Visto na Revista Lado A
UFC que nada, a mídia aguarda para o próximo dia 15 de Maio um
embate entre o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e
Transgêneros (ABGLT) Toni Reis e pastor Silas Malafaia, em Brasília.
Pelo menos assim a mídia tem divulgado uma importante reunião para se
discutir a PLC 122 no Senado, como se fosse a luta do século
Nem
todo homossexual se incomoda com a atitude de alguns fanáticos
religiosos que insistem em pregar contra gays. Nem todo evangélico
discrimina os homossexuais ou vê neles alguma forma de pecado. Toni Reis
não representa os gays, assim como Silas Malafaia, o pastor da Igreja
Vitória em Cristo, não carrega qualquer legitimidade de falar em nome
dos evangélicos ou de Deus. Eles representam as entidades que fazem
parte, ponto. Ambos irão se encontrar no dia 15 de Maio em audiência
pública no Congresso Nacional sobre o projeto de lei que busca
criminalizar a homofobia no Brasil. O encontro é divulgado pelos dois,
com ares de já ganhou e promessa de muita emoção.
A mídia lança a
data e o embate como se houvesse uma guerra declarada entre
comunidades. O que há, na verdade, são suas personalidades que se auto
atacam na mídia, em nome dos grupos que supostamente representam. A
discussão já saiu da discussão e entrou no campo das vaidades. Malafaia
se dirige a Toni Reis diretamente, o mesmo ocorre do outro lado. Os dois
já teriam entrado na Justiça contra o outro por calúnia e difamação.
Mesmo assim, concordaram de participar de tal audiência pública.
O
evento ocorrerá um dia antes da Marcha Nacional LGBT, no Senado
Federal, dia 16, onde o projeto espera para entrar em votação. Se
Malafaia convocar seu séquito para estar com ele em Brasília, pode
realmente haver um perigoso choque “de culturas”, em plena Esplanada dos
Ministérios, até mesmo durante a audiência no Senado.
A “briga”
tira foco da discussão principal, sobre aquele gay esquecido pelos
legisladores, pela Justiça, pelo governo e que perde a fé em Deus, por
ser vítima de preconceito em casa, na escola, no trabalho e por onde ele
passa. Aquele gay que vive com medo de ser morto ou de viver, porque o
preconceito o paralisa. É para este gay que precisamos aprovar uma lei
que diga que o mundo é um lugar seguro para ele e que não será
discriminado por ser diferente.
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