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Por Karine Melo - Repórter da Agência Brasil
"A sociedade tem assistido a gente viver uma série de ataques aos direitos da
comunidade LGBT especialmente por parte do fundamentalismo, que tem crescido
e se organizado cada vez mais no Parlamento, nos espaços de poder. A gente
está convocando a comunidade LGBT para votar consciente, para não anular o voto,
para olhar bem quem são os candidatos, para ver quem tem compromisso", disse
Michel Platini, coordenador da 17ª Parada do Orgulho LGBTS de Brasília;
recentemente, a causa gay rompeu com a candidata Marina Silva, que mudou
seu programa de governo por pressão dos evangélicos
A menos de um mês do primeiro turno das eleições, o voto consciente foi o tema
escolhido para 17ª Parada do Orgulho LGBTS de Brasília, realizada neste domingo (7).
“A sociedade tem assistido a gente viver uma série de ataques aos direitos da comunida
de LGBT [lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros] especialmente
por parte do fundamentalismo, que tem crescido e se organizado cada vez mais
no Parlamento, nos espaços de poder. A gente está convocando a comunidade LGBT
para votar consciente, para não anular o voto, para olhar bem quem são os candidatos,
para ver quem tem compromisso”, explicou Michel Platini, coordenador do evento.
Na pauta de reivindicações do movimento, estão temas como a criminalização da
homofobia, casamento civil igualitário, além de campanhas para o enfrentamento
da homofobia. “A gente tem que empoderar essa comunidade, para que ela denuncie
e, é claro, quando houver violação de seus direitos, que ela não acredite que, se ela
assumir sua homossexualidade, não vai ser discriminada ou não vai sofrer ou morrer.
Você tem que tirar esse estigma que está posto e você tira isso dando uma
visibilidade positiva”, reforça Platini.
Em relação ao casamento igualitário, o movimento LGBT acredita que a aprovação de
uma lei nesse sentido é simbólica, já que o direito, na prática, já foi garantido. Isso
porque uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle externo
das atividades do Judiciário, obriga todos os cartórios do país a cumprirem decisão
do Supremo Tribunal Federal (STF), de maio de 2011, de reconhecer a união estável de
casais do mesmo sexo. A mesma resolução também obriga a conversão da união
em casamento e também a realização direta de casamento civil entre pessoas do
mesmo sexo. Porém, não há nenhuma lei no país que regulamente o assunto.
Ainda na concentração da parada, no Eixão Sul, avenida do Plano Piloto do Distrito
Federal, do alto de trios elétricos, ativistas se revezavam em discursos contra
homofobia e pela conquista de direitos. No chão, muitos, jovens fantasiados, drag
queens e travestis, animaram e divertiram a multidão que, às 19h, já era estimada em
25 mil pessoas pela Polícia Militar do Distrito Federal. Os organizadores
estimaram os participantes em 30 mil.
“Acho fundamental não só o debate, que tem que ser cotidiano sobre os direitos,
sobre os avanços nas pautas que garantam os direitos não só da população LGBT,
mas de todas as minorias. No caso deles, acho que a visibilidade é importante. Todo
mundo tem direito de andar de mãos dadas, de se beijar, como o público hetero também
faz”, diz a servidora pública Daniela Matos, simpatizante do movimento LGBT.
O clima muito festivo foi criticado por alguns participantes ouvidos pela Agência
Brasil. “A gente vem à parada com a intenção de resgatar o objetivo original, que era
trazer para a rua a nossa cara, a nossa festa, mas também a luta pelas bandeiras que a
gente defende. Hoje, a gente tem muita festa, por isso a gente vem com cartazes para
tentar chamar atenção das pessoas”, reclama o estudante Leonardo Teixeira, que há
cinco anos participa do ato em Brasília. O servidor público, Fábio Henrique Ferreira,
também acredita que a maioria, especialmente os mais jovens, vão à parada preocupados
em conhecer pessoas e não efetivamente com a luta por direitos.
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