Visto no Gay1
Dica de Augusto Martins
Um casal gay foi encontrado morto em um canavial na cidade de Rio Largo,
na Região Metropolitana de Maceió. Márcio Lira Silva e Eduardo, cujo
sobrenome não foi divulgado, estavam desaparecidos desde 28 de março,
quando foram vistos pela última fez no bairro Vergel, na periferia da
capital. Os dois corpos estavam com os olhos perfurados e os dedos das
mãos cortados.
O delegado de Rio Largo, Antonio Edson Souza Oliveira, disse que somente
depois do laudo do Instituto Médico-Legal (IML) saberá se as
perfurações foram criminosas ou se algum animal violou os corpos das
vítimas, que estavam em avançado estado de decomposição.
Oliveira disse acreditar que o crime esteja relacionado a homofobia e
admite que a investigação será bastante difícil. Os rapazes
possivelmente foram interceptados por alguém em Maceió e os seus corpos
abandonados no canavial em Rio Largo. "Foi uma desova", disse o
delegado, usando o jargão policial que indica que as mortes aconteceram
em um local e os corpos foram colocados em outro.
Márcio Lira, que era pai de santo, e Eduardo tinham um relacionamento
antigo. Os dois fariam uma viagem de férias, segundo informações de
amigos e familiares à polícia. De acordo com o delegado Oliveira,
parentes fizeram uma queixa na polícia de desaparecimento e somente
nesta quarta-feira, depois de muitas buscas em hospitais de Alagoas, é
que foram ao IML, ao serem informados de que dois corpos haviam sido
encontrados no canavial. "Os corpos foram recolhidos como indigentes,
sem identificação. As famílias reconheceram os dois no IML", explicou o
delegado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
GGAL cobra posicionamento
Nesta quarta-feira (11) o Grupo Gay de Alagoas (GGAL) emitiu nota à
imprensa onde cobra, novamente, um posicionamento do Estado para o
combate à violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais. Só em 2012, este é o oitavo caso de homicídio contra LGBTs
registrados em Alagoas.
A entidade cobra ainda a elucidação dos casos para que as vidas perdidas
por crimes de intolerância não sejam esquecidos, já que a omissão é um
dos fatores de crescimento da morte de LGBTs. Das 21 mortes registradas
em 2011, apenas cinco tiveram seus inquéritos concluídos e os
responsáveis tiveram suas prisões decretadas pela Justiça.
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