Publicado na Exame
São Paulo – O 16º Festival de Cinema Judaico, que começou na segunda (6)
 na capital paulista, faz uma homenagem aos irmãos Barak e Tomer 
Heymann, vistos como principais expoentes do cinema marginal israelense.
 Serão exibidos dez documentários da dupla, cinco deles inéditos na 
cidade, tratando de temas polêmicos como homossexualidade e conflitos 
árabe-judeus. 
Estará na mostra Bonecas de Papel (2006), dos irmãos Heymann, que conta a
 vida de travestis filipinos expulsos por suas famílias e que passam a 
morar ilegalmente em Israel. Lá, trabalham 24 horas por dia para enviar 
dinheiro aos seus familiares. 
Em outro documentário dos irmãos em cartaz, Ponte sobre o Wide (2006), a
 dupla retrata um grupo de pais árabes e judeus que resolveram criar uma
 escola bilíngue dentro de uma aldeia árabe. Segundo José Luiz Goldfarb,
 um dos organizadores do evento, há muita coragem no trabalho dos irmãos
 Heymann.“Eles têm um enfoque muito corajoso e profundo de problemáticas
 extremamente difíceis e, muitas vezes, tabus”. 
Premiados internacionalmente nos festivais de Berlim e de Los Angeles, 
os irmãos vêm a São Paulo para um debate durante a sessão extra de 
cinema, marcada para as 20h30 do dia 15, no Teatro Arthur Rubinstein. 
Além dos homenageados, o público poderá ver mais de 40 produções de 
países como Israel, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, República 
Tcheca, Croácia, Polônia, Ucrânia, Argentina e Brasil, entre ficções, 
curtas, infantis e quadrinhos, de cineastas judeus e não judeus, todos 
envolvendo a temática judaica. 
De acordo com Goldfarb, apesar dessa abordagem, os sentimentos passados 
pelos filmes servem para todo o público. “Os problemas judaicos acabam 
extrapolando a comunidade judaica e entrando nas angústias, tristezas, 
alegrias e dramas da alma humana”. 
Até domingo (12), último dia do festival, são esperados 15 mil 
espectadores. Hoje (7), às 20h30, será exibido um longa-metragem feito 
em quadrinhos: O Gato do Rabino (2011), no Teatro Arthur Rubinstein. 
Voltado para o público adulto, ele traz problemáticas da comunidade 
judaica que vive na Argélia, mas de forma bem humorada. 
“É a história de um gato que engole um papagaio e começa a falar”, 
resume Goldfarb. O filme é multicolorido e desenhado à mão em duas 
dimensões. “A linguagem de quadrinhos é um outro destaque do cinema 
judaico, que teve presenças importantes como o Superman, Batman, que 
tiveram origem em autores judeus”, disse. 
Goldfarb diz que a presença dos judeus no cinema mundial é marcante não 
somente devido aos filmes inspirados em quadrinhos. Ele cita os nomes de
 Woody Allen, Roman Polanski e Steven Spielberg, como exemplos da 
vocação judaica para a sétima arte. 
O festival está em cartaz em sete salas de cinema de São Paulo, no 
Teatro Arthur Rubinstein (Hebraica), Cinemark Higienópolis, CineSesc, 
Centro de Cultura Judaica, Teatro Eva Herz e Museu da Imagem e do Som 
(MIS). Os ingressos são gratuitos ou vendidos a preços populares. A 
partir do dia 13, uma seleção de filmes participantes do festival 
estarão disponíveis no site  http://hebraica.org.br/fcjsp/

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