sábado, 26 de maio de 2012

Comissão aprova criminalização da homofobia no novo Código Penal




Por NÁDIA GUERLENDA para a Folha

A comissão de juristas que discute a reforma do Código Penal no Senado aprovou nesta sexta-feira a proposta que criminaliza o preconceito contra gays, transexuais e transgêneros. O texto ainda precisa ser votado pelo Congresso.

A proposta também criminaliza o preconceito contra mulheres e baseados na origem regional (contra nordestinos, por exemplo). Estas modalidades de preconceito, assim como a homofobia, ficam igualadas ao crime de racismo, que é imprescritível e inafiançável.

Isso significa que, se a proposta virar lei, quem for acusado dos crimes de preconceito pode ser processado a qualquer tempo e, preso provisoriamente, não pode ser solto após pagar fiança.

O texto determina alguns comportamentos que serão considerados crimes, caso sejam motivados por preconceito. Entre eles estão impedir o acesso de alguém em transporte público, estabelecimento comercial ou instituição de ensino e a recusa de atendimento em restaurante, hotel ou clube.

A proposta também criminaliza o ato de impedir o acesso a cargo público ou a uma vaga em empresa privada, e demitir ou exonerar alguém injustificadamente, baseado no preconceito. Dependendo da gravidade, o acusado que for funcionário público pode perder seu cargo.

A veiculação de propaganda e símbolos preconceituosos, inclusive pela internet, também foi criminalizada.

A pena prevista para todas as modalidades de crime vai de dois a cinco anos de prisão, e pode ser aumentada de um terço até a metade se for cometida contra criança ou adolescente.

Vítima de homofobia, aluno agredido quebra silêncio e pede respeito


Por Angela Chagas para o Terra
Dica de Augusto Martins 


"Se eu não tivesse denunciado o que fizeram comigo, meu caso iria acabar como mais uma estatística da violência contra os gays no Brasil", é assim que o estudante C.T., de apenas 15 anos, resume o drama vivido em uma escola pública de Santo Ângelo, no interior do Rio Grande do Sul. Em um e-mail enviado à Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) poucos dias depois de ser agredido por um colega de aula, ele contou que sentia vontade de morrer. "Às vezes eu sinto que ninguém gosta de mim e que a única solução é me matar", escreveu na mensagem que foi divulgada em todo o País.
Dois meses depois de ser agredido com chutes e pontapés pelo colega de aula, o adolescente disse que enviou o e-mail como uma forma desesperada de romper com o silêncio comum às vítimas da homofobia em busca de respeito. C.T. e sua mãe, que preferiu não divulgar o nome para preservar o filho, receberam o Terra em sua casa, na cidade de Santo Ângelo, localizada a 450 km de Porto Alegre. Pedagoga, a mãe disse que ela e o marido levaram um choque quando souberam que o adolescente havia sido agredido na escola.

"Foi um grande susto, mas desde o primeiro momento decidimos apoiar o nosso filho", contou a mulher ao afirmar que não sabia que o adolescente sofria bullying dos colegas. "A parte física não foi tão forte, foram alguns chutes e socos. Isso passou. Mas o pior foi o lado emocional. Ele tem pesadelos quase todas as noites e agora precisa de acompanhamento psicológico", disse sobre o único filho.

A família de C.T. registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil após a agressão. O colega de aula, da mesma idade, foi ouvido, assim como educadores da escola, que foram acusados de omissão. "Os professores sabiam o que acontecia comigo e tapavam os olhos. Vários colegas faziam piadinha comigo e eles não faziam nada", disse o estudante. "Normalmente, os professores não querem se envolver, não pensam que é algo sério. Acham que é só uma brincadeira de adolescente. Mas no meu caso, o resultado dessas 'brincadeiras' foi a agressão. O meu colega começou a me bater na saída da aula e disse que tinha uma faca para me matar. Tinha um monte de gente em volta olhando, e ninguém fez nada".

Segundo a responsável pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Santo Ângelo, Elaine Maria da Silva, a investigação foi concluída em abril e encaminhada ao Ministério Público. A delegada disse que o resultado não pode ser divulgado por envolver menores de idade. Para C.T., a sensação é de impunidade: "Todo mundo sabe quem eu sou nessa cidade, apesar de ter pessoas que me apoiam, muita gente passa por mim e me reprova. A minha vida mudou muito, tenho medo de sair na rua e ser agredido de novo. Para ele (o agressor), a vida continua a mesma, ou até melhor porque ele foi tratado como herói. Uma prova disso é que semanas depois da agressão ele foi eleito líder da turma", lamenta o adolescente, que estudava no 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Onofre Pires.

Além do medo, ele precisou enfrentar várias mudanças após denunciar a agressão. A família o matriculou em uma escola particular da cidade. Ele também recebe acompanhamento de duas psicólogas: uma do novo colégio e outra contratada pela Secretaria de Educação do Estado. Apesar do sofrimento, C.T. não se arrepende em ter tornado pública sua história. "Fiz isso como uma garantia para que meu caso não fosse negligenciado".

A direção da escola Onofre Pires, onde ocorreu a agressão, disse que o caso está sob responsabilidade do Ministério Público e que não vai comentar as denúncias do aluno. Já a Secretaria Estadual da Educação informou que presta toda a assistência ao jovem e a sua família, com o acompanhamento da psicóloga.

A atitude desse menino é uma exceção, diz pesquisadora

Coordenadora da Área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, Miriam Abramovay afirma que a história de C.T. é uma exceção no Brasil. "Ele é uma exceção porque reagiu. Foi para os jornais, falou com os governos, com os movimentos sociais. Isso tudo é fruto de uma consciência política muito forte. A maioria dos adolescentes que passa pela mesma situação acaba silenciando. O medo e a vergonha de se sentir culpado por ser diferente faz com que não reajam à violência", explica Abramovay, autora de diversos livros e pesquisadora sobre a violência nas escolas.
Segundo ela, a falta de reação contra o bullying homofóbico causa diversos danos, como o isolamento social, falta de interesse nos estudos e, em alguns casos mais extremos, leva até ao suicídio. "A escola trabalha na lei do silêncio, e não do diálogo. Quanto menos tiver que fazer melhor. Acontecem 800 casos iguais por dia, mas a escola finge que não é nada sério", lamenta a especialista. Ela afirma ainda que os educadores estão despreparados para lidar com a sexualidade e diversidade de gênero e que a falta de uma política pública voltada para discutir a homofobia dentro das escolas impede avanços. "Temos que colocar mais energia nisso. Já existem algumas ações isoladas, mas ainda é algo muito tímido, que precisa ser reforçado", afirma ao destacar a importância da capacitação dos professores para lidar com a violência homofóbica.

Para C.T., que sonha em ir para uma cidade maior estudar medicina ou jornalismo, as escolas públicas ainda não estão preparadas para lidar com a homofobia. "Na minha escola nova, que é particular, eu percebo que os professores são mais capacitados, não tem tanto preconceito. Mas no geral, acho que falta muita informação. Eu acredito muito que o preconceito acaba quando as pessoas conhecem o assunto. Elas deixam de acreditar em crendices, passam a perceber que os gays são pessoas iguais a todas as outras", disse ao Terra.

C.T. finalizou citando o kit de combate a homofobia que seria distribuído nas escolas públicas e que foi vetado pela presidente Dilma no ano passado. "O veto ocorreu por causa da pressão da bancada evangélica, mas eu espero que os políticos parem com essa hipocrisia de negar que o problema da homofobia existe e tomem uma providência logo", declarou o adolescente ao destacar que a população LGBT precisa ter seus direitos respeitados.

Advogado aconselha atletas olímpicos LGBT de países hostis a pedirem asilo em Londres

Visto no Portugal Gay
O advogado Mark Stephens, e ativista de direitos humanos, recomenda que atletas gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e transgêneros avancem com pedidos de asilo para escapar da perseguição e ameaças de morte nos países de origem.
Segundo a Reuters, Mark Stephens pede mesmo que o Comité Olímpico Internacional venha a público apoiar os atletas que vivem em países onde a sua orientação sexual ou identidade de gênero é ilegal.
Numa palestra em Londres Stephens afirmou que "o governo britânico terá que ouvir esses pedidos e ao fazer isso terá que se envolver com os abusos de direitos humanos perpetrados contra as comunidades LGBT em todo o mundo".
O sexo consentido entre pessoas do mesmo sexo é criminalizado em 78 países, e em cinco deles são puníveis com a pena capital.
Segundo Stephens um pedido de asilo em massa durante os Jogos iria chamar a atenção para a perseguição de gays e lésbicas no mundo referindo-se a um "legado humano" que tal acção teria. 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Escola LGBT brasileira oferece cursos para valorizar diversidade


Visto no Terra
Por Angela Chagas 
Fundador da primeira escola LGBT do Brasil, localizada em Campinas (SP), o jornalista Deco Ribeiro não concorda com a criação de instituições de ensino voltadas exclusivamente para atender travestis e transexuais, como é o caso de um colégio de ensino médio criado este ano na Argentina. "Isso acaba excluindo essas pessoas da sociedade, já que ficam restritas a um grupo, um local", afirma ao destacar que o trabalho desenvolvido há 3 anos no interior de São Paulo tem como objetivo valorizar a diversidade sexual por meio de cursos técnicos com enfoque na cultura.
"No começo, muita gente questionou o nosso trabalho, achando que a escola LGBT também era voltada apenas para os gays. Mas nós acreditamos que isolar essa população não é o caminho", diz ele. A instituição criada em Campinas tem foco na população LGBT, mas Ribeiro garante que é aberta a todos. "Temos alunos heterossexuais, que gostam muito de estar aqui. O mais positivo desse trabalho é que as pessoas tomam contato com esse universo, fazem amigos e isso evita o preconceito, que nada mais é do que a falta de conhecimento". Já no caso da Argentina, a escola popular Mocha Celis oferece o ensino médio para travestis e transexuais que, segundo os fundadores da instituição, acabam desistindo de estudar porque não são aceitos nas escolas tradicionais.
A instituição brasileira surgiu a partir de um convênio entre a ONG E-Jovem, o governo do Estado de São Paulo e o Ministério da Cultura, que financia o projeto. Oferecendo cursos técnicos gratuitos e com duração de até três anos, a grade curricular conta com oficinas que se dividem em três áreas: expressão artística (dança, música e performance Drag Queen), expressão cênica (Web TV, teatro e cinema) e expressão gráfica (fanzine, revista e livro). Ao longo dos três anos de funcionamento, mais de 200 pessoas participaram dos cursos.
O fundador da instituição conta que a ideia inicial era oferecer para a juventude LGBT um espaço para que pudessem se expressar. "Um espaço de diversidade, de inclusão, que eles não encontram na escola tradicional", afirma. Para a surpresa do fundador, o interesse foi tão grande que hoje a escola tornou-se aberta para toda a população da região interessada na diversidade cultural. "Todos passaram a se sentir seguros aqui, confiantes em expressar seu talento, sua criatividade".
Para Ribeiro, a iniciativa estimula que os jovens LGBT percam o medo de assumir sua identidade. "Aqui dentro, o jovem percebe que não é o único, que existem outras pessoas que já passaram e superaram os mesmos preconceitos. Essa troca de experiências, de conhecimentos, faz com que voltem para a escola, para o trabalho, mais seguros e confiantes", afirma. A instituição ainda faz questão de divulgar todo o trabalho desenvolvido nos cursos, com espetáculos de dança, teatro, vídeos, revistas e livros. "Levar esse trabalho para a população de São Paulo é mais uma forma de incluir a população LGBT na sociedade", completa Ribeiro.

Rapaz vítima de homofobia é agredido por dez em Araras


Visto no G1
Dica de @saulopsi  (Via Twitter)
Um rapaz de 26 anos foi agredido por um grupo homofóbico em Araras (SP). A vítima teve dois dedos quebrados. O caso aconteceu no Parque Tiradentes, na tarde do último sábado (19). Ninguém foi preso.
Segundo a Polícia Militar, o rapaz afirmou ser homossexual e a agressão teria acontecido na casa de uma amiga. O filho dela, de 17 anos, estava tomando banho e não gostou da atitude do rapaz que entrou no banheiro para pegar uma escova de dente.
Irritado, o jovem teria chamado cerca de dez amigos, que partiram para a agressão. A vítima relatou à PM que levou socos e chutes e que foi hostilizado com palavras homofóbicas.
O rapaz teve ainda dois dedos das mãos quebrados, segundo a polícia. Ele só conseguiu escapar porque um vizinho o socorreu em uma moto. Antes da chegada dos policiais, o grupo fugiu e ninguém foi preso.
A vítima registrou um boletim de lesão corporal e injúria na delegacia da Polícia Civil, que vai investigar o caso.

Estudante americano que filmou colega gay com webcam pega 30 dias de prisão


Visto no Terra
Um imigrante indiano universitário acusado de filmar ilegalmente seu colega de quarto gay com uma webcam recebeu uma grande chance nesta segunda-feira quando o juiz o condenou a apenas 30 dias atrás das grades, e não a 10 anos, como era possível.
Dharun Ravi, que compartilhou as imagens da webcam com amigos do seu dormitório na Rutgers University em Nova Jersey, também enfrentava uma possível deportação, mas o juiz disse que não recomendaria isso.
O caso gerou um debate nacional sobre o cyber bullying e os ataques a gays quando o colega de quarto de 18 anos, aparentemente perturbado, em parte pelo constrangimento da divulgação de seu encontro sexual gay, cometeu suicídio dias depois. Ravi, agora com 20, não foi acusado pela morte dele.
Antes da leve sentença, o juiz Glenn Berman de New Brunswick, Nova Jersey, fez um duro discurso a Ravi.
Ravi demonstrou uma "colossal insensibilidade" quando filmou Tyler Clementi em setembro 2010, disse Berman em comentários transmitidos ao vivo pela TruTv.
"Eu ouvi esse júri dizer â??culpado'' 288 vezes - 24 perguntas, 12 jurados," disse Berman. "Não ouvi você pedir desculpas uma só vez."
Berman disse que Ravi nunca conseguirá "expurgar a conduta ou a dor que causou."
O júri considerou Ravi culpado de invasão de privacidade, preconceito com os gays e de tentar impedir as investigações ao deletar ou adulterar mensagens de texto e tweets que ele havia enviado.
Seu advogado argumentou que Ravi era culpado apenas por uma brincadeira que deu errado ao filmar seu colega de quarto Clementi beijando um homem, por ter enviado tweets aos amigos sobre o que viu e por tê-los convidado para assistir a um vídeo ao vivo pela webcam.
Apesar de os promotores pintarem Ravi como um valentão mesquinho, Berman observou várias vezes que o jovem imigrante não era acusado de causar a morte de Clementi - uma tragédia que chamou a atenção para o que poderia ter sido um caso de pouca repercussão. Em um discurso emocionado antes da sentença, a mãe de Ravi lembrou como ele chegou aos Estados Unidos com apenas duas malas e "muitas esperanças." O filho dela, disse, tinha sido um aluno dedicado que "não guardava ódio a ninguém em seu coração."
"Pelo que meu filho Dharun está passando, não há palavras para explicar. O sorriso e o brilho nos olhos dele se foram," disse ela. Dirigindo-se à família de Clementi, ela disse, "é muito triste que ele tenha escolhido por fim à vida. Meu coração está com sua família."
Quando a inesperada sentença foi proferida, Ravi pareceu não reagir imediatamente, olhando atordoado e perto das lágrimas, como esteve durante a audiência.
Um grupo de defesa dos direitos dos gays de Nova Jersey, Garden State Equality, elogiou a abordagem branda do juiz, dizendo que a pena máxima seria "uma vingança além da punição e de uma mensagem para o restante da sociedade."
Um mês na prisão foi o correto, indicou o grupo, que, no entanto, acrescentou: "esta não é uma brincadeira de criança que deu errado. Este não foi um crime despido de preconceito."

Fotógrafos captam agressão a líder gay


Visto no TVI24
Com informações e imagens da Reuters
Svyatoslav Sheremet, líder de uma organização gay na Ucrânia, foi alvo de uma emboscada e agredido. A violência foi captada por fotógrafos que tinham acabado de sair de uma conferência de imprensa da organização.

Segundo a imprensa no local, Sheremet foi agredido depois de se encontrar com jornalistas para informá-los de que a parada gay que ocorreria em Kiev tinha sido cancelada.
À saída, o líder do movimento foi agredido por, pelo menos três suspeitos, que ao perceberem a presença dos fotógrafos no local, fugiram.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Espanha exclui temas como homossexualidade e desigualdade social de projeto de reforma educacional




Visto no Opera Mundi

Com o objetivo de eliminar “questões controvertidas e suscetíveis de doutrinamento ideológico”, o Ministério da Educação da Espanha decidiu rebatizar o polêmico projeto Educação para a Cidadania para Educação Cívica e Constitucional e desenvolver uma série de modificações idealizadas pelo ministro José Ignacio Wert.

Agora, a proposta de reforma do sistema de ensino do país encabeçada em 2006 pelo governo do PSOE (Partido Socialista Operário da Espanha) tentará excluir do currículo dos alunos da rede pública quaisquer referências a conflitos sociais e à homossexualidade. Mais além, também buscará espaço para incorporar à educação básica dos espanhóis temas como a “iniciativa privada” e a “crítica ao nacionalismo excludente”.
Em 2006, entidades religiosas como a Conferência Episcopal Espanhola revelavam-se as grandes opositoras às mudanças. Contudo, agora que o conservador PP (Partido Popular) decidiu intervir na questão, passaram a manifestar seu apoio à reforma e se disseram ansiosas por “concretizações”.


O jornal espanhol El País teve acesso à proposta, que não terá mais a única cláusula na qual condenava atos de homofobia. Esse era um dos principais pontos de maior atrito entre religiosos e o antigo governo socialista.

Outros termos nos quais se previa o estudo de tensões sociais foram fortemente modificados, de tal forma que “atividades sociais que contribuam para uma sociedade justa e solidária”, conforme previa o projeto original, tornem-se secundárias. Em geral, as alterações do documento substituíram conteúdos anteriormente bem delimitados por um vocabulário muito mais genérico.

Desaparecem do texto, por exemplo, referências antes presentes, como “riqueza e pobreza” e “a falta de acesso à educação como fonte de pobreza”. No lugar delas surgem elementos bem menos objetivos, como “o dever de transparência na gestão pública”, “as eleições” e “o parlamento”.

O mesmo ocorre com a seção sobre homossexualidade, que perdeu um parágrafo inteiro no qual é instituída a aprendizagem da “valorização crítica da divisão social e sexual do trabalho”, bem como “os preconceitos sociais racistas, xenófobos, antissemitas, sexistas e homofóbicos”.

A Conferência de Educação, prevista para a próxima quinta-feira (24/05), abordará essas mudanças e discutirá ainda o decreto que endurece os critérios para ser beneficiário de uma vaga em uma universidade. 

Famoso psiquiatra pede desculpas por estudo sobre "cura" para LGBTs



Por Benedict Carey, do The New York Times. Tradutor: George El Khouri Andolfato  
Visto no Gay1


O fato foi simplesmente que ele fez tudo errado, e ao final de uma longa e revolucionária carreira, não importava com quanta frequência estivesse certo, o quão poderoso tinha sido ou o que isso significaria para seu legado.

O dr. Robert L. Spitzer, considerado por alguns como o pai da psiquiatria moderna, que completa 80 anos nesta semana, acordou recentemente às 4 horas da madrugada ciente de que tinha que fazer algo que não é natural para ele.

Ele se esforçou e andou cambaleando no escuro. Sua mesa parecia impossivelmente distante; Spitzer sofre de mal de Parkinson e tem dificuldade para caminhar, se sentar e até mesmo manter sua cabeça ereta.

A palavra que ele às vezes usa para descrever essas limitações –patéticas– é a mesma que empregou por décadas como um machado, para atacar ideias tolas, teorias vazias e estudos sem valor.

Agora, ali estava ele diante de seu computador, pronto para se retratar de um estudo que realizou, uma investigação mal concebida de 2003 que apoiava o uso da chamada terapia reparativa para “cura” da homossexualidade, voltada para pessoas fortemente motivadas a mudar.

O que dizer? A questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo estava sacudindo novamente a política nacional. O Legislativo da Califórnia estava debatendo um projeto de lei proibindo a terapia como sendo perigosa. Um jornalista de revista que se submeteu à terapia na adolescência, o visitou recentemente em sua casa, para explicar quão miseravelmente desorientadora foi a experiência.

E ele soube posteriormente que um relatório da Organização Mundial de Saúde, divulgado na quinta-feira (17), considera a terapia “uma séria ameaça à saúde e bem-estar –até mesmo à vida– das pessoas afetadas”.

Os dedos de Spitzer tremiam sobre as teclas, não confiáveis, como se sufocassem com as palavras. E então estava feito: uma breve carta a ser publicada neste mês, na mesma revista onde o estudo original apareceu.

“Eu acredito que devo desculpas à comunidade gay”, conclui o texto.

Perturbador da paz

A ideia de estudar a terapia reparadora foi toda de Spitzer, dizem aqueles que o conhecem, um esforço de uma ortodoxia que ele mesmo ajudou a estabelecer.

No final dos anos 90 como hoje, o establishment psiquiátrico considerava a terapia sem valor. Poucos terapeutas consideravam a homossexualidade uma desordem.

Nem sempre foi assim. Até os anos 70, o manual de diagnóstico do campo classificava a homossexualidade como uma doença, a chamando de “transtorno de personalidade sociopática”. Muitos terapeutas ofereciam tratamento, incluindo os analistas freudianos que dominavam o campo na época.

Ativistas LGBTs fizeram objeção furiosamente e, em 1970, um ano após os protestos de Stonewall para impedir as batidas policiais em um bar de Nova York, um grupo de manifestantes dos direitos LGBT confrontou um encontro de terapeutas comportamentais em Nova York para discutir o assunto. O encontro foi encerrado, mas não antes de um jovem professor da Universidade de Columbia sentar-se com os manifestantes para ouvir seus argumentos.

“Eu sempre fui atraído por controvérsia e o que eu ouvi fazia sentido”, disse Spitzer, em uma entrevista em sua casa na semana passada. “E eu comecei a pensar, bem, se é uma desordem mental, então o que a faz assim?”

Ele comparou a homossexualidade com outras condições definidas como transtornos, tais como depressão e dependência de álcool, e viu imediatamente que as últimas causavam angústia acentuada e dano, enquanto a homossexualidade frequentemente não.

Ele também viu uma oportunidade de fazer algo a respeito. Spitzer era na época membro de um comitê da Associação Americana de Psiquiatria, que estava ajudando a atualizar o manual de diagnóstico da área, e organizou prontamente um simpósio para discutir o lugar da homossexualidade.

A iniciativa provocou uma série de debates amargos, colocando Spitzer contra dois importantes psiquiatras influentes que não cediam. No final, a associação psiquiátrica ficou ao lado de Spitzer em 1973, decidindo remover a homossexualidade de seu manual e substituí-la pela alternativa dele, “transtorno de orientação sexual”, para identificar as pessoas cuja orientação sexual, lésbica, gay, bissexual, travesti, transexual ou hétero, lhes causava angústia.

Apesar da linguagem arcana, a homossexualidade não era mais um “transtorno”. Spitzer conseguiu um avanço nos direitos civis em tempo recorde.

“Eu não diria que Robert Spitzer se tornou um nome popular entre o movimento LGBT mais amplo, mas a retirada da homossexualidade foi amplamente celebrada como uma vitória”, disse Ronald Bayer, do Centro para História e Ética da Saúde Pública, em Columbia. “‘Não Mais Doente’ foi a manchete em alguns jornais gays.”

Em parte como resultado, Spitzer se encarregou da tarefa de atualizar o manual de diagnóstico. Juntamente com uma colega, a dra. Janet Williams, atualmente sua esposa, ele deu início ao trabalho. A um ponto ainda não amplamente apreciado, seu pensamento sobre essa única questão –a homossexualidade– provocou uma reconsideração mais ampla sobre o que é doença mental, sobre onde traçar a linha entre normal e não.

O novo manual, um calhamaço de 567 páginas lançado em 1980, se transformou em um best seller improvável, tanto nos Estados Unidos quanto no exterior. Ele estabeleceu instantaneamente o padrão para futuros manuais psiquiátricos e elevou seu principal arquiteto, então próximo dos 50 anos, ao pináculo de seu campo.

Ele era o protetor do livro, parte diretor, parte embaixador e parte clérigo intratável, rosnando ao telefone para cientistas, jornalistas e autores de políticas que considerava equivocados. Ele assumiu o papel como se tivesse nascido para ele, disseram colegas, ajudando a trazer ordem para um canto historicamente caótico da ciência.

Mas o poder tem seu próprio tipo de confinamento. Spitzer ainda podia perturbar a paz, mas não mais pelos flancos, como um rebelde. Agora ele era o establishment. E no final dos anos 90, disseram amigos, ele permanecia tão inquieto como sempre, ávido em contestar as suposições comuns.

Foi quando se deparou com outro grupo de manifestantes, no encontro anual da associação psiquiátrica em 1999: os autodescritos ex-gays. Como os manifestantes LGBTs em 1973, eles também se sentiam ultrajados por a psiquiatria estar negando a experiência deles –e qualquer terapia que pudesse ajudar.

A terapia reparativa

A terapia reparativa, às vezes chamada de terapia de “conversão” ou “reorientação sexual”, é enraizada na ideia de Freud de que as pessoas nascem bissexuais e podem se mover ao longo de um contínuo de um extremo ao outro. Alguns terapeutas nunca abandonaram a teoria e um dos principais rivais de Spitzer no debate de 1973, o dr. Charles W. Socarides, fundou uma organização chamada Associação Nacional para Pesquisa e Terapia da Homossexualidade (Narth, na sigla em inglês), no sul da Califórnia, para promovê-la.

Em 1998, a Narth formou alianças com grupos de defesa socialmente conservadores e juntos eles iniciaram uma campanha agressiva, publicando anúncios de página inteira em grandes jornais para divulgar histórias de sucesso.

“Pessoas com uma visão de mundo compartilhada basicamente se uniram e criaram seu próprio grupo de especialistas, para oferecer visões alternativas de políticas”, disse o dr. Jack Drescher, psiquiatra em Nova York e coeditor de “Ex-Gay Research: Analyzing the Spitzer Study and Its Relation to Science, Religion, Politics, and Culture”.

Para Spitzer, a pergunta científica no mínimo valia a pena ser feita: qual era o efeito da terapia, se é que havia algum? Estudos anteriores tinham sido tendenciosos e inconclusivos.

“As pessoas me diziam na época: ‘Bob, você vai arruinar sua carreira, não faça isso’”, disse Spitzer. “Mas eu não me sentia vulnerável.”

Ele recrutou 200 homens e mulheres, dos centros que realizavam a terapia, incluindo o Exodus International, com sede na Flórida, e da Narth. Ele entrevistou cada um profundamente por telefone, perguntando sobre seus impulsos sexuais, sentimentos, comportamentos antes e depois da terapia, classificando as respostas em uma escala.

Spitzer então comparou os resultados de seu questionário, antes e depois da terapia. “A maioria dos participantes relatou mudança de uma orientação predominante ou exclusivamente homossexual antes da terapia, para uma orientação predominante ou exclusivamente heterossexual no ano passado”, concluiu seu estudo.

O estudo –apresentado em um encontro de psiquiatria em 2001, antes da publicação– tornou-se imediatamente uma sensação e grupos de ex-gays o apontaram como evidência sólida de seu caso. Afinal aquele era Spitzer, o homem que sozinho removeu a homossexualidade do manual de transtornos mentais. Ninguém poderia acusá-lo de tendencioso.

Mas líderes LGBTs o acusaram de traição e tinham suas razões.

O estudo apresentava problemas sérios. Ele se baseava no que as pessoas se lembravam de sentir anos antes –uma lembrança às vezes vaga. Ele incluía alguns defensores ex-gays, que eram politicamente ativos. E não testava uma terapia em particular; apenas metade dos participantes se tratou com terapeutas, enquanto outros trabalharam com conselheiros pastorais ou em grupos independentes de estudos da Bíblia.

Vários colegas tentaram impedir o estudo e pediram para que ele não o publicasse, disse Spitzer.

Mas altamente empenhado após todo o trabalho, ele recorreu a um amigo e ex-colaborador, o dr. Kenneth J. Zucker, psicólogo-chefe do Centro para Vício e Saúde Mental, em Toronto, e editor do “Archives of Sexual Behavior”, outra revista influente.

“Eu conhecia o Bob e a qualidade do seu trabalho, e concordei em publicá-lo”, disse Zucker em uma entrevista na semana passada.

O artigo não passou pelo habitual processo de revisão por pares, no qual especialistas anônimos avaliam o artigo antes da publicação.

“Mas eu lhe disse que o faria apenas se também publicasse os comentários” de resposta de outros cientistas para acompanhar o estudo, disse Zucker.

Esses comentários, com poucas exceções, foram impiedosos. Um citou o Código de Nuremberg de ética para condenar o estudo não apenas como falho, mas também moralmente errado.

“Nós tememos as repercussões desse estudo, incluindo o aumento do sofrimento, do preconceito e da discriminação”, concluiu um grupo de 15 pesquisadores do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova York, do qual Spitzer era afiliado.

Spitzer não deixou implícito no estudo que ser homossexual era uma opção, ou que era possível para qualquer um que quisesse mudar fazê-lo com terapia. Mas isso não impediu grupos socialmente conservadores de citarem o estudo em apoio a esses pontos, segundo Wayne Besen, diretor executivo da Truth Wins Out, uma organização sem fins lucrativos que combate o preconceito contra LGBTs.

Em uma ocasião, um político da Finlândia apresentou o estudo no Parlamento para argumentar contra as uniões civis, segundo Drescher.

“Precisa ser dito que quando este estudo foi mal utilizado para fins políticos, para dizer que os gays deviam ser curados –como ocorreu muitas vezes. Bob respondia imediatamente, para corrigir as percepções equivocadas”, disse Drescher, que é gay.

Mas Spitzer não conseguiu controlar a forma como seu estudo era interpretado por cada um e não conseguiu apagar o maior erro científico de todos, claramente atacado em muitos dos comentários: simplesmente perguntar para as pessoas se elas mudaram não é evidência de mudança real. As pessoas mentem, para si mesmas e para os outros. Elas mudam continuamente suas histórias, para atender suas necessidades e humores.

Resumindo, segundo quase qualquer medição, o estudo fracassou no teste do rigor científico que o próprio Spitzer foi tão importante em exigir por muitos anos.

“Ao ler esses comentários, eu sabia que era um problema, um grande problema, e um que eu não podia responder”, disse Spitzer. “Como você sabe que alguém realmente mudou?”

Reconhecimento

Foram necessários 11 anos para ele reconhecer publicamente.

Inicialmente ele se agarrou à ideia de que o estudo era exploratório, uma tentativa de levar os cientistas a pensarem duas vezes antes de descartar uma terapia de cara. Então ele se refugiou na posição de que o estudo se concentrava menos na eficácia da terapia e mais em como as pessoas tratadas com ele descreviam mudanças na orientação sexual.

“Não é um pergunta muito interessante”, ele disse. “Mas por muito tempo eu pensei que talvez não tivesse que enfrentar o problema maior, sobre a medição da mudança.”

Após se aposentar em 2003, ele permaneceu ativo em muitas frentes, mas o estudo da terapia reparativa permaneceu um elemento importante das guerras culturais e um arrependimento pessoal que não o deixava em paz. Os sintomas de Parkinson pioraram no ano passado, o esgotando física e mentalmente, tornando ainda mais difícil para ele lutar contra as dores do remorso.

E, em um dia em março, Spitzer recebeu um visitante. Gabriel Arana, um jornalista da revista “The American Prospect”, entrevistou Spitzer sobre o estudo sobre terapia reparativa. Aquela não era uma entrevista qualquer; Arana se submeteu à terapia reparativa na adolescência e o terapeuta dele recrutou o jovem para o estudo de Spitzer (Arana não participou).

“Eu perguntei a ele sobre todos os seus críticos e ele disse: ‘Eu acho que eles estão certos’”, disse Arana, que escreveu sobre suas próprias experiências no mês passado. Arana disse que a terapia reparativa acabou adiando sua autoaceitação e lhe induziu a pensamentos de suicídio. “Mas na época que fui recrutado para o estudo de Spitzer, eu era considerado uma história de sucesso. Eu teria dito que estava fazendo progressos.”

Aquilo foi o que faltava. O estudo que na época parecia uma mera nota de rodapé em uma grande vida estava se transformando em um capítulo. E precisava de um final apropriado –uma forte correção, diretamente por seu autor, não por um jornalista ou colega.

Um esboço da carta já vazou online e foi divulgado.

“Você sabe, é o único arrependimento que tenho; o único profissional”, disse Spitzer sobre o estudo, perto do final de uma longa entrevista. “E eu acho que, na história da psiquiatria, eu não creio que tenha visto um cientista escrever uma carta dizendo que os dados estavam lá, mas foram interpretados erroneamente. Que tenha admitido isso e pedido desculpas aos seus leitores.”

Ele desviou o olhar e então voltou de novo, com seus olhos grandes cheios de emoção. “Isso é alguma coisa, você não acha?”

"Avenida Brasil": Roni assume ser gay e arruma namorado


Suelen (Isis Valverde) foi a primeira pessoa a desconfiar da homossexualidade do jogador

Visto no Terra 
Dica de William De Lucca Martinez (Via Facebook)


Que Roni (Daniel Rocha) tem um jeitinho sensível e uma quedinha por Leandro (Thiago Martins), todo mundo já percebeu em Avenida Brasil. De acordo com o jornal O Dia, o jogador de futebol vai assumir sua homossexualidade em breve e vai se interessar por outro rapaz: Sidney (Felipe Titto), o meio-irmão de Tessália (Débora Nascimento).

Antes de se enrolar com Roni, Sidney vai preocupar Leleco (Marcos Caruso), que morre de ciúmes dos chamegos do rapaz com Tessália. Apesar de a moça contar que o irmão é gay, Leleco vai continuar com suas desconfianças.

Ainda segundo o jornal, não vai ser nada fácil para Roni e Sidney ficarem juntos. Os dois devem enfrentar o preconceito de Diógenes (Otávio Augusto) e de Dolores (Paula Burlamaqui), pais do jogador de futebol.  

Buenos Aires quer se tornar cidade do casamento gay


Visto no Pernambuco.com
Com informações da Agência O Globo
Conhecida por ter uma relação amistosa com os gays, Buenos Aires quer ir além e se transformar na capital mundial para casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Na última quinta-feira, a prefeitura da cidade anunciou nova medida para oficializar o matrimônio entre turistas estrangeiros, que só precisarão de um comprovante do local onde estão hospedados, passaporte ou carteira de identidade, além de informações sobre o período em que permanecerão na cidade. Desde 2010, os matrimônios entre pessoas do mesmo sexo são permitidos no país.
A medida argentina permite que turistas se casem nos cartórios da capital cinco dias após terem realizado o pedido formal para o casamento, indicando um hotel como endereço provisório na cidade. A medida foi anunciada pelo prefeito Maurício Macri, o mesmo que, em 2009, havia acatado uma decisão judicial que suspendia o primeiro casamento gay da América Latina, celebrado na cidade.
“A resolução prevê que qualquer estrangeiro ou estrangeira, independente de sua orientação sexual, que esteja de passagem ou more na Argentina, poderá celebrar o casamento (na cidade)”, afirma o documento divulgado pela assessoria de imprensa do prefeito Maurício Macri.
A prefeitura informou ainda que a possibilidade de casamento para turistas está baseada na constituição nacional e em leis de migração. De acordo com o governo da cidade, os cartórios serão orientados para que recebam os estrangeiros “sem nenhum tipo de discriminação”.
A cidade de Rosario foi a pioneira na Argentina ao permitir o casamento entre turistas estrangeiros do mesmo sexo quando autorizou, no ano passado, o casamento entre os paraguaios Simón Cazal e Sergio López, de férias pelo país. No Japão, apesar do casamento entre pessoas do mesmo sexo não ser legalmente reconhcida, a Disney de Tóquio anunciou na quinta-feira que casais gays podem realizar sua cerimônia no parque — um lugar bastante popular entre os japoneses, que atrai cerca de 14 milhões de visitantes por ano.
Casamentos não serão válidos no Brasil
Diplomatas do Consulado do Brasil na capital argentina afirmaram, no entanto, que estes casamentos não serão válidos no Brasil. “Juridicamente, não existe o casamento entre pessoas do mesmo sexo no Brasil e por isso o casamento entre turistas brasileiros aqui em Buenos Aires não será reconhecido”, disseram à BBC Brasil. A decisão do governo da cidade de Buenos Aires prevê ainda que turistas heterossexuais também possam se casar nos cartórios locais. Neste caso, segundo o Consulado do Brasil, o casamento será reconhecido pelas leis brasileiras.
Na semana passada, o Congresso Nacional argentino aprovou a Lei de Identidade de Gênero, que prevê que pessoas transsexuais possam mudar seus nomes nos documentos de identidade e na certidão de nascimento, além de ter acesso à rede pública de saúde para realização de cirurgias de mudança de sexo.

TV brasileira ganha primeira repórter transexual em programa feminino



Por Neto Lucon  para o E+ (Estadão) 
Dica de Bru Waldorf (Via Facebook)

Pela primeira vez na história da televisão brasileira uma transexual se tornou repórter de um programa feminino. No programa Mulheres (TV Gazeta), a modelo mineira Carol Marra se destacou em um quadro, e foi convidada para desenvolver reportagens especiais sobre cultura, gastronomia e, claro, moda.

Formada em jornalismo, Carol foi descoberta no Fashion Rio 2011, entrou para o casting a agencia Wool Agency, participou de vários desfiles e, agora, se diz realizada com a oportunidade na TV. “O convite surgiu pelo meu talento e capacitação profissional, não pela minha condição sexual”, diz a top.

Ela falou ao E+:

Depois de um ano modelando, diria adeus à carreira nas passarelas pela carreira de apresentadora?
Nunca planejei ser modelo, aconteceu por acaso e abracei essa profissão com carinho e dedicação. Mas, diferente das outras modelos, eu comecei tarde na profissão. Não tenho mais 17 anos, tenho 24. Portanto, quero aproveitar as oportunidades e, até quando der, me dedicar a outras coisas sem abandonar as passarelas. 

Como surgiu o convite para ser repórter especial da TVGazeta? 
O diretor Rodrigo Riccó assistiu a entrevista que fiz ao programa e me achou articulada e desenvolta. Quando soube que eu era jornalista, fez o convite para o quadro Repórter Por um Dia. Acabou que já apresentei cinco matérias para o programa (ri). Acho que me saí bem, pois a produção elogiou bastante. Sinto que nasci pra isso, amo me comunicar, amo televisão.

Quais pautas você irá abordar no programa? 
A princípio, sou uma repórter especial, faço pautas de comportamento e cultura, mas não tenho nada definido. Fiz a cobertura da pré-estreia do musical Tim Maia, a exposição de Marylin Monroe, matérias de gastronomia e sobre o Minas Trend Preview, que é a primeira semana de moda no calendário da moda do Brasil. Tenho ideias de um quadro fixo. É um projeto que vou apresentar à direção do programa.

O programa se chama Mulheres. Isso lhe deixa lisonjeada?
Me sinto lisonjeada pelo convite, porque sei que sou competente e capaz, não por ser transgênera. Penso que o convite da emissora surgiu pelo meu talento e capacitação profissional, não pela minha condição sexual. Uma mulher não se resume a uma genitália. Ser mulher é algo grandioso, está na alma, é ter uma sensibilidade especial.

Já assistia ao Mulheres anteriormente?
Assisto a Cátia Fonseca (apresentadora do programa) desde quando era criança, no programa Note & Anote, da Record. Eu adorava as aulas de artesanato, já fiz  algumas travessuras em casa. Gosto desses programas femininos, embora não tenha tanto tempo para assistir por conta da carreira de modelo.

Diante de tantas apresentadoras, o que acha da Cátia?
Ela é uma pessoa incrível, de uma sensibilidade e alegria que nos contagia. Passei uma tarde no estúdio e é impressionante o poder de comunicação dela, que não usa o TP (telemprompter, aparelho que a apresentadora lê em frente das câmeras). Ela é gente como a gente, não tem frescuras, por isso é tão querida e respeitada.

Como os telespectadores encaram uma repórter transexual?
Por incrível que pareça, recebo muito carinho do publico. Só mensagens de incentivo e elogio. Cada dia mais percebo que donas de casa, mães de família  me respeitam e  admiram o meu trabalho. É impressionante: onde achei que teria uma barreira e preconceito, não encontrei. Isso se deve pela minha conduta profissional séria. Não quero ser uma repórter palhaça,  caricata. Quero mostrar conteúdo, de forma leve, sem ser pedante.

Marcha para Jesus reúne 250 mil e é palco de protestos contra a lei da homofobia, PL 122



Visto no The Christian Post

Dica de William De Lucca Martinez (Via Facebook)

A Marcha para Jesus aconteceu no Centro do Rio de Janeiro, Brasil, neste sábado, reunindo cerca de 250 mil pessoas, segundo a polícia militar. A caminhada começou a partir das 14h40 percorrendo ruas e avenidas do Centro da Cidade. O número de jovens foi bem expressivo.

A marcha, que tem o objetivo de expressar a fé em Jesus Cristo, defendeu temas como a liberdade de expressão, a liberdade religiosa, da família tradicional (entre homem e mulher) e da vida.

“Respeitamos a liberdade de cada um, mas vamos protestar até o final que o que Deus uniu foi o homem e a mulher. Não vamos abrir mão de emitirmos nossa opinião. Não é preconceito, é uma convicção formada. Esse comportamento é condenável”, disse o pastor Abner Ferreira, da Assembleia de Deus em Madureira (zona norte), segundo o Boa informação.

O pastor Silas Malafaia, que é conhecido por expressar-se publicamente e audaciosamente nas questões de direitos alegados pelo movimento LGBT, presidiu o evento. Ele aproveitou o momento para expressar-se contra as tentativas de aprovação de lei contra a homofobia, que segundo ele, afeta a liberdade de expressão e religiosa.

“A marcha está fazendo um protesto contra a PL 122, a dita lei da homofobia, mas que, para nós é uma lei do privilégio. É uma lei para botar mordaça na sociedade para ninguém expressar opinião contra os homossexuais,” falou Malafaia, segundo o G1.

Segundo ele, esse projeto de lei fere a constituição afirmando que, se um homossexual se sentir constrangido, filosoficamente ou ideologicamente, pode levar a pessoa que o constrangeu a pegar cinco anos de cadeia.

Em entrevista ao IG, Silas Malafaia esclareceu que não é a favor da discriminação contra homossexuais e a favor da homofobia, mas alega que o grupo ativista gay passou de usuários da liberdade de expressão para “censores”.

Malafaia cita como partes controversas da lei, por exemplo, a pena de três a cinco anos de cadeia para as pessoas que impedirem a presença de qualquer homossexual de sua relação afetiva em locais públicos.

“O lugar do culto, o templo, é garantido pela Constituição, mas o pátio da igreja não está. Significa que, se um casal de homossexuais estiver se beijando no pátio da minha igreja e eu colocar para fora, vou pegar de três a cinco anos de cadeia. Que história é essa? É uma aberração! No Brasil, pode-se criticar presidentes, políticos, ministros, pastores, padres, o diabo. Se criticar homossexual, é homofobia. Manda esses caras verem se eu tô na esquina!”

Para ele as igrejas que aceitam gays sem apontar que a homossexualidade é um pecado, não são evangélicas. “É uma tentativa de dar legalidade a um comportamento que a Bíblia condena”.
Silas Malafaia embalou a todos cantando juntos, “Governador, autoridades: é Jesus Cristo que comanda esta cidade!”

“Essa alegria vem de Jesus mudou a nossa vida e transformou o nosso viver “, disse Pastor Marco Antonio Peixoto, da Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul do Rio de Janeiro à Globo.

Durante o percurso, os membros de igrejas evangélicas fizeram discursos também contra a corrupção, adultério, pedofilia e prostituição.

Nota de Diferença Viva: É mais do que importante saber o que as religiões pensam, falam e fazem contra os LGBTTs.

Será impressão ou a última coisa a ser lembrada nessa Marcha foi Jesus? 
Isso não é uma guerra... e não pode virar uma guerra! Nossa luta é por "Direitos Iguais"... religião é igual a   opinião... cada um tem a sua.

Religiosos se unem a lobistas para esvaziar sessão sobre contribuição tributária e pensão gay



Visto na Revista Lado A

Lobistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e parlamentares das bancadas evangélicas e católicas operaram uma manobra e impediram a votação de uma lei que aumenta o imposto sobre fortunas e outra que garante a pensão de companheiros gays. Os parlamentares obedeceram os lobistas e se ausentaram da votação na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara em que seria votada a criação da Contribuição Social das Grandes Fortunas (CSGF), nesta quarta-feira, impedindo a aprovação do tema. O projeto do deputado Doutor Aluizio Júnior (PV-RJ) visa criar diversas faixas de contribuição e aumentar a arrecadação entre os mais ricos. O dinheiro da sobre taxação dos ricos iria para a saúde.

Contra a iniciativa, a CNI mobilizou as bancadas ruralista, evangélica, e deputados ligados a empresários do setor industrial, para tirar o projeto de pauta e impedir que ele siga em tramite. Os religiosos boicotaram a pauta do dia em razão de um outro projeto,  que garante o direito a pensão de companheiros homossexuais e que está há 8 anos esperando para ser votado. O acordo garantiu que empresários e evangélicos conseguissem seus objetivos.


A criação do projeto das grandes fortunas não foi aprovado pois os deputados Pastor Eurico (PSB-PE) e Marco Feliciano (PSC-SP) deixaram a discussão, o que impossibilitou a validação da votação que foi de 14 a favor e 3 contra, os votos totais somam dois a menos do necessário para a aprovação e a sessão foi suspensa.