O que mais me assusta nem é o negrito no trecho “A decisão foi uma 
resposta ao pedido da Liga Brasileira de Lésbicas”, mas sim, a palavra 
CRISTIANOFOBIA estampada no topo. Cristianofobia????? A expressão de 
indignação “MEU DEUS!” nunca coube tão bem a uma situação.
É muito fácil inverter as culpas, os valores, os preconceitos. Os 
homossexuais já estão acostumados a assistir esses tipos de trocas: o 
religioso senta na bíblia e diz que todos os homens são benvindos na 
casa do Pai, enquanto o homossexual não pode comungar. O homoafetivo não
 pode viver sua religião em plenitude porque “escolheu” se relacionar 
afetivamente com pessoas do mesmo sexo. Isso deixa claro que a decisão 
de não frequentar igrejas e manter uma vida religiosa não é do 
homoafetivo – ele é privado do cristianismo ou, melhor dizendo, por 
algumas vertentes interpretativas do mesmo.
A decisão do Tribunal de Justiça do rio Janeiro não poderia ser mais 
justa. Vivemos num país laico – muito laico! – isto é, aquele que não 
possui uma religião oficial, mantendo-se neutro e imparcial no que se 
refere aos temas religiosos. Geralmente, o Estado laico favorece, 
através de leis e ações, a boa convivência entre os credos e religiões, 
combatendo o preconceito e a discriminação religiosa. Desta forma, no 
Estado laico, a princípio, todas as crenças são respeitadas, não há 
perseguição religiosa.
Na Constituição Brasileira há um artigo que garante liberdade de 
culto religioso. Há também, em nosso país, a separação entre Estado e 
Igreja. O que é incompreensível que haja partidos políticos com 
princípios religiosos atuando cegamente em nosso país.
Assim como na política, a justiça também deve ser feita para todos, 
tornando-se neutra. Como em tese é feita para todos, sem exceções, a 
Justiça não deve ostentar nenhum culto religioso, assegurando uma 
avaliação sensata dos cidadãos brasileiros que cultuam tantos tipos de 
credos diferentes.
Antes de levantar uma bandeira que denuncia um crime (no caso a 
Cristianofobia), averigue se não está cometendo o mesmo crime dentro de 
um contexto tão amplo e tão delicado. Não julgue sem antes estudar as 
possibilidades e o porquê decisões como essas são tomadas. Não misture 
religião com política e justiça: só assim o Brasil caminhará para 
frente. Quando o homem realmente utilizar a sua fé para o bem coletivo, 
entenderá o que é igualdade.
Parabéns Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul por praticar aquilo que lhe é cabido  verdadeiramente!

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