sábado, 2 de fevereiro de 2013

Mulheres falam se ficariam com um bissexual



Publicado pelo Terra
Por Fernanda Frozza

Comentar2 Você sabe que ele é gay, tem ex-namorado e faz comentários sobre o ator bonitão que vê na novela. Nem por isso ele deixa de trocar olhares com as amigas e tentar conquistar as mulheres. A regra do relacionamento é clara entre heterossexuais e homossexuais, mas pode gerar dúvidas no universo feminino na hora de investir ou não em uma relação que envolve os dois lados. Por isso, o portal Terra foi atrás de mulheres para saber se elas ficariam com um bissexual e descobriu que, segundo as entrevistadas, a experiência pode valer a pena.
 
“No Brasil o fato de homem beijar homem ainda não é visto com bons olhos nem com naturalidade, então é difícil admitir isso para outras pessoas. Com certeza deve ter mulher que tem preconceito, da mesma forma que um ‘homem machão’ teria. Outras talvez não gostem do fato por acharem que a concorrência duplica, já que eles têm muito mais opções”, defende a designer Renata A.. Para ela, não existe diferença entre se envolver com um bissexual ou heterossexual desde que haja atração e vontade mútua.
 
Renata não é a única a pensar dessa forma. A fotógrafa Mirella F. também encararia a experiência. “Não pensaria duas vezes. A gente tem que se preocupar com quem a pessoa é e não com as suas preferências sexuais”, disse. Ainda assim, ela conta que, apesar de tentar ser liberal nos relacionamentos, tem dificuldade para controlar o ciúme. “Esse seria o maior problema para mim. Se já é difícil controlar o ciúme de outras mulheres, de outros homens seria quase uma tortura”, brinca.
 
Na mente feminina, a relação é válida, mas pode gerar dificuldade. É o caso da secretária Mônica M., que garante que nunca tinha pensando em se relacionar com qualquer homem que não fosse heterossexual, até conhecer um amigo gay. Claro que, nesse caso, a situação é ainda mais complicada. “O interessante é que ele nunca esteve com uma mulher, então seria como se o estivesse desvirginando. O desafio é convencê-lo a mudar de lado”. Mesmo assim, a experiência seria só por diversão, já que ela teria medo de se envolver e “disputar o mesmo homem com o ficante”.
 
Relacionamento sério
 
E se a relação começasse a ficar séria? Questionadas sobre um possível namoro com um bissexual, as entrevistadas pelo Terra se mostraram mais receosas em viver a experiência. “Tudo bem se fosse só por uma noite, mas relacionamento sério é diferente. Seria difícil não ficar insegura sabendo que não poderia oferecer tudo o que o cara gosta. Competir com outra mulher é natural, mas com um homem é injusto”, opinou a personal trainer Cristiane N.
 
Além de Cristiane, Mirella e Mônica também acham que o envolvimento seria proveitoso para matar a curiosidade, mas isso não envolve um cineminha a dois, troca de mensagens no celular e nem almoço com a família. “Relacionamento sério para mim tem um número par”, justifica a secretária.
 
Das entrevistadas pelo Terra, Renata é a única que não vê barreiras em viver esse tipo de relação. “Namoro é namoro né? Não é só porque o cara é bi que ele tá liberado pra ficar com outros caras. Até acho que, por ficarem com pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto, os bissexuais acabam se aceitando melhor e explorando melhor suas relações como um todo”, disse. “Já conheci muitos homens heterossexuais que não podem nem pensar em beijar outro homem ou ter experiências sexuais com uma mulher, mas focando "na parte de trás". E no fundo no fundo, eles nem sabem o que estão perdendo. Não dá pra falar que não gosta, se nunca experimentou“, justificou a designer.
 
 

Transexuais ganham direito de usar nome social em órgãos do DF



Publicado no G1
 
Travestis e transexuais do Distrito Federal já podem usar o nome social, em vez do nome de batismo, nas unidades de atendimento da Secretaria da Mulher. A medida entrou em vigor na última terça-feira (29), data em que foi comemorado o “Dia Nacional de Visibilidade das Travestis e Transexuais”.
 
Na mesma data, o Ministério da Saúde anunciou que os transexuais poderão usar o nome social no Cartão Nacional de Saúde. A pasta informou que o intuito dessa decisão é “reduzir estigma, preconceito, violência e discriminação social, além de promover o acesso à saúde de todos de forma humanizada”.
 
A partir de agora, os formulários de cadastro do sistema SUS e da Secretaria da Mulher terão um campo para que a pessoa identifique o nome pelo qual quer ser chamada.
 
Segundo a subsecretária de Políticas para a Mulher do DF, Sandra Di Croce Patricio, os servidores da rede pública recebem treinamento desde setembro do ano passado, para não haver prejuízo no atendimento.
 
“Esse é um processo de compreensão da realidade dela [transexual]. Quem construiu uma identidade de gênero durante toda a vida tem que ser tratado dessa forma, com respeito e justiça”, afirma Sandra.
 
Para o coordenador de Diversidade Sexual da Secretaria da Justiça do DF (Sejus), Sérgio Nascimento, a medida é uma forma de humanizar o atendimento, evitando constrangimentos e permitindo que a pessoa se sinta mais à vontade.
 
A Secretaria de Educação e a de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedeste) também instituíram a norma desde o ano passado.
 
A Secretaria da Mulher informa que a medida não muda a identidade legal do transexual. Nos documentos e em questões legais, continua a valer o nome de batismo da pessoa.
 

'Se tiver pastor homossexual, ele perde o cargo', diz Silas Malafaia na TV



Publicado pelo O Dia

O pastor Silas Malafaia, líder da igreja Assembléia de Deus - Vitória em Cristo, foi entrevistado pela apresentadora Marília Gabriela, do SBT, e não fugiu de nenhuma polêmica. Além de rebater a reportagem da Revista Forbes, de que ele seria o terceiro pastor mais rico do Brasil, com um patrimônio de US$ 150 milhões, Malafaia combateu com veemência os homossexuais.

"Eu não acredito que dois homens e duas mulheres tenham a capacidade de criar um ser humano" e "Se tiver pastor homossexual, ele perde o cargo", disse.

Confira algumas das frases de Malafaia no programa

"Safado, bandido e caluniador têm em todo lugar"
"As ofertas que eu recebo, não são só de pessoas da minha igreja. (Sobre o dízimo)"
"Eu não devo nada e não tenho o que temer"
"Meu patrimônio é de R$ 4 milhões, R$ 2 milhões são da minha editora"
"Há 25 anos eu não tenho salário de pastor"
"Nos últimos cinco anos eu vendi mais de um milhão de livros por ano"
"Não tem dados que declarem que eu tenho R$ 300 milhões de reais"
"Deus trabalha com uma lei de recompensa"
"Pastor é apenas um condutor"
"O homossexualismo é um comportamento"
"Eles (homossexuais) querem uma lei para atacar e atingir àqueles que querem"
"A autoridade da bíblia é condenar o pecado"
"A bíblia define o que é pecado"
"Eu estou aqui para condenar o pecado"
"O que muda é a tecnologia, o homem é a mesma coisa"
"Eu não estou aqui para impedir ninguém de ser homossexual"
"Eu abdiquei do salário da minha igreja"
"Tudo que sai da legalidade do casamento, sou contra"

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Justiça paulista muda nome de transexual antes de cirurgia de troca de sexo



Publicado pelo Terra
 
A Defensoria Pública de São Paulo obteve no último dia 9 de janeiro uma decisão judicial que garante a um estudante da cidade de Franca a mudança de seu nome para um nome mulher, bem como a troca do sexo masculino pra o feminino em seus documentos pessoais.
 
Tal decisão foi aplicada mesmo sem o jovem ter realizado a cirurgia para mudança de sexo. Segundo consta nos autos, embora o estudante tenha nascido com o sexo fisiológico masculino, tem psique totalmente feminina, gerando um "conflito com seu sexo psíquico".
 
De acordo com o Defensor Público Antonio Machado Neto, responsável pela ação, "a identificação civil da autora se encontra em desconformidade com o seu gênero, que é feminino, tanto psicologicamente, quanto em sua aparência física". O Defensor Público também ressalta a importância de se regularizar seus documentos. "Se todo o cotidiano de uma pessoa está ligado à necessidade de sua identificação social, por óbvio, seu documento civil deve corresponder à realidade fática da sua vida, da sua individualidade e do seu gênero. Somente assim, restarão atendidos e satisfatoriamente concretizados direitos individuais da pessoa, de índole constitucional e gravados como cláusulas pétreas, tais como o direito a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem".
 
O jovem também realiza avaliação psicológica, psiquiátrica, urológica e endocrinológica para que seja realizada a cirurgia para mudança de sexo, prevista para acontecer em agosto de 2013, a fim de tornar seu corpo compatível com sua identidade psicológica feminina. O pedido realizado também levou em consideração a tese institucional da Defensoria Pública sobre o assunto.
 
A orientação prevê que "a propositura de ação de alteração de registro civil com a finalidade e adequação da identidade de gênero e do nome civil não depende da realização de cirurgia de transgenitalização, tudo em prevalência ao princípio da dignidade da pessoa humana".
 
O Juiz Paulo Sérgio Jorge Filho, da 4ª Vara Cível de Franca, considerou que vetar a alteração do nome e conservar o sexo masculino no assento de nascimento corresponderia a mantê-lo em uma "insustentável posição de angústia, incerteza e conflitos, impossibilitando seu direito de viver dignamente e exercer a cidadania. A adoção de nome feminino e desse sexo nos documentos impede que ela venha a submeter-se a situações embaraçosas do dia-a-dia decorrente de comportamentos preconceituosos".

Igreja Católica do Reino Unido reconhece que casais gays podem ser bons pais, mas...



Publicado no ParouTudo

O casamento homossexual é um dos assuntos do momento não só na França, mas também no Reino Unido. A Igreja Católica, inimiga oficial e antiga das uniões LGBT continua mantendo a mesma posição contrária, mas acenou com um elogio.
 
“Nós reconhecemos que muitos casais do mesmo sexo tratam as crianças com amor e carinho em seus lares”, diz em parte de comunicado oficial. Porém, o mesmo texto segue insistindo que só os casamentos heterossexuais devem ser reconhecidos. Enfim, um dia vão ter de se dobrar (como já estão fazendo) e reconhecerem a igualdade!
 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Casal homossexual decide abandonar cidade na Escócia após campanha homofóbica de moradores



Publicado no Extra
 
Um casal homossexual cansou de sofrer com insultos homofóbicos e decidiu se mudar da pequena comunidade de Durness, na Escócia. A gota d’água foi quando Paul Maden, de 45 anos, e James Findlay, de 40, foram levados ao tribunal, acusados de agredir John Morrison, um dos homens que costumava insultá-los.
 
Segundo o tabloide britânico “Daily Mail”, a dupla, dona de uma luxuosa companhia de chocolate, a Cocoa Mountain, também era discriminada por ser da Inglaterra. Eles se mudaram para a Escócia há dez anos, para trabalhar com chocolate. Paul e James disseram que o estilo de vida deles pode ter incomodado alguns membros da comunidade. Por causa disso, eles sofriam com atitudes preconceituosas.
 
John Morrison alegou que o casal o agrediu com socos na cabeça, sem qualquer razão aparente. Ele contou no tribunal que estava dirigindo de volta para casa com o filho, quando os dois fizeram sinal para que ele parasse. Segundo John, Paul e James o socaram pela janela do carro dele. O filho confirmou a história.
 
Paul alegou que agiu em legítima defesa e a Justiça concluiu que não havia provas suficientes para condenar os empresários. Depois disso, o casal decidiu que vai deixar a cidade assim que possível.
 
- Nós vivemos com medo constante. Estamos procurando sair daqui o mais rápido possível, mas no momento é difícil por causa do clima financeiro - disse Paul.
 
Ele e o companheiro, James, alegam que John Morrison e o filho iniciaram a campanha de intimidação desde que o casal chegou na cidade.
 

Discriminar travestis e transexuais pode levar a fechamento de empresas



Publicado pelo Terra
Por Marli Moreira

Travestis e transexuais podem processar empresas ou pessoas que os tenham deixado em situação constrangedora ou humilhante, em atos que configurem preconceito ou discriminação. Quem discrimina desrespeita o direito de igualdade previsto na Constituição Brasileira. E se a atitude ocorrer por parte de uma empresa no Estado de São Paulo, a companhia fica sujeita a processo administrativo, a pagar multa e pode até ter as atividades encerradas por força da Lei Estadual 10.948, segundo esclareceu neste domingo, dia 27, Vanessa Vieira, coordenadora do Núcleo de Combate à Discriminação da Defensoria Pública do Estado de São Paulo.
 
Ao lado de outros profissionais, ela fez parte de grupo de atendimento à população em uma unidade móvel da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, na Praça da República, centro da capital paulista. "Queremos conscientizar a população sobre os mecanismos de combate à homofobia e à transfobia", disse ela. A defensora lembrou situações em que estes cidadãos são chamados pelos nomes que constam no registro de nascimento, o que pode lhes trazer constrangimentos no caso, por exemplo, de serem chamados com nomes masculinos quando a aparência é feminina ou vice-versa.
 
A Praça da República foi escolhida para a campanha de esclarecimento por ter grande circulação de pessoas, em especial, no domingo, quando ocorre a tradicional feira de artesanato. O movimento faz parte das atividades preparatórias ao dia dedicado à visibilidade dos travestis e transexuais (29).
 
Para isso, foram distribuídos preservativos e folhetos explicativos chamando a atenção do público sobre a principal causa de violência física, moral ou simbólica contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. "Nossa expectativa é fazer cada vez mais valer o nosso artigo 5º da Constituição, que diz que todos são iguais perante a lei, e, então, buscar essa igualdade na luta contra o preconceito e a discriminação e valorizar a individualidade de cada cidadão", defendeu o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, Fernando Quaresma.
 
Ele acredita que, apesar de ainda existir muito preconceito contra gays, há avanços na luta contra esse sentimento homofóbico. Para Quaresma, assim como as mulheres foram, gradativamente, ganhando o seu direito de voto nas eleições, de não mais precisar ser sustentadas pelo marido e de ter conquistado a defesa contra a violência doméstica, por meio da Lei Maria da Penha, esses grupos sociais também irão alcançar maior respeito.
 
Na Secretaria de Justiça e de Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo foram instaurados 44 casos de discriminação ao longo do ano passado, número inferior a 2011 (63) e um pouco acima de 2010 (33). Atualmente, estão em andamento 120 processos.
 
Apresentando-se como transexual, Athenas Joy dava apoio à campanha na distribuição de preservativos. "Precisamos que a sociedade nos respeite mais, nos abra as portas do trabalho, porque vivemos em uma sociedade mais moderna. Creio que o mundo está com outra cabeça e esperamos que nos aceitem mais", justificou.
 

Escoteiros consideram permitir filiação de gays nos EUA



Publicado pelo Bol
 
Os escoteiros dos EUA anunciaram nesta segunda (28) estar discutindo "remover a restrição nacional de filiação que concerne à orientação sexual", de acordo com Deron Smith, diretor de relações públicas da Boy Scouts of America (BSA, associação do grupo no país). Na prática, isso significaria admitir gays no escotismo norte-americano.
 
Atualmente, a política da instituição é vetar a filiação de "indivíduos que são aberta ou declaradamente homossexuais ou que incorreram em comportamento que seria uma distração em relação à missão da BSA", segundo informações da CNN. A questão da relação do escotismo com a homossexualidade tem causado grandes discussões nos EUA
 
Segundo o site da BSA, a instituição conta, atualmente, com 2,5 milhões de membros jovens e mais de 1 milhão de adultos nos EUA. A BSA determina, em linhas gerais, as diretrizes a serem seguidas por cerca de 290 conselhos regionais. Segundo Smith, a revisão da norma daria poder às organizações locais para decidir quem eles gostariam de admitir ou não na organização, independentemente da orientação sexual.
 
FINANCIAMENTO
 
De acordo com a emissora americana NBC, diversas instituições e grandes corporações deixaram de financiar os escoteiros dos EUA após concluírem que o veto a gays da BSA tem caráter discriminatório.
 
Em 2000, a Suprema Corte dos EUA concluiu, em função da Primeira (que garante o direito à liberdade de expressão), que a BSA tinha o direito de estabelecer, segundo seus próprios critérios, que a homossexualidade é inconsistente com os valores do escotismo.
 
 

domingo, 27 de janeiro de 2013

Apoiadores do casamento gay também fazem manifestação em Paris


 
Publicado pelo Terra
 
As associações favoráveis ao casamento gay na França realizarão neste domingo uma manifestação para expressar seu apoio a um projeto de lei para legalizá-lo que começará a ser debatido terça-feira e que provocou há duas semanas um grande protesto contra a medida em Paris.
 
Os organizadores asseguram que a passeata de hoje não é uma resposta à manifestação que no dia 13 de janeiro reuniu 340.000 pessoas, segundo a polícia, e um milhão de participantes, de acordo com os organizadores.
 
Mas será inevitável fazer comparações em função da polêmica que o casamento homossexual gerou no país. "Não é o mesmo se manifestar contra algo do que a favor de algo", disse a porta-voz do governo, Najat Vallaud-Belkacem, que poderá ser um dos rostos políticos que desfilarão hoje pelas ruas de Paris.
 
 
Para o porta-voz do coletivo de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT), Nicolas Gougain, o autêntico objetivo da manifestação é "lembrar ao governo seus compromissos" diante da pressão dos grupos contrários à lei, que foram recebidos pelo presidente, François Hollande, no palácio do Eliseu na sexta-feira passada.
 
Apesar do encontro, que durou apenas meia hora, Hollande mostrou sua intenção de seguir adiante com a aprovação de uma lei que representa cumprir uma de suas promessas eleitorais e que "constitui um grande avanço para a igualdade entre todos os cidadãos", indicou o Eliseu.
 
Em entrevista publicada hoje no semanário Le Journal du Dimanche, a ministra da Justiça, Christiane Taubira, autora do projeto de lei, assegurou que com a iniciativa o governo regulariza "uma realidade social e humana" e que o texto "vai proteger as famílias e os direitos das crianças".
 
 
O direito à adoção é o ponto que gera mais controvérsia e divide a opinião dos franceses, amplamente favoráveis ao casamento gay.
 
O projeto de lei que chegará na terça-feira ao Parlamento engloba o direito dos casais homossexuais adotarem um filho, mas não inclui a possibilidade de que um casal de lésbicas tenha um filho mediante fertilização artificial. Este direito, amplamente reivindicado pelas associações homossexuais e que Hollande se comprometeu a adotar, o governo deverá contemplar em uma lei apresentada em março.

Gays católicos praticantes buscam seu espaço na igreja



Publicado pelo Estadão
Por Luciana Nunes Leal
 
A psicóloga Cristiana Serra, de 38 anos, brinca que deve sua união com a confeiteira Juliana Luvizaro, de 32, ao papa Bento XVI.
 
Não há nenhum tom desrespeitoso na brincadeira. É que, no Natal de 2008, o pontífice fez um pronunciamento em que considerou tão importante "salvar" a humanidade do comportamento gay quanto livrar as florestas do desmatamento. Indignada, Juliana mandou e-mail à Arquidiocese do Rio. Dizia que era gay e católica, mas que uma restrição da própria Igreja poderia fazê-la deixar a religião.
 
Juliana conta que recebeu de um padre da arquidiocese uma resposta "mais que amorosa" e a sugestão de entrar em contato com o padre Luís Corrêa Lima, que coordena um grupo de pesquisa sobre diversidade sexual na PUC-RJ. Esse contato a levou ao Diversidade Católica, um grupo leigo de reflexão, oração e debate formado por gays católicos, em que conheceu Cristiana.
 
As duas estão juntas desde março de 2009 e há três anos formalizaram em cartório a união estável. Têm expectativa de convertê-la em casamento civil.
 
Cristiana e Juliana fazem parte de um movimento de gays católicos praticantes que pretendem conciliar as duas identidades. Nos últimos anos, eles têm se reunido em espaços como o Diversidade Católica, no Rio, e a Pastoral da Diversidade, em São Paulo. Participam de celebrações, estudam, trocam experiências. No cotidiano, frequentam igrejas e muitas vezes participam das atividades paroquiais.
 
Os grupos têm o apoio de alguns padres, como d. Anuar Battisti (mais informações nesta pág.), que atuam com discrição para evitar sanções da hierarquia da Igreja, como o silêncio (restrição a entrevistas e pronunciamentos públicos), já imposto a alguns sacerdotes.
 
A doutrina católica, reforçada nos textos e discursos do papa Bento XVI, acolhe o homossexual, mas condena a prática da homossexualidade. E rejeita vigorosamente a união de pessoas do mesmo sexo e mais ainda a adoção de crianças por esses casais.
 
Para mostrar o outro lado da Igreja, os integrantes do Diversidade Católica recorrem a palavras do próprio Bento XVI: "A Igreja não é apenas os outros, não é apenas a hierarquia, o papa e os bispos; a Igreja somos nós todos, os batizados". Como primeiro passo, eles querem participar da vida religiosa sem ter de esconder que são gays, como relatam terem feito durante anos.
 
 
Vivências. Após infância e adolescência vividas no ambiente católico, o empresário Arnaldo Adnet (acima), um dos fundadores do Diversidade Católica, se afastou da Igreja no período em que assumiu ser gay. Anos depois, quando retornou à religião, ia discretamente à missa aos domingos, na Igreja da Ressurreição. Aos poucos, passou a participar da vida da paróquia. Foi chamado para cantar no coro e fez parte da coordenação pastoral. "Para mim, dizer que sou católico é que foi sair do armário", diz Adnet, que vai às missas dominicais com o companheiro e a mãe.
 
Cristiana e Juliana frequentavam as missas de um padre "acolhedor" no bairro da Glória e, após se mudaram para Copacabana, também passaram a ir na Igreja da Ressurreição. "A gente vê gays antirreligiosos e, entre os religiosos, a homofobia é cada vez mais arraigada. Isso tende a obscurecer um campo intermediário que fica silencioso, por não ser tão extremista. A polarização impede o diálogo", diz Cristiana.
 
Histórias de acolhimento e rejeição se alternam. Um rapaz que cumpria atividades em uma paróquia conta que, ao revelar ao padre que era homossexual, foi perdendo suas funções. Na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Madri, em 2011, ele encaminhou por escrito, sem esperança de ser atendido, uma pergunta ao arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta, sobre como a Igreja lida com a presença dos gays católicos. O rapaz se surpreendeu ao ver que sua pergunta foi respondida por d. Orani, que, segundo ele, pregou a existência de uma Igreja para todos. Hoje, o rapaz participa da organização da nova edição da JMJ, que ocorrerá em julho no Rio, com a presença de Bento XVI.
 
Em São Paulo, os integrantes Pastoral da Diversidade, que não tem vínculo com a arquidiocese, reúnem-se a cada 15 dias em uma missa comandada pelo padre inglês James Alison, na casa do sacerdote ou em espaços de ONGs.
 
Por ter deixado a ordem dominicana e não ser subordinado à hierarquia da Igreja, Alison fala sem restrições. Ele sustenta que a Igreja parte de um pressuposto equivocado ao considerar que a homossexualidade vai contra a natureza e, portanto, não pode ser aceita como prática.
 
"Será verdade que os gays são héteros defeituosos ou será que é uma variante minoritária e não patológica da condição humana? Na medida em que a sociedade se dá conta de que não é um defeito, a situação vai mudando, queira a hierarquia da Igreja ou não", diz Alison. "Expus minha consciência há 17 anos e eles (autoridades do Vaticano) nunca me chamaram a dar explicações. Eles têm uma dificuldade sobre qual é o meu status canônico como padre. A única razão por que posso falar abertamente é que não tenho nada a perder", afirma.