quarta-feira, 11 de abril de 2012

Vargas Llosa fala sobre a homofobia na América Latina




Visto em Nossos Tons (Por Julio Marinho)
Dica de Augusto Martins 

O Prêmio Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa, criticou neste domingo a homofobia "profundamente enraizada" na América Latina, depois da morte do jovem Daniel Zamudio por neonazistas na madrugada do dia 3 de março, quando se encontrava nas imediações do Parque San Borja, no centro de Santiago, capital do Chile.

"Que o sacrifício de Daniel Zamudio sirva para trazer à tona as condições trágicas de gays, lésbicas e transexuais nos países latino-americanos", declarou o escritor peruano em sua coluna "Touchstone", publicado no jornal espanhol "El Pais".

Vargas Llosa considerou que a discriminação e o ódio das minorias sexuais são "profundamente enraizados na América Latina", onde a comunidade gay está "sem exceção", sujeita a zombaria, a repressão, a marginalização, perseguição, difamação e campanhas que, em geral, têm o apoio entusiástico de grande parte da opinião pública.

O escritor observou, ao longo artigo, que "mais fácil e hipócrita", neste caso, é atribuir a morte de Zamudio apenas a "quatro demônios ladinos pobres que são chamados neonazistas."

Na América Latina, "esta ideia de homossexualidade é ensinada nas escolas, é espalhada dentro de famílias, pregada nos púlpitos, veiculadas na mídia, aparece em discursos políticos, programas rádio, televisão e comédias teatrais.", acrescentou.

O Prêmio Nobel fez uma chamada para "libertar a América Latina do sexismo e da homofobia inveterada."

Ele observou que a homofobia na região inclui tanto a direita quanto à esquerda e deu o exemplo dos dois movimentos que lutaram contra o Estado comunista no Peru na década de 80, o "Sendero Luminoso" e o "Movimento Revolucionário Tupac Amaru", que "executavam homossexuais sistematicamente nos territórios que ocupavam."

Llosa lembrou que um relatório elaborado pelo "Movimento Homossexual de Lima", entre 2006 e 2010, revelou que no Peru, 249 pessoas foram mortas por sua "orientação sexual e identidade de gênero."

Ele disse que a pior coisa de ser lésbica, gay ou transexual em países como Peru, ou Chile, é a vida "cotidiana condenada a insegurança, o medo, a consciência constante de ser considerado (e vir a se sentir) uma aberração, um monstro."

Isso porque, provavelmente, Vargas Llosa desconhece a situação lamentável dos cidadãos LGBTs no Brasil.

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