Por Marcelo Bechler para o site da Rádio Globo
Dica de Augusto Martins
Na segunda-feira, o italiano Frederico
Macheda foi multado em 15 mil libras (41 mil reais) por ofensa
homofóbica a um seguidor no twitter. O jogador se defende dizendo que
escreveu “gay” querendo dizer “guy” na rede. No mesmo dia, a Lazio (com a
mancha facista e xenofóbica presentes em sua história) foi advertida e
terá de pagar 45 mil reais por ofensas de sua torcida ao brasileiro
Juan, durante o clássico de domingo contra a Roma.
Em conflito com a FIFA, os ingleses
suspenderam Luís Suarez, do Liverpool, por oito partidas depois de
ofensas a Patrice Evra. A punição exemplar veio após as declarações de
Joseph Blatter de que “não existe racismo no futebol e as diferenças
devem ser resolvidas com um aperto de mão”. Ao tirar o uruguaio de um
quarto do campeonato, a FA mostra que é diferente do órgão máximo de
futebol e que a não tolerância tende a intimidar atitudes semelhantes.
A Federação Inglesa acerta ao não ser
branda com Suarez ou Macheda. Branda como foi a Federação Italiana, em
mais um caso envolvendo torcedores da Lazio. Por outro lado, a FA faz da
discriminação seu marketing. Jonh Terry perdeu o posto de capitão da
Inglaterra por estar envolvido em um caso de racismo com Anton
Ferdinand. Junto com a braçadeira de Terry foi-se o técnico Fabio
Capello. O caso foi em outubro do ano passado, mas Terry só será julgado
em julho, após a Euro. Afinal, combater o racismo pode ser importante,
mas ter o zagueiro titular na competição europeia é mais.
No Brasil, o Vôlei Futuro, levou para o
lado desportivo a discussão do caso Michael (pleiteando a perda do
mando de campo do clube mineiro), mostrou solidariedade ao atacante
Wallace, do próprio Cruzeiro, no último sábado. A equipe paulista entrou
em quadra com camisas negras e com o nome de Wallace nas costas – o
jogador havia sido vítima de racismo por parte de uma torcedora
minastenista. O Vôlei Futuro parece tentar mostrar que é melhor que os
demais. Quando é o seu calo que aperta, mostra que quer vantagens.
O combate à discriminação é sempre
benvindo. As punições severas, mais ainda. Prefiro a forma da federação
inglesa punir, do que a postura da italiana. Se o idiota for racista,
pensará duas vezes para se manifestar. O sentimento preconceituoso pode
não deixar de existir naquela pessoa, mas não ser propagado evita a
propaganda e o modismo.
Sou a favor da punição pesada. Mas a FA
querer simplesmente parecer “mais limpa” que a FIFA e o Vôlei Futuro
ser “o protetor de minorias”, mas não olharem para as próprias
contradições, não me convencem e nem me comovem.
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