Por Marcio Caparica para o Lado Bi
Quatro anos depois de sair do armário para a escola toda, David Weston recebeu e-mail
de ex-aluno
David Weston era um professor de ensino médio numa escola na cidade de Hertfordshire,
na Inglaterra. Em 2010 ele decidiu sair do armário num evento da escola, depois de lutar
por quatro anos contra uma doença de fígado rara. “Eu precisei fazer um transplante”,
ele contou ao jornal britânico Metro. “Enquanto eu me recuperava no hospital, eu
decidi tomar uma atitude que fizesse diferença. Todos na escola apoiaram minha decisão,
e a reação foi muito positiva.”
Quatro anos mais tarde, o professor pôde atestar a importância que seu gesto teve na vida
de seus alunos ao receber um e-mail de agradecimento de um aluno hétero.
Weston compartilhou a mensagem em sua conta no Twitter.
Olá David,
Eu sei que você provavelmente não vai se lembrar de mim, mas quando eu estava no
ano 7 (2004) você foi meu orientador-assistente no Ensino Médio, e eu estava no último
ano durante sua segunda temporada lá na escola Watford Grammar.
Eu só queria que você soubesse como foi inspirador o dia que você se declarou para
toda a escola, e como ele teve um impacto positivo. Eu sou um homem heterossexual,
mas sempre fui proativo na luta contra a homofobia.
Eu sei que essa mensagem parece meio sem sentido, mas eu realmente acho que você
deveria saber que você desafiou a ignorância de muitas pessoas naquele dia, e que se
todos os professores gays compartilhassem da sua coragem, o mundo seria um lugar
muito melhor – não apenas para gays, mas para todos. Obrigado por isso.
Apesar de não terem bem como te contarem isso, muitos dos alunos ganharam
muito respeito por você por causa do que você fez – nós nunca havíamos visto antes
um professor cumprir com tanta honestidade a função para que fora contratado –
a função de ensinar.
Eu vou levar comigo essa memória pelo resto da vida. Obrigado
O twit de Weston já foi compartilhado mais de 4 mil vezes, e rendeu-lhe aparições
em telejornais britânicos. Hoje Weston trabalha numa ONG para educar professores,
a Teacher Development Trust. Ele declarou ao jornal Watford Observer: “Ninguém
deveria ser forçado a esconder quem é no trabalho. Como professores, nós estamos
dando notas, preparando aulas – não há descanso. Mas também somos exemplos,
e nós temos que dar o exemplo aos jovens em nossas escolas ao sermos confortáveis
com a nossa própria pessoa, felizes e confiantes.”
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