sábado, 13 de setembro de 2014

Suspeito de matar jovem gay em GO é preso e confessa crime, diz polícia


Publicado pelo G1

Segundo delegado, os dois tiveram relação sexual antes do homicídio. Rapaz
 foi identificado por ter deixado RG perto do local onde corpo estava.

Ação conjunta das Polícias Civil e Militar prendeu na tarde desta sexta-feira (12) um
 rapaz de 20 anos suspeito de matar o jovem João Antônio Donati, 18, em Inhumas, na
 Região Metropolitana de Goiânia. A vítima, que era homossexual, foi encontrada em um
 lote baldio da cidade com hematomas pelo corpo e com pedaços de papel dentro da
 boca. Segundo a polícia, o suspeito confessou o crime.

A polícia chegou até o suspeito depois de encontrar a identidade deles próxima de 
onde o corpo foi encontrado. De acordo com o delegado Humberto Teófilo, responsáve
l pelo caso, o jovem foi detido em uma fazenda de Inhumas, onde trabalhava em
 uma plantação de tomates. Em depoimento, ele disse que manteve uma relação sexual
 com João no mesmo terreno onde ocorreu o crime.

"Após a relação, os dois acabaram se desentendendo e entrando em luta corporal. Ele 
matou o João asfixiado, pegou o papel que estava em um lixo e colocou na boca 
dele, segundo ele, porque estava 'muito nervoso'", contou o delegado ao G1.

O suspeito também disse a polícia que não é homossexual, mas que já se relacionou
 com outros homens. O rapaz também afirmou que não conhecia a vítima.



Carona

Donos do bar onde João trabalhava há cerca de duas semanas disseram ao G1 que
 pediram a um cliente que levasse a vítima para casa na madrugada em que o crime 
ocorreu, na quarta-feira (10). “Quando foi por volta da 1 hora, fechamos o bar e meu 
marido pediu que um cliente desse carona ao João. Essa foi a última vez que o vimos
 com vida”, lamentou a comerciante Graça de Maria.

Segundo os proprietários, o cliente do bar já prestou depoimento à Polícia Civil. "Ele 
disse que levou o João até a esquina da rua onde ele morava e que ele estava
 muito apressado, como se fosse encontrar alguém. No entanto, não o viu com 
ninguém", relatou Graça. A Polícia Civil descartou qualquer participação do cliente na
 morte.

Mesmo trabalhando no bar há pouco tempo, João era um velho conhecido dos
 proprietários. "Ele sempre vinha ao bar acompanhado da mãe e ficamos amigos. 
Meu marido é espanhol e o fato do João ter morado lá na Espanha por dois ou três anos
 nos aproximou ainda mais. Aí a gente precisava de ajuda no bar e o contratamos",
 explicou a dona do estabelecimento.

Crime

Laudo do Instituto Médico Legal (IML), concluído na quinta-feira (11) aponta que a 
vítima lutou com o agressor antes de morrer e que ele possuía diversas marcas de
 hematoma pelo corpo. O documento concluiu também que a vítima morreu asfixiada e
 que não havia nenhuma fratura no corpo.

“Ele tinha diversos hematomas pelo corpo, no olho, no nariz. E como não tinha 
nenhuma fratura, pode indicar que alguém ficou segurando o rapaz enquanto ele
 não conseguia respirar. Mas só as investigações podem esclarecer certinho como se 
deu toda essa dinâmica do crime”, disse o delegado ao G1, na quinta-feira. Ele afirmou
 que não foi pedido nenhum outro laudo em relação ao corpo da vítima.

O caso ganhou repercussão nas redes sociais e causou revolta em internautas  de
 várias partes do país, que já marcaram protestos em cidades como Inhumas, Belo 
Horizonte e
 São Paulo no próximo sábado (13).

Teófilo informou que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
 entrou em contato para pedir informações sobre o caso e cobrar atenção à investigação.
 Em
 nota, o órgão também manifestou “suas mais profundas condolências à família e aos 
amigos de 
João Antônio, apelando às autoridades do estado para que deem ao caso a devida atenção”.

Veja direto no G1

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