quinta-feira, 19 de abril de 2012

Audiência no Senado com gays e evangélicos em Brasília vira perigoso circo na mídia




Visto na Revista Lado A

UFC que nada, a mídia aguarda para o próximo dia 15 de Maio um embate entre o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) Toni Reis e pastor Silas Malafaia, em Brasília. Pelo menos assim a mídia tem divulgado uma importante reunião para se discutir a PLC 122 no Senado, como se fosse a luta do século

Nem todo homossexual se incomoda com a atitude de alguns fanáticos religiosos que insistem em pregar contra gays. Nem todo evangélico discrimina os homossexuais ou vê neles alguma forma de pecado. Toni Reis não representa os gays, assim como Silas Malafaia, o pastor da Igreja Vitória em Cristo, não carrega qualquer legitimidade de falar em nome dos evangélicos ou de Deus. Eles representam as entidades que fazem parte, ponto. Ambos irão se encontrar no dia 15 de Maio em audiência pública no Congresso Nacional sobre o projeto de lei que busca criminalizar a homofobia no Brasil. O encontro é divulgado pelos dois, com ares de já ganhou e promessa de muita emoção.

A mídia lança a data e o embate como se houvesse uma guerra declarada entre comunidades. O que há, na verdade, são suas personalidades que se auto atacam na mídia, em nome dos grupos que supostamente representam. A discussão já saiu da discussão e entrou no campo das vaidades. Malafaia se dirige a Toni Reis diretamente, o mesmo ocorre do outro lado. Os dois já teriam entrado na Justiça contra o outro por calúnia e difamação. Mesmo assim,  concordaram de participar de tal audiência pública.

O evento ocorrerá um dia antes da Marcha Nacional LGBT, no Senado Federal, dia 16, onde o projeto espera para entrar em votação. Se Malafaia convocar seu séquito para estar com ele em Brasília, pode realmente haver um perigoso choque “de culturas”, em plena Esplanada dos Ministérios, até mesmo durante a audiência no Senado.

A “briga” tira foco da discussão principal, sobre aquele gay esquecido pelos legisladores, pela Justiça, pelo governo e que perde a fé em Deus, por ser vítima de preconceito em casa, na escola, no trabalho e por onde ele passa. Aquele gay que vive com medo de ser morto ou de viver, porque o preconceito o paralisa. É para este gay que precisamos aprovar uma lei que diga que o mundo é um lugar seguro para ele e que não será discriminado por ser diferente.

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