Publicado pelo Diário de Pernambuco 
A um mês de completar três anos da morte do seu filho, a dona de casa 
Audilene Alves dos Santos, 54, e o eletricista Cícero Benedito da Costa,
 47, esperam que o governo brasileiro seja responsabilizado pela morte 
do jovem Diego Augusto Santos Costa, 20 anos. Diego foi encontrado 
morto, na Itália, no dia 25 de dezembro de 2009, dentro de uma cela do 
Centro de Identificação e Expulsão da Via Corelli – local onde são 
detidos clandestinos de países estrangeiros, após ter sido encontrado 
com documentação irregular. A polícia italiana diz que o jovem cometeu 
suicídio. Versão que a família não acredita. 
Os pais de Diego se queixam de que não receberam assistência psicológica
 por parte das autoridades após a morte e sepultamento do corpo do 
filho, esse último ocorrido no dia 9 de julho de 2010. “Vários advogados
 já passaram pelo caso, chegamos a encaminhar muitos documentos e até 
agora nada foi resolvido. Estamos cansados de esperar por uma resposta 
que não chega. Como não tenho condições de contratar um advogado para 
processar o governo italiano, quero que o governo brasileiro seja 
responsabilizado pelo que aconteceu. Meu filho morreu quando estava sob a
 guarda do estado”, afirmou Audilene. 
O pai de Diego reclama ainda que o corpo do filho foi sepultado sem que 
os familiares pudessem abrir o caixão, o que aumenta a desconfiança do 
corpo não ser o de Diego. “No dia em que o caixão chegou ao aeroporto, 
não havia ninguém da Polícia Federal (PF), nem do governo do estado para
 recebê-lo com a gente. Apenas disseram que não poderíamos abrir o 
caixão porque meu filho já estava morto há muito tempo. Mas quem garente
 que aquele era o corpo dele?”, questionou Cícero. Os pais de Diego 
temem que o caso caia no esquecimento e que a morte do jovem fique 
impune. Eles pretendem entrar com uma ação de indenização contra o 
estado. 
O corpo de Diego Augusto Santos Costa foi sepultado no Cemitério do 
Barro, no Recife. O rapaz deixou o Brasil em julho de 2007, logo após 
completar 18 anos. Segundo parentes, ele viajou com a promessa de 
trabalhar fazendo shows como travesti na Europa. No entanto, o sonho 
dele se tornou um pesadelo. Lá, Diego teria sido obrigado a fazer 
programas sexuais com outros homens e era explorado por aliciadores. A 
mãe do rapaz acredita que que o filho possa ter sido vítima de tráfico 
internacional de pessoas. 


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