Publicado pela Agência Brasil
Por Daniel Mello 
Fotos da Uol
São Paulo – “Um sonho alcançado e um direito adquirido”, foi como a 
costureira Mirian Moura definiu a sua união estável com a companheira 
Vânia Maria em uma cerimônia coletiva promovida pela Secretaria de 
Estado da Justiça de São Paulo, na noite de sexta-feira (28). “Para a 
gente está sendo muito importante, depois de dez anos de relação 
conseguir esse direito da união estável”, completou. 
A cerimônia ocorreu no Centro de Tradições Nordestinas, na zona norte da
 capital paulista, e reuniu 47 casais homossexuais. O direito à união 
estável de casais do mesmo sexo foi reconhecido pelo Supremo Tribunal 
Federal em maio de 2011. 
Além de compartilhar o sobrenome do cônjuge, a união estável permite uma
 série de direitos, como partilha de bens em caso de separação e o 
direito a sucessão no caso de falecimento. Na hipótese do casal querer 
adotar uma criança. “Esse documento mostra que elas têm uma família e 
facilita o processo, sem dúvida nenhuma”, destacou a coordenadora de 
Políticas para a Diversidade Sexual, da Secretaria da Justiça, Heloísa 
Alves. 
Heloísa ressaltou ainda a importância da união estável para os casais. 
“Porque é uma forma de você afirmar a cidadania da população 
homossexual, de reconhecer que essa população tem que ter seus direitos 
garantidos e tem direito a ter uma família”, disse. 
Direito que, na cerimônia coletiva, foi mais aproveitado pelas mulheres.
 Entre os 47 casais, apenas 15 eram de homens. “Curiosamente, as 
mulheres adoram casar”, brincou a coordenadora. Entre os homens que 
oficializaram o compromisso estão Valdir de Freitas e André Cruzbello. 
“É um evento sério, para as pessoas verem que não é moda, é uma união 
normal”, declarou Valdir. 
Para a defensora pública do Núcleo de Combate à Discriminação, Vanessa 
Vieira, a cerimônia foi importante como forma de reafirmar os direitos 
dos homossexuais. “Uma inciativa como esta é muito importante para dar 
visibilidade a população LGBT [Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, 
transexuais e simpatizantes] e também para propiciar a oportunidade 
deles saberem mais sobre os seus direitos. Saberem o que eles podem 
exigir do governo, das entidades particulares e de toda a sociedade em 
geral”, disse. 
A Defensoria Pública foi responsável pela orientação jurídica dos casais
 e elaboração da escritura das uniões. Vanessa Vieira apontou ainda que 
esse público é o que mais apresenta denúncias de discriminação à 
defensoria. “Infelizmente, em todas as áreas sociais se vislumbra esse 
preconceito e discriminação, seja por empresas, seja por órgãos 
públicos”, ressaltou. 


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