Publicado no Jornal de Notícias de Portugal
Uma cadeia de comida rápida norte-americana, a Chick-fil-A, acendeu o
reastilho em torno do casamento homossexual nas eleições presidenciais
nos EUA ao declarar-se contra a união matrimonial entre pessoas do mesmo
sexo.
Há cidades que proibiram a abertura de mais restaurantes e a comunidade
gay realizou uma "manifestação de carinho" em frente às filiais da
Chick-fil-A. Os que apoiam a opinião da empresa já prometeram
deslocar-se aos restaurantes para comerem a especialidade de frango
frito.
A controvérsia começou quando, no passado dia 2 de julho, o site
Biblical Recorder publicou uma entrevista com presidente da empresa, Dan
Cathy, a declarar-se contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Cathy afirmou que apoia a "definição bíblica da família" e que a empresa
que lidera se trata de "um negócio familiar". O presidente foi mais
longe e deu o seu exemplo pessoal e dos restantes sócios da empresa que
continuam casados com as primeiras mulheres.
A Chick-fil-A tem cerca de 1600 restaurantes espalhados pelos EUA em que
a especialidade é frango frito e, agora, o simples facto de uma pessoa
se deslocar até uma das filiais para comer a especialidade pode
significar que é contra o casamento gay. A entrevista já tinha gerado
alguma controvérsia mas foi a intervenção política que a fez ganhar uma
nova dimensão. De imediato, membros do movimento ultra-conservador Tea
Party revelaram o seu apoio a Cathy e associaram uma refeição na
Chick-fil-A ao apoio ao casamento tradicional.
Entre os membros do Tea Party a favor da Chick-fil-A estão os
ex-governadores e ex-candidatos às eleições presidenciais
norte-americanas Mike Huckabee e Rick Santorum. Os ex-candidatos pediram
para as pessoas se deslocarem aos restaurantes da cadeia e a iniciativa
teve um enorme êxito na quarta-feira. Ainda assim, as opiniões
contrárias já se fizeram ouvir.
O autarca da cidade de Boston, Thomas Menino, escreveu a Dan Cathy para o
informar que vai proibir a abertura de mais restaurantes Chick-fil-A na
cidade. "Orgulhámo-nos do apoio dos nossos cidadãos ao casamento entre
pessoas do mesmo sexo e trabalhámos para ampliar estas liberdades a toda
a cidadania", disse Thomas Menino. Os autarcas das cidades de
Washington, Chicago e São Francisco também tomaram a mesma medida.
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