Publicado no G1
O evento marcado para o próximo domingo (30) deve percorrer as ruas de
Belém ao som de seis trios elétricos para celebrar o orgulho gay,
lésbio, bissexual e transsexual (GLBT). De acordo com a organização da
11ª Parada do Orgulho Gay de Belém, cerca de um milhão de pessoas devem
participar da programação que este ano ganha um enfoque mais político.
"Nesse dia sempre vamos as ruas para celebrar nosso 'orgulho gay', mas
desta vez além de nos mostrarmos para a sociedade queremos convocar e
alertar nossa comunidade para a importância de, nesse momento
estratégico, votar em candidatos que tenham compromisso com a nossa
comunidade", explica Eduardo Benigno, coordenador do Grupo de
Homossexuais do Pará (GHP) e integrante da comissão organizado da Parada
Gay 2012, no Pará.
Em 2012, o evento tem como tema "Nesta eleição, educação e cidadania
serão as nossas armas contra a homofobia” e A programação está ligada a
campanha "Para Sem Homofobia", com o apoio da Secretaria de Estado de
Justiça e Direitos Humanos do Estado (Sejudh).
A abertura oficial do evento será no próximo sábado (29) na Praça
Waldemar Henrique, em Belém, a partir das 18h, com o concurso “Drag da
Parada”, que elege a musa da parada deste ano. Em seguida, haverá
apresentação da banda Cheiro de Mel.
No domingo (30) a concentração começa ao meio-dia, na Doca de Souza
Franco, com saída marcada para as 14 horas. No começo da caminhada, a
cantora Gigi Furtado vai interpretar os hinos Nacional e do Pará.
O evento terá seis trios elétricos, entre eles um com ações de prevenção
de DST/ Aids. A expectativa é que entre 800 mil e um milhão de pessoas
participem da passeata.
A parada segue pela Doca, rua Marechal Hermes e avenida Presidente
Vargas, até o Bar do Parque. Durante o trajeto, por volta de 18 horas,
na praça Waldemar Henrique, a cantora Viviane Batidão, drag queens e a
bateria da escola de samba Rancho Não Posso Me Amofiná fazem uma
apresentação ao público.
Pesquisa analisa homofobia no Pará
Na concentração para o evento, pesquisadores ligados à Universidade
Federal do Pará (UFPA), irão coletar informações sobre violência e
discriminação vividas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais devido sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Os resultados da pesquisa e sua análise visam ampliar o conhecimento
sobre alguns aspectos das condições de vida da população LGBT no Pará,
subsidiando ações e políticas de defesa e de ampliação dos direitos
sexuais.
“A pesquisa tenta fazer uma radiografia sobre o público que frequenta a
parada”, comenta Milton Ribeiro, pesquisador do Grupo Orquídeas, do Nós
Mulheres e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
da UFPA (PPGCS/UFPA).
De acordo com o pesquisador alguns dos dados das pesquisas realizadas
desde 2007 durante o evento apontam que o preconceito está mais próximo
do público GLBT. “Ao contrário do que se pensava - que as pessoas
sofriam violências a partir de desconhecidos, as pesquisas têm mostrado
que não”, afirma. Outra constatação é a grande incidência do público
heterossexual no evento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário