Publicado pelo iG - Último Segundo
Por Erik Eckholm
A luta contra o casamento homossexual na Califórnia foi, em grande
parte, planejada por um homem: Frank Schubert, um ex-executivo de
relações públicas corporativas, administrou a campanha de US$ 40 milhões
para aprovar a Proposição 8, na Califórnia, em 2008.
A partir de então, ele montou campanhas bem sucedidas contra o casamento
homossexual no Maine e na Carolina do Norte. Agora, com iniciativas
para a legalização do casamento homossexual sendo votadas em Maryland,
Minnesota, Washington e Maine, Schubert se tornou o estrategista-chefe
da oposição.
Líderes de grupos a favor dos direitos dos homossexuais desprezam
Schubert, que tem se dedicado ao tema nos últimos anos, alegando que ele
utiliza argumentos enganosos.
Eles também aprenderam a temê-lo por suas mensagens que são menos
abertamente duras do que as manifestadas por muitos outros adversários
dos direitos dos homossexuais: uma estratégia destinada a tranquilizar
os eleitores moderados que podem influenciar na decisão desta eleição
dizendo-lhes que ir contra o casamento homossexual não os torna
carrascos.
Citando pesquisas que mostram a crescente aceitação do público e armados
com mais de US$ 25 milhões, os líderes dos direitos dos homossexuais
esperam vencer sua primeira votação a favor do casamento gay no dia 6 de
novembro. Mas eles estão se preparando para uma quantidade de anúncios
de televisão concebidos por Schubert nos quatro Estados em questão.
"Todo mundo tem o direito de amar a quem quiser", disse um anúncio
atualmente sendo veiculado em Minnesota, "mas ninguém tem o direito de
redefinir o conceito de casamento".
Falar para os eleitores que eles não são pessoas ruins se decidirem
votar contra o casamento homossexual é "diabolicamente inteligente e
criativo", disse Fred Sainz, vice-presidente de comunicações do Human
Rights Campaign, um grupo de defesa nacional para os direitos dos
homossexuais. "Ele simplesmente está embelezando o conceito de
descriminação".
Schubert, que tem uma irmã homossexual que cria dois filhos com uma
parceira disse: "É doloroso saber que muitas pessoas pensam que eu não
gosto dos homossexuais e que lhes desejo o pior."
Nos seis Estados que o permitem, e no Distrito de Columbia, o casamento
homossexual foi mandatado pelos tribunais ou aprovado pelo Legislativo.
Mas toda vez que o assunto vai à votação popular, os eleitores decidem
contra o casamento homossexual.
Trinta Estados têm emendas constitucionais que definem o casamento como
apenas entre um homem e uma mulher, e outros 11 têm leis que restringem o
casamento homossexual.
"Se o outro lado vencer desta vez, estou certo de que irá abrir uma
frente totalmente nova", disse Schubert, prevendo que os grupos, na
Califórnia, Oregon e em outros lugares seriam encorajados a levarem
adiante referendos públicos.
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