Por Johanna Nublat
Frente a índices elevados de HIV entre gays e de crimes por homofobia, o
governo federal deve priorizar ações que coíbam a violência contra a
população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), e o Congresso
Nacional deve aprovar a criminalização da homofobia.
Esses são alguns dos pedidos feitos em carta elaborada em outubro pelo
grupo temático ampliado do Unaids (divisão da ONU contra a Aids) sobre
HIV/Aids. Desse grupo participam diversos braços da ONU, outras
entidades internacionais, representantes do governo federal brasileiro e
movimento social.
A carta foi encaminhada a pastas do governo federal, ao Congresso e a
autoridades do Judiciário. Está disponível no site do Unaids.
"No Chile, a morte de uma pessoa causou comoção nacional e gerou
aprovação de uma lei. No Brasil, só de mortes registradas de
homossexuais temos quase 300 no ano. E nada acontece", diz Pedro
Chequer, coordenador do Unaids no Brasil e quem assina a carta em nome
do grupo.
Chequer elogiou o discurso feito pela presidente Dilma Rousseff na ONU
este ano, em que reafirmou o respeito às diferenças, mas diz que falta a
decisão política para que a criminalização da homofobia seja votada.
"O que se nota é que, em função da demanda política e de determinados
segmentos sociais, essa agenda deixou de ser prioridade. Se não se vota,
se posterga e se tenta contornar, é porque a prioridade não está
claramente definida", disse à reportagem.
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