segunda-feira, 3 de setembro de 2012

"Após ser barrada em banheiro feminino, transexual é agredida em boate de Corumbá" Por Vitor Angelo



Por Vitor Angelo para o BLOGAY (FOLHA)


A transexual Rafaela Morais, 28, foi agredida com uma lata de cerveja jogada em seu rosto, depois de ser impedida de utilizar o banheiro feminino da casa noturna Studium 1.054, em Corumbá, Mato Grosso do Sul, na madrugada de sexta para sábado, 26.

Era a terceira vez que ela ia ao banheiro, mas foi impedida de entrar por uma funcionária da boate que exigiu um documento da transexual que provasse que ela era mulher.

Por ironia do destino, Rafaela estava na casa noturna comemorando a decisão de poder trocar seu nome nos documentos e sua nova certidão de nascimento que alterará seu nome masculino pelo feminino, concedido por um juiz em Brasília.

Ela fez um boletim de ocorrência com o acontecido: por ser vítima de preconceito e não ter sido atendida com os primeiros socorros ainda no local. Conforme notifica sua assessoria ao Blogay, Rafaela ficou indignada.

“Nunca sofri uma humilhação tão grande na minha vida e está sendo cada dia mais difícil superar o que passei. A mulher não viu um homem na frente dela e, sim, uma mulher. Além disso, eu já havia usado o banheiro duas vezes, porque pedir meus documentos depois?”, pergunta a transexual.

O advogado criminalista Jairo Lopes ressalta: “Somente quem teria competência para exigir documentos de alguém seria uma autoridade pública ou estabelecimentos privados na comprovação de uma idade mínima para o ingresso em uma casa noturna, por exemplo.”

Lopes diz que no caso de Rafaela poderá haver acusações de danos morais e diversas possibilidades de crimes.

Com a discussão sobre identidade de gênero sendo travada cada vez mais no país, surgem algumas questões a serem solucionadas e repensadas como qual o lugar dos transgêneros em ambientes que existe a divisão de gênero como banheiros, vestiários, saunas.

Recentemente um evento realizado pelo “revista TPM”, em uma casa em São Paulo, deu uma resposta a esta questão ao colocar ao lado do signo que indicava o banheiro feminino, o retrato da(o) cartunista Laerte. Isto é, o banheiro era de todas que se identificassem com o gênero feminino.

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