Publicado no Ig - Último Segundo
Ministra da Cultura afirma que Haddad não terá problemas com
religiosos por causa de projeto de lei anti-homofobia defendido por ela.
Suplente da senadora é contra união gay
A nova ministra da Cultura, Marta Suplicy , disse nesta quinta-feira
(13), após tomar posse do cargo, que não vê problemas para o candidato
do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, obter votos de
eleitores evangélicos em função do Projeto de Lei da Câmara nº 122 (PLC
122), que torna crime o preconceito a homossexuais. A agora ministra é a
principal articuladora do projeto de lei. “Acho que a grande maioria
dos evangélicos não é homofóbica. Eles respeitam a diversidade”,
afirmou.
Na tarde de ontem, ainda como senadora, Marta foi procurada por
representantes de entidades pelos direitos dos homossexuais que se
disseram preocupados com a chegada de seu suplente ao Senado, o vereador
Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP). Ligado a religiosos da zona sul de
São Paulo, seu reduto eleitoral, o novo senador é contra a união civil
entre pessoas do mesmo sexo.
Os ativistas dizem ter medo de que Rodrigues prejudique o andamento do
PLC 122 no Congresso, caso assuma a relatoria do projeto de lei. A
proposta já havia tramitado na Câmara dos Deputados entre 2001 e 2010,
quando foi arquivada. Em 2011, Marta retirou o projeto da gaveta e o
colocou na pauta, assumindo a relatoria.
Marta foi flagrada ontem mostrando e-mail de ativistas preocupados com
seu suplente para a senadora Lídice da Mata (PSB-BA). Fotos do jornal
Correio Braziliense mostram que a mensagem dizia “está havendo muitas
críticas pelo suplente, que é evangélico e homofóbico”. Lídice foi
convidada por Marta para substituí-la na relatoria do PLC 122.
Embora o tema homofobia seja apontado como uma pedra no caminho de
Haddad para o segundo turno, o líder petista na Câmara federal, Jilmar
Tatto (PT-SP), nega que o candidato possa ser influenciado nas pesquisas
eleitorais nesta reta final da primeira etapa do pleito. “Isso não tem
impacto nenhum nas eleições”, afirma.
A ministra minimizou o fato de seu suplente ser de um partido da ala dos
"independentes" em relação ao governo federal no Congresso. Marta se
recusou também a comentar o apoio de Rodrigues a José Serra (PSDB),
opositor de Haddad. “Não tenho nenhum constrangimento ( pelo suplente
ser a favor do tucano ). Foi uma decisão partidária ( a escolha para a
suplência) . Ele ( Rodrigues ) estava na minha coligação partidária”,
disse. “Desejo ao senador que ele faça um bom trabalho”, afirmou.
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