Visto no UOL
Por Emerson Dias
O que começou como uma polêmica entre gays e católicos terminou com a
possibilidade de criação da Pastoral da Diversidade pela igreja
paranaense. O assunto foi levantado durante reunião ocorrida na manhã de
terça-feira (17) entre o representante do movimento gay e o arcebispo
da cidade de Maringá (426 km de Curitiba).
O encontro foi agendado depois da polêmica envolvendo o trabalho da
artista plástica Elisa Riemer, que produziu um cartaz virtual para
divulgar a Parada LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais) de Maringá, marcada para 20 de maio.
A imagem da luz usando a catedral da cidade como prisma e explodindo em
cores do arco-íris irritou católicos da cidade e o arcebispo dom Anuar
Battisti, que, ontem, no seu blog, lamentava “o uso dado ao cartaz, que
confronta com o pensamento e a opinião religiosa da parcela maior da
comunidade maringaense”.
Nesta terça, em conversa com o representante do movimento gay da cidade e
responsável pelo Maringay, Luiz Modesto, o tom foi de aproximação.
“Estamos abertos à discussão e dispostos a falar dos problemas
enfrentados por eles”, disse dom Anuar.
Em entrevista ao UOL, Modesto também disse que a reunião foi amigável e
que o arcebispo entendeu que o cartaz foi para ampliar o diálogo sobre a
homofobia. Levantamentos feitos pelo movimento gay de Maringá registram
38 agressões contra GLBTs nos últimos 12 meses, sendo duas delas
assassinatos de travestis.
Igreja e violência
“Dom Anuar nos disse que a preocupação maior deve ser contra a violência
e não contra o movimento. Ele ficou comovido e nos deu um indicativo
para a criação da Pastoral da Diversidade em Maringá”, afirmou Modesto.
Caso a pastoral seja criada, ela será a primeira iniciativa oficial da
igreja para trabalhar diretamente no combate a homofobia. “Para as
pessoas que entenderam o cartaz como provocação, eu peço desculpas
sinceras. O objetivo maior era criar um diálogo sobre o assunto. E
conseguimos”, disse Modesto.
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