sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Relembre polêmicas envolvendo homofobia no esporte mundial


 
Publicado pelo Terra
 
Yunel Escobar, jogador de beisebol do Toronto Blue Jays, causou polêmica nos Estados Unidos ao pintar uma frase homofóbica no rosto: "tu ere maricon". Mesmo com três jogos de suspensão, Escobar pagará cerca de US$ 83 mil a um projeto que trabalha para garantir tratamento justo a atletas, independentemente de sua orientação sexual. O jogador se desculpou, mas entrou para uma lista pouco glamourosa de esportistas que se envolveram em casos de homofobia. Relembre:
 

A terceira rodada do Campeonato Alemão foi marcada por uma campanha social, na qual os times substituíram seus patrocínios pelos dizeres "Geh' Deinen Weg" ("Siga o seu caminho", em alemão). Apesar dos dirigentes focarem o discurso na integração cultural, a campanha surgiu após polêmica entrevista anônima de um jogador da competição, assumindo a sua homossexualidade.
 
 
O americano David Testo (à frente) defendeu importantes times da Major League Soccer, o campeonato americano de futebol. Em outubro de 2011, ao ser dispensado do Montreal Impact, concedeu entrevista a uma rádio do Canadá e admitiu ser homossexual. Aos 31 anos, está sem clube, e dedica boa parte de seu tempo a uma campanha que combate a homofobia no esporte.
 
 
O atacante francês Djibril Cissé (de costas na foto), atualmente no Queens Park Rangers, afirmou em determinada ocasião que não se sentia à vontade para cumprimentar outros jogadores com beijos no rosto. Segundo ele, tais manifestações assustam os jogadores na Inglaterra por conta do comportamento agressivo de torcedores homofóbicos.
 

Em abril de 2006, a agência de notícias Pink News, considerada a maior da Europa dedicada ao público gay, afirmou que Luiz Felipe Scolari teria dito que sacaria um jogador de seu time se descobrisse que era homossexual. Na época, Felipão estava cotado para ser o técnico da seleção inglesa, o que acabou não se concretizando.
 
Em outubro de 2006, Rio Ferdinand (à direita) se envolveu em uma situação complicada ao conceder entrevista a uma rádio inglesa, justamente após seu companheiro Paul Scholes (à esquerda) ser acusado de homofobia. Perguntado se escolheria sair com Alan Smith (então companheiro no Manchester) ou Scholes, Ferdinand se esquivou. O radialista insinuou que a escolha seria por Scholes, e irritou o zagueiro. "Você é um maricas", rebateu, desculpando-se em seguida.
 
 
Filho do ex-jogador sueco Glenn Hysen (à direita na foto), Anton Hysen seguiu os passos do pai no gramado e atua hoje em um time de divisões inferiores da Suécia, além de trabalhar na construção civil. Após assumir sua homossexualidade em entrevista à imprensa em 2011, fato inédito no país até então, Anton Hysen passou a dedicar parte de seu tempo também a um debate televisivo sobre opções sexuais.
 

É creditada ao ex-treinador inglês Alan Smith uma das primeiras posições críticas à homofobia no futebol da Inglaterra. "Tive jogadores ao longo dos anos que eram solteiros e que liam livros, por isso outros jogadores diziam que eles eram gays. Acho que ser assumidamente gay no futebol deve ser muito difícil. Você pode ficar bêbado e agredir sua mulher, e isso se tornaria aceitável, mas se alguém disse 'sou gay', seria considerado horrível. E isso é ridículo", declarou.
 
 
Um dos primeiros homossexuais do tênis foi o alemão Gottfried Von Cramm, campeão de Roland Garros em 1934 e 1936. Conhecido como "Barão do Tênis", Von Cramm jamais assumiu ser homossexual, mas chegou a ser preso em março de 1938 por desempenhar "práticas homossexuais". O governo de Adolf Hitler acusou o ídolo alemão de ter se relacionado com o ator inglês Galician Jewish. Após oito meses preso, foi solto por bom comportamento.
 
 
Casado e com filhos, Graeme Le Saux era constantemente questionado por torcedores e jogadores rivais por seus hábitos extracampo. Em 27 de fevereiro de 1999, em um duelo Chelsea x Liverpool, Le Saux estava incumbido de uma cobrança de falta, mas o atacante Robbie Fowler (Liverpool) começou a provocar o adversário e a incitar a torcida com gestos caricatos, que não foram vistos pela arbitragem. Irritado, Le Saux se recusou a cobrar a falta, e foi advertido com um cartão amarelo.
 

Em meio à campanha do Goiás na Copa Sul-Americana de 2009, o técnico Hélio dos Anjos se incomodou com uma suposta crise de ciúmes no elenco pela chegada do meia-atacante Fernandão. "Homem com ciúme é viado. Não trabalho com homossexual, trabalho com homem", irritou-se o treinador.
 
 
Justin Fashanu se tornou o caso mais conhecido de homossexualidade no futebol mundial, assumindo sua opção sexual no início da década de 90. Revelado pelo Norwich City, passou por clubes como Nottingham Forest, Manchester City, West Ham e Newcastle, aposentando-se em 1997. Acusado de abuso sexual nos EUA em 1998, cometeu suicídio ao voltar para a Inglaterra, tornando-se ícone mundial da causa.
 
 
O sueco Fredrik Ljungberg, ex-Arsenal, West Ham e futebol dos Estados Unidos, era constantemente provocado por rivais por seu comportamento extracampo, especialmente pelo gosto musical e por suas roupas. "Não me importo, e me orgulho disso. Amo moda, e acho que os gays têm um estilo incrível. Para mim, é um elogio", rebateu Ljungberg ao jornal The New York Times em 2010.
 

Homossexual assumida, a sul-africana Eudy Simelane era jogadora de futebol em seu país, chegando inclusive à seleção local. Quando começava a dividir as funções de atleta com as de treinadora e de árbitra, foi brutalmente violentada e assassinada em 2008, aos 31 anos. Ainda hoje, a mãe de Eudy, Mally Simelane (à frente), busca justiça por sua filha, considerada uma mártir do movimento LGBT na África.
 
 
Maior vencedora de torneios de Grand Slam da história do tênis, a australiana Margaret Court se converteu ao cristianismo evangélico em 1972 e hoje atua como pastora em uma instituição fundada por ela em 1990, na cidade de Perth. Em 2012, Court se posicionou contra o direito à união civil de casais homossexuais, a qual ela classificou como "antinatural e não saudável".
 
 
Em julho de 2012, durante a Olimpíada de Londres, a goleira Mayssa, da Seleção Brasileira feminina de handebol, assumiu ser bissexual. Convocada na vaga da favorita Babi, Mayssa evitou polemizar sobre o assunto na competição e ajudou o Brasil a chegar nas quartas de final, mostrando bom desempenho.
 
 
Em confronto diante do Sada/Cruzeiro pela Superliga masculina de vôlei 2010/2011, o meio de rede Michael, do Vôlei Futuro, foi ofendido por uma multidão presente ao Ginásio do Mineirinho, que o chamava repetidamente de "bicha". Diante do mal-estar causado pelos torcedores, os próprios jogadores do Cruzeiro manifestaram apoio ao jogador e protestaram contra o preconceito.
 
 
Em 2006, após um jogo do Levski Sofia pela Copa da Uefa, o árbitro Mike Riley registrou cânticos racistas na torcida do time búlgaro. Irritado, o presidente do Levski, Todor Batkov, protestou contra Riley e chamou o juiz de "bicha inglesa".
 
 
Durante o período em que atuaram juntos pelo Barcelona, em 2009, Gerard Piqué (no chão) e Zlatan Ibrahimovic foram fotografados de mãos dadas no estacionamento do clube catalão, o que gerou suspeitas e provocações. O zagueiro rapidamente engatou um romance com a cantora Shakira, enquanto o sueco mudou de clube - no entanto, em 2011, foi mais uma vez fotografado em gestos de carinho polêmicos com Antonio Cassano em treino do Milan.
 

A tenista americana Renee Richards se tornou nome comentado na década de 70, mesmo sem conquistar títulos de expressão. A jogadora ficou famosa por ser a única transexual da história do tênis. Nascida Richard Raskind em 1934, Renee assumiu o novo nome em 1975, após uma operação de mudança de sexo na Europa. Ícone na luta pelos direitos dos transexuais, conseguiu na justiça o direito de disputar o Aberto dos Estados Unidos de 1976.
 
 
Mesmo durante o tempo em que foi noivo de Letícia Carlos, o volante Richarlyson sempre foi perseguido por torcedores. Em 2007, quando jogava no São Paulo, chegou a registrar queixa-crime contra José Cyrillo Jr., diretor administrativo do Palmeiras da ocasião. Motivo: Cyrillo insinuou não ter contratado o rival por ser gay. Pior: o juiz responsável pelo caso, Manoel Maximiano Junqueira Filho, arquivou o protesto por alegar que o futebol é um "jogo viril, varonil, não homossexual".
 
 
Olivier Rouyer (à direita) jogou em diversos clubes da França entre 1973 e 1990, chegando à seleção francesa entre 1976 e 1981. Após encerrar a carreira nos gramados, admitiu ser homossexual. Na década de 90, chegou a trabalhar como treinador, destacando-se no Nancy entre 1991 e 1994. Atualmente, está afastado.
 
 
Jogando pelo Portsmouth, Sol Campbell jamais manifestou qualquer preferência homossexual, mas virou centro de polêmica na Inglaterra em um jogo contra o Tottenham em 2009 - sem motivo aparente, a torcida londrina começou a cantar, questionando sua opção sexual. O próprio irmão de Sol, provocado por um colega de escola, se envolveu em uma briga e acabou preso por defender o zagueiro.
 

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