Visto na Revista Lado A
Dica de Augusto Martins
“Oi, meu nome é Ricardo (Nome Fictício), tenho 15 anos e estudo na
escola estadual Onofre Pires em Santo Angelo – RS”... diz a carta do
menino enviada por email para diversas entidades de luta pelos direitos
gays. Desesperado, ele conta o que aconteceu com ele naquela semana e
como chegou ao ponto de pensar em se matar. A carta foi reenviada por
listas da militância, encaminhada a autoridades, jornais, e uma
mobilização se fez em torno do caso. Toda a situação é uma realidade que
se repete, que termina em estatísticas sérias de evasão escolar e
suicídios, além de casos de violência ou mesmo assassinatos.
Uma rádio da cidade abordou o pedido de socorro e o município de 75
mil habitantes na Região das Missões, a 459 km de Porto Alegre, próximo à
fronteira com a Argentina, conheceu mais este caso de homofobia e
agressão. O menino, aluno do primeiro ano do ensino médio, denuncia que
sobre preconceito pelos alunos do colégio onde estuda e até de
professores. Que ao ser ameaçado por outros alunos pediu socorro aos
professores que o ignoraram. Ele era xingado em plena sala de aula e
chegou a ser ameaçado de morte. Tudo isso por ser homossexual assumido.
Ele chegou a ser perseguido fora do horário de aula e foi agredido por
outros alunos com socos e pontapés até que a diretora e outros
transeuntes o socorreram. O fato aconteceu no último dia 13 e dois dias
depois o menino denunciou o ocorrido.
Com a repercussão do caso, foi feito um boletim de ocorrência e os
agressores serão punidos, garantiu o coordenador regional da 14ª CRE,
Adelino Seibt, em entrevista no programa Rádio Visão. Os pais dos alunos
foram chamados e foi registrado o caso em ata. A punição pode chegar de
suspensão a transferência do agressor. O incidente levou a secretaria
estadual de Educação a ver a importância do debate do tema bullying nas
escolas.
Por sorte, o rapaz conta com uma família que o dá suporte, mesmo
assim, pelo relato do rapaz, é possível ver como é difícil o combate ao
bullying sem apoio institucional – seja da família, seja da Escola.
Deste modo, urge a necessidade de um programa como o Escola sem
Homofobia, que não resolve por si só, mas dá ferramentas para alunos,
pais e professores possam identificar e intervir em momentos críticos e
decisivos.
Apesar da rápida solução do caso, os pais do garoto decidiram
transferi-lo para uma escola particular, onde entendem que o filho
estará mais seguro.
Leia abaixo o pedido de ajuda enviado por Ricardo (nome fictício):
Oi, meu nome é Ricardo (nome fictício), tenho 15 anos e estudo na
escola estadual onofre pires em santo angelo -RS comecei a estudar lá
esse ano no primeiro ano do ensino médio, desde que comecei a estudar lá
venho sofrendo bulling por quase toda a turma e inclusive por parte de
alguns professores, quando perguntei a minha professora de geografia
porque ela não fazia nada enquanto eu sofria agressões verbais ela disse
"a aula é uma democracia", eu venho sendo agredido desde que me assumi
gay, alguns alunos estavam simulando sexo oral e anal em um ursinho de
pelúcia e me chamando de viado,viadinho,gayzinho,chupa rola,pau no cú
entre todas as ofensas posiveis, e hoje durante a aula de física um
colega de classe veio me xingando e perguntando se eu queria apanhar
porque era viado, e eu respondi: eu não tenho medo de você, e na saida
ele disse "se você não tem medo de mim, vai levar facada pra aprender",
no final da aula eu falei pra minha professora pra ficar um tempo a mais
durante a aula, ela nem fez conta, eu não levei a serio, e sai da
escola normalmente fiz uma menção a ficar mais tempo pra ajudar a
professora(mas ela me ignorou e fez que não ouviu), eu sofri bulling na
outra escola que eu estudei pelo mesmo motivo CORAGEM DE DIZER QUEM SOU,
na saída ele veio em minha direção e gritou VOCÊ NÃO TEM MEDO DE MIM! e
fez que ia tirar uma faca do bolso e eu peguei uma lapis da minha
mochila pra me defender(agora eu percebi que foi uma ideia idiota), e le
deu uma rasteira e me derrubou no chão(era no asfalto) e quebrou meu
lapis, depois ele me segurou e comecou a me chutar e a me dar socos,
metade da turma viu e ninguem fez nada, isso foi de dia a tarde e no
centro, muita gente viu e saiu do comercio pra me ajudar e para separar a
briga(não sei se fariam o mesmo se soubessem o que eu sou) a diretora
estava chegando e ela viu eu apanhando e ela me ajudou(tem professoras
que são legais, mas tem algumas que são maldosas) ela me acudiu e também
outras professoras do turno da tarde(que não sabiam que eu era gay)
viram e me ajudaram, e me levaram para delegacia para eu fazer B.O eu
cheguei muito assustado e nem disse que eu sou gay (SEI QUE TALVES SE EU
TIVESSE DITO NINGUEM TERIA DADO ATENÇÃO), cheguei lá chorando e
humilhado, eu tenho medo que aconteça alguma coisa comigo, eu queria que
alguém me ajudasse!
antes que eu virasse mais nas estatísticas de LGBT mortos, as vezes
eu sinto que ninguém gosta de mim e que a unica solução pra mim é me
matar, POR FAVOR ALGUEM ME AJUDA!
Nenhum comentário:
Postar um comentário