Publicado pelo O Dia
A Prefeitura do Rio, através da Coordenadoria Especial da Diversidade 
Sexual (CEDS), lançou na última quinta-feira, um conjunto de ações para 
combater a homofobia no município do Rio em comemoração ao Dia Mundial 
da Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), celebrado
 em 28 de junho. 
Estiveram presentes no Palácio da Cidade, em Botafogo, o prefeito 
Eduardo Paes, o coordenador especial da Diversidade Sexual, Carlos 
Tufvesson, o secretário municipal de Saúde e Defesa Civil, Hans Domann, a
 secretária municipal de Assistência Social, Fátima Nascimento e a 
delegada chefe da Polícia Civil, Marta Rocha. 
Na ocasião, o prefeito Eduardo Paes assinou um decreto que torna 
obrigatório o preenchimento de formulário específico na rede de saúde 
para a notificação compulsória mediante ciência nos casos de registro de
 ódio homofóbico. Tal decisão é pioneira no país e será efetivada não só
 em todas as unidades de saúde pública e privada da Secretaria Municipal
 de Saúde e Defesa Civil. 
“O dia de hoje lembra nossos compromissos com os Direitos Humanos. Essa 
questão da diversidade sexual é respeitada e exigida pela Polícia Civil.
 Hoje, a Prefeitura dá um grande ensinamento ao povo dessa cidade e ao 
Brasil com a necessidade da notificação obrigatória. Com isso, nós 
teremos a ideia real do tamanho desse crime, do desrespeito aos direitos
 humanos. Talvez essa decisão da notificação tenha sido a mais sábia e a
 mais acertada”, elogiou a delegada Marta Rocha. 
Entre os presentes no Palácio da Cidade para assinatura do decreto do 
Prefeito estavam Lucinha Araujo, Lenny Niemeyer, Yara Figueiredo, Jacob e
 Simone Orlean, Glorinha Pires Rebelo, André Piva, Antonia Fontenelle, 
Marcelo Faustini, Bayard Tonelli, Betina Durovni, Christina Moreira e 
Vanja Ferreira, entre outros muitos convidados. 
Dentro desse pacote de ações, foi também assinada por Tufvesson e pela 
secretária municipal de Assistência Social, Fátima Nascimento a 
resolução que renova e garante a continuidade do projeto DAMAS, que 
capacita profissionalmente travestis e transexuais e auxilia em sua 
inserção no mercado de trabalho. 
“Após pesquisa entregue a esta Coordenadoria pelo grupo TransRevolução, 
que apontava que 95% das travestis e transexuais que se prostituem 
gostariam de serem inseridas no mercado de trabalho, não temos como não 
continuar esse importante e pioneiro projeto da prefeitura do Rio”, 
afirma o coordenador especial da Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson, 
que completa: “O DAMAS reacende a cidadania dessas cidadãs que fazem 
parte do recorte de gênero que mais sofre preconceito em toda a nossa 
sociedade”. 
Vale ressaltar que o DAMAS foi retomado no início de 2012, teve seu 
conteúdo pedagógico reformulado e aumentou a carga-horária semanal. O 
projeto DAMAS funciona hoje com duas turmas de 20 alunas cada e com essa
 resolução, iniciará seleção para a formação de mais duas turmas. 
Também foi apresentado na tarde desta quinta-feira, a campanha 
“Discriminação: sem denúncia, não há solução”, mais uma vertente do 
programa Rio Sem Preconceito, criado e dirigido pela Coordenadoria 
Especial da Diversidade Sexual. De 28 a 30 de junho, será realizada 
intensa panfletagem com distribuição de material gráfico em locais de 
frequência LGBT da cidade nas zonas Sul, Norte, Oeste e no Centro da 
cidade, reforçando a importância de se exercer a cidadania através da 
denuncia em caso de violação dos direitos civis. 
“A ausência de cidadania imposta à comunidade homossexual – cerceada de 
diversos direitos civis – faz com que violações a sua cidadania não 
sejam denunciadas. De nada adianta termos leis de proteção se elas não 
forem reivindicadas”, conclui Tufvesson. 
Será reforçada aos cidadãos a existência da lei 2475/96 que proíbe 
terminantemente a discriminação aos LGBTs nos bares, restaurantes e 
comércio em geral, assim como também nas repartições públicas 
municipais. Carlos Tufvesson e a Coordenadoria Especial da Diversidade 
Sexual também receberam uma moção de louvor oferecida pela Presidente da
 Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a 
vereadora Teresa Bergher. 
“A Coordenadoria cumpre um papel que é muito mais importante do que as 
iniciativas que a gente tem nessas datas especiais, como trazer 
permanentemente para o município esse tema. O fundamental é tratar esse 
tema de maneira concreta. O Rio é uma cidade aberta. Não vamos tolerar 
uma cidade com nenhum tipo de manifestação de preconceito, de ódio, de 
violência contra os direitos das pessoas porque essa é uma cidade que 
recebe todos muito bem. O Rio vai prosseguir sendo a marca da 
diversidade, da cidade aberta, que a gente sempre foi”, encerrou o 
prefeito Eduardo Paes. 

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