sexta-feira, 12 de setembro de 2014

SDH emite nota sobre crimes homofóbicos


 
A SDH/PR emitiu nota sobre casos de violência homofóbica ocorridos esta quinta e
 sexta-feira (10 e 11) em Goias e no Rio Grande do Sul. Leia abaixo a íntegra da nota.
 
Nota Pública
 
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) recebe com 
alarme, tristeza e indignação as notícias – veiculadas pela imprensa – de dois crimes
 de homofobia cometidos em território brasileiro nas últimas 24 horas.
 
O primeiro é a morte do jovem homossexual João Antonio Donati, de 18 anos, encontrado
 no município de Inhumas (GO) após ter sido assassinado com indícios de tortura. 
Segundo informação divulgada pela imprensa, a polícia trabalha com a tese de
 crime motivado por homofobia.
 
O segundo é incêndio criminoso provocado contra o Centro de Tradições Gaúchas (CTG)
 em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. O ataque vem dias antes da data 
agendada para que o centro sedie a celebração de casamento civil entre duas jovens 
– e semanas depois seus administradores receberem ameaças de represálias.
 
Desde já, a Secretaria manifesta suas mais profundas condolências à família e aos 
amigos de João Antonio Donati, apelando às autoridades do estado para que deem ao 
caso a atenção devida. Além disso, expressa sua solidariedade às noivas Solange 
Ramires e Sabriny Benites e às suas famílias, bem como aos demais casais cuja
 união foi ameaçada pelo ódio e pela intolerância.
 
Vale frisar que, no caso do Centro de Tradições Gaúchas, a participação das jovens
 na cerimônia foi resultado de decisão Judicial por uma juíza de direito conforme a
 Resolução 175 do Conselho Nacional de Justiça – que veda “a recusa de
 habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em
 casamento entre pessoas de mesmo sexo”.
 
Em ambos os casos, à bárbara investida contra a livre orientação sexual
 somou-se o desrespeito a instituições promulgadas juntamente com a Constituição de
 1988. Em ambos os casos, a homofobia se manifesta como porta para investidas contra
 os direitos humanos, a vida e as instituições.
 
Para enfrentar violações desta natureza, a SDH/PR produz o Relatório Sobre
 Violência Homofóbica – recorrendo a numerosas fontes para compilar casos de homo,
 lesbo e transfobia registrados no país a cada ano desde 2011. Além disso, o Disque
 100 encaminha diariamente às autoridades locais competentes denúncias de violações
 de direitos humanos, com 537 encaminhamentos apenas neste ano.
 
Pela Lei nº 11.340, de 07 de Agosto de 2006, conhecida como a Lei Maria da Penha,
 “a violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação
 dos direitos humanos” e exige punição exemplar e medidas de proteção. Também a
 Lei nº 7.716, de 05 de Janeiro de 1989, tipifica os como crime “praticar, induzir ou
 incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
 nacional”.
 
Mais de 25 anos depois de criminalizar o racismo e quase 10 anos depois de 
criminalizar a violência doméstica, é hora de o Brasil criminalizar a homofobia – que,
 cada vez mais, se revela um crime contra os direitos humanos e as garantias individuais 
que o próprio Estado de Direito concebeu. Como o racismo e a violência 
doméstica, a homofobia mata.
 
Assessoria de Comunicação Social

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