Visto no Vermelho
Por Rafael Mesquita
Militante da UJS, Silvia Cavalleire, passa a liderar estudantes 
do maior curso em número de alunos da universidade pública mais 
procurada do Brasil 
Antes de prestar vestibular para o Curso de Letras, o maior em número de
 alunos da universidade pública mais procurada do Brasil e maior 
instituição de ensino superior do Ceará, a Universidade Federal do Ceará
 (UFC), Silvia Cavalleire era conhecida por Emilio Araújo da Silva. A 
estudante do sétimo semestre relata que afirmação de sua sexualidade se 
deu ainda na escola básica, realizada no Colégio da Imaculada Conceição.
 “A escola foi essencial para a afirmação de minha sexualidade, pois me 
ensinou a conquistar o respeito das pessoas, com orientações vindas dos 
coordenadores e professores. Devo muito à minha escola”, lembra. 
Foi a partir daí que Silvia passou a entender a sua orientação sexual e 
encontrou na mãe a segurança necessária para se reconhecer transexual. 
“Aos 18 anos, com o apoio da minha mãe, pude assumir o que eu era de 
fato e quando comecei a acompanhar o debate do movimento de Lésbicas, 
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBTs) passei a lutar pelas 
causas que acredito”. Silvia relata que foi este engajamento inicial que
 possibilitou que ela integrasse o movimento estudantil, associando-se a
 União da Juventude Socialista (UJS), o que acredita que tenha levado 
ela a se tornar a primeira transexual a presidir o Centro Acadêmico (CA)
 de Letras da UFC, o que considera uma conquista de toda a população 
LGBT. 
O grupo liderado pela estudante passa a representar os mais de 1500 
graduandos do Curso, sendo eleito por mais de 65% dos estudantes. Entre 
as principais pautas do novo CA, estão os debates estudantis, a 
infraestrutura dos prédios, a qualidade das salas de aulas, a 
contratação de professores e a segurança dos discentes e docentes, além 
de discussões de gênero, sexualidade, acessibilidade e política. 
Silvia também atua no Movimento pela Livre Orientação Sexual (Movelos), 
que desenvolve ações de combate à homofobia e é formado por jovens 
homossexuais do Ceará. 
Para a futura professora de língua portuguesa, mais pessoas devem ser 
estimuladas a expressar a livre orientação sexual e afirma ser este um 
dos objetivos da gestão que inicia. 

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