Apesar do sucesso da manifestação contra o casamento gay neste domingo
na França, que reuniu entre 340 mil e 800 mil pessoas, o governo vai
seguir adiante com seu projeto de permitir o casamento homossexual e a
adoção de crianças por casais formados por pessoas do mesmo sexo.
Uma declaração do Palácio do Eliseu divulgada logo após a manifestação
confirmou que o presidente francês, François Hollande, continua a
defender o projeto de lei "casamento para todos", mesmo depois da forte
mobilização dos opositores. Segundo os organizadores, cerca de 800 mil
pessoas desfilaram ontem nas ruas de Paris. Mas, segundo os cálculos da
polícia, foram 340 mil manifestantes.
O líder da bancada socialista na Assembleia francesa, Bruno Le Roux,
tentou minimizar hoje o impacto da manifestação ao dizer que esperava
uma participação ainda maior diante da campanha e dos recursos colocados
à disposição dos que são contra o casamento homossexual e contra a
possibilidade de adoção de crianças por casais do mesmo sexo.
Logo após o protesto, a ministra francesa da Justiça, Christiane
Taubira, foi ao principal canal de televisão na França dizer que o
governo não vai recuar e descartou a realização de um referendo sobre um
assunto, uma das principais reivindicações dos manifestantes. "Essa lei
não tira nada de ninguém e não tem nada a ver com as palavras 'pai' e
'mãe' ", avaliou Taubira.
A Assembleia francesa começa a analisar o projeto de lei do casamento gay no próximo dia 29 de janeiro.
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