sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Polícia investiga ameaças de morte a homossexuais de Curitiba


 
Publicado pelo G1
 
A polícia investiga a origem de ameaças feitas a 14 ativistas de movimentos homossexuais de Curitiba. As ameaças, inclusive de morte, são feitas por telefone e por e-mail. Nas mensagens eletrônicas, o remetente usa ofensas e palavrões. O texto é agressivo e condena a opção sexual.
 
“Conhecem detalhes dos militantes, desses ativistas de direitos humanos, inclusive, detalhes do cotidiano. Se mora só, se tem família, horários em que entra ou sai de casa”, contou Márcio Marins (foto), integrante do LGBT.
 
As ligações começaram depois da última passeata gay de Curitiba, 30 de setembro, e continuaram até o início desta semana. As vítimas acreditam que são feitas pelas mesmas pessoas ou pelo mesmo grupo porque as palavras usadas são semelhantes.
 
Já é sabido que a maioria das ligações foi feita de telefones públicos da cidade. “O estado não vai permitir de forma alguma que haja homofobia aqui no Paraná. Essas pessoas terão todo o apoio do estado na sua tranquilidade”, garantiu o delegado Hamilton da Paz.
 
Veja vídeo reportagem no G1: Clique aqui!

Livro: "Fora do Armário" - Occello Oliver


 
Há menos de um mês, o jornalista, relações públicas, produtor e escritor Occello Oliver lançou "Fora do Armário", seu primeiro livro pela Metanoia Editora. Após uma série de pesquisas sobre o universo homossexual no Brasil e no mundo, suas constatações foram reunidas numa ampla e curiosa história. O livro se propõe a abordar a rotina diária dos homossexuais de forma sutil, leve e verdadeira, além de suas atuações nas diversas nações em que vivem.
 
“Fora do Armário” envolve aspectos da história, geografia, literatura, artes, música, teatro, cinema, televisão, mídia social, atualidades, família e uma série de informações e conceitos que marcam a presença dos gays na sociedade. O livro reafirma a presença do homossexual em todos os canais de informação, o que revigorou e planificou sua imagem num mundo de comunicação globalizada e em constante transformação.
 
Para os interessados, o livro pode ser adquirido pelo site da Metanoia Editora.
 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Grupos franceses protestam contra união gay


 
 
Publicado pelo RFI
Fotos do Terra
 
Milhares de pessoas participaram nessa terça (23) na França de diversas manifestações contra a adoção de crianças por casais formados por pessoas do mesmo sexo. Os protestos foram mobilizados pela associação Alliance Vita em 75 cidades do país, em um momento em que o governo se prepara para propor mudanças nas leis de adoção e casamento.
 
Os protestos aconteceram nas principais cidades do país, como Paris, Lyon ou Marseille. Os manifestantes usavam camisetas com os frases como “um papai, uma mamãe – não se pode mentir às crianças”, ou “você pode me dar quantos papais você quiser, mas nenhum será jamais uma mamãe”.
 
 
Em Lyon, discussões entre favoráveis e contrários à adoção por homossexuais foram registradas durante a passeata. “Não estamos mais no século 19, nem no 20”, gritava um morador, de sua janela.
 
A operação ocorreu para demonstrar oposição à apresentação, no dia 7 de novembro, de um projeto de lei propondo a legalização do casamento e da adoção por casais homossexuais, uma das promessas de campanha do presidente socialista, François Hollande. A associação Alliance Vita foi criada em 1993 para fazer face aos conflitos de bioética que emergiam, como o aborto ou a eutanásia.
 
Nas últimas semanas, vários prefeitos de municípios franceses já anunciaram que se recusarão a realizar um casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, mesmo se a lei for aprovada. Na França, cabe aos prefeitos celebrar uma união civil.
 
Nesta segunda-feira, foi a vez de cerca de 100 deputados e senadores conservadores, representantes da oposição na França, anunciarem que vão se mobilizar para não permitir a aprovação do projeto.

 
Durante o protesto em Marselha,  um casal de lésbicas marcou presença e se beijou em frente a pessoas que participam de manifestação.

Horror: travesti é morto a pedradas na capital baiana


 
Publicado pelo Terra
Por Lucas Mendes
 
Um travesti foi morto a pedradas na madrugada desta terça-feira na localidade de Portelinha, no bairro de Paripe, subúrbio ferroviário de Salvador (BA). O crime aconteceu próximo ao colégio Dom Pedro e a vítima, antes de ser apedrejada até a morte, foi espancada por um casal que mora na mesma região.
 
De acordo com a Companhia de Polícia Militar do bairro, a vítima, que ainda não foi identificada, chegou à rua Eduardo Doto, onde morava, e foi recebida com violência por um casal. Todo o espancamento e as pedradas na cabeça que culminaram com a morte do travesti foram acompanhadas por vizinhos que, logo após, chamaram a polícia.
 
Não foi possível prestar socorro à vítima, que morreu ainda no local. Os vizinhos relataram que o travesti sofria perseguição por parte do casal. A investigação da autoria e motivação do assassinato será feita pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O corpo segue no Instituto Médico Legal (IML) aguardando identificação.
 
O crime deve entrar para o grupo dos que foram cometidos em circunstâncias de homofobia. De acordo com o Grupo Gay da Bahia, em 2011 houve 266 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil. A Bahia lidera o ranking com 28 mortes no período. Na última semana, um casal de lésbicas sofreu violência em casa por parte de um vizinho e Djeane Ferreira Lima, 19 anos, foi morta a facadas.
 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Matt Bomer perdeu papel de Superman por ser gay, diz escritora


 
Publicado pelo Vírgula
 
A escritora Jackie Collins fez uma declaração bombástica durante o lançamento de seu mais novo romance, o livro The Power Trip. Durante uma entrevista à Gaydar Radio, ela afirmou que é "quase impossível" para atores LGBT se destacarem em Hollywood.
 
Segundo ela, o ator Matt Bomer, que estrela o seriado White Collar, perdeu o papel de protagonista no filme Superman: Flyby [que nunca saiu do papel], por causa de sua sexualidade.
 
Em fevereiro de 2012, Bomer admitiu ser gay, e agradeceu ao parceiro, Simon Halls, durante o discurso.
 

Escola leva 48 anos para pedir desculpas por ofensa homofóbica


 
Publicado pelo Dezanove de Portugal
 
Um cidadão canadense recebeu um pedido de desculpas por uma inscrição feita no álbum anual dos finalistas da sua escola. No álbum em causa foi impresso, por baixo do nome do finalista Robin Tomlin, a palavra “fag” (algo como o “viado” em português).
 
Os representantes do distrito escolar de Vancouver do Norte pediram oficialmente desculpa, na pessoa do inspector superior John Lewis do distrito escolar no passado dia 4 de Outubro.
 
“Gostaria de expressar, em meu nome e no nome do Conselho de Educação, que é de lamentar que o anuário de 1970 tenha sido publicado com aquela inscrição.”
 
A vítima logo se manifestou. “Quero um pedido de desculpas cara-a-cara, não um e-mail” disse Tomlin. “Essa seria a única forma de um pedido de desculpas genuíno. Não quero um milhão de dólares. Acho que não é exigir muito” continuou.
 
Segundo Tomlin, foram muitos os anos difíceis por que passou. Tomlin diz que apesar de não ser gay, a alcunha se colou a ele. Na escola era alvo de constantes escárnios. Chegou até a ter medo de ir ao baile de finalistas temendo que poderia ser espancado. Acabou, finalmente, por mudar de cidade para começar uma nova vida.
 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mais da metade de casais do mesmo sexo vive no Sudeste, afirma IBGE



O Censo Demográfico de 2010 abriu, pela primeira vez, a possibilidade da população brasileira registrar o cônjuge ou parceiro(a) do mesmo sexo. A investigação, feita no questionário básico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado nesta quarta-feira (17), apontou que 53,8% das uniões eram constituídas entre mulheres e 46,2%, entre homens. Conforme o levantamento, mais da metade dos casais do mesmo sexo está no Sudeste do país (52,6%), seguido pelo Nordeste (20,1%) e pelo Sul (13%).

O IBGE não divulgou o total de casais que se declararam nesta situação conjugal. Em termos do total de domicílios do país, no entanto, casais em união homoafetiva corresponderam a 0,1% do total de unidades domésticas – cerca de 58 mil residências brasileiras.

Em relação ao nível de instrução, segundo Censo de 2010, 25,8% de brasileiros que disseram possuir uma relação homoafetiva têm ensino superior completo. Quanto à religião, houve predominância de pessoas que se auto afirmaram católicas (47,4%), seguida por pessoas sem religião (20,4%). Llevando em conta o estado civil, a maioria se declarou solteiro (82%), Outros 13% se disseram casados. A natureza do casamento em 99,6% das uniões homoafetivas, é do tipo consensual (sem formalização), diz o IBGE.

Rio abre inscrições para coletiva de união estável homoafetiva


 
Publicado pelo Jornal do Brasil
 
O estado do Rio se prepara para realizar a terceira cerimônia coletiva de união estável homoafetiva em dezembro. Nessa edição, serão reunidos 100 casais, número duas vezes maior que o registrado na cerimônia anterior, em julho.
 
Para participar da iniciativa, o casal deve encaminhar a ficha de inscrição e os documentos até o dia 12 de novembro para o Centro de Referência LGBT (lésbica, gays, bissexuais, travestis e transexuais) mais próximo. Os endereços dos centros e mais informações a respeito podem ser encontrados no sitewww.riosemhomofobia.rj.gov.br ou pelo Disque Cidadania LGBT - 0800 023 4567. Quem ainda estiver casado civilmente ou em processo de divórcio não poderá se inscrever.
 
A ação é fruto da parceria entre o programa estadual Rio sem Homofobia, a Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, o Tribunal de Justiça do Rio e a Defensoria Pública do estado. “É mais uma oportunidade para que casais homoafetivos possam reafirmar seus direitos, estabelecendo uniões estáveis. Com essa cerimônia, damos continuidade aos avanços conquistados na área dos direitos civis da comunidade LGBT”, disse o superintendente e coordenador do Rio sem Homofobia, Cláudio Nascimento.
 
O casal inscrito terá uma reunião com a equipe do Tribunal de Justiça e audiências que ocorrerão no mês de novembro. Essas audiências terão atas que já servirão como documento para que os casais comprovem a união, sem a necessidade de registro no cartório. Os casais formados por travestis e/ou transexuais terão seus nomes sociais e de registro nas atas da audiência.
 
Após a audiência de união estável, o casal interessado poderá entrar com o pedido de solicitação de conversão para casamento. Para isso, contará com o auxílio da equipe da Defensoria Pública e do Rio sem Homofobia.
 

domingo, 21 de outubro de 2012

Pesquisa afirma que 3,4% dos americanos são homossexuais


 
Publicado pelo O Globo
 
Uma pesquisa do instituto americano Gallup, divulgada nesta quinta-feira, estima que 3,4% dos americanos em idade adulta sejam lésbicas, gays, bissexuais ou transexuais assumidos. Nos números do levantamento, que inclui entrevistas com mais de 121 mil pessoas, há mais mulheres identificadas como LBGTs do que homens. Os jovens, entre 18 e 29 anos, são os que assumem com mais facilidade a opção sexual.
 
“A mídia contemporânea acha que a população LGBT é desproporcionalmente branca, masculina, urbana e muito rica”, diz Gary Gates, professor da UCLA e responsável pelo relatório. “Esses dados revelam que a população LBGT tem uma proporção mais abrangente em pessoas que não são brancas e que não são ricas”, afirmou o especialista, que defende o objetivo da análise é combater estereótipos construídos sobre os homossexuais.
 
De acordo com o levantamento, os LGBTs são divididos em 4,6% afro-americanos, 4% hispânicos, 4,3% asiáticos, 3,2% são brancos. Cerca de 3,6% das mulheres são homossexuais, contra 3,3% dos homens. Dentro do grupo dos jovens entre 18 e 29 anos, 8,3% das mulheres assumiram serem LGBTs, em comparação a 4,6% dos homens da mesma idade.
 
Em contraste com pesquisas passadas, a análise da Gallup não registrou grandes diferenças da população LGBT sob o aspecto de educação. Entre os entrevistados com apenas o segundo grau ou menos, 3,5% se identificavam como homossexuais. No grupo dos universitários, o número cai para 2,8% e 3,2% em pós-graduados.
 
Em relação à renda, 16% dos homossexuais disseram receber mais de US$ 90 mil por ano. No entanto, uma parcela de 35% recebe menos de US$ 24 mil. Cerca de 32% das mulheres homossexuais tem filhos de menos de 18 anos, enquanto 31% dos homens também.
 
De 2004 a 2008, o instituto havia feito uma pesquisa parecida na qual a estimativa da população homossexual nos EUA era de 3,8%. Este ano, o índice caiu quatro pontos percentuais.
 

Espanhola é primeira lésbica a pedir indenização por repressão franquista


 
Publicado pelo Extra
Com informações do El País
 
A vida lhe passou uma segunda rasteira. Por isso, para M.C.D. - a primeira dentre as mulheres homossexuais reprimidas pelo regime do ex-ditador espanhol Francisco Franco a pedir indenização -, é quase um dever moral conceder entrevistas aos meios de comunicação. No entanto, ela o faz a contragosto e com reservas: nem seu nome nem a cidade onde vive podem ser publicados.
 
A exigência não se deve somente às sequelas deixadas pelo trauma que viveu (a moça, por ser homossexual, foi detida aos 16 anos, posta em liberdade condicional e julgada aos 17). M.C.D. também leva em conta o fato de que, em sua cidade, sobre a qual não dá nenhum detalhe, as vidas dela e de sua parceira não andam fáceis ultimamente. “A homofobia ainda existe”, afirmou Antoni Ruiz, presidente da Associação de Ex-Presos Sociais, que presta auxílio jurídico à M.C.D. em seu pedido de indenização. A mulher conta sua história de maneira abreviada e relutante.
 
- Não me lembro nem quando nem onde estava quando fui detida. Um grupo de policiais à paisana se aproximou, e pronto - contou. - Passei toda a minha vida tentando esquecer disso, tentando superar o trauma.
 
M.C.D. também não sabe porque foi presa: se alguém a denunciou ou se seu comportamento, na hora, foi considerado suspeito pelos policiais. Lembra-se, somente, de que tinha “17 anos, idade em que o indivíduo ainda não é considerado adulto”, e que foi submetida “a um interrogatório infundado durante meses”.
 
Ao ler em voz alta e embargada uma espécie de comunicado judicial, M.C.D. mostra que é a prova viva de um tempo em que ser reconhecido como homossexual ou transexual era um perigo na Espanha. Como exemplo, se lembra de que, em seu círculo de amizades, “duas pessoas receberam choques” como forma de tratar o “desvio de comportamento”. Outros sofreram ainda mais, como três conhecidos - “um estudante, um professor, que era um dos meus melhores amigos, e um bombeiro” -, que acabaram se suicidando. - Se cada um de nós conhecer cinco pessoas [que tenham sofrido com a repressão do regime], imagine como era viver naquela época - sugeriu M.C.D.
 
Algumas informações úteis constam na sentença do juiz “de Instrução, Periculosidade e Reabilitação Social” da província em que vivia, antes de ser presa. Trata-se de um documento de apenas duas folhas, o bastante para ilustrar como a homofobia da época era capaz de arruinar vidas. M.C.D., “filha de uma família honrada”, apresenta “uma clara orientação homossexual, mantendo relações vulgares com outra jovem a qual domina, persegue e atrai (uma vítima da pervertida)”, diz o documento. Além disso, a moça é “uma pessoa que se rebela contra seus familiares, que os desobedece e ameaça” quando “tentam corrigi-la e educá-la”.
 
Ambos os crimes (ser homossexual e desobedecer à família) eram igualmente graves para um sistema em que a maioridade correspondia aos 21 anos, conceito imposto relutantemente às mulheres. Por isso, o juiz não tinha dúvidas de que M.C.D. “é uma homossexual, que se rebela contra sua família e que se encontra em estado perigoso”. Por isso, ela podia ser submetida à lei de Periculosidade Social, de 1970, e condenada à “reclusão em estabelecimento de reeducação por um tempo não inferior a quatro meses nem superior a três anos”. Também lhe foi proibido, por dois anos, comparecer a “salas de festas e estabelecimentos públicos onde haja consumo de bebidas alcoólicas”. Ao advogado da moça, obviamente, não foi dada nenhuma oportunidade de defesa.
 
A lembrança é dolorosa para M.C.D. No entanto, ela se recorda de sua “reeducação” com bom humor.
 
- Era uma cela normal [na prisão de Alcázar de San Juan, província de Ciudad Real, onde ficou quatro meses]. Não havia reeducação alguma. Bom, eramos obrigadas a fazer trabalhos manuais, como costura. Claro que eramos muito mal pagas. Alguém deve ter lucrado às nossas custas - contou.
 
É óbvio que o “esforço reeducador” foi um fracasso. Alguns de seus amigos se casaram para fugir do preconceito, mas esse não é o caso de M.C.D. Cabe à Comissão de Indenizações a Ex-Presos Sociais - órgão colegiado que integra o Ministério da Economia e Fazenda - avaliar seu pedido de indenização.
 

A odisseia da homossexualidade na adolescência


 
Publicado pela BandPress
Artigo de Arnaldo dos Anjos
 
É espantoso constatar que em pleno século 21, tempo de grandes saltos tecnológicos e de informação sendo despejada por todos os lados para todo que qualquer um que as busque, ainda presenciemos situações com claros resquícios da barbárie inerente -embora inaceitável- ao ser humano. Pior é perceber que a família, que em tese deveria ser a responsável não só por atender as necessidades básicas de um adolescente, mas também orientá-lo e principalmente protege-lo, seja no fim das contas, em muitos casos, o próprio agente opressor.
 
Não é novidade dizer que em função da inquietação e discriminação existentes na sociedade em torno da prática homossexual, a homofobia, o adolescente, temendo ser rejeitado, muitas vezes esconde sua condição e se isola, colocando sua saúde em risco. Neste caso, a família exerce – ou deveria exercer - papel fundamental no direcionamento destes adolescentes. Lamentavelmente isso é muito mais uma exceção do que a própria regra.
 
Presenciei, não de forma passiva, a exposição pública e vexatória de um rapaz de 16 anos pelo pai que acabara de descobrir que o adolescente era homossexual. Além de espanca-lo em publicamente na frente dos amigos e do namorado do garoto, o pai em sua clara demonstração de pátrio poder e masculinidade vociferava toda sorte de injúrias contra aquele ao qual devia proteger, acolhere respeitar. Mesmo em meio ao protesto dos passantes, o homem não se intimidou e em alto e bom tom declarou que “preferia um filho ladrão, um drogado, um assassino, mas viado não”.
 
Creio que tudo que eu possa dizer á respeito, toda minha indignação e profunda tristeza não serão em absoluto coisas novas. Lamentavelmente vivemos numa sociedade homofóbica que discrimina com violência a homossexualidade, fazendo com que homossexuais se exponham a riscos para a saúde por medo de terem a sua orientação sexual revelada.
 
Por conta desta segregação sofrida pela sociedade e em muitos casos pela própria família, jovens se lançam em segredo numa vida desregrada de promiscuidade em que buscam através da prática sexual inconsequente o preenchimento de seu vazio existencial. Sua autoestima é abalada ao ponto destes jovens aceitarem os estigmas que lhes são impostos. Postos como escória, comportam-se como escória. Isso sem contar a quantidade espantosa de jovens homossexuais que sucumbem ás pressões e perseguições sofridas em seu ambiente de convívio e terminam por cometerem suicídio. Seria essa a modernização do clássico de Shakespeare, onde os amantes impossibilitados de entregarem-se ao sentimento tão vivo e puro dentro de si, encontram na morte a solução para a questão?
 
Lembremos que, nenhum valor, seja ele religioso, político, ideológico, se sobrepõe ao humano. E que pouca valia há em lamentar a perda de um filho, seja para as drogas, para a prostituição, para a morte, entre tantas outras possibilidades, sem que antes tenha se esgotado todas as possibilidades de auxílio, pautadas na compreensão, na tolerância e no respeito ao ser humano em questão.
 
“Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.” Albert Einstein, genial como era. Atual como é!