O programa Casos de Família, do SBT, vira conversa de freiras perto da
alta temperatura do debate feito na Câmara dos Deputados, na terça-feira
27, sobre projeto de lei que pode liberar psicólogos a fazer conversão
de homossexuais em héteros.
A primeira fala condenou a iniciativa. “O Conselho Federal de Psicologia
é quem tem poder de regulamentar o exercício da profissão de psicólogo.
E não o Congresso Nacional”, protestou o presidente da instituição,
Humberto Cota Verona.
“Se gay se transformar em doença, quero aposentadoria compulsória”,
brincou o presidente da ABGLT, Toni Reis, mostrando o absurdo da questão
pretendida pelos deputados homofóbicos que patrocinam o projeto de lei.
E ainda teve uma pretensa (bem pretensa) ex-homofóbica. A psicóloga
Marisa Lobo, que, depois de ser conhecida no Brasil por fazer uma
cruzada a favor de conversão de gays, declarou, letra por letra, no
debate, que “não existe ex-gay” e que ela nunca disse isso (!). Na
verdade, de acordo com ela, o que há são pessoas que pensam ser gays,
mas que nunca o foram na verdade (alguém aqui precisa de uma orientação
psicológica… E não é um homossexual)!
E teve até tumulto envolvendo a polícia parlamentar. Um ativista gay
escreveu o nome do pastor Silas Malafaia (presente no debate) e desenhou
uma suástica nazista do lado. O presidente da sessão, o deputado
federal Luiz Henrique Mandetta, entendeu que o ato foi uma grande
ofensa.
A polícia do local foi chamada para prender o ativista. Então, outros
militantes da causa LGBT e deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) o
cercaram impedindo a prisão. Para assegurar a liberdade do manifestante,
o grupo teve de levá-lo até a porta de saída da Câmara dos Deputados!
Grande parte dessas emoções, veja-a na íntegra do debate em vídeo aqui.
Não foi definida data para votação do projeto na comissão.
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