Publicado no A Capa
Por João Marinho
Para operar um negócio, é preciso estar em conformidade com a lei, 
apesar das crenças pessoais dos proprietários. Esse foi o entendimento 
do Tribunal de Direitos Humanos da província da Colúmbia Britânica, no 
Canadá.  
Em 2009, o casal gay Shaun Eadie e Brian Thomas (na foto, à esq. e dir.,
 respectivamente) tentou fazer uma reserva em um "bed and breakfast" - 
tipo de pequeno estabelecimento que oferece pernoite e café da manhã, 
geralmente atrelado ou funcionando em uma residência particular -, na 
cidade de Grand Forks, mas foram barrados por serem gays. 
Inicialmente, Eadie conseguiu fazer reserva para dois no hoje fechado 
Riverbend Bed and Breakfast, de propriedade de Susan e Les Molnar, mas 
Susan ficou preocupada se se tratava de um casal gay. O marido, Les, 
ligou de volta e, após confirmar que os dois eram gays, cancelou a 
reserva. Thomas e Eadie, então, processaram os proprietários. 
Os Molnar, que são cristãos, argumentaram que estavam protegidos pela 
liberdade de religião e que a homossexualidade é incompatível com suas 
crenças. Além disso, dividiam o lucro com a Igreja Menonita e usavam o 
espaço do bed and breakfast também para encontros de oração, de maneira 
que simplesmente gostariam de manter o casal gay afastado de sua casa. 
O tribunal, no entanto, considerou na sentença emitida nesta terça-feira
 (17) que o estabelecimento era separado da área onde os Molnar viviam. 
Além disso, como os dois operavam o bed and breakfast como um negócio, 
era necessário que cumprissem as leis que proíbem a discriminação com 
base na orientação sexual. Susan e Les foram condenados a pagar cerca de
 4.500 dólares canadenses ao casal gay, que, ainda segundo o tribunal, 
sofreram "indignidade e humilhação" com o cancelamento da reserva.

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