Publicado no Cruzeiro do Sul
Dica de Augusto Martins
Para a cabeleireiro Francisco Carlos Morales Bera, 48 anos, adotar uma
criança já fazia parte de um planejamento de vida. Aos 46 anos, depois
de voltar de uma temporada morando na Europa, ele decidiu que seria a
hora de realizar esse projeto. Homossexual, ele contou com o apoio do
companheiro, Rogério Muniz, 28 anos, que embora ainda não tivesse
pensado nessa possibilidade passou a acompanhá-lo nas entrevistas de
habilitação para adoção.
Fran, como é conhecido, fez questão de colocar o mínimo de restrição no
perfil das crianças a serem adotadas. Apenas que não sofresse de doença
incurável e que tivesse idade até 6 anos e meio. E ainda aceitou adotar
até três irmãos que fossem de uma mesma família. Um mês depois que
entrou na lista de adoção, ele recebeu dois telefonemas, um de Vargem
Grande, outro de Sorocaba. Mas acabou se decidindo por dois irmãos,
Rafael, com seis anos, e Lucas, com quatro anos. "Quando chegamos com os
dois em casas toda família estava esperando. Foi uma festa", lembra.
Ele admite, no entanto, que a adaptação não foi tão fácil. "Perdi 20
quilos no primeiro mês, pois ficava muito preocupado e não conseguia
comer e nem dormir direito", lembra. Fran conta que para os meninos foi
mais fácil, pois eles desejavam demais ir morar com eles e se adaptaram
muito fácil. O cabeleireiro garante que o fato de ser homossexual nunca
foi um impedimento. "Todos tratam de forma muito natural e o importante é
que temos uma situação estável e com muito amor para oferecer para
eles", diz.
Francisco e Rogério se sentem tão confortáveis na condição de pais que
já planejam adotar no futuro uma menina. "Só estamos esperando a
situação se estabilizar, pois estamos com os meninos há apenas dois
anos".
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