sexta-feira, 6 de julho de 2012

Pastores gays se casam em igreja evangélica em Belo Horizonte





Os pastores evangélicos Anderson Pereira, de 34 anos, e Roberto Soares, de 29, se casaram no sábado (30) na Igreja Cristã Contemporânea de Belo Horizonte, no bairro Santa Mônica, na Região de Venda Nova, na capital mineira. De acordo com Pereira, 150 convidados participaram da cerimônia, inclusive parentes como pais e irmãos, e muitos amigos. Eles vivem juntos há dez anos.
“A Bíblia não condena o amor entre pessoas do mesmo sexo. Ela condena a promiscuidade, a falta de respeito e a traição. Jesus é amor. Onde tem amor tem a presença de Jesus”, ressaltou. Pereira falou que no dia 19 embarca com o companheiro para curtir a lua de mel em São Luís, no Maranhão. O pastor disse, ainda, que, há cinco anos a Igreja Cristã Contemporânea de Belo Horizonte realizou 160 casamentos entre pessoas do mesmo sexo na capital mineira.
Anderson Pereira e Roberto Soares durante a festa do casamento realizado em BH (Foto: Divulgação)Anderson Pereira e Roberto Soares durante a festa do casamento realizado em BH. (Foto: Arquivo Pessoal)
Soares explicou que a igreja apoiou o casal em todos os momentos. “Fomos bem recebidos, pois a igreja viveu todo esse preparo do casamento. Todos ficaram ansiosos para o dia chegar, para o casamento acontecer”, contou. O pastor disse também que esta união é importante para mostrar que existe uma igreja que aceita e respeita o casamento gay. Sobre os futuros desafios, Soares afirmou que ainda vai pedir para o juiz a conversão da declaração da união estável para o casamento civil.
Para o primeiro semestre de 2013, o casal pretende adotar uma criança e, segundo Pereira, não há uma preferência por menino ou menina. “O que Deus enviar vamos cuidar e amar. Queremos ser referência de amor e fidelidade. Este casamento foi o resgate de sonhos, de planos. O amor sempre vence. É a declaração da vitória”. De acordo com Soares, a ideia é adotar pelo menos duas crianças. “O que existe é um grande desejo de formar uma família”.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

"Sou um hétero que defende os gays", diz noivo de Ariadna


Publicado na Quem
Dica de Augusto Martins
Gabriele Benedetti, noivo de Ariadna Arantes, resolveu declarar guerra contra a homofobia. O empresário e osteopata, que atualmente está na Itália com a ex-BBB, contou a QUEM no dia do Orgulho Gay, comemorado na quinta-feira (28), o que o motivou a se envolver no assunto. "Há muito tempo defendi a Ariadna publicamente em um vídeo e, desde aquele dia, represento um ideal para muita gente. Entendi que posso utilizar minha notoriedade para fazer algo de útil e importante".
Ele explica seu ponto de vista. "Se hoje no Brasil ainda há pessoas analfabetas, como podemos esperar que não tenham mais racistas? Quando falo em racismo, falo em intolerância a qualquer diversidade. Eu sou um heterossexual que namora uma transexual operada e defende os gays. Tenho milhares de seguidores no Twitter que apoiam minha batalha para os direitos de igualdade".
O empresário compara a questão entre os dois países. "Com certeza o problema na Itália é bem menor do que no Brasil. Tem algum caso de homofobia, mas é raro. E os gays aqui são muitos e bem integrados com a sociedade. Só ignorante pode ter dificuldade de entender que amor não tem limites".
Gabriele afirma que está conseguindo ter uma vida tranquila com a amada. "Na Itália ninguém percebeu que Ariadna é uma mulher operada. Quando falei isso publicamente, foi novidade total para todo mundo. O resultado? Curiosidade, admiração e respeito. Quando andamos na rua, somos assediados pelos fãs e a coisa mais linda é que a metade são crianças".
Ele diz como pretende agir para minimizar o preconceito. " Vou utilizar a Brasaimara (grife da qual é dono) na moda para divulgar mensagens contra racismo e homofobia. Financiarei programas de educação, porque sem cultura não existe futuro, o povo não pode entender, crescer e se defender. Quero contar para o mundo que há um Brasil maravilhoso e livre do preconceito", sonha.

Parlamentares americanos apresentam recurso contra casamento gay à Suprema Corte


Publicado na Veja
Por Pedro Armestre
A Suprema Corte dos Estados Unidos decidirá no outono (hemisfério norte, primavera no Brasil) se aceita pronunciar-se sobre o casamento gay, depois que um grupo de parlamentares apresentou um recurso para declará-lo inconstitucional, informou uma fonte judicial.
Um grupo de deputados republicanos e democratas pediu ao principal tribunal do país que declare que a lei matrimonial, que estabelece que "o casamento é a união legal entre um homem e uma mulher", está de acordo com a quinta emenda da Constituição, que protege a igualdade de direitos entre as pessoas.
O Grupo Bipartidário de Assessoria Jurídica da Câmara de Representantes (Bipartisan Legal Advisory Group, BLAG), composto em sua maioria por republicanos, solicitou desta maneira à Suprema Corte a revogação da decisão de um tribunal de apelações da costa leste dos Estados Unidos a favor do casamento gay.
Este é o primeiro recurso sobre a união legal entre pessoas do mesmo sexo apresentado ao maior tribunal americano.
Em 31 de maio, a Corte de Apelações de Boston ratificou por unanimidade uma resolução de primeira instância segundo a qual a lei sobre o matrimônio violava os princípios de igualdade inscritos na Constituição.
Cinco dias depois, um tribunal de apelações de São Francisco considerou inconstitucional a proibição do casamento gay vigente na Califórnia.

França aprovará casamento gay e adoção por homossexuais


Publicado no Terra
Com informações da EFE
Dica de Augusto Martins
O primeiro-ministro da França, Jean-Marc Ayrault, garantiu na sexta-feira (29) que seu governo aprovará o casamento gay e a adoção por casais do mesmo sexo, como prometeu o socialista François Hollande durante a campanha eleitoral que o levou à presidência. "O direito ao casamento e à adoção para todos será garantido e as ferramentas de luta contra a discriminação serão reforçadas", afirmou o chefe do Executivo francês em comunicado divulgado na véspera do Dia do Orgulho Gay.
Ayrault não confirmou a data na qual a iniciativa governamental será tomada, mas destacou que o governo inscreveu em seu programa de trabalho dos próximos meses a aplicação dos compromissos assumidos durante a campanha presidencial sobre discriminações relacionadas à orientação e identidade sexual. "Todas as administrações do Estado, autoridades administrativas independentes, servidores públicos e em particular professores serão sensibilizados sobre o objetivo de igualdade e de luta contra todos os preconceitos homofóbicos, que são a base de uma violência e exclusão não toleráveis", acrescentou.
O primeiro-ministro também pedirá a todos os membros do governo envolvidos que façam proposições, após uma consulta com os agentes associados, para definir o curso institucional de políticas de luta contra a violência e discriminações de orientação e identidade sexual. Além disso, o Executivo apresentará uma iniciativa para facilitar o caminho para os transexuais, reforçando as recomendações do Conselho da Europa, segundo Ayrault. Por fim, o ministro falou que a França aproveitará todas as oportunidades em nível internacional, para promover a descriminalização universal da homossexualidade.

Rondônia: Boate LGBT é pichada e funcionária da prefeitura é acusada de nepotismo lésbico




Publicado no Rondônia ao Vivo
Dica de Augusto Martins
A boate denominada “La Honda” localizada na região central de Porto Velho foi alvo da ação de vândalos que picharam a parede da mesma com a seguinte frase “Pederastia não”. A boate é ponto de encontro e local de festas para pessoas do mesmo sexo, sendo elas gays, lésbicas e simpatizantes.
Segundo um comerciante que trabalha próximo do estabelecimento, ainda não se sabe quem praticou o vandalismo. “É muito provável que isso tenha acontecido durante a madrugada, quando não estava tendo festa.” (ressaltou a testemunha). De acordo com a lei complementar brasileira, pichação é crime e está registrado no art. 65 da lei nº 9.605/98.
Homofobia na política
Ações homofóbicas também são detectadas na política rondoniense, mais precisamente na capital de Rondônia.
Recentemente, a militante petista e ex-chefe de gabinete do prefeito Roberto Sobrinho, a bancária Mirian Saldanã teve que contratar advogado para se defender em denúncia que a acusava de nepotismo.
A servidora pública comissionada de alto escalão foi acusada de nepotismo ao ser apontada como chefe de sua companheira na prefeitura de Porto Velho, a funcionária pública Selismar Pereira da Silva, coordenadora municipal de Posturas da Secretaria Municipal de Serviços Básicos.
Uma denúncia anônima, visivelmente homofóbica, encaminhada com a cópia de um comprovante de endereço apontava que ambas dividiam o mesmo teto e a mesma cama. Os advogados da banca Machado, Nogueira e Vasconcelos foram os responsáveis pela defesa e a justiça não acatou a denúncia, principalmente por se tratar de uma denúncia anônima.
Uma vitória contra a homofobia que permeia a vida do pensamento de brasileiros

domingo, 1 de julho de 2012

Rio: Casos de homofobia devem ser notificados pelos hospitais, diz Prefeitura


Publicado pelo O Dia
A Prefeitura do Rio, através da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS), lançou na última quinta-feira, um conjunto de ações para combater a homofobia no município do Rio em comemoração ao Dia Mundial da Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), celebrado em 28 de junho.
Estiveram presentes no Palácio da Cidade, em Botafogo, o prefeito Eduardo Paes, o coordenador especial da Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson, o secretário municipal de Saúde e Defesa Civil, Hans Domann, a secretária municipal de Assistência Social, Fátima Nascimento e a delegada chefe da Polícia Civil, Marta Rocha.
Na ocasião, o prefeito Eduardo Paes assinou um decreto que torna obrigatório o preenchimento de formulário específico na rede de saúde para a notificação compulsória mediante ciência nos casos de registro de ódio homofóbico. Tal decisão é pioneira no país e será efetivada não só em todas as unidades de saúde pública e privada da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil.
“O dia de hoje lembra nossos compromissos com os Direitos Humanos. Essa questão da diversidade sexual é respeitada e exigida pela Polícia Civil. Hoje, a Prefeitura dá um grande ensinamento ao povo dessa cidade e ao Brasil com a necessidade da notificação obrigatória. Com isso, nós teremos a ideia real do tamanho desse crime, do desrespeito aos direitos humanos. Talvez essa decisão da notificação tenha sido a mais sábia e a mais acertada”, elogiou a delegada Marta Rocha.
Entre os presentes no Palácio da Cidade para assinatura do decreto do Prefeito estavam Lucinha Araujo, Lenny Niemeyer, Yara Figueiredo, Jacob e Simone Orlean, Glorinha Pires Rebelo, André Piva, Antonia Fontenelle, Marcelo Faustini, Bayard Tonelli, Betina Durovni, Christina Moreira e Vanja Ferreira, entre outros muitos convidados.
Dentro desse pacote de ações, foi também assinada por Tufvesson e pela secretária municipal de Assistência Social, Fátima Nascimento a resolução que renova e garante a continuidade do projeto DAMAS, que capacita profissionalmente travestis e transexuais e auxilia em sua inserção no mercado de trabalho.
“Após pesquisa entregue a esta Coordenadoria pelo grupo TransRevolução, que apontava que 95% das travestis e transexuais que se prostituem gostariam de serem inseridas no mercado de trabalho, não temos como não continuar esse importante e pioneiro projeto da prefeitura do Rio”, afirma o coordenador especial da Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson, que completa: “O DAMAS reacende a cidadania dessas cidadãs que fazem parte do recorte de gênero que mais sofre preconceito em toda a nossa sociedade”.
Vale ressaltar que o DAMAS foi retomado no início de 2012, teve seu conteúdo pedagógico reformulado e aumentou a carga-horária semanal. O projeto DAMAS funciona hoje com duas turmas de 20 alunas cada e com essa resolução, iniciará seleção para a formação de mais duas turmas.
Também foi apresentado na tarde desta quinta-feira, a campanha “Discriminação: sem denúncia, não há solução”, mais uma vertente do programa Rio Sem Preconceito, criado e dirigido pela Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual. De 28 a 30 de junho, será realizada intensa panfletagem com distribuição de material gráfico em locais de frequência LGBT da cidade nas zonas Sul, Norte, Oeste e no Centro da cidade, reforçando a importância de se exercer a cidadania através da denuncia em caso de violação dos direitos civis.
“A ausência de cidadania imposta à comunidade homossexual – cerceada de diversos direitos civis – faz com que violações a sua cidadania não sejam denunciadas. De nada adianta termos leis de proteção se elas não forem reivindicadas”, conclui Tufvesson.
Será reforçada aos cidadãos a existência da lei 2475/96 que proíbe terminantemente a discriminação aos LGBTs nos bares, restaurantes e comércio em geral, assim como também nas repartições públicas municipais. Carlos Tufvesson e a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual também receberam uma moção de louvor oferecida pela Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a vereadora Teresa Bergher.
“A Coordenadoria cumpre um papel que é muito mais importante do que as iniciativas que a gente tem nessas datas especiais, como trazer permanentemente para o município esse tema. O fundamental é tratar esse tema de maneira concreta. O Rio é uma cidade aberta. Não vamos tolerar uma cidade com nenhum tipo de manifestação de preconceito, de ódio, de violência contra os direitos das pessoas porque essa é uma cidade que recebe todos muito bem. O Rio vai prosseguir sendo a marca da diversidade, da cidade aberta, que a gente sempre foi”, encerrou o prefeito Eduardo Paes.

Sociedade ainda vê homossexualidade como doença, diz conselho de Psicologia


Publicado no Correio Braziliense
Descrente de que o Congresso Nacional aprove projeto de decreto legislativo que, entre outras coisas, permitiria que psicólogos tratassem homossexualismo como doença, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) promete continuar punindo, com base no Código de Ética da categoria, profissionais que recomendarem tratamentos terapêuticos com o objetivo de reverter a orientação sexual de seus pacientes.
“O conselho tem agido com rigor para enquadrar os profissionais que pregam a cura da homossexualidade, levando para seus consultórios, como um atrativo, o sofrimento psíquico daqueles que não tem seus direitos respeitados”, afirmou nesta quinta-feira (28/6), a vice-presidente do órgão, Clara Goldman. Para Goldman, o Projeto de Decreto Legislativo nº234/11, de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), além de inconstitucional, é produto do pensamento homofóbico que persiste em parcelas da sociedade brasileira. “A proposta de curar só existe porque a sociedade ainda vê a homossexualidade como uma doença, disseminando o preconceito em relação aos homossexuais. Quando a sociedade entender o direito humano à livre orientação sexual, estas supostas terapias não terão mais sentido”, disse Clara logo após se reunir, em Brasília, com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.
O projeto de Campos, que já vem sendo chamado de Projeto da Cura Gay, propõe a suspensão da validade de dois artigos de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia, em vigor desde 1999. Um dos trechos da Resolução nº 1/99 que o deputado quer suprimir é o Artigo 3º, que estabelece que os psicólogos não deverão exercer qualquer ação que favoreça que comportamentos ou práticas homoeróticas sejam vistas como patologias (doenças), nem adotarão ação coercitiva a fim de orientar homossexuais para tratamentos não solicitados. O outro artigo, o 4º, proíbe os psicólogos de se pronunciarem, participarem ou se expressarem publicamente ou nos meios de comunicação de massa de modo a reforçar preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.
Clara Goldman disse não acreditar que o Congresso aprove as mudanças defendidas por Campos e outros parlamentares que, segundo ela, visam “facilitar a liberação das supostas terapias de reversão da homossexualidade”. “A resolução do conselho não vai ser alterada. Isso exorbitaria o papel do Parlamento, que não tem o poder de interferir na definição de um corporação profissional. Os psicólogos continuarão a prestar seus serviços profissionais com base no Código de Ética da categoria e atendendo a todas as pessoas. O conselho não deixará de enquadrar todos os profissionais que venderem a ideia da cura da homossexualidade”.
Para o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, o projeto parlamentar é um acinte à cidadania. “Querer curar o que não é doença é charlatanismo. É uma iniciativa de um grupo restrito de fundamentalistas, totalmente inconstitucional. Temos muitas doenças a serem curadas, urgências que justificariam uma audiência pública, como a questão do crack e da mortalidade infantil. Nos recusamos a discutir com esse povo”. Já para o deputado João Campos, inconstitucional é a resolução do conselho. “Ela fere a autonomia do paciente”, disse o parlamentar durante audiência pública realizada pela Comissão de Seguridade da Câmara dos Deputados para discutir sua proposta.

Congresso Nacional pode ser obrigado a criminalizar homofobia


Publicado no Parou Tudo
Por Welton Trindade
Indicação de Augusto Martins
A guerra se intensifica e os ativistas arco-íris sacam uma nova arma contra os homofóbicos (ligados a deus ou não). A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) propôs mandado de injunção junto ao Supremo Tribunal Federal para que seja reconhecido como dever do Congresso Nacional criminalizar a homofobia.
Como principal argumento está o fato de, frente à violência homofóbica, direitos fundamentais das pessoas LGBT já consagrados na Constituição serem desrespeitados por omissão do Poder Legislativo. 
Enfim, agora é esperar e torcer para mais uma derrota do Congresso Nacional que o povo brasileiro coloca no poder.

Escola Jovem LGBT terá mais três unidades em São Paulo


Publicado no Terra
Por Rose Mary de Souza
A Escola Jovem LGBT sediada em Campinas anunciou nesta quinta, 28, dia em que se comemora o Dia do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), que a partir de julho terá mais três unidades no Estado de São Paulo. As novas sedes funcionarão em São Paulo, São Vicente, no litoral sul paulista, e em Piracicaba. Todas oferecerão cursos nas áreas de Cultura e Artes direcionadas a adolescentes e jovens ligados ao movimento.
Para o diretor da escola, Deco Ribeiro, a implantação dos cursos contribuem para divulgar o movimento LGBT e reduzir o preconceito. Segundo ele, as escolas são frequentadas, em sua maioria, pelo público gay, mas os cursos são direcionadas a todas as pessoas, independentemente da opção sexual.
"Queremos valorizar a diversidade e, ao mesmo tempo, oferecer um espaço onde jovens LGBT possam se expressar", relata.
A partir de julho serão aceitos 150 alunos. Em Campinas, serão oferecidos cursos de Literatura Queer, Cinema e Drag Queen. Em Piracicaba ocorrerão os cursos de Fanzines e Dança. Também o curso de Drag Queen com noções de Construção de Personagem, Figurino, Maquiagem, Dublagem, Performance de Palco e Produção de Espetáculos.
Já em São Paulo, haverá aulas de Cinema, Marketing e Sociologia da Homossexualidade. No litoral, em São Vicente, cursos de Teatro, Roteiro e ainda Vôlei de Praia e Surfe. Os interessados poderão procurar informações a partir de 20 de julho pelo e-mail escola@jovem.com.

Casamento não garantiu a militar gay o reconhecimento do estado civil


Publicado pela Veja
João Batista Pereira da Silva foi o primeiro integrante da Marinha a se casar oficialmente com uma pessoa do mesmo sexo. Somente agora, mais de nove meses depois, órgão se dispõe a alterar a identidade militar
Quando duas pessoas se casam, é necessário que seja feita a alteração do estado civil nos documentos de identificação oficiais, bem como a consequente atualização dos dados cadastrais em diversas instituições. Um procedimento corriqueiro e automático, certo? Sim, desde que o casal seja heterossexual. Para João Batista Pereira da Silva e Claudio Nascimento Silva a batalha dura mais de nove meses.
João foi o primeiro militar da Marinha a se casar oficialmente com uma pessoa do mesmo sexo, em uma cerimônia realizada em agosto de 2011. Desde setembro daquele ano, briga para ter o novo estado civil reconhecido pelo órgão. Somente agora, depois de apelar para diversas frentes – entre elas a Presidência da República –, o cabo da reserva finalmente conseguiu um indicativo de que o caso será resolvido. Em nota enviada ao site de VEJA nesta quarta-feira, a Marinha afirmou que regularizará a situação até esta sexta, dia 29. O órgão informa que após o comparecimento dos dois ao Serviço de Identificação da Marinha (SIM), a nova identidade será expedida no prazo de quarenta e oito horas – o anúncio oficial dessa decisão para os interessados, entretanto, ainda não foi feito.
Desde setembro de 2010, João e Claudio – que é superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro – tem a união estável reconhecida. A disputa com a Marinha começou quando João solicitou a inclusão do parceiro como dependente para que ele tivesse acesso aos benefícios oferecidos para os cônjuges de militares. A resposta afirmativa ao requerimento só veio em outubro de 2011, mais de cinco meses depois do pedido.
Nesse meio tempo, uma decisão da Justiça autorizou a conversão da união estável dos dois em casamento civil. No entanto, quando João tentou alterar seu estado civil no sistema de identificação da Marinha no ato do recadastramento anual obrigatório, teve o pedido negado. O órgão informou que seria necessário um requerimento específico para a alteração. “Um militar heterossexual não precisa fazer esse requerimento, basta apresentar os documentos e a certidão de casamento que os dados são alterados”, afirma Claudio. “Isso foi um tratamento diferenciado que gerou constrangimento, mostrando claramente que eles não estavam tratando com igualdade de direitos a nossa questão”.
João chegou a fazer dois requerimentos diferentes e uma solicitação presencial direta aos superiores durante um período de mais de nove meses, mas só obteve uma resposta em maio deste ano. A Marinha, que já havia reconhecido a união estável dos dois, indeferiu os pedidos de mudança de estado civil e alegou “falta de amparo legal”, afirmando que o “ordenamento jurídico vigente só reconhece o casamento entre pessoas de sexo opostos”.
Preocupado com uma norma do regulamento que diz que os militares devem ter seus dados cadastrais atualizados, sob o risco de sofrer punições caso não o façam, o casal resolveu entrar com uma ação na Justiça para garantir a mudança do estado civil na identidade militar. Também enviou uma carta à Presidência da República, através da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), solicitando um posicionamento sobre o caso.
Nesta quarta-feira, a Marinha mudou seu entendimento sobre a questão e garantiu ao site de VEJA que reconhecerá a certidão de casamento e emitirá as novas identidades militares com a mudança do estado civil. Em relação à demora, o documento afirma: "Devido à apreciação jurídica que o assunto requeria, foi necessária a análise detalhada do caso, a fim de assegurar a legalidade da alteração do estado civil nos assentamentos do militar".
O casal afirmou à reportagem que ainda não foi comunicado oficialmente sobre o novo posicionamento da Marinha. “Se isso realmente acontecer, será um avanço não só para nós, mas para outros homossexuais nas Forças Armadas, que se sentirão encorajados a buscar os seus direitos”, afirma Claudio. Mesmo que a alteração seja feita, entretanto, ele diz que o casal pretende continuar com a ação por danos morais. “De qualquer forma, o dano continua, pois houve o constrangimento”, disse.