Visto na Band
Em abril do ano passado, Marcelo Tas expôs a orientação sexual de sua 
filha, em rede nacional, em resposta às declarações homofóbicas do 
deputado federal Jair Bolsonaro. O apresentador foi extremamente 
elogiado por quebrar as barreiras e mostrar um grande orgulho por Luiza,
 que hoje está com 23 anos. 
Segundo ele, a revelação da homossexualidade veio em uma conversa com a 
própria filha, que na adolescência seguiu uma tendência dos amigos da 
escola e passou a ficar tanto com meninos quanto com meninas. “Eu fui 
conversar com o diretor e, para me tranquilizar, ele contou que isso era
 normal”, explicou. 
Luiza é fruto do primeiro casamento de Tas, que também tem Miguel, 10 
anos, e Clarice, 6 anos, com Bel, a sua atual mulher. “Para os meus 
filhos, essa situação é a coisa mais normal do mundo, eles estão 
crescendo sem preconceito”, afirmou. 
Quando a Luiza te falou que era homossexual? 
Foi na adolescência, enquanto ela estava no colégio. Devia ter uns 16 anos. 
Como você reagiu à notícia? 
É sempre uma coisa que te deixa surpreso, mas a primeira coisa que eu 
fiz foi compartilhar isso com amigos, com a minha ex-mulher, mãe dela, e
 com a minha atual mulher. A segunda coisa foi ir até a escola conversar
 com o diretor e com orientadores. 
Ela sofreu preconceito na escola? 
Não, eu só quis saber como essa situação estava sendo levada pelos 
educadores e se aquilo tinha atrapalhado o desempenho dela. Claro que eu
 falei com ela se eu poderia conversar com o diretor, e ela achou ótimo!
 A minha surpresa foi descobrir que isso era algo muito comum na escola.
 Nessa idade rola muita coisa. Ela ficava com garotas e garotos, e isso 
acontecia com a maioria dos alunos. 
E a sua família, como lidou? 
O meu temperamento é tranquilo. Eu não consigo viver uma coisa pela 
metade. Na minha família houve quem ficasse mais chocado, mas eu 
conversei sobre isso de maneira muito direta. Tiveram outros casos na 
família que também são homossexuais e ficaram mais tranquilas em 
assumir. Eu ajudei a abrir essa porta. (risos) 
Como é a sua relação com os seus três filhos? 
Eu tenho uma proximidade muito grande com eles, que se sentem à vontade 
para dividir as coisas comigo. E eu sou um ótimo ouvido. 
E mesmo separado da mãe da Luiza, você continuou presente na vida dela? 
Sim, muito. A relação pai e filho tem que ser contínua. A proximidade 
depende do temperamento das pessoas. Eu não acho que o pai tem que ser 
totalmente próximo e saber tudo o que acontece com o filho, porque isso 
às vezes só vira uma polícia. 
Tem muito pai que passa a temporada da infância mais próxima dos filhos e
 depois se distancia achando que estão criados. Aí quando o filho se 
mete numa roubada, o pai fica surpreso porque o filho está consumindo 
drogas ou envolvido com algo não muito bacana. Você tem que sair com 
eles, convidar para jantar, cultivar e manter uma conexão. Não adianta 
só ter o cargo “pai”. 
A Luiza já te apresentou namoradas? 
Sim, claro. A atual namorada da Lu é muito próxima de nós, fica lá em 
casa com a família... Ela é americana, pretende vir morar no Brasil, e 
as duas estão cheias de planos. Para os meus filhos pequenos, é a coisa 
mais normal do mundo. A Clarissa, de 6 anos, fala sobre isso com a maior
 naturalidade do mundo. Eles crescem sem preconceito. 


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