Publicado no Blogay da Folha
Por Vitor Angelo
Desde domingo, 11, as redes sócias repercutem o texto do colunista da 
revista “Veja”, J.R. Guzzo, que faz uma ampla defesa contra os direitos 
gays e em determinado trecho diz: “Homossexuais se consideram 
discriminados, por exemplo, por não poder doar sangue. Mas a doação de 
sangue não é um direito ilimitado – também são proibidas de doar pessoas
 com mais de 65 anos ou que tenham uma história clínica de diabetes, 
hepatite ou cardiopatias. O mesmo acontece em relação ao casamento, um 
direito que tem limites muito claros. O primeiro deles é que o 
casamento, por lei, é a união entre um homem e uma mulher; não pode ser 
outra coisa. Pessoas do mesmo sexo podem viver livremente como casais, 
pelo tempo e nas condições que quiserem. Podem apresentar-se na 
sociedade como casados, celebrar bodas em público e manter uma vida 
matrimonial. Mas a sua ligação não é um casamento – não gera filhos, nem
 uma família, nem laços de parentesco. Há outros limites, bem óbvios. Um
 homem também não pode se casar com uma cabra, por exemplo; pode até ter
 uma relação estável com ela, mas não pode se casar”. 
Bastou este exemplo da cabra como resposta à proibição do casamento gay 
para que começasse aparecer nos avatares do Facebook figuras de cabras. A
 confusão do autor entre zoofilia e homossexualidade acabou elegendo um 
símbolo da indignação ao artigo. O caprino se tornou para os leitores e 
militantes a forma de se manifestarem com bom humor ao artigo. 
Foi criado o tumblr Cabras Pra se Casar  e um protesto virtual foi
 marcado nas redes sociais até o dia 24 de novembro de 2012  para que 
e-mails sejam mandados para a redação da revista assim como comentários 
sobre o assunto na página da “Veja” no Facebook. 
Até jornalistas que não costumam se posicionar em situações como estas 
têm deixado declarações irritadas ou bem humoradas contra o artigo em 
suas páginas pessoais na internet. Muitos blogs  têm escrito contra o artigo assim como o deputado federal Jean Wyllys (PSOL/RJ), que divulgou na segunda-feira, 12, seu texto “Veja Que Lixo”  pelo Twitter. O site Jezebel também comentou  os dez erros no artigo de Guzzo. 
Se para o autor, os direitos gays parece ser um assunto secundário, para muitos internautas eles não são não. 

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