Por Regina Navarro Lins
Dica de Augusto Martins 
Enquanto as práticas homossexuais 
masculinas eram geralmente toleradas, as femininas eram censuradas na 
Roma Antiga. O sexo entre mulheres era taxado de monstruoso, ilegal, 
libertino, anormal e vergonhoso. Por outro lado, a homossexualidade 
feminina pode ter feito parte da sociedade romana tanto quanto a 
masculina, se acreditarmos nas diversas observações depreciativas dos 
escritores dos séculos I e II – como Sêneca, Martial e Juvenal. 
Os
 médicos tendiam a ver o erotismo homossexual feminino como uma “doença”
 que se manifestava através de sintomas masculinizados. Soranus, o 
notável médico grego que atuou em Roma no século II d.C., acreditava que
 a causa desses sintomas era a condição física de algumas mulheres que 
possuíam o clitóris dilatado. Como costumavam compará-lo com o pênis, 
imaginavam que a mulher com tal anatomia tinham herdado esses atributos 
“ativos” dos homens, em vez dos atributos “passivos” considerados 
naturais numa mulher. Soranus e outros médicos aconselhavam a 
clitoridectomia, ou seja, a extirpação do clitóris.
Trecho de O Livro do Amor, de Regina Navarro Lins. Lançamento: 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário