Gays nas Forças Armadas: 63% dos brasileiros aprovam, diz pesquisa
É muita “viadagem” – para colocar essa expressão pejorativa em embate
com seu próprio significado – o problema das Forças Armadas com os
homossexuais, como se eles fossem menos capazes de defender o país ou
ter menos bravura em combate que um hétero. E uma contestação a esse
pensamento acreditando que gays podem muito bem estar no Exército,
Marinha ou Aeronáutica é compartilhado e defendido por 63, 7% dos
brasileiros, segundo pesquisa divulgada
pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pela Secretaria
de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, em fevereiro deste
ano.
Os dados revelam que 59,3% dos homens e 68,1% das mulheres são
favoráveis à participação dos homossexuais na vida militar do país. O
número cresce ainda mais quanto maior a escolaridade do entrevistado:
são 73,6% dos que fizeram graduação ou pós que aprovam os gays nas
Forças Armadas.
Entre as regiões do Brasil, é a Sudeste que vê menos problemas em
relação a esta questão: 68,7% concordam com homossexuais no Exército. Já
a região Sul é a única que vence por 59,4% os que não querem o segmento
LGBT como militares.
Isto mostra um avanço da sociedade civil brasileira em relação a um
tabu, os homossexuais nas Forças Armadas, o que não podemos afirmar com
toda a certeza se este avanço é acompanhado pelos militares.
No ano passado, os Estados Unidos aboliram a política “Don’t ask, don’t
tell” (“Não pergunte, não conte”) que bania das Forças Armadas militares
assumidamente gays, quebrando um tabu que acredita que os homossexuais
seriam mais fracos no campo de batalha.
Para quem estuda os famosos exércitos de Esparta, cidade-Estado da
Grécia clássica, é conhecido o incentivo de que os militares espartanos
tivessem relações sexuais entre si para que na hora da guerra, o
combatente não só defendesse a sua própria vida, mas também de seu
amado. É famosa também a passagem de “A Ilíada” de Homero que o furioso
Aquiles se vinga da morte de amante Pátroclo, castigando Heitor com uma
morte violenta.
Isto mostra o quanto mais do que uma verdade universal, os gays nas
Forças Armadas fazem parte de uma mudança de mentalidade, de uma
mentalidade mais igualitária.
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