O deputado da assembleia legislativa de São Petersburgo, Vitali Milonov,
 acusou hoje a cantora norte-americana Madonna de violar uma lei local 
que proíbe a propaganda da homossexualidade e da pedofilia para públicos
 menores de idade. 
A estrela 'pop' realizou na quinta-feira um concerto na cidade de São 
Petersburgo, durante o qual proferiu frases de apoio à comunidade 
homossexual russa. 
"Temos de punir Madonna ou os organizadores [do concerto]", afirmou Milonov, em declarações à agência Interfax. 
O deputado referiu que existem gravações de vídeo que comprovam que 
entre o público que assistiu ao concerto de Madonna estavam "crianças de
 12 anos", e como tal a lei devia ser aplicada. 
Vitali Milonov foi o autor da polémica lei, que as minorias sexuais russas consideram discriminatória. 
Durante a atuação em São Peterburgo, a cidade natal do Presidente russo,
 Vladimir Putin, a cantora fez uma inflamada defesa dos direitos dos 
homossexuais russos, cujas associações estão proibidas de celebrar 
marchas de orgulho gay. 
"Queremos lutar pelo direito de sermos livres. Tenho viajado muito pelo 
mundo e vejo que as pessoas estão cada vez mais intolerantes, mas 
podemos mudar isso. Temos força para isso", disse Madonna. 
A cantora, que na terça-feira durante um concerto em Moscovo já tinha 
suscitado polémica ao pedir abertamente a libertação do grupo 'punk' 
feminino russo Pussy Riot, julgado por cantar contra Putin numa catedral
 ortodoxa, assegurou que o "amor" é a única coisa que pode mudar o 
mundo. 
Durante o concerto de São Petersburgo foram distribuídas pulseiras cor-de-rosa, um símbolo do apoio às minorias. 
"As pulseiras fazem parte do espetáculo. Estejam preparados para 
levantar as mãos em sinal de apoio", afirmou a cantora na sua página na 
Internet horas antes do concerto. 
Esta semana, várias organizações russas, algumas ligadas à religião 
ortodoxa, contestaram a realização dos concertos da estrela 
norte-americana e convocaram algumas ações de protesto. 
Alguns ativistas homossexuais russos também apontaram o dedo à artista e criticaram a sua postura. 
"Não é suficiente dizer algumas palavras a favor dos homossexuais entre 
duas canções durante um concerto. Se uma pessoa se assume como defensora
 dos direitos humanos, ela deve fazer algo mais sério", afirmou, na 
quinta-feira, um líder local da organização Gay Russia Iouri Gavrikov. 
O mesmo representante acusou Madonna de "hipocrisia", uma vez que a 
cantora optou por atuar na Rússia e em especial em São Petersburgo, 
cidade que adotou em fevereiro passado uma lei "homofóbica". 
Na Rússia, a homossexualidade foi considerada crime até 1993 e uma doença mental até 1999. 

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