sábado, 27 de julho de 2013

Os horrores do “tratamento da cura gay” no Equador


 
Publicado pela Revista Fórum
Por Adital
 
Agressões físicas, uso de água gelada, dopagem e outros tipos de tortura e violações de direitos humanos são parte de um “tratamento” clandestino para “desintoxicar e curar” pessoas homossexuais no Equador. A existência de uma rede destes centros de reabilitação foi confirmada na quarta (24) pela ministra de Saúde do país, Carina Vance (foto).
 
Ministra de Saúde do país, Carina Vance, confirmou
a existência de uma rede ilegal de “cura gay”
 
Uma série de denúncias indicou ao governo a existência de 18 centros, dos quais 15 praticam essas agressões e três apresentaram más condições sanitárias. Em virtude disso, há cerca de oito meses, foi criada uma Comissão Nacional Interinstitucional encarregada de detectar as clínicas clandestinas que confirmou a violação dos “pacientes”. Segundo as informações da ministra, os centros estão “localizados nas províncias Tungurahua, Guayas, Manabí, Azuay, Pichincha, Santo Domingo de los Tsáchilas e Cotopaxi”, e a situação é “absolutamente crítica”.
 
Em 2012, o país concedeu autorização para 123 centros de reabilitação para dependentes químicos, no entanto, entre 70 e 80 clínicas operavam de forma ilegal e lucravam com o internamento forçado de pessoas. De acordo com o vice-ministro de Saúde, Miguel Malo, os casos não são isolados e apontam a existência de uma máfia operando na rede de clínicas clandestinas que “estavam totalmente fora de controle e regulação”.
 
Segundo as denúncias, duas pessoas morreram em consequências desses “tratamentos” no ano passado, em Machla (província de El Oro) e em Guayaquil (província de Guayas). Para reverter essa situação, o governo anunciou um plano de investimento para dez anos que prevê a construção de 950 centros de atenção integral com serviços de saúde mental em todo o território nacional.
 
Há pelo menos 13 anos que coletivos gays do Equador denunciam a existência destes centros clandestinos. Até 1997, a homossexualidade era considerada crime no país, e o Código Penal estabelecia penas de quatro a oito anos de prisão.
 
Enquanto o governo equatoriano tenta combater os “tratamentos” ilegais e violadores de direitos de pessoas homossexuais, bissexuais e transgêneros, no Brasil, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados Federal tenta aprovar o Projeto de Lei 234/11 também conhecido como Projeto de “Cura Gay”. A intenção foi fortemente rechaçada pela população, mas ainda é defendida pelo setor conservador.

Conheça a brasileira que estará na primeira luta gay do UFC


 
Publicado pelo Terra
Por Allan Brito
 
A maioria dos atletas de MMA teve a primeira luta em cima do octógono. Mas com a brasileira Jessica Andrade foi diferente. Nascida no interior do Paraná, desde cedo ela fez trabalhos braçais, na roça, em uma farmácia, como motorista e até em um Pesque-pague. Depois disso, quando virou lutadora, enfrentou também lutas contra o preconceito, tanto por ser mulher quanto por ser homossexual. Mas tudo foi superado e agora ela fará história: neste sábado, em Washington, Jessica estreará na maior organização de MMA do mundo e fará a primeira luta inteiramente gay na história do Ultimate Fighting Championship (UFC), contra a americana Liz Carmouche.
 
Jessica tem apenas 21 anos e se tornará a quarta pessoa mais jovem competindo atualmente no UFC. Realmente tudo sempre foi rápido para ela: além de ter trabalhado desde cedo, a paranaense começou a lutar há apenas dois anos. Começou com o judô na escola, passou para o jiu-jitsu, experimentou o muay-thai e logo começou a fazer sucesso no MMA por misturar todas essas artes marciais. Mas não sem antes enfrentar outra pequena "luta" em casa: "minha mãe sempre teve medo de mim, que eu me machucasse", contou ela, em entrevista ao site do UFC.
 
Assim como todos lutadores de MMA, Jessica tem um apelido, "Bate Estaca", que já virou comum. É o nome de um golpe permitido no UFC, mas proibido no jiu-jitsu. E foi exatamente em uma luta da "arte suave" que ela resolveu utilizá-lo, batendo as costas da adversária no tatame. Então criaram o apelido, que ela não gostou no início e por isso rapidamente "pegou".
 
O que também funcionou rapidamente foi a vontade de entrar no UFC - Jessica estreou no MMA no final de 2011, fez uma sequência incrível de onze lutas em pouco tempo e conquistou nove vitórias. Por causa desse bom cartel ela foi chamada em cima da hora para enfrentar Carmouche. Coincidentemente, a americana também é assumidamente gay e ativista da causa homossexual.
 
Jessica é casada com Ana Carolina e diz que sua
 orientação sexual costuma ser respeitada no MMA
 
Jessica sempre falou abertamente sobre sua orientação sexual, assume publicamente no Facebook e é casada com Ana Carolina Celeri. "Bate Estaca" se preocupa com o preconceito que outros gays sofrem, mas diz que no MMA isso não é um problema: "todos lutadores me respeitam. Apenas uma vez, em uma entrevista, algumas pessoas me falaram algumas coisas. Mas não foi nada se comparado com o que a comunidade (gay) tem que lidar", contou ela, em entrevista ao site MMA Junkie.
 
E o mais importante é que a questão da sexualidade não entrará no octógono. O essencial é o espetáculo que as duas prometem fazer em Washington, por causa dos estilos de ambas - elas têm poder de nocaute, devem ficar em pé, mas são versáteis e podem partir para um combate dinâmico. "Acho que vai ser uma luta mais explosiva e vou focar no erro dela", aposta Jessica, que parece não ter medo, até porque já enfrentou lutas piores na vida.
 
Ativista, ex-fuzileira e respeitosa
 
Ao contrário de Jessica Andrade, Liz Carmouche já tem alguma fama internacional. Ela lutou na primeira vez em que duas mulheres subiram em um octógono pelo UFC - perdeu para a campeã Ronda Rousey, mas deu trabalho e ganhou moral. Agora precisa se recuperar e é favorita absoluta contra a desconhecida e promissora brasileira. Mas prega respeito, inclusive por ter algumas semelhanças com sua adversária.
 
​Assim como Jessica, Liz teve outra profissão antes de virar atleta - foi fuzileira naval e só começou a lutar em meados de 2010. Sempre assumiu que era gay e faz questão de mostrar isso até no protetor bucal que usa no octógono, com as cores do arco-íris, um símbolo gay universal.
 
Liz sabe inclusive que só é apontada como favorita por ser mais conhecida que Jessica: "ela é uma lutadora veterana, a diferença é que ela é de outro país, então as pessoas daqui (EUA) não estão familiarizadas com ela", analisou, em entrevista ao UFC, antes de completar com outra promessa de um grande combate neste sábado: "ela vai ser uma boa adversária para uma grande luta".
 
 

Nobel da Paz sul-africano condena homofobia: "Deus não odeia gays"


 
Publicado pelo Terra
 
O arcebispo emérito da Cidade do Cabo na África do Sul e prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu disse nesta sexta-feira que não acredita que Deus odeie os homossexuais, e comparou a homofobia com o racismo.
 
"A muitos de nós causa angústia imaginar que Deus pode criar alguém e dizer: 'Te odeio. Te odeio por como te fiz", disse o líder religioso anglicano na Cidade do Cabo, durante a apresentação de uma campanha da ONU pela igualdade das minorias sexuais.
 
"Vocês podem imaginar alguém como eu, que disse que é injusta a punição por algo que não temos escolha como cor e sexo, se cale quando pessoas são perseguidas e assassinadas por sua orientação sexual?", acrescentou o antigo ativista contra o regime racista do apartheid.
 
"Eu penso que isso (a homofobia) é tão injusto como o racismo", acrescentou Tutu, que lembrou também que os homossexuais "não são uma raça à parte", como afirmam alguns, informou hoje a agência local de notícias "Sapa". "Não gostaria de ir para um céu homofóbico. Pediria desculpas e diria que gostaria de ir para outro lugar", acrescentou Tutu.
 
"Temos que construir uma sociedade tolerante, e não teremos uma sociedade livre até que todas e cada uma das pessoas sejam reconhecidas e aceitas pelo que são", disse o arcebispo, que acrescentou ter consciência de que muitos líderes religiosos consideram a homossexualidade como um pecado.
 
Tutu, 81 anos, participou do início da campanha global da ONU "Livres e Iguais", que pretende conscientizar sobre a violência e a discriminação contra as minorias sexuais. O prêmio Nobel da Paz de 1984 disse que muita gente não pode escolher livremente seu estilo de vida devido aos "preconceitos" e à "violência potencial" que podem enfrentar.
 
Esta não é a primeira vez que o líder religioso defende a homossexualidade: em dezembro pediu ao governo de Uganda que rejeitasse uma minuta de lei que pretende endurecer as penas contra essa minoria. "Com grande dor contemplo a submissão e a repressão de irmãos africanos cujo único crime é a prática do amor. O ódio, em nenhuma de suas formas, tem lugar na casa de Deus", disse Tutu.
 
Apesar de ser o único país africano que reconhece legalmente a união homoafetiva e o direito de adoção para casais do mesmo sexo, os ataques às minorias e as discriminações são frequentes na África do Sul, especialmente entre a maioria negra, pobre e com pouca escolaridade.
 
 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Grupo de gays católicos aponta as paróquias mais tolerantes


 
Publicado pelo Extra
 
Gays e religiosos. Para o Diversidade Católica, não existe nenhuma contradição. O grupo, criado em 2007, se reúne para compartilhar as experiências de jovens que acreditam em Deus e amam pessoas do mesmo sexo que elas.
 
- Eu nasci gay e católica - resume a psicóloga Cristiana Serra, de 39 anos, integrante do grupo desde 2008.
 
Quando era criança, Cristiana aprendeu a rezar com a avó. Na escola de freiras em que estudou, uma professora mostrou um Deus acolhedor. Isso criou um "quentinho" no coração da menina.
 
- Ia pra capela e ficava horas com Papai do Céu - lembra a moça que, quando vê fotos de infância, não deixa de reparar com bom humor: - Eu já era um menininho.
 
Por isso, cresceu com o dilema de ser gay e católica. Mas não foi a única. A história de Cristiana é também de, pelo menos, quase 200 pessoas que já passaram pelo grupo Diversidade Católica.
 
Lá, os gays católicos se encontram, é verdade. Mas, mais do que isso, garante Cristiana, eles se encontram consigo mesmo na consciência.
 
- A primeira vez que eu fui no grupo e assisti uma missa com eles foi um impacto enorme. Percebi que eu deixava meu lado gay de fora da igreja. Nesse dia, me senti completa - lembra.
 
Com a experiência das reuniões, o grupo indica igrejas em que a comunidade e o padre recebem melhor os gays. As paróquias Imaculada Conceição e São Sebastião, no Engenho de Dentro, Ressurreição, no Arpoador, e Loreto, na Freguesia, por exemplo, são das mais amigáveis.
 
O Diversidade Católica se reúne quinta (25) na Unirio (Av. Pasteur 296, Urca), às 14h. Depois de uma conversa, terá um lanchinho e o pessoal vai ver o Papa no Leme para, claro, pedir à benção de Francisco.