Por Fernando Moreira para o Page Not Found (O Globo)
Timothy Kurek nasceu em uma família 
conservadora, foi criado em escolas cristãs e era homofóbico. Um belo 
dia o americano resolveu sair do armário. A jornada começou com duas 
palavras simples, proferidas a familiares e amigos, em 2009: "Sou gay". 
Mas, na verdade, Timothy não tinha 
se assumido. Ele fingiu durante um ano ser gay. Tudo para entender o que
 acontece no processo de saída do armário e como as pessoas reagem a 
ela. 
O resultado Timothy publicou no livro "Jesus in Drag", que será lançado em breve nos EUA. 
"Eu saí do armário para todos! Meus 
parentes, meus amigos, todo mundo. Quando tudo isso começou eu não 
estava pensando em um livro. Eu simplesmente precisava entender, da 
forma mais realista, como ser gay poderia afetar a minha vida. A 
experiência social exigia tudo ou nada. Só pouquíssimas pessoas sabiam o
 que eu estava fazendo", disse o autor, que mora em Seattle, em 
entrevista ao "Huffington Post". 
O americano relatou ter sido aceito 
pela maior parte das pessoas com quem convive. Mas, na família, o clima 
foi diferente, com a repetição das palavras cristãs "ame o pecador, 
odeie o pecado".
Um amigo de Timothy se tornou "namorado" e professor dele.
"Mas eu tinha carta branca para sair de situações que eu considerasse muito desconfortáveis", contou. A
 experiência ajudou Timothy a vencer a homofobia e a se tornar mais 
tolerante, como ele desejava. E agora o autor ri quando se recorda da 
primeira vez dele em uma boate gay: 
"Em toda a minha vida eu nunca 
estive cercado de tantos gays. Nunca me senti tão desconfortável. Em 
poucos minutos um cara me assediou na pista de dança. Ele não vestia 
camisa e tinha o corpo coberto de óleo para criança e glitter. Eu não 
sabia se dava um soco nele ou se ia fumar um cigarro após o fim da 
música. Ele na verdade era um cara legal, mas tudo o que eu tinha 
aprendido na escola cristão me dizia que se tratava de um predador 
sexual e um depravado. Estava irracionalmente com medo. Eu não estava na
 mesma sintonia que o lugar na primeira noite. Eu só me lembro do medo".


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