de 2011, ao julgarem a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132. As ações foram ajuizadas na Corte, respectivamente, pela Procuradoria-Geral da República e pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
O julgamento começou na tarde do dia 4, quando o relator das ações, ministro Ayres Britto, votou no sentido de dar interpretação conforme a Constituição Federal para excluir qualquer significado do artigo 1.723 do Código Civil que impeça o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar.
O ministro Ayres Britto argumentou que o artigo 3º, inciso IV, da Constituição Federal, veda qualquer discriminação em virtude de sexo, raça, cor e que, nesse sentido, ninguém pode ser diminuído ou discriminado em função de sua preferência sexual. “O sexo das pessoas, salvo disposição contrária, não se presta para desigualação jurídica”, observou o ministro, para concluir que qualquer depreciação da união estável homoafetiva colide, portanto, com o inciso IV do artigo 3º da CF.

Festival de Cinema traz filmes que exploram homossexualidade


Publicado na Exame
São Paulo – O 16º Festival de Cinema Judaico, que começou na segunda (6) na capital paulista, faz uma homenagem aos irmãos Barak e Tomer Heymann, vistos como principais expoentes do cinema marginal israelense. Serão exibidos dez documentários da dupla, cinco deles inéditos na cidade, tratando de temas polêmicos como homossexualidade e conflitos árabe-judeus.
Estará na mostra Bonecas de Papel (2006), dos irmãos Heymann, que conta a vida de travestis filipinos expulsos por suas famílias e que passam a morar ilegalmente em Israel. Lá, trabalham 24 horas por dia para enviar dinheiro aos seus familiares.
Em outro documentário dos irmãos em cartaz, Ponte sobre o Wide (2006), a dupla retrata um grupo de pais árabes e judeus que resolveram criar uma escola bilíngue dentro de uma aldeia árabe. Segundo José Luiz Goldfarb, um dos organizadores do evento, há muita coragem no trabalho dos irmãos Heymann.“Eles têm um enfoque muito corajoso e profundo de problemáticas extremamente difíceis e, muitas vezes, tabus”.
Premiados internacionalmente nos festivais de Berlim e de Los Angeles, os irmãos vêm a São Paulo para um debate durante a sessão extra de cinema, marcada para as 20h30 do dia 15, no Teatro Arthur Rubinstein.
Além dos homenageados, o público poderá ver mais de 40 produções de países como Israel, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, República Tcheca, Croácia, Polônia, Ucrânia, Argentina e Brasil, entre ficções, curtas, infantis e quadrinhos, de cineastas judeus e não judeus, todos envolvendo a temática judaica.
De acordo com Goldfarb, apesar dessa abordagem, os sentimentos passados pelos filmes servem para todo o público. “Os problemas judaicos acabam extrapolando a comunidade judaica e entrando nas angústias, tristezas, alegrias e dramas da alma humana”.
Até domingo (12), último dia do festival, são esperados 15 mil espectadores. Hoje (7), às 20h30, será exibido um longa-metragem feito em quadrinhos: O Gato do Rabino (2011), no Teatro Arthur Rubinstein. Voltado para o público adulto, ele traz problemáticas da comunidade judaica que vive na Argélia, mas de forma bem humorada.
“É a história de um gato que engole um papagaio e começa a falar”, resume Goldfarb. O filme é multicolorido e desenhado à mão em duas dimensões. “A linguagem de quadrinhos é um outro destaque do cinema judaico, que teve presenças importantes como o Superman, Batman, que tiveram origem em autores judeus”, disse.
Goldfarb diz que a presença dos judeus no cinema mundial é marcante não somente devido aos filmes inspirados em quadrinhos. Ele cita os nomes de Woody Allen, Roman Polanski e Steven Spielberg, como exemplos da vocação judaica para a sétima arte.
O festival está em cartaz em sete salas de cinema de São Paulo, no Teatro Arthur Rubinstein (Hebraica), Cinemark Higienópolis, CineSesc, Centro de Cultura Judaica, Teatro Eva Herz e Museu da Imagem e do Som (MIS). Os ingressos são gratuitos ou vendidos a preços populares. A partir do dia 13, uma seleção de filmes participantes do festival estarão disponíveis no site  http://hebraica.org.br/fcjsp/

Nos Estados Unidos, uma escola que recebe bem os gays


Publicado no Estadão
Dica de Augusto Martins
Por Gary Younge, do Guardian
Na primeira turma de formandos da Alliance High School, de Milwaukee, o orador da turma --o aluno mais prestigioso do ano-- foi aprovado com média D+. "Eram jovens inteligentes", recorda Tina Owen, fundadora e principal professora da escola.
"Mas muitos deles haviam enfrentado problemas para ir à escola devido a bullying e outros tinham problemas em casa. Naquele ano, tínhamos 15 alunos, cinco dos quais moraram comigo em algum momento do ano letivo, por um e outro motivo."
A Alliance não é uma escola comum. Seu objetivo é atender a uma comunidade que em geral costuma ser ignorada e, nos piores casos, vê sua existência negada --os jovens homossexuais. Mas se você a definir como uma escola gay, será corrigido imediatamente. Os critérios de admissão e as demais atividades da escola não levam em conta a orientação sexual.
O edifício, uma construção despretensiosa de tijolos situada a alguma distância da rua, não ostenta bandeiras de arco-íris ou cartazes com triângulos cor-de-rosa nas paredes. Owen estima que cerca de metade dos alunos sejam GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgênero). "Se você é gay, isso não importa muito. Se não é, tampouco".
Mas a escola, financiada pelo Estado de Wisconsin, é declaradamente simpática aos gays. "Aqui o aluno pode falar de um relacionamento ou de um fim de namoro sem se preocupar com a recepção que isso vai ter", explica Owen. A posição de rei e rainha do baile de formatura está aberta a todos, não importa o sexo. Um mural na porta mostra a inscrição "conhecimento, respeito, paz", e um cartaz com o nome "Stonewall Inn".
A escola é pequena --apenas 165 alunos-- e todo mundo se conhece. Os corredores abrigam proporção maior que a usual de meninos de cabelos compridos ou com as unhas pintadas. Tudo considerado, a escola oferece uma massa crítica de jovens que dizem que não se enquadravam em outras instituições --quer estejamos falando de góticos, punks ou nerds--, o que faz do não conformismo a norma, na Alliance.
O professor de arte da escola a descreveu afetuosamente, em entrevista para a revista "Time", como "a ilha dos brinquedos desajustados".
Em um momento no qual a diversidade sexual jamais foi mais aceita nos EUA, o surgimento de escolas como essa --existem algumas em todo o país-- parece paradoxal. "O que ter uma escola como essa diz sobre o nosso país?", pergunta Ritch Savin-Williams, professor de psicologia do desenvolvimento da Universidade Cornell e autor de "The New Gay Teenager". As escolas estão sob ataque dos conservadores sociais, grupos religiosos e até de alguns membros da comunidade gay.
Owen admite que nem todo mundo aprova a ideia. Um menino ligou para casa depois de alguns dias na escola e disse: "Pai, me tira daqui, esse pessoal é muito esquisito".
Mas para outros a escola literalmente é uma salvação. Os cabelos longos e ocasional uso de maquiagem de Dylan Huegerich o faziam alvo de frequentes zombarias na escola da pequena cidade de Saukville, onde cresceu. "Eu ficava tão magoado", conta. "Odiava minha vida. Odiava tudo". Quando a mãe dele se queixou à escola, os dirigentes disseram que ele devia cortar o cabelo e se comportar de modo "mais másculo".
A mãe disse à revista "Time" que "quando eu o deixava na escola, sabia que estava sendo ferido. 'Ah, eles te bateram? Bem, hora de voltar à escola'. Meu coração se partia sempre que ele saía do carro".
Ela decidiu que não matricularia o filho na oitava série. "Eu sentia que, se entregasse aqueles formulários, estaria condenando meu filho". Por isso, ele começou a estudar na Alliance, que fica mais longe (cerca de 90 minutos).
A escola, fundada em 2005, tem por modelo a Harvey Milk High School, de Manhattan, cujo nome homenageia o ativista dos direitos homossexuais que inspirou o premiado filme "Milk", credenciada pelas autoridades de educação em 2002. A escola começou com classes de segundo grau (para alunos dos 14 aos 18 anos), se expandiu ao ensino médio (alunos dos 11 aos 14), e agora está voltando a se concentrar apenas no ensino secundário.
Michael Freytes, 17, que é heterossexual, diz que gosta da Alliance porque não se sente julgado. "Quando eu estava no ensino médio, sofria muito bullying. Mas na Alliance, os demais alunos não toleram quando surge um problema como esse e os professores resolvem a situação".
Os estudantes resolvem conflitos por meio do que definem como "justiça restauradora", com um "círculo de justiça" controlado pelos alunos que, segundo Freytes, tenta "compreender o problema e resolvê-lo antes que as coisas escapem ao controle".
A principal justificativa para a existência de escolas como a Alliance é a segurança --uma resposta institucional ao bullying persistente que os jovens homossexuais e outros sofrem em escolas convencionais.
O problema continua severo. Uma pesquisa conduzida em 2009 pela Gay, Lesbian and Straight Education Network (GLSEN) revelou que 90% dos estudantes GLBT relatavam ter sofrido pressão ou bullying. Quase dois terços deles declararam não se sentir seguros nas escolas, e 20% reportaram agressões físicas.
Uma pesquisa de 2007 revelou que 39% dos entrevistados reportavam agressões físicas e, daqueles que informaram professores ou dirigentes escolares sobre o bullying, apenas 29% dizem ter obtido intervenção efetiva. A pesquisa de 2009 também revelou que os índices de bullying e pressão sobre os homossexuais não haviam mudado ante a década anterior.
PATRULHA NOS CORREDORES
No começo do ano, Kenneth Weisuhn, 14, se matou depois de sair do armário, em sua escola secundária em Iowa. Ameaças anônimas deixadas em sua caixa de mensagens foram seguidas de insultos pessoais e de agressão física que se tornou tão grave que professores tinham de patrulhar os corredores. Kenneth se enforcou na garagem de seus pais.
Mesmo os pais que não estão dispostos a aceitar a homossexualidade de seus filhos, diz Owen, compreendem a necessidade de colocá-los em um ambiente que os estimule. "Querem que seus filhos fiquem seguros. Querem ter certeza de que suas crianças não serão alvo de cusparadas ou chutes por serem o que são".
As atitudes quanto à homossexualidade estão mudando radicalmente nos EUA, mesmo em Estados da região centro-oeste como o Wisconsin, e ainda que o casamento homossexual venha sendo rejeitado sempre que é submetido a referendo estadual, o presidente Barack Obama declarou seu apoio ao casamento gay, que é legal em seis Estados e na capital federal norte-americana, Washington, regiões que correspondem a 12% do território do país.
De acordo com o instituto Gallup, hoje quase dois terços dos norte-americanos acreditam que relacionamentos homossexuais devem ser legais, ante menos de 50% em 1977.
Hoje, mais de 54% dos norte-americanos acreditam que a homossexualidade seja moralmente aceitável, ante 40% em 1977. E as pessoas que têm maior probabilidade de se sentirem confortáveis com a homossexualidade como um fato da vida que merece proteção e direitos iguais são os jovens.
Previsivelmente, os conservadores sociais não apreciam essa tendência, ou essa resposta educacional. O presidente do Partido Conservador no Estado de Nova York, Michael Long, disse que a criação da Harvey Milk High equivalia a engenharia social. "Existe um modo diferente de ensinar homossexuais? Existe matemática homossexual? Isso é errado... não há motivo para que essas crianças sejam tratadas de modo diferente".
Mas elas o são, com frequência, e Chad Weiden, que comanda esforços para criar uma escola simpática aos homossexuais em Chicago, diz que parte da competência de um professor é tornar acessíveis aos alunos questões ocasionalmente abstratas.
"O que importa é tornar a questão relevante para os jovens. Se você vai ensinar probabilidade, em matemática, pode usar como exemplos os suicídios dos GLBT, as táticas de parada e revista de minorias pela polícia ou o desemprego. Um bom currículo também lidaria com questão de orientação sexual ao tratar de assuntos como evolução, biodiversidade, antropologia, história e literatura. Isso deveria valer para todas as escolas, e não apenas aquelas que se veem como simpáticas aos homossexuais."
Mas por trás desses ataques conservadores existem duas motivações maiores. A primeira, sustentada pelo conceito de que a homossexualidade é errada, é que qualquer menção à homossexualidade "normaliza" a identidade gay e portanto poderia encorajar jovens que de outra forma não seriam gays a adotá-la.
"E o caso de uma menina virgem que está sendo pressionada por lésbicas e meninos para fazer sexo? E vocês querem construir uma escola gay?", disse o pastor Wilfredo de Jesus, de Chicago, ao "Chicago Journal". "Isso não é justo".
COMPLETA BOBAGEM
Savin-Williams diz que essas acusações são absurdas. "Não existe prova alguma de que um jovem possa ser levado a escolher homossexualidade ou heterossexualidade dessa maneira, quando mais que possa ser convertido. É uma completa bobagem".
Há quem prefira que os jovens homossexuais não sejam vistos ou ouvidos. Uma rede de clubes de aliança entre gays e heterossexuais surgiu em escolas dos EUA, para oferecer apoio aos estudantes homossexuais. Mas as autoridades escolares e pais conservadores em muitos casos se opõem à iniciativa, o que forçou os alunos associados a alguma dessas redes a recorrer à Justiça para garantir seu direito de associação, como aconteceu no ano passado em West Bend, Wisconsin, a apenas 45 minutos da Alliance.
A direita classifica os esforços de reconhecimento da diversidade sexual como "promover a agenda gay". Quando Weiden estava tentando estabelecer sua escola, os conservadores tentaram forçá-lo a dizer que o objetivo era promover o estilo de vida homossexual.
"Eles provocavam, e queriam que admitíssemos que íamos ensinar o estilo de vida gay. Eu poderia ter respondido que sou gay, que os alunos seriam gays, e que a escola seria a escola mais gay da cidade. Mas não é o que queremos."
A segunda motivação, porém, tem por base a crença, bem mais presente, de que os adolescentes e pré-adolescentes gays simplesmente não estão em condição de compreender e rotular plenamente sua orientação sexual; que, como ser gótico, punk ou nerd, a homossexualidade da adolescência talvez represente apenas uma fase pela qual estão passando. Isso deriva em certa medida da ansiedade dos pais quanto à sexualidade que seus filhos começam a desenvolver.
Mas também deriva da associação entre ser gay e ser sexualmente ativo, e da tendência a submeter a identidade gay a um padrão distinto da identidade heterossexual. Um menino de 12 anos que expresse interesse furtivo por garotas (ou vice-versa) não provocaria grande preocupação. Ninguém se preocuparia quanto à sua heterossexualidade. Já um menino de 12 anos que se sinta atraído por outros meninos não teria esse luxo.
A identidade sexual é fluida, nesses casos, existe é claro a possibilidade de que a preferência mude. Mas isso se aplica aos meninos heterossexuais da mesma forma que aos gays. E as probabilidades apontam que, gays ou héteros, meninos de 12 anos não devem ainda ter dado seu primeiro beijo.
"Ninguém pergunta a eles [os adolescentes ou pré-adolescentes heterossexuais] se têm certeza, ou diz que são jovens demais para saber se gostam de meninas, e que aquilo é provavelmente só uma fase", diz Eileen Ross, diretora do Outlet Program, serviço de apoio aos jovens gays da Califórnia, ao "New York Times". "Mas muitas vezes é isso que dizemos aos jovens gays. Negamos seus sentimentos e verdade de um modo que jamais faríamos com um jovem heterossexual".
Em gerações passadas, os jovens esperavam chegar à universidade para assumir a homossexualidade. Agora, se sentem encorajados a fazê-lo ainda durante o segundo grau --em uma idade e ambiente caracterizados por bullying, provocações, descoberta sexual e turbulência hormonal. "Os jovens estão assumindo mais cedo, e o ensino médio é o pior período para o bullying", diz Savin-Williams. Há diversos acampamentos de verão nos EUA que atendem a crianças transgênero a partir dos oito anos de idade.
"Sempre soubemos que o ensino médio era um momento no qual os jovens lutam para definir suas identidades", disse uma conselheira de escola média ao "New York Times", admitindo que sua escola estava "completamente despreparada" para alunos abertamente gays.
Disse também que era comum "deixar passar sem punição as agressões verbais aos homossexuais porque esse tipo de linguagem é comum na cultura do ensino médio, e porque no passado não havia alunos que tivessem assumido o homossexualismo, para os professores ou os colegas. Agora isso acontece, e estamos tentando correr atrás do problema e garantir a segurança desses alunos".
Mas as escolas simpáticas aos gays enfrentam resistência de membros da comunidade gay que acreditam que elas representem segregação, uma forma de proteger os jovens homossexuais contra as realidades da homofobia e de permitir que as escolas convencionais não mudem.
Savin-Williams encara com ceticismo as escolas especiais para gays. "A maioria dos alunos que estudam nessas escolas está lá não tanto por serem gays mas por não se enquadrarem aos estereótipos de sexo. Isso não se aplica à maioria dos jovens gays. Onde o processo para? Teremos escolas para alunos gordos, para alunos irritantes e para todos os demais que simplesmente não se enquadram?"
Em Chicago, a oposição combinada dos religiosos, conservadores e gays torpedeou os planos para uma escola local simpática aos gays.
"A comunidade gay reagiu desfavoravelmente", diz Weiden, o promotor da iniciativa. "Os líderes não aprovavam. Achavam que fosse segregação, e diziam que se criássemos a escola não estaríamos responsabilizando as demais escolas pelos seus problemas. Mas os jovens vivem com medo, agora. Sofrem agora. Vai demorar anos para forçar as escolas a resolverem seus problemas. Espero que em 10 anos nossa escola já não seja necessária. Mas agora é".
Owen concorda. "Ainda que as demais escolas devessem estar tratando da questão, o fato é que não estão", diz. "E não é como se nossos estudantes não soubessem o que acontece por aí. Por isso escolheram nossa escola. Dizem que encaram o mundo a cada dia e sabem o que acontece. E a realidade é que o mundo real é mais parecido com a nossa escola do que com as demais. É muito mais simpático aos gays".
NO REINO UNIDO
Mais de metade jovens dos homossexuais e bissexuais britânicos já sofreram bullying homofóbico nas escolas do Reino Unido, de acordo com uma pesquisa publicada pela Stonewall no começo do mês. Quase todos os 1,6 mil jovens questionados disseram que insultos aos gays são comuns, uma constatação confirmada por recente relatório da Ofsted que identificou uso generalizado da palavra "gay" como insulto.
Wes Streeting, diretor de educação da Stonewall, disse que "constatamos que o bullying contra os gays é menos intenso nas escolas que o definem explicitamente como inadmissível e nas quais os incidentes são resolvidos de forma rápida e séria. As melhores escolas são as que vão além do combate ao bullying e celebram a diferença, tratando as questões homossexuais de modo positivo em todo o currículo".
Em uma escola primária que reagiu com sucesso ao bullying, inspetores da Ofsted afirmaram que os alunos se sentiam confortáveis rejeitando estereótipos --um menino de seis anos estava usando um saiote de balé sem que os colegas comentassem, e uma menina escreveu um conto de fadas que terminou em casamento de duas princesas. Os alunos de sexta série aprendem sobre modelos de comportamento gay como o ator Ian McKellen e o jogador de rúgbi Gareth Thomas.
Em outra escola onde muitos alunos têm atitudes agressivas quanto aos gays e as crianças empregam termos insultuosos, o diretor de ensino usa o currículo para debater questões gays --o estudo da vida de Alan Turing, na tecnologia; a perseguição dos nazistas aos homossexuais, em história. A escola apresentou modelos externos de comportamento, como uma rapper negra lésbica e um grupo de muçulmanos gays.
A Ofsted constatou "queda significativa" na incidência de bullying na escola, e os funcionários e alunos abertamente homossexuais podem ser mais abertos quanto à sua sexualidade sem medo de agressão.
Tradução de PAULO MIGLIACCI.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Santana sai do armário em cena inédita de Glee



Se tem uma coisa que Ryan Murphy sabe fazer é manter os fãs de “Glee” interessados na série. Com o fim de mais uma temporada, o diretor decidiu soltar algumas cenas que foram excluídas da terceira fase do seriado.

Primeiro, liberou a cena romântica em que Blaine dá um anel de compromisso a Kurt. Agora, para as meninas, divulgou a saída do armário da líder de torcida Santana, interpretada por Naya Rivera. Assista!


Em entrevista, Claudia Jimenez diz que ex-companheira foi o maior amor de sua vida




"A Stella foi o maior amor que eu vivi", declarou Claudia Jimenez, referindo-se à ex-companheira Stella Torreão, durante entrevista ao "Fantástico" de domingo (5). Claudia e Stella viveram juntas por dez anos e continuam muito amigas mesmo após a separação. Foi Stella quem esteve ao lado da atriz durante todo o processo da cirurgia cardíaca ao qual ela se submeteu no último dia 23 de julho.

"Stella é meu anjo da guarda, é muito bom ter encontrado alguém fiel, cúmplice e que tenha ficado para sempre", prosseguiu Claudia que recebeu alta na última quinta (2) do hospital Pró-Cardíaco, no Rio. Durante a entrevista, ela disse que "ainda está escangalhada", comparando-se a um brinquedo.

"Ainda estou um pouco escangalhada, aos poucos vou retomando ao meu normal. Fiquei entubada na UTI, com drenos. Meu coração ficou parado durante sete horas. O procedimento foi muito violento", explicou ela, que precisou trocar a válvula aórtica. Uma prótese feita de pele de boi foi inserida no local da válvula que estava degenerada.

"Se uma coisa dessas não mudar você, nada mais muda. A gente vê o que é importante na vida. Me preparei para uma guerra e meus soldados foram minha família e a Stella", contou Jimenez que só pretende voltar ao trabalho em quatro meses.

A atriz se submeteu a uma cirurgia para troca da válvula aórtica no dia 23 de julho. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, Jimenez deu entrada na unidade no dia 22 à noite. Na manhã do dia 24, um boletim médico informou que a atriz estava clinicamente estável e lúcida.

Há um mês, a atriz já havia sido submetida a um cateterismo e teve que colocar quatro stents – pequenos tubos perfurados que são inseridos no interior das artérias para facilitar a circulação sanguínea.

Em entrevista ao UOL, Claudia Jimenez afirmou que seu problema no coração é decorrente da radioterapia a qual foi submetida quando teve um câncer. "Foi por conta da radioterapia que essa válvula entupiu. Não é porque eu tenha saído da dieta. Não é nada disso. Posso até comer risole (risos)", brincou.

Em 1986, Claudia descobriu e curou um câncer no mediastino. Em 1999, a atriz sofreu um infarto e passou por uma cirurgia para a colocação de cinco pontes de safena.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Frangos homofóbicos: cadeia de fast food contrária a casamentos homoafetivos gera protestos nos EUA


Publicado no Jornal de Notícias de Portugal
Uma cadeia de comida rápida norte-americana, a Chick-fil-A, acendeu o reastilho em torno do casamento homossexual nas eleições presidenciais nos EUA ao declarar-se contra a união matrimonial entre pessoas do mesmo sexo.
Há cidades que proibiram a abertura de mais restaurantes e a comunidade gay realizou uma "manifestação de carinho" em frente às filiais da Chick-fil-A. Os que apoiam a opinião da empresa já prometeram deslocar-se aos restaurantes para comerem a especialidade de frango frito.

A controvérsia começou quando, no passado dia 2 de julho, o site Biblical Recorder publicou uma entrevista com presidente da empresa, Dan Cathy, a declarar-se contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Cathy afirmou que apoia a "definição bíblica da família" e que a empresa que lidera se trata de "um negócio familiar". O presidente foi mais longe e deu o seu exemplo pessoal e dos restantes sócios da empresa que continuam casados com as primeiras mulheres.
A Chick-fil-A tem cerca de 1600 restaurantes espalhados pelos EUA em que a especialidade é frango frito e, agora, o simples facto de uma pessoa se deslocar até uma das filiais para comer a especialidade pode significar que é contra o casamento gay. A entrevista já tinha gerado alguma controvérsia mas foi a intervenção política que a fez ganhar uma nova dimensão. De imediato, membros do movimento ultra-conservador Tea Party revelaram o seu apoio a Cathy e associaram uma refeição na Chick-fil-A ao apoio ao casamento tradicional.
Entre os membros do Tea Party a favor da Chick-fil-A estão os ex-governadores e ex-candidatos às eleições presidenciais norte-americanas Mike Huckabee e Rick Santorum. Os ex-candidatos pediram para as pessoas se deslocarem aos restaurantes da cadeia e a iniciativa teve um enorme êxito na quarta-feira. Ainda assim, as opiniões contrárias já se fizeram ouvir.
O autarca da cidade de Boston, Thomas Menino, escreveu a Dan Cathy para o informar que vai proibir a abertura de mais restaurantes Chick-fil-A na cidade. "Orgulhámo-nos do apoio dos nossos cidadãos ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e trabalhámos para ampliar estas liberdades a toda a cidadania", disse Thomas Menino. Os autarcas das cidades de Washington, Chicago e São Francisco também tomaram a mesma medida.

Bolívia: gays publicam 'Dicionário Maricas' contra estereótipos


Publicado no Terra
Homossexuais bolivianos elaboraram um pequeno "Dicionário maricas" para descrever de forma "poética" a pluralidade de suas identidades e em rejeição ao que consideram os "estereótipos" dos gays na Bolívia.
Roberto Condori e Edgar Solís são os autores da obra, que reúne 13 nomes populares com que os homossexuais costumam ser chamados ou insultados na Bolívia, mas que agora foram descritos com novos significados para torná-los "menos dolorosos".
"Dizer 'sou gay, e daí?' é uma posição desafiante", disseram Condori e Solís à Agência Efe, ao afirmar que o dicionário apresentado na Feira do Livro de La Paz não é convencional, mas "uma radiografia" das "genuínas" formas de ser dos homossexuais.
Foram descritos e amenizados termos como "desviado", "fresco", "louca" e "bicha", que são usados pelos homofóbicos contra os homossexuais.

domingo, 5 de agosto de 2012

Gaby Amarantos faz campanha contra homofobia e compra briga com fãs de Joelma




Publicado no Vírgula
A cantora Gaby Amarantos decidiu neste sábado (4) fazer uma campanha contra a homofobia. Em seu perfil no Facebook, a artista publicou uma mensagem com uma camiseta contra o preconceito de gays e escreveu: “Homofobia? Tô fora!”.
A foto da cantora vestindo a camiseta “Diga Não a Homofobia” curiosamente foi publicada um dia depois que a cantora Joelma, da banda Calypso, causou polêmica na rede social por aconselhar um fã gay a “se converter, virar homem e ter um filho”.
Joelma e o fã explicaram que tudo não passou de uma brincadeira, mas as manifestações contra a cantora pipocaram na net. Agora, enquanto muitos apoiaram a manifestação de Amarantos, outros seguidores dizem que ela está querendo se promover. 
Um seguidor escreveu: “Que coisa linda! Viva a diversidade e o respeito. Ah, diz isso também pra Joelma da banda Calypso! Linda!”. Já outro alfinetou: “Uma coisa é ser Contra a Homofobia, mas o engraçado é que a Gaby só tirou essa foto agora. Qual o motivo de publicar só depois do bafafá com o mal entendido da Joelma? Triste é ver gente se promovendo com a desgraça dos outros...”.
No site do Vírgula, veja outros famosos que pisaram na bola ao promoverem de forma deliberada ou não a homofobia: Clique aqui!

Preta Gil se arrepende de ter revelado ser bissexual


Publicado no O Fuxico
Preta Gil é uma das cantoras que coloca o público para mexer em todos os sentidos. Além disso, ela também causa algum burburinho, quando pode. Recentemente, ela tomou conta dos noticiários quando revelou ser bissexual.
Neste mês de agosto, Preta Gil é capa da revista RG e falou justamente sobre o assunto. Para ela, a sociedade não está pronta para ouvir de tudo e se arrependeu de ter revelado sua orientação sexual.
"As pessoas não estão preparadas pro honesto, pro sincero, poderia ter deixado isso no âmbito da minha intimidade", afirmou. 
As informações são da coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.