Após pedirem uma cerveja e se beijarem no restaurante Victor, na Lapa,
no Centro do Rio de Janeiro, as estudantes Mariana Correia, de 24 anos, e
Caroline Pavão, de 21, afirmam que foram expulsas do estabelecimento.
Um homem de cabelos brancos teria sacudido Mariana pelo ombro e exigido
que as duas saíssem do local, pois, segundo ele, aquela era uma atitude
proibida. O caso aconteceu na noite de sábado (12).
A reportagem foi transmitida na Rádio CBN, nesta segunda-feira (14).
“Depois disso eu peguei minhas coisas, fui até ele para questionar por
que ele não gostava, o que não podia fazer ali, mas ele só ficava
repetindo ‘não pode isso’, sem dar nenhum argumento consistente. Aí eu
comecei a incitar e perguntar ‘É porque eu estava com uma menina? Se eu
tivesse com um rapaz você teria me abordado, você teria me sacudido e
pedido para eu sair?'”, contou Mariana.
A reportagem CBN esteve no restaurante Victor, na Rua do Riachuelo,
número 32, na companhia de Mariana Correia. O homem que a expulsou no
último sábado não foi encontrado. O gerente da casa, que não quis gravar
entrevista, alegou que o homem não trabalha no estabelecimento nem
seria cliente do local.
Mariana e Caroline vão registrar o boletim de ocorrência e, então, serão
recebidas pelos advogados do Centro de Referência LGBT nesta
quarta-feira (16) para formalizar a denúncia na Secretaria de Estado do
Governo.
Restaurante é responsável
O coordenador do Centro de Referência LGBT, Almir França, afirmou que o
restaurante é responsável pela omissão. “Com que autonomia, com que
autoridade ele pode fazer isso? Com certeza ele é funcionário.
Provavelmente não é funcionário registrado, eles usam dessa artimanha.
Então o estabelecimento é que é denunciado, porque ocorreu dentro do
estabelecimento. E se esse estabelecimento não for cuidadoso com o caso,
ele também será notificado", afirmou.
Segundo a estudante Mariana, essa não foi a primeira vez que sofreu
preconceito por sua orientação sexual. Ela já foi agredida com o soco no
olho por um homem em uma boate, quando estava acompanhada de uma
mulher. A polícia foi chamada. O agressor foi condenado a pagar cestas
básicas, o que para ela desmotiva a denúncia
No entanto, a orientação do Centro Referência LGBT é de que a vítima
registre sim o boletim de ocorrência, deixando claro que o crime foi
motivado por homofobia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário